1 LIÇÃO 1 TRI 2022 A AUTORIDADE DA BÍBLIA

 

1 LIÇÃO 1 TRI 2022 A AUTORIDADE DA BÍBLIA

 

TEXTO AUREO

“ Bem-aventurados os que trilham caminhos retos e andam na lei do Senhor.” (Sl 119.1)  

VERDADE PRATICA

A Bíblia Sagrada é a autoridade final da nossa regra de fé e prática.  

LEITURA DIARIA

 

Segunda – 2 Pe 1.20,2 As Sagradas Escrituras 1 origem no próprio Deus  

Terça – SI 19.1-4. A natureza manifesta a de Deus ao ser humano  

Quarta – Jo 20.30,31 A Bíblia revela a pessoa Cristo, o Filho de Deus  

Quinta – Hb 4.12 Podemos ouvir a voz de Deus por meio da leitura da Bíblia  

Sexta – Mc 13.31 As gerações passam, mas a Palavra de Deus permanece inalterada  

Sábado – Ap 22.18,19 As Sagradas Escrituras transmitem toda a doutrina da salvação    

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Salmos 119.1-8

1 – Bem-aventurados os que trilham caminhos retos e andam na lei do Senhor.

2 – Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos e 0 buscam de todo o coração.

3 -E não praticam iniquidade, mas andam em seus caminhos.

4 – Tu ordenaste os teus mandamentos, para que diligentemente os observássemos.

5 – Tomara que os meus caminhos sejam dirigidos de maneira a poder eu observar os teus estatutos.

6 – Então, não ficaria confundido, atentando eu para todos os teus mandamentos.

7 – Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido os teus justos juízos.

8 – Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente.    

 

HINOS SUGERIDOS: 258; 499; 559 da Harpa Cristã.

 

PLANO DE AULA

 

1. INTRODUÇÃO

Ler e compreender a Bíblia é um desafio. Neste trimestre, vamos enfrentá-lo. O pastor Douglas Baptista, líder da Assembleia de Deus Missão e presidente do Conselho de Educação e Cultura da CGADB, é o comentarista d este trimestre. Ele nos ajudará a reconhecer a Supremacia da Bíblia na fé cristã, sua autoridade, inspiração e inerrância, e aplicá-la a vida cristã.

2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

  1. A) Objetivos da Lição: I) relacionar a origem da Bíblia com a Revelação Divina; II) pontuar as evidências da autenticidade da Bíblia; III) apresentar a mensagem da Bíblia.
  2. B) Motivação: Por que o nosso casamento, a nossa família, a nossa profissão e suas demandas éticas devem estar de acordo com a Bíblia? Por que a Bíblia é autoridade final para nós?
  3. C) Sugestão de Método: Apresente uma história em que os prejuízos espirituais e morais, como consequências de a Bíblia não ter autoridade final na vida, estejam em destaque.
  4.  
  5. 3.CONCLUSÃO DA LIÇÃO
  6. A) Aplicação: Você conhece a realidade de sua classe. Por isso, aplique a lição segundo essa realidade. Sugerimos que você desafie aos alunos a iniciar a leitura da Bíblia. Promova esse desafio em classe.

4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR

  1. A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.36, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
  2. B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Categorias da Revelação Divina” aprofunda 0 primeiro tópico a respeito do tema da Revelação Especial; 2) O texto “O Professor que veio de Deus” traz uma reflexão que servirá como base de aplicação Bíblia”. Leia os auxílios com atenção e do terceiro tópico “A Mensagem da busque integrá-los à prática docente.

 

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO

A autoridade da Bíblia fundamenta-se em seu autor: Deus. Portanto, a Bíblia é a Palavra de Deus escrita. Assim sendo, a autoridade dela depende total e exclusivamente do Altíssimo e não dos homens. Desse modo além da Bíblia, a Igreja não possui outra fonte infalível de autoridade. Nesta lição, veremos a origem da Bíblia, sua autenticidade e mensagem revelada na Palavra de Deus.  

 

  Comentário  

 

Em 18 de abril de 1521, Martinho Lutero foi conduzido ao local da Primeira Dieta Imperial em Worms na Alemanha. A assembleia estava lotada, o número dos que ocupavam as antessalas, as janelas e as escadarias somavam cinco mil pessoas.1 Na ocasião, Lutero foi instigado a retratar-se de seus escritos e sua resposta diante daquela multidão entrou para a história como uma de convicção e fé na autoridade das Escrituras Sagradas:

Minha consciência está atrelada à palavra de Deus. Enquanto não me tiverem convencido pelas Sagradas Escrituras, não posso, nem quero retratar-me de coisa alguma, pois é perigoso agir contra a consciência.

Não posso falar de outro modo. Eis-me aqui. Que Deus me ajude! Amém.

A partir dessa declaração, surgia o embrião de um dos relevantes princípios teológicos da Reforma Protestante: “Sola Scriptura”. Para Lutero, o sentido dessa expressão latina era literal, ou seja, somente a Escritura — e não a Escritura somada à tradição da Igreja — é a fonte final de revelação cristã. Sua defesa era pela centralidade da Palavra de Deus. Lutero não reconhecia nenhuma outra fonte como autoridade infalível de fé e conduta que não fosse as Escrituras.

Nessa perspectiva, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil professa crer e ensinar que “a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única revelação escrita de Deus dada pelo Espírito Santo para a humanidade […] nossa única regra de fé e prática, a inerrante, completa e infalível Palavra de Deus”. Nesse sentido, a autoridade da Bíblia se fundamenta em seu autor, que é Deus.

Assim sendo, a autoridade dela depende do Altíssimo, e não dos homens. Desse modo, além da Bíblia, a Igreja não possui outra fonte infalível de autoridade.

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

A BÍBLIA. Não há outra obra literária sobre a qual se tenham escrito tantos livros — então, por que mais um? Embora haja muitos livros que ajudam os leitores a compreenderem o conteúdo da Bíblia, poucos explicam suas origens. Este volume fornece uma visão geral de como a Bíblia foi inspirada, canonizada, lida como literatura sacra, copiada em antigos manuscritos hebraicos e gregos e traduzida para os idiomas do mundo inteiro.

A palavra “bíblia” é derivada do latim, proveniente da palavra grega bíblia (livros), que diz respeito especificamente dos livros que são reconhecidos como canônicos pela Igreja cristã. Nesse sentido, acredita-se estar o uso cristão mais antigo da expressão ta bíblia (os livros) na epístola de 2 Clemente 2.14 (c. 150 d.C.): “Os livros e os apóstolos declaram que a Igreja… existe desde o princípio” (compare Dn 9.2: “Eu, Daniel, entendi pelos livros…”, cuja referência é ao corpus dos escritos proféticos do Antigo Testamento). O vocábulo grego bíblion (do qual bíblia é o plural) é o diminutivo de biblos, que na prática denota qualquer tipo de documento escrito, mas originalmente aquele que foi escrito em papiro.

Um termo sinônimo de “a Bíblia” é “os escritos” ou “as Escrituras” (em grego hai grapltai, ta grammata), frequentemente é usado no Novo Testamento para designar, no todo ou em parle, os documentos do Antigo Testamento. Por exemplo, Mateus 21.42 diz: “Nunca lestes nas Escrituras?” (en tais graphais). A passagem paralela, Marcos 12.10, traz o singular, referindo-se ao particular texto citado: “Ainda não lestes esta Escritura?” (ten graphen tauteri). Em 2 Timóteo 3.15, temos “as sagradas letras” (ta hiera grammata), e o versículo seguinte (ARA) diz: “Toda Escritura é inspirada por Deus” (pasa graphe theopneustos). Em 2 Pedro 3.16, “todas” as epístolas de Paulo são incluídas junto com “as outras Escrituras” (tas loipas graphas), as quais presumem-se que sejam os escritos do Antigo Testamento e provavelmente os evangelhos também.

Philip Wesley Comfort. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 9; 13-14.

