10 Lição 1 Tri 21 O Senhor Jesus Cura Hoje

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Texto Áureo

É ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidade. As 103.3

Verdade Prática

A cura de enfermidades é um dos benefícios da obra redentora do Calvário.

OBJETIVO GERAL

Esclarecer que a cura divina acontece hoje.

10 Lição 1 Tri 21 O Senhor Jesus Cura Hoje

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Conceituar a cura divina na Bíblia

Pontuar a cura divina como parte da salvação

Refletir sobre a cura divina e os desafios atuais

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LEITURA DIÁRIA

Segunda – Êx 15.26 – A cura de enfermidades é uma promessa de Deus desde o Antigo Testamento

Terça – Mt 10.8 – O Senhor Jesus nos deu poder para curar enfermos

Quarta – Mc 6.13 – Os discípulos de Jesus ungiam os enfermos com óleo, e os curavam

Quinta – Mc 16.15-20 – A cura de enfermos acompanha a pregação do Evangelho

Sexta – 1 Co 12.9 – Os dons de curar estão entre os dons espirituais e, por isso, são atuais

Sábado – Tg 5.14-16 – Ungir os enfermos para trazer a cura é uma prática atual

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Isaías 53:4-6; Mateus 8:16,17

Isaías 53:4-6

4. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.

5. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

6. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.

Mateus 8:16,17

16. E, chegada à tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos;

17. Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.

HINOS SUGERIDOS: 7; 415; 517 da Harpa Cristã

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INTERAGINDO COM O PROFESSOR

A mensagem sobre a cura divina é uma doutrina importante pelos pentecostais. É a percepção de que o Evangelho é pleno, diz respeito tanto à alma quanto ao corpo. É preciso reafirmar essa doutrina em nossos dias. A cura divina é um dos muitos sinais que confirmam a mensagem do Evangelho. A igreja antiga esperava que essa realizada acontece enquanto se proclamava a mensagem da salvação de salvação. Assim como Jesus curou no passado, Ele continua a fazer atualmente. Nosso Senhor sentia-se compelido a curar pessoas, sua compaixão era visível quando se relacionava com os doentes. Essa imagem também deve ser a de toda igreja que vive na dimensão do Espirito Santo.

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INTRODUÇÃO

Assim como Jesus fez no passado, Ele deseja atualmente curar e libertar os enfermos e os oprimidos. Ele demonstrou misericórdia e compaixão ao tomar sobre si as nossa enfermidades e dores. O caráter e a compaixão de Jesus permanecem na atualidade. Deus é fiel para curar as nossas enfermidades.

Comentário
A CURA DIVINA

Mt 8.16,17 “E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou a todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.”

A PROVISÃO REDENTORA DE DEUS. (1) O problema das enfermidades e das doenças está fortemente vinculado ao problema do pecado e da morte, i.e., às consequências da queda. Enquanto a ciência médica considera as causas das enfermidades e das doenças em termos psicológicos ou psicossomáticos, a Bíblia apresenta as causas espirituais como sendo o problema subjacente ou fundamental desses males. Essas causas são de dois tipos: (a) O pecado, que afetou a constituição física e espiritual do homem (e.g., Jo 5.5,14), e (b) Satanás (e.g., At 10.38; cf. Mc 9.17, 20.25; Lc 13.11; At 19.11,12).

(2) A provisão de Deus através da redenção é tão abrangente quanto as consequências da queda.

Para o pecado, Deus provê o perdão; para a morte, Deus provê a vida eterna, e a vida ressurreta; e para a enfermidade, Deus provê a cura (cf. Sl 103.1-5; Lc 4.18; 5.17-26; Tg 5.14,15). Daí, durante a sua vida terrestre, Jesus ter tido um tríplice ministério: ensinar a Palavra de Deus, pregar o arrependimento (o problema do pecado) e as bênçãos do reino de Deus (a vida) e curar todo tipo de moléstia, doença e enfermidade entre o povo (4.23,24).

A REVELACÃO DA VONTADE DE DEUS SOBRE A CURA. A vontade de Deus no tocante à cura divina é revelada de quatro maneiras principais nas Escrituras.

(1) A declaração do próprio Deus. Em Êx 15.26 Deus prometeu saúde e cura ao seu povo, se este permanecesse fiel ao seu concerto e aos seus mandamentos (ver Êx 15.26, nota). Sua declaração abrange dois aspectos: (a) “Nenhuma das enfermidade porei sobre ti [como julgamento], que pus sobre o Egito”; e (b) “Eu sou o SENHOR, que te sara [como Redentor]”. Deus continuou sendo o Médico dos médicos do seu povo, no decurso do AT, sempre que os seus sinceramente se dedicavam a buscar a sua face e obedecer à sua Palavra (cf. 2Rs 20.5; Sl 103.3).