 

 

O presente século é caracterizado por ceticismo, racionalismo, materialismo e outros “ismos” sem conta. A Bíblia, em meio a tais sistemas, sempre sofre grandes ameaças. Até há pouco tempo, a luta do Diabo visava destruir o próprio Livro, mas vendo que não conseguia isso, mudou de tática e agora procura perverter a mensagem do Livro. Seitas e doutrinas falsas proliferam por toda parte coadjuvadas pelo fanatismo e ignorância prevalecentes em muitos lugares. Nossa crença na Bíblia deve ser convicta, sólida e fundamental; não deve ser jamais um eco ou reflexo dos outros. Se alguém lhe perguntar, leitor: “Por que você crê que a Bíblia é a Palavra de Deus?” – saberá você responder adequadamente? Muitos crentes têm sua crença na Bíblia desde a infância, através dos pais, etc, mas nunca fizeram um estudo profundo e acurado para verificarem a realidade da origem divina da Bíblia.

Apresentamos agora algumas provas da origem divina da Bíblia, as quais evidenciam esse Livro como a Palavra de Deus.

Silva, Antônio Gilberto da, A Bíblia através dos séculos. Editora: CPAD. 15 Edição 2004.

 

I – A ORIGEM DA BÍBLIA E A REVELAÇÃO DIVINA

 

    1. A origem da Bíblia.

  Pedro enfatiza que os escritos sagrados não têm sua origem nos homens, mas no próprio Deus (2 Pe 1.20,21). Paulo corrobora que a mensagem bíblica veio do alto (2 Tm 3.16). E também os apóstolos ensinam que a Bíblia foi escrita por homens, porém, sob a inspiração e supervisão divina (1 Co 2.13,14; Ap 1.1). Portanto, as Escrituras são a revelação que Deus fez de si mesmo. Dessa maneira, por ter a sua origem em Deus, a Bíblia é portadora de autoridade, e, por isso, constitui-se em única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter do cristão. Nossa Declaração de Fé professa que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única revelação divinamente escrita, dada pelo Espírito Santo, para a humanidade.  

Comentário

 

O teólogo Norman Geisler assegura que “um resumo a respeito do que a Bíblia alega sobre si mesma pode ser encontrado em duas passagens principais”.5 A referência diz respeito a dois dos textos bíblicos de autoria dos proeminentes apóstolos Pedro e Paulo (2 Pe 1.20,21; 2 Tm 3.16). Essa constatação é importante, uma vez que tais apóstolos têm seus ministérios reconhecidos como cheios do poder de Deus (At 5.14-16; 19.11,12), e isso tanto entre os judeus como entre os gentios (Gl 2.7-9).

Em 2 Pedro 1.20,21, o apóstolo enfatiza que os escritos sagrados não têm sua origem nos homens, mas no próprio Deus.

Nessa passagem, Pedro atribui a origem da revelação à obra do Espírito de Deus. O Comentário de Aplicação Pessoal destaca que tal assertiva petrina significa que “as Escrituras não se originaram do homem, nem foram interpretadas pelos próprios profetas à medida que transmitiam as preciosas mensagens”. Quer dizer que não se trata de opinião ou fruto do desejo humano. Na sequência, o apóstolo esclarece que os autores da Bíblia são homens santos, que nos transmitiram a vontade de Deus por meio da inspiração do Espírito Santo.

Por sua vez, o apóstolo Paulo corrobora que a mensagem bíblica veio da parte de Deus: “Toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3.16a, ARA). Aqueles que fazem objeção que o texto de Pedro se refere apenas ao Antigo Testamento, aqui no texto paulino “toda” a Escritura é autenticada como inspirada, inclusive o Novo Testamento. Matthew Henry enfatiza que esse versículo descreve a excelência das Escrituras como “revelação divina, de que podemos depender como infalivelmente verdadeira”.

Além dessas duas citações, temos ainda outras referências bíblicas nas quais os apóstolos ratificam que a Bíblia foi escrita por homens, porém, sob a inspiração e supervisão divina (confira 1 Co 2.13,14; 1 Co 14.37; Gl 1.12; Ap 1.1). O artigo de fé número um da Declaração das Assembleias de Deus corrobora com essa verdade ao professar crer “na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada”. Portanto, as Escrituras são a revelação que Deus fez de si mesmo. Dessa maneira, por ter a sua origem em Deus, a Bíblia é portadora de autoridade, e, por isso, constitui-se em única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter do cristão.

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Por que estamos interessados em saber quem escreveu a Bíblia? Esta questão não ganhou importância senão após a ascensão da civilização ocidental no século IV a.C. — bem depois que a maioria dos livros da Bíblia havia sido escrita. Em contraste com isso, a importância da autoria era um conceito amplamente desconhecido no mundo semítico antigo’ A famosa Epopéia de Gilgamesh, da Mesopotâmia, o mito babilônico da criação conhecido como Enuma Elish, a narrativa egípcia O marinheiro naufragado e o relato literário épico cananeu sobre a batalha dos deuses Baal e Mot não têm autores. Eles têm escribas que os transmitiram. Os escribas eram, antes de tudo, administradores ou burocratas; não eram autores. O idioma hebraico clássico sequer possui uma palavra que signifique “autor”. O termo de significado mais próximo seria sofer, “escriba”, que era um transmissor da tradição e do texto, e não um autor. A autoria é um conceito que se deriva de uma cultura predominantemente escrita, enquanto a sociedade israelita era em ampla medida uma cultura oral. As tradições e as histórias eram transmitidas oralmente de uma geração à outra.

Elas extraíam sua autoridade da comunidade que transmitia a tradição, e não de um autor que redigiu um texto. Tais histórias e tradições eram as coisas que os pais e as mães eram obrigados a ensinar a seus filhos, como determina o Deuteronômio 6,6-7: “As palavras dos mandamentos que hoje te dou estarão presentes no teu coração; tu os repetirás a teus filhos; tu lhes falarás quando estiveres em casa e quando andares pela estrada”.

A queda do império persa sob o domínio de Alexandre Magno introduziu profundas mudanças no Oriente Médio. A era do helenismo — ou sqa, a difusão da língua, da cultura e dos valores gregos — trouxe consigo o conceito de autoria. A autoridade de um texto passou a ser associada ao seu autor. A tradição judaica naturalmente sentiu-se compelida a encontrar autores para sua hteratura nessa época, embora houvesse poucas evidências explícitas acerca da autoria da Bíbha. O mais antigo texto judeu que identifica seu autor é o Sirácida (de Ben Sirac), datado do início do século II a.C.

Em alguns lugares, a Bíblia indiretamente contradiria a posterior atribuição da autoria. Isso fica claro, por exemplo, no horo do Deuteronômio, que se apresenta como um relato em terceira pessoa de um discurso de Moisés e não como algo que Moisés escreveu: “Eis as palavras que Moisés disse a todo Israel” (Dt 1,1). No livro do Êxodo, no Levítico e nos Números, Moisés é um personagem, não um autor. O Gênesis não menciona Moisés em nenhum ponto. A despeito disso, o Deuteronômio, juntamente com os outros quatro livros da Torá, tem sido usualmente atribuído à pena de Moisés, em vez de ser entendido como tradições que foram transmitidas desde Moisés ou, de modo mais geral, como tradições do povo israelita.

Uma tentativa muito notável de tratar da autoridade da Torá encontra-se entre os Manuscritos do Mar Morto, que foram descobertos em 1947.

O Pergaminho do Templo, um dos mais longos e completos pergarninhos pertencentes a uma seita essênia de judeus que viviam às margens do Mar Morto, reescreve a Torá e, particularmente, o Livro do Deuteronômio. Embora faltem as primeiras colunas do pergaminho, e, por conseguinte, seja difícil dizer precisamente como ele começa, ele trata fundamentalmente do problema da autoria e da autoridade, trocando a voz de Moisés pela de Deus. O pergaminho troca a voz em terceira pessoa de Moisés para a voz em terceira pessoa de Deus. A mudança pode ser vista ao longo de todo o pergaminho, mas um único exemplo bastará:

Deuteronômio 17.14: Quando tiveres entrado na terra que te dá o YHWH’, teu Deus, tomado posse dela e a habitares, e quando então disseres; “Desejo constituir um rei à minha frente, como todas as nações ao redor”, quem constituíres à tua frente deverá ser um rei escolhido por YHWH, teu Deus. É dentre os teus irmãos que tomarás um rei para constituí-lo à tua frente.

Pergaminho do Templo (IIQT) 56.12: Quando tiveres entrado na terra que eu te dou, tomado posse dela e a habitares, e quando então disseres: “Desejo constituir um rei à minha frente, como todas as nações ao redor”, quem constituíres à tua frente deverá ser um rei que eu escolherei. É dentre os teus irmãos que tomarás um rei para constituí-lo à tua frente.

A modificação da voz efetua uma espantosa asserção de autoridade.

Deus é o autor do Pergaminho do Templo. A questão da autoridade de um texto passa para o primeiro plano nessa surpreendente transformação do Deuteronômio. Certamente a afirmação de que Deus foi o verdadeiro autor torna-se uma visão cada vez mais prevalecente ao longo da história entre certos grupos religiosos. Aqui, no entanto, essa afirmação da autoridade do texto está embutida nele próprio. Ele cumpre a necessidade de que esse novo e importante artefato cultural — o texto escrito — arrogue-se o papel de portador da ortodoxia.

William M. Schniedewind. Como A Bíblia Tornou-se Um Livro. Edições Loyola Jesuítas. pag. 20-22.

 

 

Em resumo, notam-se na Bíblia duas coisas: o Livro e a Mensagem. No capítulo anterior, estudamos a Bíblia como livro; agora a estudaremos como a palavra ou mensagem de Deus. O estudo da Bíblia tem por finalidade precípua o conhecimento de Deus. Isso é visto desde o primeiro versículo dela, do qual se nota que tudo tem o seu centro em Deus.

Portanto, a causa motivante de ensinar a Bíblia aos outros deve ser a de levá-los a conhecer a Deus. Se chegarmos a conhecer o Livro e falharmos em conhecer a Deus, erramos no nosso propósito, e também o propósito de Deus por meio do seu Livro seria baldado.

Que as Escrituras são de origem divina é assunto resolvido. Deus, na sua palavra, é testemunha concernentemente a si mesmo. Quem tem o Espírito de Deus deposita toda a confiança nela como a Palavra de Deus, sem exigir provas nem argumentos. Portanto, sob o ponto de vista legal, a Bíblia não pode estar sujeita a provas e argumentos. Apresentamos algumas provas da Bíblia como a Palavra de Deus, não para crermos que ela é divina, mas porque cremos que ela é divina. É satisfação para nós, crentes na Bíblia, podermos apresentar evidências externas daquilo que cremos internamente, no coração.

Silva, Antônio Gilberto da, A Bíblia através dos séculos. Editora: CPAD. 15 Edição 2004.

 

   2. Revelação Geral.

  Chama-se revelação geral aquela em que Deus se fez conhecer em toda a parte por meio da História, do Universo e da Natureza Humana. a) Na História. Deus se revela pela sua soberania. Ele controla o curso dos acontecimentos, remove e estabelece governos e nada acontece fora ^ de sua vontade (Dn 2.21; 4.25; Rm 11.22); b) No Universo. manifesta pelo seu poder n as coisas criadas, o Céu, a Terra, o mar, e tudo quanto há neles (Sl 19.1-4; At 14.15-17; Rm 1.18-21); c) No Ser Humano criado à imagem e semelhança divina (Gn 1.26,27). A natureza moral da humanidade, embora de maneira inadequada por causa do pecado, revela O caráter moral de Deus (Rm 2.11-15; Ef 4.24; Cl 3.10).  

Comentário

 

 

Nesse ponto, convém ressaltar que “como Deus é infinito e os seres humanos são finitos, se estes quiserem conhecer a Deus, tal conhecimento deverá ocorrer pela iniciativa do próprio Deus em se revelar”. A palavra revelação significa “descobrimento, desvelamento, divulgação”. Em vista disso, o conhecimento de Deus é o conhecimento revelado por Ele mesmo. Nessa compreensão, o estudo da autorrevelação de Deus para a humanidade é classificado de duas formas: (i) a revelação geral e (ii) a revelação especial. Chama-se de revelação geral aquela em que Deus se fez conhecer em toda parte por três maneiras:

(a) Na História. As Escrituras indicam que Deus se revela na história por meio da sua soberania. A soberania divina não deve ser entendida como “uma propriedade da natureza divina, mas uma prerrogativa oriunda das perfeições do Ser Supremo”.11 Em outras palavras, a soberania é um direito divino, pelo fato de Ele ser o criador, poderoso, santo, eterno e imutável. Indica o total domínio que o Senhor exerce sobre toda a criação. Significa que tudo pertence a Deus, e que Ele tudo faz conforme lhe agrada sem necessitar prestar contas a ninguém (1 Cr 29.11; Sl 115.3; Dn 4.35).

Ele controla o curso dos acontecimentos, remove e estabelece governos e nada acontece fora de sua vontade (Dn 2.21; 4.25; Rm 11.22). Para J. Williams, “a história possui um caráter teológico: toda ela carrega a marca da atividade divina […] a história de todas as nações representa algum desvendar de Deus em ação”.

(b) No Universo. As Escrituras também mostram que Deus se revela no Universo por meio do seu poder (Is 40.26; 45.18); sua majestade (Am 4.13); e sua soberania (Sl 89.11-13). O primeiro versículo da Bíblia assevera: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O emprego do verbo hebraico “bara” (criar) indica que, “do nada” (latim ex-nihilo), Deus trouxe a existência todos os fenômenos físicos.

A obra Teologia Sistemática Pentecostal registra que “no Antigo Testamento, ‘os céus e a terra’ abrangem a inteireza do ‘Universo ordeiro e harmonioso’. Nada existe que não tenha sido criado por Deus”. Em vista disso, Deus se manifesta onipotente, magnificente e soberano nas coisas criadas: o Céu, a Terra, o mar, e tudo quanto há neles (Sl 19.1-4; At 14.15-17; Rm 1.18-21).

(c) No Ser Humano. Ainda as Escrituras demonstram que Deus se revela na criação do ser humano. A Bíblia afirma que a raça humana foi criada à imagem e à semelhança de Deus (Gn 1.26,27). Ao abordar o tema, o Comentário Bíblico Beacon salienta três aspectos do homem feito à imagem de Deus: i) um ser espiritual apto para a imortalidade (Gn 1.26); ii) um ser moral que tem a semelhança de Deus (Gn 1.27); e iii) um ser intelectual com a capacidade da razão e de governo (Gn 1.26c,28-30).

Dessas três características, a natureza moral da humanidade, embora de maneira inadequada por causa do pecado, revela o caráter moral de Deus (Ef 4.24; Cl 3.10). Acerca disso, Paulo falou de uma lei escrita no coração das pessoas, que por meio dos pensamentos e da consciência as acusa ou as defende diante de Deus (Rm 2.11-16).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Revelação Geral

Revelação é o desvendamento daquilo que era anteriormente desconhecido, e que vem a tomar-se conhecido por meios místicos, como as mensagens proporcionadas aos profetas, em suas visões, sonhos, comunicações auditivas, intuição, pensamentos divinamente orientados, etc. A revelação pode vir através das agências da percepção dos sentidos, da razão, da intuição, mas, com maior frequência, ultrapassa essas agências.

Revelador geral

O Logos (encarnado como Jesus Cristo) é o Revelador geral, tanto dentro quanto fora de livros sagrados. Sua revelação não se limita às Escrituras hebreu-cristãs, embora inclua as mesmas. Ele é «…a verdadeira luz que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem. (Jolo.1:9). Cristo também nos revela Deus na natureza, através da razão, da intuição, da história, das experiências misticas individuais, alcançando todas as pessoas, quer sejam religiosas ou não, conferindo a cada qual algum grau de iluminação.