(2) O ministério de Jesus. Jesus, como o Filho encarnado de Deus, era a exata manifestação da natureza e do caráter de Deus (Hb 1.3; cf. Cl 1.15; 2.9). Jesus, no seu ministério terreno (4.23,24; 8.14-16; 9.35; 15.28; Mc 1.32-34,40,41; Lc 4.40; At 10.38), revelava a vontade de Deus na prática (Jo 6.38; 14.10), e demonstrou que está no coração, na natureza e no propósito de Deus curar todos os que estão enfermos e oprimidos pelo diabo.

(3) A provisão da expiação de Cristo. (Is 53.4,5; Mt 8.16,17; 1Pe 2.24). A morte expiatória de Cristo foi um ato perfeito e suficiente para a redenção do ser humano total — espírito, alma e corpo.

Assim como o pecado e a enfermidade são os gigantes gêmeos, destinados por Satanás para destruir o ser humano, assim também o perdão e a cura divina vêm juntos como bênçãos irmanadas, destinadas por Deus para nos redimir e nos dar saúde (cf. Sl 103.3; Tg 5.14-16). O crente deve prosseguir com humildade e fé e apropriar-se da plena provisão da expiação de Cristo, inclusive a cura do corpo.

(4) O ministério contínuo da igreja. Jesus comissionou seus doze discípulos para curar os enfermos, como parte da sua proclamação do reino de Deus (Lc 9.1,2,6). Posteriormente, Ele comissionou setenta discípulos para fazerem a mesma coisa (Lc 10.1, 8,9, 19). Depois do dia de Pentecoste o ministério de cura divina que Jesus iniciara teve prosseguimento através da igreja primitiva como parte da sua pregação do evangelho (At 3.1-10; 4.30; 5.16; 8.7; 9.34; 14.8-10; 19.11,12; cf. Mc 16.18; 1Co 12.9,28,30; Tg 5.14-16). O NT registra três maneiras como o poder de Deus e a fé se manifestam através da igreja para curar: (a) a imposição de mãos (Mc 16.15-18; At 9.17); (b) a confissão de pecados conhecidos, seguida da unção do enfermo com óleo pelos presbíteros (Tg 5.14-16); e (c) os dons espirituais de curar concedidos à igreja (1Co 12.9). Note que são os presbíteros da igreja que devem cuidar desta “oração da fé”.

IMPEDIMENTOS À CURA.

Às vezes há, na própria pessoa, impedimentos à cura divina, como: (1) pecado não confessado (Tg 5.16); (2) opressão ou domínio demoníaco (Lc 13.11-13); (3) medo ou ansiedade aguda (Pv 3.5-8; Fp 4.6,7); (4) insucessos no passado que debilitam a fé hoje (Mc 5.26; Jo 5.5-7); (5) o povo (Mc 10.48); (6) ensino antibíblico (Mc 3.1-5; 7.13); (7) negligência dos presbíteros no que concerne à oração da fé (Mc 11.22-24; Tg 5.14-16); (8) descuido da igreja em buscar e receber os dons de operação de milagres e de curas, segundo a provisão divina (At 4.29,30; 6.8; 8.5,6; 1Co 12.9,10,29-31; Hb 2.3,4); (9) incredulidade (Mc 6.3-6; 9.19, 23,24); e (10) irreverência com as coisas santas do Senhor (1Co 11.29,30). Casos há em que não está esclarecida a razão da persistência da doença física em crentes dedicados (e.g., Gl 4.13,14; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20).

Noutros casos, Deus resolve levar seus amados santos ao céu, durante uma enfermidade (cf. 2Rs 13.14,20).

O QUE DEVEMOS FAZER QUANDO EM BUSCA DA CURA DIVINA.

O que deve fazer o crente quando ora pela cura divina para si?

(1) Ter a certeza de que está em plena comunhão com Deus e com o próximo (6.33; 1Co 11.27-30; Tg 5.16; ver Jo 15.7 nota).

(2) Buscar a presença de Jesus na sua vida, pois é Ele quem comunica ao coração do crente a necessária fé para a cura (Rm 12.3; 1Co 12.9; Fp 2.13; ver Mt 17.20, nota sobre a fé verdadeira).

(3) Encher sua mente e coração da Palavra de Deus (Jo 15.7; Rm 10.17).

(4) Se a cura não ocorre, continuar e permanecer nEle (Jo 15.1-7), examinando ao mesmo tempo sua vida, para ver que mudanças Deus quer efetuar na sua pessoa.