«…O que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. (Rom. 1:19). Cristo nos revelou Deus, e continua a fazê-lo (ver João 1:18). Deus é revelado até mesmo na porção mais excelente da filosofia grega (e de outras filosofias também). Deus é revelado na natureza e em todas as facetas da ciência; Deus desconhece limitação, e seus caminhos estão completamente fora do escopo de qualquer sistema estreito e exclusivista. Deus revela-se mediante a verdade instilada na consciência humana. Seus caminhos são múltiplos, abrangentes, não-sectaristas.

A revelação geral é um termo todo-abrangente, que alude a qualquer modalidade de revelação, incluindo a variegada atuação do Logos, mas que também abrange toda outra forma de atividade iluminadora possível. Considerada por esse prisma, a revelação é extremamente ampla. O mistério do Espirito Santo está envolvido nessa revelação geral, segundo o trecho de João 16:8 e seu contexto permite-nos deduzir. Ver também João 16:13. Assim, a revelação geral inclui o ministério do Espirito, que guia e influencia a racionalização do homem a respeito da natureza, das ideias e do desígnio que há nas coisas. No entanto, essa revelação geral pode atuar somente por meio da razão, porquanto essa é uma grande capacidade dada aos homens por Deus, a qual pode operar com eficácia, sem qualquer influência mais direta do Espírito,

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 704.

 

 

A criação do mundo e tudo o que nele há, fala da existência de um Criador. “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1). “Tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas” (Rm 1.20). Como um relógio fala da existência de um relojoeiro, assim a criação fala de um Criador que é poderoso.

Bergstein, Eurico., Teologia Sistemática Introdução à Teologia Sistemática. Editora: CPAD. 1. ed.

 

   3. Revelação Especial.

  Especial. Se por um lado a revelação geral denuncia a culpa humana em rejeitar o conhecimento acerca de Deus (Rm 1.18-21), a revelação especial oferece redenção para os perdidos pecadores (Cl 1.9-14). Ela é o complemento da revelação que Deus fez de si mesmo na história, no universo e na humanidade (Rm 10.11-17; Hb 1.1-3). Reconhecemos a revelação especial tanto no Verbo vivo, Jesus Cristo, quanto nas Escrituras Sagradas (Jo 1.1; 5.39). É por meio da revelação contida nas Escrituras que conhecemos a Pessoa de Cristo: “ Estes [os sinais], porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31).  

Comentário

 

Ela é o complemento da revelação que Deus fez de si mesmo na história, na criação do Universo e da humanidade (Rm 10.11-17; Hb 1.1-3). A revelação especial é necessária porque, a partir da Queda no Éden, o relacionamento do homem com Deus foi afetado. O pecado original de Adão passou a todos os homens (Rm 5.12). Jacó Armínio salienta que a “abrangência deste pecado […] não é peculiar aos nossos primeiros pais, mas é comum a toda a raça humana e a toda sua posteridade”.

Por causa disso, não basta ao homem saber da existência de Deus ou conhecer algo sobre Ele; faz-se necessário restaurar a comunhão com o Senhor. Não obstante, se, por um lado, na revelação geral, Deus se faz conhecer, por outro lado, ela também denuncia a culpa humana em rejeitar o conhecimento acerca de Deus (Rm 1.18-21). Assim, no propósito de reconciliar a humanidade com Deus, a revelação especial oferece redenção para os perdidos pecadores (Cl 1.9-14).

Nesse sentido, reconhecemos a revelação especial tanto no Verbo vivo, Jesus Cristo, quanto nas Escrituras Sagradas (Jo 1.1; 5.39).

Cremos que a encarnação do Senhor Jesus era absolutamente necessária para que o Redentor tivesse duas naturezas inseparavelmente unidas, a fim de realizar a obra da redenção. E ratificamos que a Bíblia Sagrada é a única revelação escrita de Deus dada pelo Espírito à humanidade.17 É por meio da revelação contida nas Escrituras que conhecemos a Pessoa de Cristo (Jo 20.31).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Essa é a revelação que nos chegou por meio da tradição religiosa hebreu-cristã, apresentando a esperança messiânica e culminando no ministério do Lagos encarnado (ver Heb. 1:2). Dentro dessa revelação especial, o poder remidor de Cristo mostra-se atuante através de sua missão tridimensional: na terra, no hades e nos céus.

Os remidos serão levados a participar da natureza humana (ver 11 Ped. 1:4), mediante a transformação segundo a imagem do Filho (ver Rom. 8:29 e 11 Cor. 3:18), de acordo com o que desfrutarão de plena participação na plenitude divina (ver Efé. 3:19). Mas também há a provisão de uma restauração universal, que afetará a todos os não-eleitos (ver Efé. 1:9,10).

Quanto a isso estamos também tratando de um aspecto distintivo da revelação cristã, por ser algo especial. Essa revelação cristã caracteriza-se por sua decisiva ênfase sobre a ideia da redenção dos eleitos.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 704.

 

 

A Bíblia, a revelação divina escrita, revela claramente a existência de Deus. Na Bíblia temos um documento autenticado, que nos faz conhecer a Deus através da sua própria revelação. Assim como alguém que quiser conhecer História, Ciência ou qualquer outra matéria, procura estudar a literatura adequada para conseguir o conhecimento desejado, assim também aquele que verdadeiramente quer fazer a vontade de Deus conhecerá se essa doutrina é de Deus ou não.

Bergstein, Eurico., Teologia Sistemática Introdução à Teologia Sistemática. Editora: CPAD. 1. ed.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I

A Bíblia tem origem em Deus. Este se revela na história, no universo e na humanidade; e, de modo especial, por meio de Cristo e das Escrituras.

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

“ Categorias da Revelação Divina Revelação Especial […] A Bíblia, ao manter de forma perene a revelação especial de Deus, é tanto o registro de Deus e dos seus caminhos, quanto a intérprete dela própria. A revelação escrita é confinada aos 66 livros do Antigo e do Novo Testamento. A totalidade de sua revelação que Ele quis preservar para o benefício de toda a humanidade acha- -se armazenada, em sua totalidade, na Bíblia. Examinar as Escrituras é conhecer a Deus da maneira que Ele quer ser conhecido (Jo 5.39; At 17.11). A revelação divina não é um vislumbre fugaz, mas um desvendamento permanente. Ele nos convida a voltarmos repetidas vezes às Escrituras para, aí, aprendermos a respeito dEle. […] A totalidade das Escrituras é a Palavra de Deus em virtude da inspiração divina dos seus autores humanos. A Palavra de Deus, na forma da Bíblia, é um registro inspirado de eventos e verdades da autorrevelação de Deus” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2 006 ,pp.8 4 ,8 5 ).    

 

II – EVIDÊNCIAS DA AUTENTICIDADE DA BÍBLIA

 

   1.   Evidências Internas

  A palavra “ autenticidade” tem origem no grego authentês como significado daquilo que é “verdadeiro”. Quando aplicado às Escrituras, o termo indica a autoridade da Bíblia. Nesse sentido, a Bíblia autentica a si mesma (2 Tm 3.16). Dentre as evidências internas, destacam-se: a) Unidade e consistência: No período aproximado de 1.600 anos, a Bíblia foi escrita em dois idiomas principais e um dialeto, por cerca de quarenta pessoas de diferentes classes sociais, em lugares e circunstâncias distintas que abordaram centenas de temas. Apesar de todas essas implicações, o conteúdo bíblico é consistente e os seus escritos se harmonizam formando um todo sem qualquer contradição (Sl 18.30; 3 3 -4) b) Ação do Espírito Santo: Por meio da leitura da Bíblia é possível ouvir a voz de Deus agindo como uma espada que “penetra até à divisão da alma e do espírito” (Hb 4.12). Como os discípulos no caminho de Emaús, aquele que aceita a mensagem da Palavra experimenta a chama do Espírito arder no coração e passa a compreender o plano da salvação (Lc 24.31,32). c) Profecias de Eventos Futuros. A exatidão no cumprimento das profecias comprova a veracidade das Escrituras. A s suas profecias foram anunciadas muito séculos antes dos eventos acontecerem com clareza e precisão. Entre tantos eventos, citamos o nascimento virginal de Cristo (Is 7.14; Mt 1.23); sua m orte na cruz (Sl 22.16; Jo 1936); o local da sua sepultura (Is 53.9; Mt 27.57-60); e sua ressurreição (Sl 16.10; Mt 28.6).  

Comentário

 

A palavra autenticidade tem origem no grego “authentês” com o significado daquilo que é “verdadeiro”. Quando aplicado às Escrituras, o termo indica a autoridade e a fidedignidade da Bíblia Sagrada. Significa que todos os livros que compreendem o cânon bíblico são autênticos. Dessa forma, a Bíblia autentica-se a si mesma (2 Tm 3.16). O apoio em favor dessa autenticidade divide-se em “evidência interna” e “evidência externa”. Dentre as evidências internas que examinam o conteúdo da Bíblia destacam-se:

(a) Unidade e consistência: No período aproximado de 1.600 anos, a Bíblia foi escrita em dois idiomas principais (hebraico e grego), e um dialeto (aramaico). Seus escritores somam cerca de quarenta pessoas de diferentes classes sociais, que viveram em lugares e circunstâncias diferentes, e abordaram centenas de temas distintos. O texto foi redigido em uma variedade de estilos literários, tais como história, profecia, poesia, alegorias, parábolas, dentre outros.

Apesar de todas essas implicações, o conteúdo bíblico é consistente e os seus escritos se harmonizam formando um todo sem qualquer contradição (Sl 18.30; 33.4).

Essa unidade não é superficial, mas profunda. John Higgins reproduz a compreensão de que “quanto mais profundamente a estudamos, mais completa essa unidade se nos revela”.

No entanto, embora as evidências sejam conclusivas, o liberalismo teológico faz objeção aos argumentos acima listados e desdenha da unidade bíblica. Os críticos argumentam que os autores bíblicos conheciam o conteúdo deixado pelos escritores que o antecederam e, por isso, se preocuparam em não os contradizer, e ainda sustentam que o cânon só foi organizado pelas gerações futuras, em função disso, foram aceitos no cânon apenas os livros que se harmonizavam com o todo.

Porém essas objeções são contraditórias e podem ser refutadas do seguinte modo: (i) nem todos os autores tiveram acesso aos outros livros enquanto escreviam a revelação divina: Ezequiel escreveu no exílio; Ester, em país estrangeiro; o escritor de Hebreus, no Oriente; e João, na Ásia Menor; entre outros; (ii) nem todos os autores tinham consciência de que seus escritos fariam parte do cânon, portanto, não os escreveram buscando harmonizar sua obra com as demais; (iii) não é verdade que os livros foram aceitos centenas de anos após serem escritos. Por exemplo, os livros de Moisés foram guardados próximo à Arca da Aliança logo após serem escritos (Dt 31.26).

Os livros eram aceitos à medida que a autenticidade era confirmada por seus destinatários; e (iv) mesmo que os autores tivessem tomado conhecimento prévio de todos os livros, a Bíblia continuaria tendo uma unidade que ultrapassa a capacidade humana.

(b) Ação do Espírito Santo: Por meio da leitura da Bíblia, é possível ouvir a voz de Deus agindo como uma espada que “penetra até à divisão da alma, e do espírito” (Hb 4.12). Como os discípulos no caminho de Emaús, aquele que aceita a mensagem da Palavra experimenta a chama do Espírito arder no coração e passa a compreender o plano da salvação (Lc 24.31,32).

Nossa Declaração de Fé ensina “que o Espírito Santo possui o papel de regenerar, purificar e santificar o homem e a mulher e que é Ele quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7,8)”.20 O apóstolo João disse que escreveu para que seus leitores cressem no Filho de Deus e recebessem a vida eterna (Jo 20.31; 1 Jo 5.13). João também registrou que o Consolador, o Espírito de verdade, que procede do Pai, é Ele quem testifica de Cristo, o Filho de Deus (Jo 15.26). Desse modo, o Espírito Santo dá testemunho da Bíblia como Palavra de Deus, e de que o Cristo nela revelado é o Filho de Deus.

c) Profecias de eventos futuros. A exatidão no cumprimento das profecias comprova a veracidade das Escrituras. As suas profecias foram anunciadas muito séculos antes de os eventos acontecerem com clareza e precisão. Por exemplo, a Bíblia cita o nome do rei Ciro e o que ele iria fazer cento e cinquenta anos antes de ele nascer (Is 45.1), registra cerca de trezentas profecias acerca de Cristo, centenas de anos antes do seu nascimento, e cada uma delas se cumpriu com exatidão.

Os críticos e incrédulos sugerem que por conhecer as profecias, Jesus agiu deliberadamente para cumprir o que estava predito. Porém, isso é humanamente impossível. Seria necessário a cumplicidade de um número considerável de personagens (reis, astrólogos, governadores, sacerdotes, militares) dispostos a manipular os eventos e manter esses arranjos sob sigilo. E isso sem falar em todas as pessoas envolvidas nos inúmeros milagres operados. A única explicação possível para o cumprimento específico dessas predições é de que o Eterno, onisciente, onipotente e soberano, revelou aos seus servos as coisas que haveriam de acontecer (Am 3.7).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Autoridade interna

Um livro que e inteiramente inspirado pelo Espírito Santo e que centenas de vexes repete: “Assim diz o Senhor”, impõe autoridade divina e exige respeito e reverência, devendo ser obedecido (Sl 119.4). Se for tirada a inspiração divina da Bíblia ela também perde a sua autoridade, e fica como uma arma de fogo sem munição. Mas a Bíblia é a Palavra de Deus.

Autoridade plena

A Bíblia é qualificada, por aqueles que creem nela, como a autoridade máxima. Eles não aceitam nenhuma imposição contrária à Bíblia, seja de que fonte for. Dizem como o apóstolo Pedro: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).

Autoridade reconhecida

Jesus deu, quando aqui vivia como homem, um grande exemplo de respeito à autoridade das Escrituras, sendo classificadas por Ele como “A palavra de Deus” (Mt 15.3,6), e tendo afirmado também, conforme a palavra profética: “Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito de mim: Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração” (Sl 40.7,8). Essa profecia cumpriu-se quando Jesus disse: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4.34). Sempre citava as Escrituras nas suas pregações e palestras (Mt 12.3; Lc 10.26; Jo 10.34; Mt 21.16,42 etc). Dos 1.800 versículos usados para registrar as pregações de Jesus, 180 contêm citações das Escrituras.

Bergstein, Eurico., Teologia Sistemática Introdução à Teologia Sistemática. Editora: CPAD. 1. ed.

 

 

2 Timóteo 3.16, outra passagem clássica do Novo Testamento, declara: Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.

Mesmo que Pedro fale da mensagem originando-se em Deus, é Paulo quem declara que ela se torna a Palavra escrita de Deus. Deus é a sua Causa última, e as Sagradas Escrituras são o resultado portador de autoridade.

Há numerosas passagens na Bíblia que apoiam a alegação de que a mensagem da Bíblia veio da parte de Deus, por intermédio de homens de Deus, e foi reunida na Palavra de Deus. Examinemos, primeiro, as passagens que falam da inspiração do Antigo Testamento, e então analisaremos as que fundamentam a inspiração do Novo Testamento.

GEISLER. Norman. Teologia Sistemática INTRODUÇÃO A TEOLOGIA A Bíblia Deus A Criação. Editora CPAD. pag. 214.