(5) Pedir as orações dos presbíteros da igreja, bem como dos familiares e amigos (Tg 5.14-16).

(6) Assistir a cultos em que há alguém com um autêntico e aprovado ministério de cura divina (cf. At 5.15,16; 8.5-7).

(7) Ficar na expectativa de um milagre, i. e., confiar no poder de Cristo (7.8; 19.26).

(8) Regozijar-se caso a cura ocorra na hora, e ao mesmo tempo manter-se alegre, se ela não ocorrer de imediato (Fp 4.4,11-13).

(9) Saber que a demora de Deus em atender as orações não é uma recusa dEle às nossas petições.

Às vezes, Deus tem em mente um propósito maior, que ao cumprir-se, resulta em sua maior glória (cf. Jo 9.13; 11.4, 14,15, 45; 2Co 12.7-10) e em bem para nós (Rm 8.28).

(10) Reconhecer que, tratando-se de um crente dedicado, Deus nunca o abandonará, nem o esquecerá. Ele nos ama tanto que nos tem gravado na palma das suas mãos (Is 49.15,16).

Nota: A Bíblia reconhece o uso apropriado dos recursos médicos (9.12; Lc 10.34; Cl 4.14).

Stamps, Donald C,. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD. pag. 1402.

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PONTO CENTRAL:

A cura divina é para hoje.

I-A CURA DIVINA NA BÍBLIA

A cura divina na Bíblia tem a ver com a saúde pública no Antigo Testamento, a prevenção de doenças como uma orientação bíblica e as curas de Jesus no Novo Testamento.

1. A saúde pública no Antigo Testamento.

Em Israel, a saúde era uma promessa de Deus, mas o povo tinha que fazer a sua parte. Deus garantiu a saúde dos filhos de Israel desde que eles cumprissem os termos do Pacto do Sinai: “nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR, que te sara” (Êx 15.26). A vida dos israelitas era centrada no seu Deus (Dt 6.4-9; 30.20). A cura de enfermidades em Israel era essencialmente milagrosa, principalmente acerca das doenças graves. O remédio não estava nos médicos como nos povos vizinnos, mas em Deus (Jr 17.14; 30.17).

Comentário

Deus Cura. Deus cura aos que Lhe são obedientes. Entre as bênçãos da espiritualidade achamos a bênção da cura física. O autor sagrado temia as enfermidades próprias do Egito, incluindo suas diversas doenças endêmicas. Ele queria que os israelitas não fossem inoculados por essas doenças. Cf. Núm. 21.4-9; Deu. 7.15; 28.27,60; Sal. 103.3. Yahweh desafiou o Seu povo a evitar as pragas do Egito, para que aprendessem bem as lições que Ele lhes estava dando.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 370.

Saúde Entre os Israelitas

Em notável contraste, os israelitas gozavam comparativamente de boa saúde. Eles haviam recebido promessas de Deus de que, guardando os seus mandamentos, nenhuma das doenças que afligiram os egípcios cairia sobre eles (Êx 15.26).

A. Importância das leis do Pentateuco para a saúde de Israel. Considerando o fato de que Moisés foi instruído em toda sabedoria dos egípcios (At 7.22), é surpreendente que nenhuma das panacéias fantásticas do período aparecem no Pentateuco. McMillen conclui que há apenas uma única resposta para isto: que as instruções médicas do Pentateuco realmente foram dadas a Moisés por Deus, como ele diz que foram. Além disso, é notável que o que Moisés registrou tem suportado o teste do tempo. Na verdade, o mecanismo pelo qual a raça judaica tem sido preservada através dos séculos é, sem dúvida, encontrado nas medidas sanitárias observadas pelos judeus na Europa, durante os flagelos terríveis que oprimiram os vizinhos de Israel nos períodos antigo e medieval. Essa sobrevivência ocorreu a despeito dos guetos abarrotados das grandes cidades, que estavam cheias de tuberculose. Short comenta que sem dúvida esta sobrevivência é um atestado da providência divina, enquanto que, de um ponto de vista secular, foi descrita como possível pelos hábitos saudáveis da vida baseados nas instruções médicas do Pentateuco.

MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 1310.

Ele lhes diz (v. 26): (1) O que esperava deles, que era, em uma palavra, obediência. Eles devem ouvir atentamente a sua voz, e dar ouvidos aos Seus mandamentos, para que possam conhecer o seu devei’ e não transgredir devido à ignorância. E devem tomar cuidado em tudo o que fizerem, para que tudo esteja bem aos olhos de Deus. Eles devem observar todos os Seus estatutos. Eles não devem pensar, agora que foram libertados da sua escravidão no Egito, que não tinham senhor sobre si mesmos, e que eram os seus próprios senhores. Mas nem por isto devem se considerar escravos de Deus, porque Ele soltou as suas ataduras, Salmos 116.16; Lucas 1.74,75.