 

 

   2.   Evidências externas.

  Compreende-se como evidências externas aquelas em que os acontecimentos narrados nas Escrituras são também ratificados por outras fontes históricas. Por vezes, essas comprovações se identificam e se fundem aos conceitos de inerrância, isto é, que a Bíblia não contém erros. Nessa direção, tanto o registro da história das nações, as descobertas arqueológicas e os pressupostos da ciência apontam para a autenticidade da Palavra de Deus. E, a despeito de ser contestada por ateus e incrédulos, a Bíblia permanece como o livro mais traduzido e lido de toda a história (cf. Mc 13.31).  

Comentário

 

Compreendem-se como evidências externas aquelas em que os acontecimentos narrados nas Escrituras são também ratificados por outras fontes históricas. Por vezes essas comprovações se identificam e se fundem aos conceitos de inerrância, isto é, que a Bíblia não contém erros. Nessa direção, tanto o registro da história das nações quanto as descobertas arqueológicas e os pressupostos da ciência apontam para a autenticidade da Palavra de Deus.

A título de exemplo, cita-se a disponibilidade de cerca de 25.000 (vinte e cinco mil) manuscritos bíblicos, produzidos antes do advento da imprensa no século XV, que confirmam a suficiência dos textos sagrados. Assim, ratifica-se que nenhuma obra da antiguidade — Platão, Aristóteles, Escritos Hindus, história chinesa e outros — foi tão confirmada e creditada como a Bíblia Sagrada.22 E, a despeito de ser contestada por alguns, permanece como o livro mais traduzido e lido de toda a história (cf. Mc 13.31).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

“Infalibilidade” pode ser chamada de consequência subjetiva da inspiração divina, isto é, define a Escritura como confiável e fidedigna para aqueles que se voltam para ela em busca da verdade de Deus. Como fonte da verdade, a Bíblia é “indefectível” (ou seja, não pode falhar ou insurgir se contra o padrão da verdade). Consequentemente, nunca falhara ou decepcionara qualquer um que confie nela.

“Inerrancia” trata-se de um conceito estreitamente relacionado, mas é um termo mais recente e menos largamente aceito. Traz a conotação de que a Bíblia não contém nenhum erro de ação (erros materiais), nem contradições internas (erros formais). O conceito de infalibilidade volta-se ao conhecimento pessoal que alguém tenha de Deus e a segurança da salvação. A inerrancia ocupa-se mais especificamente com a transmissão precisa dos detalhes da revelação.

Philip Wesley Comfort. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 62-63.

 

 

Nossa declaração de fé é esta: cremos, professamos e ensinamos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única revelação escrita de Deus1 dada pelo Espírito Santo, escrita para a humanidade e que o Senhor Jesus Cristo chamou as Escrituras Sagradas de a “Palavra de Deus; ״ que os livros da Bíblia foram produzidos sob inspiração divina: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil” (2 Tm 3.16 – ARA). Isso significa que toda a Escritura foi respirada ou soprada por Deus, o que a distingue de qualquer outra literatura, manifestando, assim, o seu caráter sui generis. As Escrituras Sagradas são de origem divina; seus autores humanos falaram e escreveram por inspiração verbal e plenária do Espírito Santo: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espirito Santo” (2 Pe 1.21). Deus soprou nos escritores sagrados, os quais viveram numa região e numa época da história e cuja cultura influenciou na composição do texto. Esses homens não foram usados automaticamente; eles foram instrumentos usados por Deus, cada um com sua própria personalidade e talento. A inspiração da Bíblia é especial e única, não existindo um livro mais inspirado e outro menos inspirado, tendo todos o mesmo grau de inspiração e autoridade. A Bíblia é nossa única regra de fé e prática,4 a inerrante, completa e infalível Palavra de Deus: “A lei do Senhor é perfeita” (SI 19.7), É a Palavra de Deus, que não pode ser anulada: “e a Escritura não pode falhar” (Jo 10.35 -ARA).

Soares. Esequias,. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pag. 25-26

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

A Bíblia, os homens e o Espírito Santo “As Escrituras Sagradas são de origem divina; seus autores humanos falaram e escreveram por inspiração verbal e plenária do Espírito Santo […]. Deus soprou nos escritores sagrados, os quais viveram numa região e época da história e cuja cultura influenciou na composição do texto.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, CPAD, pp.25,26.    

SÍNTESE DO TÓPICO II

A Bíblia Sagrada autentica a si mesma, tendo sua veracidade confirmada por fontes e registros históricos.

 

III – A MENSAGEM DA BÍBLIA

 

   1.   A Supremacia da Bíblia.

  Bíblia. A expressão latina Sola Scriptura confirma que somente a Bíblia é regra infalível e autoridade final em matéria de fé e prática. Nossa Declaração de Fé professa que a Bíblia fornece o conhecimento essencial e indispensável à nossa comunhão com Deus e com o nosso próximo. Assim sendo, não necessitamos de uma nova revelação extraordinária para a nossa salvação e o nosso crescimento espiritual. Significa que todas as doutrinas necessárias para a salvação já nos foram transmitidas pelas Escrituras e que nenhuma tradição humana pode a crescer ou retirar coisa alguma (Ap 22.18,19). Assim, ratifica-se que a Bíblia é a fonte final de autoridade.  

 

Comentário

 

Como já visto, a expressão latina Sola Scriptura indica que somente a Bíblia é regra infalível e autoridade final em matéria de fé e prática. Nossa Declaração de Fé professa que a Bíblia fornece o “conhecimento essencial e indispensável à nossa comunhão com o Pai Celeste e com o nosso próximo. Assim sendo, não necessitamos de uma nova revelação extraordinária ou pretensamente canônica para a nossa salvação e o nosso crescimento espiritual”. Desse modo, ratifica-se que a Bíblia Sagrada é a fonte final de autoridade. Na obra intitulada Do Cativeiro Babilônico da Igreja, ao questionar os dogmas e as indulgências praticadas pelo catolicismo, dentre outras abordagens, Lutero escreveu:

Contendemos pela firmeza e pureza da fé e das Escrituras […] Pois devemos estabelecer a distinção mais nítida possível entre o que nos foi entregue por Deus nos textos sagrados e o que foi inventado na Igreja pelos homens, não importa a eminência da santidade ou da erudição deles.

O reformador holandês Jacó Armínio (1560-1609) igualmente defendeu a supremacia das Escrituras:

Elas merecem obediência, pela credibilidade conferida a elas, quando ordena ou proíbe alguma coisa […] A autoridade de qualquer palavra ou texto depende de seu autor […] Deus é de infalível veracidade […] Ele é o autor das Escrituras, a autoridade delas depende total e exclusivamente dEle.

Nessa perspectiva, Armínio considerava que a perfeição das Escrituras era retirada e solapada quando “a inspiração perfeita dada aos profetas e apóstolos, que administram as Escrituras, é negada, e a necessidade e a frequente ocorrência de novas revelações depois daqueles homens santos são declaradas abertamente”. E no debate III “Sobre as Sagradas Escrituras e às tradições humanas”, Armínio assevera que todas as doutrinas necessárias para a salvação já nos foram transmitidas pelas Escrituras e que nenhuma tradição humana pode acrescer ou retirar alguma coisa (Ap 22.18,19).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Autoridade da Bíblia. Sua autoridade é reconhecidamente interna. A Bíblia autentica-se a si mesma. Mas, na medida em que contém provas históricas incluindo os milagres que comprovavam a intervenção divina, ela é externamente autenticada. O poder de seus ensinamentos envolve uma autoridade interna. As realidades históricas sobre as quais ela se alicerça (como a vida de Cristo, as Suas palavras, ressurreição, etc.) lhe conferem uma autoridade externa ou oficial. O consenso dos crentes, através dos séculos, em favor da autoridade da Bíblia, tomou-se outro fator de autoridade externa. As declarações dos pais da Igreja e dos concílios, que resultaram na canonização formal da Bíblia, formam uma autoridade oficial e externa.