(2) Então, o que eles podem esperar dele: “Nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito”. Isto significa que, se forem rebeldes e desobedientes, as mesmas pragas que eles tinham visto infligir os seus inimigos seriam trazidas sobre eles. Assim foi ameaçado, Deuteronômio 28.60. Os julgamentos de Deus, sobre o Egito, assim como eram misericórdias para Israel, abrindo o caminho para a sua libertação, também eram advertências para Israel, e destinados a atemorizá-los, e levá-los à obediência. Que os israelitas não pensem que – porque Deus os tinha honrado tanto nas grandes coisas que tinha feito por eles, e tinha proclamado ao mundo todo que eles eram os Seus favoritos – Ele toleraria os seus pecados e deixaria que fizessem o que desejassem. Não. Deus não deve respeito à pessoa dos ímpios.

Um israelita rebelde não merece nada melhor do que um egípcio rebelde. E isto eles descobriram, para sua própria perda, antes de chegar a Canaã. “Mas, se você for obediente, estará a salvo e feliz”. A ameaça está somente implícita, mas a promessa é expressa: “Eu sou o Senhor, que te sara”, e que cuidará do teu consolo, onde estiveres. Observe que Deus é o grande médico. Se nós estivermos bem, podemos ter a certeza de que é Ele que nos conserva bem. Se estivermos mal, é Ele que nos recupera; Ele é a nossa vida, e a extensão dos nossos dias.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 276-277.

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2. A prevenção de doenças é bíblica.

A alimentação saudável e a higienização adequada são bons hábitos que contribuem para a boa saúde. Quando a lei de Moisés instrui o povo sobre o padrão de higiene em Levítico 15 e os preceitos dietéticos no capítulo 17, embora parte da purificação fosse cerimonial, o objetivo principal era saúde da população. Isso mostra o interesse divino na saúde pública e individual (Jr 8.22). A religião, nesse caso, se constitui num veículo eficaz para a conscientização coletiva. O Novo Testamento mostra que a finalidade era uma questão de saúde pública e não purificação espiritual para a salvação ou santificação (Mt 15.17-20; Rm 14.2; lTm 4.3-5).

Comentário

Acaso não há bálsamo em Gileade? ou não há lá médico? O bálsamo era uma resina da árvore Styrax, que tornava Gileade, na Transjordânia, famosa. Usada com fins medicinais, era exportada.

Ver Jer. 46.11; 51.8; Eze. 22.17; Gên. 37.35. Sem dúvida havia alguma genuína propriedade curativa na substância, pois, de outra maneira, não seria tão largamente procurada e aplicada. Judá, em seu tempo de grave aflição, não tinha bálsamo nem da parte dos homens nem da parte de Deus. Seus sofrimentos não tinham alívio algum e resultariam na morte. Essa resina, que era a base do bálsamo, também era empregada como um dos elementos do embalsamamento (ver Gên. 37.25; 43.11; Jer. 46.11 e 51.8). Um emplastro preparado com tais gomas era usado para curar ferimentos. Judá estava destituída de curadores e de medidas curativas. A Lei e os Profetas eram bálsamos espirituais que o povo tinha rejeitado, não havendo cura na hora da crise. De modo geral, os hebreus rejeitavam os médicos como curadores legítimos, visto que acreditavam que toda enfermidade resultava do pecado. Por conseguinte, somente Yahweh era o curador legítimo. Ver Sal. 103.3:

Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades.

Além do mais, os médicos antigos misturavam em sua prática médica os encantamentos, a mágica, e, algumas vezes, chegavam a invocar os mortos em suas curas. Mas não parece que a regra da “cura exclusivamente divina” era aplicada à medicina herbal, que o povo de Israel aparentemente usava, provavelmente raciocinando que o Ser divino poderia usar as ervas, caso pensasse que esse uso fosse correto, e não as usaria, caso pensasse que fosse errado.

Seja como for, a filha do povo de Deus (ver os comentários a respeito no vs. 19 deste capítulo) não recebia alívio de parte alguma, fosse ele divino ou natural, o que significa que permanecia espiritualmente doente e em aflição. Ou então a enfermidade consistia na fome que estava provocando mortes em massa.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3014.