Sinais de autoridade no Novo Testamento: Cristo tinha autoridade para perdoar pecados (Luc. 5:24), para expelir demônios (Mar. 6:7), para conferir a filiação divina (João 1:12), e Suas obras eram autoritárias (Mat. 7:29). A origem da autoridade é Deus, que enviou o Filho (João 3:17; 4:34; 5:23;’6:29, etc.), Para os primitivos discípulos, a ressurreição de Jesus foi a mais potente autenticação daquilo que Jesus dissera e fizera, e por conseguinte, do que estava escrito acerca dEle, quanto à Sua pessoa e autoridade sobre os homens. Ver o artigo sobre a ressurreição.

Assim sendo, Jesus comissionou a outros (dando-lhes autoridade), para levarem avante a Sua missão (Mat. 28: 18 ss), porquanto «toda autoridade. Lhe fora dada, a fim de que, por Sua vez, Ele desse dessa autoridade a outros, para que O representassem.

Os Apóstolos possuíram extraordinária autoridade, conforme transparece, claramente, – no livro de Atos (ver Atos 5: 1 ss. quanto a um notável exemplo disso; ver também Atos 15, o primeiro concilio da Igreja, que envolveu os apóstolos). Os trechos de Joio 20:21,22 e Mat. 16: 17 proveem-nos textos que provam a autoridade dos apóstolos. Ademais, o próprio Novo Testamento é essencialmente um produto dos apóstolos e seus discípulos imediatos, servindo de declaração autoritária sobre quem era Jesus e qual o significado de Sua vida para nós outros.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 400-401.

 

 

Jesus, como os judeus da época do Antigo Testamento, criam que a fidedignidade das Escrituras não abrangia ape nas os seus ensinamentos mais importantes, mas também detalhes mais insignificantes: “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido” (Mt 5.18). Essa perspectiva foi reiterada pelo apóstolo Paulo (At 24.14; 2 Tm 3.16). Desse modo, a autoridade de Jesus e de Paulo apoiam a crença em tudo o que a Escritura assevera. Espera-se daqueles que chamam Jesus de Senhor e aceitam seus ensinamentos, que tenham as Escrituras em alta conta, como Jesus as tinha. Os conceitos de inspiração e infalibilidade verbais podem ser delimitados ã época dos pais da Igreja Primitiva. Não são idéias novas. A inspiração verbal parece implicar em inerrância, visto que, caso contrário, o Espírito Santo seria o autor do erro.

Philip Wesley Comfort. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 67-68.

 

 

   2.   O poder da Palavra de Deus.

  O seu poder se assemelha ao fogo que consome e purifica, bem como um martelo que despedaça a penha (Jr 23.29). As qualidades de fogo e martelo indicam que nada pode impedir o cumprimento da Palavra de Deus (Is 55.11; Jr 5.14) O seu poder também é capaz de derrubar fortalezas espirituais que fazem oposição ao conhecimento divino (2 Co 10.4,5). A Palavra de Deus tem poder, tal qual uma espada, para penetrar no mais íntimo do ser humano e julgar os pensamentos e intenções do coração (Hb 4.12). Quando tentado no deserto, o próprio Cristo derrotou Satanás usando o poder da Palavra. Ele venceu as sugestões do Diabo ao fazer citações das Escrituras (Mt 4 -4 ,7 ,10).  

Comentário

 

O seu poder se assemelha ao fogo que consome e purifica, bem como um martelo que despedaça a penha (Jr 23.29). As qualidades de fogo e martelo indicam que nada pode impedir o cumprimento da Palavra de Deus (Is 55.11; Jr 5.14). O seu poder também é capaz de derrubar fortalezas espirituais que fazem oposição ao conhecimento divino (2 Co 10.4,5). A Palavra de Deus tem poder para penetrar, tal qual espada de dois gumes, no mais íntimo do ser humano e julgar os pensamentos e intenções do coração (Hb 4.12).

Quando tentado no deserto, o próprio Cristo derrotou Satanás usando o poder da Palavra. Ele venceu as sugestões do Diabo ao fazer citações das Escrituras (Mt 4.4,7,10).

Outrossim, nossa Declaração de Fé ressalta que “a Bíblia revela o seu poder de forma clara e inconfundível. Ela emprega uma metáfora para mostrar esse poder quando chama a si mesma de “a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.17)”.27 Assim, fazendo uso de linguagem retirada do contexto militar romano, Paulo exorta os cristãos a empunharem a “espada do Espírito” identificada como a “Palavra de Deus”.

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Não obstante, a Bíblia continua sendo o livro mais extensivamente impresso, o mais largamente traduzido e o mais frequentemente lido em todo o mundo. Suas palavras são entesouradas nos corações de multidões como nenhumas outras. Todos aqueles que recebem seus dons de sabedoria e promessas de nova vida e poder eram, em princípio, estranhos à sua mensagem de redenção, sendo que muitos eram hostis aos seus ensinamentos e exigências espirituais. Em todas as gerações, evidencia-se seu poder de desafiar as pessoas de todas as raças e nações. Aqueles que apreciam a Bíblia — porque sustenta a esperança futura, dá sentido e poder para o presente e correlaciona um passado mal vivido com a graça perdoadora de Deus — não estariam experimentando tais recompensas interiores se as Escrituras não fossem aceitas por eles como a verdade autoritária e divinamente revelada. Para o crente, a Escritura é a Palavra de Deus dada na forma objetiva das verdades proposicionais por meio de profetas e apóstolos divinamente inspirados, e o Espírito Santo é o Doador da fé mediante essa Palavra.

Philip Wesley Comfort. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 45-46.

 

 

O poder da Palavra de Deus. A Bíblia revela o seu poder de forma clara e inconfundível. Ela emprega uma metáfora para mostrar esse poder quando chama a si mesma de “a espada do Espirito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.17). O seu poder é capaz de destruir as fortalezas de Satanás6, como também pode penetrar no mais íntimo do ser humano. O próprio Senhor Jesus Cristo derrotou Satanás usando o poder das Escrituras Sagradas quando foi tentado por este no deserto. Jesus evitou qualquer outro argumento, abriu mão do uso de seus poderes sobrenaturais, característicos do seu ministério terreno, e disse apenas “está escrito”, e isso por três vezes. Citou a Lei de Moisés, o livro de Deuteronômio:”[…] Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4);”[…] Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus” (v. 7); […] Porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (v. 10).

Soares. Esequias,. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pag. 28.

 

   3.   O propósito da Bíblia.

  Nossa Declaração de Fé ensina que “a Bíblia é a mensagem clara, objetiva, entendível, completa e amorosa de Deus, cujo alvo principal é, pela persuasão do Espírito Santo, levar-nos à redenção em Jesus Cristo” (Jo 16.8; 1 Jo 1.1-4). Nela também se encontram revelados os códigos morais para a sociedade. Ratifica-se que a moral bíblica não se relativiza, pois, seus valores são absolutos (Ap 22.18,19). Nessa compreensão, a Bíblia é a revelação de Deus e de sua vontade à humanidade. Dessa forma, o compromisso inegociável da Igreja deve ser de fidelidade e propagação da mensagem bíblica para a salvação e libertação dos pecadores (1 Tm 1.15).  

Comentário

 

Nossa Declaração de Fé ensina que “a Bíblia é a mensagem clara, objetiva, entendível, completa e amorosa de Deus, cujo alvo principal é, pela persuasão do Espírito Santo, levar-nos à redenção em Jesus Cristo”28 (Jo 16.8; 1 Jo 1.1-4). Nesse diapasão, o teólogo pentecostal Antônio Gilberto escreve que:

Tudo que Deus tem para o homem e requer do homem, e tudo o que o homem precisa saber espiritualmente da parte de Deus, quanto à sua redenção, conduta cristã e felicidade eterna, está revelado na Bíblia.