Podemos sentir a profunda dor no coração do profeta quando ele volta a se expressar: Porventura, não há unguento (bálsamo) em Gileade? (22). A resposta esperada é: Sim. Gileade era conhecida, de longa data, pelo bálsamo feito da resina da almecegueira. Não há lá médico? Novamente, a resposta esperada é: Sim. Visto que há um médico por perto, e um remédio à mão, por que, pois, não há cura? Só existe uma resposta. O povo não buscou a ajuda do Médico. Eles não procuraram o remédio. Eles negligenciaram a única fonte segura de ajuda. Negligentes, cegos e teimosos, eles se precipitam impetuosamente em direção ao precipício da ruína.

C. Paul Gray. Comentário Bíblico Beacon. Jeremias. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 288.

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3. O Novo Testamento: as curas de Jesus.

Israel dependia mais de Deus, e a sua garantia da saúde estava na obediência. O número de enfermos era alto, e as curas efetuadas por Jesus logo chamaram a atenção do povo (Mt 4.23- 25). Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores (1 Tm 1.15), no entanto, por causa da miséria humana, operou muitos milagres, prodígios e maravilhas. 0 Senhor se compadecia dos enfermos, dos oprimidos e de todos os de espírito abatido, porque essas pessoas andavam como ovelhas que não têm pastor (Mt 9.36; Mc 6.34). A compaixão era a principal motivação de Jesus para ministrar ao povo, e isso não mudou com o tempo, pois a promessa de cura divina continua valendo (Mc 16.17-20).

Comentário
Jesus curou toda sorte de doenças e enfermidades (4.23).

A palavra grega malakian descreve a doença ocasional, ao passo que a palavra grega noson descreve a doença crônica. Jesus cuidou da alma e do corpo, das necessidades espirituais e das necessidades físicas. Seu ministério foi marcado pela compaixão. A dor que latejava no peito das pessoas doía também em seu coração. Seu ministério não foi dentro de quatro paredes. Ele saía para encontrar as pessoas onde elas estavam, e elas vinham a ele de onde estavam. Ele estancou o sofrimento efêmero e resolveu o problema eterno. Trouxe pleno perdão para os pecados e pleno alívio para as dores. Seu ministério de socorro aos aflitos pavimenta o caminho para a igreja seguir suas pegadas. Não obstante nos fale o poder pleno e absoluto que nele há, devemos ser revestidos de sua compaixão a fim de exercermos, dentro de nossos limites, o exercício da misericórdia. A igreja não pode olvidar aqueles que sofrem.

Não pode passar de largo daqueles que jazem feridos à beira do nosso caminho. A igreja é o braço estendido da misericórdia de Deus num mundo enfermo que soluça e geme sem esperança. O que pulsa no coração de Deus deve também pulsar em nosso coração. A misericórdia não é para ser discutida, mas para ser praticada!

William Hendriksen diz que os milagres de cura que Cristo realizou tinham um significado tríplice: 1) Confirmavam sua mensagem (Jo 14.11); 2) Revelavam que de fato ele era o Messias da profecia (11.2-6; Is 35.5; 53.4,5; 61.1); 3) Provavam que, em certo sentido, o reino já havia chegado, porque o reino inclui bênçãos tanto para O corpo como para a alma.

O esplêndido sucesso do ministério de Jesus (4.24,25)

Mateus faz um registro eloquente, embora sucinto, do esplêndido sucesso do ministério de Jesus. Sua fama avançou além das fronteiras de Israel, chegando à Síria. Levaram a Jesus todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e paralíticos, e a todos ele curou. Numerosas multidões vinham a ele de Jerusalém, Judeia, dalém do Jordão, bem como de Decápolis, ou seja, das dez cidades que se estendiam do nordeste de Samaria ao nordeste da Galileia: Damasco, Canata, Diom, Hipos, Gadara, Abila, Citópolis, Pela, Geresa e Filadélfia. Mounce diz que Decápolis era uma federação de dez cidades helenísticas que haviam sido incorporadas à Judeia; mais tarde, elas seriam tiradas de sob o controle judaico, por Pompeu, passando a fazer parte da Síria.

LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 122-123.

O Ministério Triplo de Jesus (4.23-25). Este sumário do ministério de Jesus um é dos muitos que Mateus dá aos leitores (e.g.,Mt8.l6;9.35; 12.15; 14.35,36; 15.30,31; 19-1,2). Esta descrição geral é programática para o ministério de Jesus. Na maior parte, Mateus enfoca a obra de Jesus na Galileia. Ele também focaliza a população judaica, visto que era frequente a atividade de Jesus nas sinagogas (Mt 4.23); Jesus manifestou relutância geral em proclamar as boas-novas aos gentios e samaritanos nessa ocasião (cf. Mt 10.5,6). Note também que Mateus está escrevendo numa época em que o cisma entre judeus e cristãos está completo: “Ensinando nas suas sinagogas” (Mt 4.23, ênfase minha; veja também Mc 1.39; Lc 4.15).

Ensinar, proclamar as boas-novas do Reino e curar todas as doenças são as três atividades principais de Jesus e tornam- se sinal do seu messiado e do irrompimento escatológico da nova era de Deus, que sacudirá, destruirá ou mudará as instituições da antiga era. Estas são as marcas distintivas do seu trabalho, o qual será rematado por sua obra última na cruz e na ressurreição e será perpetuado na comunidade que Ele comissiona para sucedê-lo (Mt 10.1-40; 28.16-20).

A fama de Jesus se espalha pelo território circunvizinho, e muitos trazem os doentes para serem alvo do seu poder compassivo e ouvirem sua pregação e ensino. Este ministério é propício para explicar como em poucos anos Jesus chamou a atenção de pagãos, judeus, ricos, pobres e os poderes temporais com os quais Ele colidiu. Também explica a origem da “multidão” (Mt 5.1) que está presente para ouvir o Sermão da Montanha que vem a seguir.

As doenças que Jesus curou são arroladas em detalhes e merecem discussão. Jesus curou pessoas com enfermidades, moléstias ou incômodos, em dor ou tormento severos e sob ataque ou angústia; Ele ministrou aos possessos de demônios e aos que sofriam de ataques apopléticos, bem como aos acometidos de paralisia ou portadores de más-formações físicas. Os “lunáticos” (Mt 4.24) pode ser referência ao funcionamento neurológico deficiente da epilepsia, mas no Novo Testamento esta afecção às vezes é associada com a possessão demoníaca. Em Mateus 17.14-21, por exemplo, os sintomas clássicos de um ataque epiléptico são atribuídos a um espírito ou atividade maligna (cf. Mc 9.14-29; Lc 9-37-43). Nos escritos médicos daquele tempo muitas enfermidades eram associadas com um espírito (pneuma), e esta pode ser uma descrição protocientífica da enfermidade. É provável que seja inexato descrever em termos demoníacos a maioria dos sintomas semelhantemente epilépticos, mas Jesus e seus contemporâneos entendiam que alguns casos de ataque ou estados catatônicos eram resultado de influência espiritual maligna. Hoje, em tais episódios, deve-se procurar soluções médicas como também oração por cura, e talvez, em alguns casos, a clássica explicação do século I não deva ser excluída. Nos outros lugares no Evangelho de Mateus expulsão de demônios e curas são consideradas duas atividades distintas (e.g., Mt 8.14-17).

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. pag. 33-34.

SÍNTESE DO TÓPICO I

O ato de cura de enfermidade na Bíblia é essencialmente milagroso.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Ao se preparar para a aula, procure relacionar o maior número possível de passagens sobre cura na Bíblia. Organize essas passagens de um jeito que fique claro todo o processo progressivo da cura nas Sagradas Escrituras  até atingir sua plenitude no ministério de Jesus e dos apóstolos. Use uma boa concordância bíblica para lhe auxiliar nessa organização. À medida que for expondo o primeiro tópico, apresente essas passagens em ordem, a fim de que os alunos confirmem na Bíblia  o conceito da cura divina.

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II – A CURA DIVINA COMO PARTE DA SALVAÇÃO

O discurso profético de Isaías 53 anuncia a obra redentora de Jesus no Calvário. Encontramos alguns detalhes dessa palavra profética no Novo Testamento, que mostram com clareza que salvação e cura divina caminham juntas.

1. Salvação.

É um termo que se aplica a diversas ações de Deus no Antigo Testamento em favor de seu povo, como o livramento da escravidão, da fome, da espada e das enfermidades. A salvação da condenação eterna é o livramento do poder da maldição do pecado e a restituição do ser humano à comunhão com Deus (2 Co 5.19; Hb 2.15). Deus propôs a salvação para todas as pessoas (Tt 2.11), e as condições para isso são a fé em Jesus e o arrependimento dos pecados (At 3.15- 19). A vontade de Deus é a salvação de todos os seres humanos, mas para isso cada pessoa precisa se arrepender de seus pecados e se converter ao Senhor Jesus (At 17.30; 1 Tm 2.4).

Comentário
A manifestação da graça (2.11)

“Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (2.11). Só podemos ter uma vida santa A graça de Deus, o fundamento de uma vida santa por causa da epifania, “manifestação” da graça de Deus. A graça de Deus sempre existiu. Deus sempre foi gracioso. Porém, em Cristo, essa graça despontou majestosa da mesma forma que o romper da alva.