Tudo o que o homem tem a fazer é tomar o livro e apropriar-se dele pela fé. O autor da Bíblia é Deus, seu real intérprete é o Espírito Santo, e seu tema central é o Senhor Jesus Cristo.

Nessa perspectiva, reconhecemos em ambos os Testamentos a presença da história da salvação com o propósito de restaurar o homem a Deus. Neles também estão revelados os códigos morais para a sociedade. Enfatiza-se que a mensagem bíblica e seu propósito não se relativizam, pois, seus valores são absolutos e portadores de autoridade divina (Ap 22.18,19). Nessa compreensão, consolida-se a Bíblia como a revelação de Deus e de sua vontade à humanidade. Dessa forma, o compromisso inegociável da Igreja deve ser de fidelidade e propagação da Palavra de Deus para a salvação e libertação de pecadores (1 Tm 1.15).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Qual é a importância da Bíblia para a vida das pessoas?

Existem várias maneiras de responder essa pergunta. Alguns dizem: “A Bíblia?

É apenas mais um livro. Alguns sábios provérbios aqui e ali misturados com muitas genealogias, mitos e visões loucas.”

Um segundo grupo responde algo como: “É claro que sei que a Bíblia é importante – pelo menos, é o que diz meu pastor. Ele a cita o tempo todo e a balança no ar. Mas eu não a leio muito – não a entendo muito bem.”

Um terceiro grupo, porém, se alinharia com Sir Walter Scott, um famoso romancista e poeta inglês, que também era um cristão dedicado. Em seu leito de morte, Scott disse ao seu secretário: “Traga-me o Livro.” Seu secretário olhou para os milhares de livros na biblioteca de Scott e perguntou: “Qual deles, Dr. Scott?”

“O Livro”, respondeu Scott. “A Bíblia – o único livro para um moribundo!”

O cristão dedicado acrescentaria que a Bíblia não é apenas o único livro para o moribundo, mas também o é para o homem vivo, pois é a Palavra de Deus.

Em qual dessas três categorias você se encaixa? Obviamente, o primeiro grupo representa a resposta típica do mundo secular. Ele não conhece Cristo e aceita apenas o que parece concordar com sua sabedoria humana. Para esse grupo, a Bíblia tem pouca importância e ainda menos autoridade.

O segundo grupo inclui muitos membros de igrejas e até mesmo alguns cristãos.

Eles sabem que a Bíblia é importante e que ela deveria ter prioridade e autoridade sobre suas vidas, mas não fazem uso pessoal dela. Negligenciam seus ensinamentos e raramente abrem a Bíblia. Dependem dos pastores, professores ou palestrantes, para que eles a expliquem para eles. Pouco aplicam o que as Escrituras ensinam. A Bíblia permanece um livro de regras misterioso, um tanto confuso, que eles devem engolir de maneira submissa, como uma vitamina amarga todos os dias antes do café da manhã.

O terceiro grupo vê a Bíblia de forma bem diferente. Para estes, as Escrituras vivem e estão repletas de verdades excitantes. Esse grupo não vive apenas de pão, “mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4:4).

MacArthur., Jhon, Por que crer na Bíblia. Editora Thomas Nelson. 2. ed. 2017.

 

 

São dois os propósitos das Escrituras Sagradas: revelar o próprio Deus e expressar a sua vontade à humanidade. Pelo primei- ro, dentre outras formas de revelação, Deus graciosamente revelou a si mesmo pela Palavra: “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nos falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho” (Hb 1.1). Pelo segundo propósito, Deus expressa claramente a sua vontade redentora a todos e a cada um dos seres humanos sem nenhuma acepção de pessoas, por meio da fé em Jesus Cristo: “Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé emfé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (Rm 1.17). Assim sendo, o Senhor Jesus Cristo é o centro das Escrituras. Ele mesmo disse: ״São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo 0 que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Tudo o que precisamos saber sobre Deus e a nossa redenção está suficientemente revelado em sua Palavra. Ela é o manual de Deus para toda a humanidade, e suas instruções visam, também, à felicidade humana e o bem-estar espiritual e social de todos os seres humanos.

Soares. Esequias,. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pag. 27-28.

SÍNTESE DO TÓPICO III

A Palavra de Deus é poderosa, autoridade infalível em matéria de fé e prática, cujo alvo principal é levar-nos à redenção em Jesus Cristo.

 

AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

“ O Professor que veio de Deus Em uma convenção da Evangelical Press Association (Associação das Editoras Evangélicas), A. W. Tozer, preocupado com 0 povo evangélico, recomendou quatro linhas de ação: 1- Os evangélicos precisam apresentar um cristianismo característico do século XX que seja manifestamente superior a qualquer outro estilo de vida. Somente a fé ancestral será capaz disso. Somente uma aplicação realista da fé aos dias de hoje pode torná-la eficaz. 2- Os evangélicos deviam fazer um chamado à ‘procriação espiritual’ e ir além das fileiras denominacionais e teológicas tradicionais, a fim de alcançar novas e vivificantes linhas de ação e pensamento. Tal veio de poder está disponível através da comunhão com todos aqueles que creem na divindade de Cristo e na infalibilidade e autoridade das Escrituras Sagradas. 3- Os evangélicos deviam parar de seguir tendências e começar a lançá-las. O mundo buscará nossa liderança quando avançarmos pelos campos da ação cristã com uma agenda nova e revigorada. Atrairemos os formadores de opinião a novos e elevados patamares de visão e realização e, juntamente com eles, a massa. 4- Os evangélicos carecem de uma nova ênfase na ‘interioridade’ da fé cristã. Devem dar menos atenção às superficialidades e aos aspectos exteriores do cristianismo, dedicando a uma vida mais profunda com Cristo em Deus” (LEBAR, Lois E. Educação que é Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.55).  

CONCLUSÃO

  As Escrituras são de origem divina. Deus se deu a conhecer por meio da história, do universo, da humanidade, de Cristo e das Escrituras. A autenticidade da Bíblia é confirmada por evidências internas e externas. A Palavra de Deus é a nossa autoridade final de fé e prática. O teólogo Antônio Gilberto escreveu que “o autor da Bíblia é Deus, seu real intérprete é 0 Espírito Santo, e seu tema central é o Senhor Jesus Cristo”.  

VOCABULÁRIO

Penha: grande massa de rocha saliente e isolada.  

REVISANDO O CONTEÚDO

 

  1. O que Pedro enfatiza a respeito dos escritos sagrados?

Pedro enfatiza que os escritos sagrados não têm sua origem nos homens, m as no próprio Deus (2 Pe 1.20,21).  

  1. O que é Revelação Geral?

Chama-se revelação geral aquela em que Deus se fez conhecer em toda a parte por meio da História, do Universo e da Natureza Humana.  

  1. Caracterize a Revelação Especial.

Reconhecemos a revelação especial tanto no Verbo vivo, Jesus Cristo, quanto nas Escrituras Sagradas (Jo 1.1; 5.39). É por meio da revelação contida nas Escrituras que conhecemos a Pessoa de Cristo.  

  1. Cite as três evidências internas que autenticam as Escrituras.

Unidade e consistências das Escrituras; Ação do Espírito Santo nas Escrituras; Profecias de eventos futuros nas Escrituras.  

  1. Como podemos ratificar que a Bíblia é a autoridade final?

Todas as doutrinas necessárias para a salvação já nos foram transmitidas pelas Escrituras e que nenhuma tradição humana pode acrescer ou retirar coisa alguma (Ap 22.18,19). Assim, ratifica-se que a Bíblia é a fonte final de autoridade.  

ELABORADO: Pb Alessandro Silva.

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4 respostas para “1 LIÇÃO 1 TRI 2022 A AUTORIDADE DA BÍBLIA”

  1. Amei o estudo proporcionado pelo seu estudo nessa lição. Fiquei até com vontade de estudar Teologia. Deus o abençoe.

  2. Revelação geral aquela em que Deus se fez conhecer em toda a parte por meio da história do universo e da natureza humana

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