O substantivo epifaneia significa a visível aparição de alguma coisa ou de alguém que estava invisível. Essa palavra era usada no grego clássico em relação à alvorada, ao amanhecer, quando o sol transpõe a linha do horizonte e se torna visível. É a mesma palavra que aparece em Atos 27.20, quando Lucas diz que por vários dias nem o sol nem as estrelas apareceram [fizeram epifania], E claro que as estrelas ainda estavam no céu, mas não apareceram.

A graça de Deus brilhou como sol sobre aqueles que viviam nas regiões da sombra da morte. Essa graça se manifestou quando Jesus nasceu num a estrebaria, cresceu num a carpintaria e morreu numa cruz. Essa graça brilhou quando de seus lábios se ouviam palavras de vida eterna, quando ele curava os enfermos, purificava os leprosos, lançava fora os demônios e ressuscitava os mortos. A graça resplandeceu quando o Filho de Deus entregou sua vida na cruz e a reassumiu a gloriosa manhã da ressurreição. A graça se manifestou para resgatar o homem do seu maior mal e oferecer a ele o maior bem.

Destacamos três aspectos da epifania da graça:

Em primeiro lugar, a origem da graça (2.11). Paulo fala da graça de Deus. A graça tem sua origem em Deus. Ela emana de Deus. Embora Deus sempre tenha sido gracioso, pois é o Deus de toda a graça, ela se tornou visível em Jesus Cristo. A graça de Deus foi esplendorosamente mostrada em seu humilde nascimento, em suas graciosas palavras e em seus atos movidos de compaixão; mas, sobretudo, em sua morte expiatória.

A graça de Deus é totalmente imerecida. Não há nada em nós que reivindique o amor de Deus. Não há nenhum merecimento em nós. O amor de Deus tem nele mesmo sua causa. A graça é um favor imerecido. Deus trata de forma benevolente aqueles que merecem seu juízo.

Em segundo lugar, a natureza da graça (2.11). A graça de Deus é salvadora. A graça é o favor superabundante de Deus pelos pecadores indignos. Kelly diz que a graça de Deus representa o favor gratuito de Deus, a bondade espontânea mediante a qual ele intervém para ajudar e livrar os homens. E m Jesus, a graça de Deus desponta como um sol sobre o mundo escurecido pelas sombras da morte.

Gosto da definição de William Hendriksen:

A graça de Deus é seu favor ativo que outorga o maior de todos os dons a quem merece o maior de todos os castigos. Por isso, a graça triunfa sobre nossa iniquidade. Ela é maior do que o nosso pecado e melhor do que a nossa vida.

Onde abundou o pecado, superabundou a graça. Somos salvos pela graça. Vivemos pela graça. Dependemos da graça. Nada somos sem a graça. Por causa da graça, embora perdidos, fomos achados; embora mortos, recebemos vida.

Em terceiro lugar, a extensão da graça (2.11). A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. A epifania da graça não alcança todos os homens quantitativamente, mas todos os homens qualitativamente.

A salvação é universal no sentido de que alcança todos aqueles que são comprados para Deus, procedentes de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9), mas não no sentido de todos os homens, sem exceção. A salvação é universal porque A graça de Deus, o fundamento de uma vida santa alcança todos os homens sem acepção, mas não a todos os homens sem exceção. Não há universalismo na salvação.

O que a Bíblia ensina sobre a universalidade da graça de Deus é que ela rompe todas as barreiras, derruba todos os preconceitos e alcança pessoas de todos os gêneros, idades e posições (2.1-10). A graça é acessível a todos: homens e mulheres, idosos e jovens, escravos e senhores, judeus e gentios.

Nessa mesma linha de pensamento João Calvino afirma:

“A salvação é comum a todos”, e isso fica expressamente claro pelo fato de Paulo mencionar os escravos cristãos.

Porém, Paulo não alude aos homens no individual, mas destaca classes individuais, ou seja, diferentes categorias de pessoas.

Concluo esse ponto citando Albert Barnes; O plano de Deus tem sido revelado a todas as classes de homens e a todas as raças, inclusive servos e chefes; vassalos e reis; pobres e ricos; ignorantes e sábios.

LOPES. Hernandes Dias. TITO E FILEMOM. Doutrina e Vida, um binômio inseparável. Editora Hagnos. pag. 91-94.

Nossa palavra “salvação” vem do latim salvare, que significa “salvar”, e de salus, que significa “saúde” ou “ajuda”. A palavra hebraica traduzida em português por “salvação” indica segurança. O termo grego soteria, e suas formas cognatas, tem a ideia de cura, recuperação, redenção, remédio, bem-estar e resgate. Essa palavra pode ser usada em conexões totalmente físicas e temporais, ou no que diz respeito ao bem-estar da alma, presente e eterna.

A ideia de “salvar”, quando usada para indicar a salvação espiritual, fala do livramento do pecado, da degradação moral e das penas que devem seguir-se, como o julgamento divino. Mas o livramento também nos confere algo, a saber: o perdão, a justificação, a transformação moral e a vida eterna, que consiste na participação na própria vida de Deus, no seu “tipo” de vida. A discussão a seguir explica mais amplamente a natureza desse “livramento para alguma coisa”, bem como desse “livramento de alguma coisa”.

1. Salvação Segundo o Antigo Testamento

Embora a salvação com frequência apareça ali apenas como algo no tempo, como da ira de algum inimigo (“o justo viverá por sua fé”, em Hab. 2:4; fala da preservação física), há passagens, como Isa. 45: 17, Dan. 7: 13 ss. E Isa. 53, que entram no nível espiritual da salvação. Os rabinos, após o período patriarcal, criam na alma, no pós-vida, nos lugares celestiais. Mas, a salvação, nas páginas do Antigo Testamento, jamais tomou alguns aspectos revelados no Novo Testamento, especialmente no tocante à plenitude da filiação, em que os homens assumem a natureza do próprio Cristo, a fim de terem sua mesma glória e herança. Esse é um conceito que escapou a teologia dos judeus, e continua a ser ignorado e desconhecido na maioria das igrejas de hoje, onde a salvação é reduzida ao perdão dos pecados e à mudança de endereço para os céus, após a morte física.

2. Salvação no Novo Testamento.

Até mesmo uma leitura superficial revelará que nem todos os autores do Novo Testamento têm o mesmo ponto de vista acerca da salvação. Não obstante, seus pontos de vista são suplementares, e não contraditórios. A visão da plenitude da salvação é mais clara em alguns escritores sagrados do que em outros.

a. Nos Evangelhos Sinôpticos. A salvação vem por meio de Jesus (ver Luc. 19:9). Ele veio para salvar (ver Mar. 3:4; Luc. 4: 18; Mar. 18: 11; Luc. 9:56 e MaL 20:28). Sua missão impõe certa obrigação moral sobre os homens (Mar. 8:35; Luc. 7:50; 8:12; 13:24 e Mat. 10:22). A salvação requer um coração contrito, a receptividade como a de uma criança, a renúncia de tudo por causa de Cristo.

Ela nos conduz à vida eterna, à salvação da alma (ver Mat. 7:13,14 e Mar. 8:34 e ss.). Isso envolve a associação com Jesus em seu reino (ver Mat. 13; Mar. 8:38), que é visto como algo ao mesmo tempo celestial e terreno. Ver Mat. 3 2 e o artigo sobre a doutrina do Reino. Envolve a inquirição e a final possessão das perfeições morais (ver Mat. 5:48). Nos evangelhos sinópticos, entretanto, nunca temos a descrição dos níveis mais altos da transformação segundo a imagem de Cristo, em que passamos a ser o que ele é e a possuir o que ele tem. O evangelho normalmente pregado nas igrejas evangélicas se eleva somente até o nível dos evangelhos sinópticos, o que deixa de lado especiais e maiores revelações, como aquelas dadas a Pedro e. mormente, a Paulo.

b. No Evangelho de João.

Nesse evangelho temos um ponto de vista mais similar ao de Paulo do que aos dos evangelhos sinópticos. O princípio de filiação é associado à salvação, e isso é um discernimento penetrante. Fica subentendido que aquilo que é o Filho, nisso nos transformamos, pois também seremos autênticos filhos do Pai celeste. Somente no evangelho de João, de maneira mais clara e como descrição direta, é que temos o conceito da participação do homem na vida “necessária” e “independente” de Deus, o Pai. Há muitas “modalidades” de vida, a começar pelos animais unicelulares, passando por animais mais completos, do mar, da terra e dos ares.

Finalmente, chegamos ao homem, o qual incorpora em si mesmo os aspectos físico e espiritual da vida, de maneira especial. As evidências mostram que toda a vida é dual, e talvez imortal; pelo menos toda e qualquer vida tem uma porção psíquica, que talvez seja o controle real do desenvolvimento físico. A fotografia Kirliana tem demonstrado o fato. Trata-se de um processo fotográfico, similar à radiologia, que fotografa a aura existente ao redor de todas as coisas vivas, mostrando que todas as coisas possuem dualidade. Existem formas de vida que cobrem e possuem a parte física, e essas, evidentemente, são as inteligências que dirigem o desenvolvimento físico desde a concepção, mantendo a vida física.

Não obstante, o homem, em alto grau, é uma incorporação da vida espiritual com a vida física. Além disso, há a vida puramente espiritual, dos seres celestiais. Mas a vida inteira, incluindo a desses últimos, é vida dependente, isto é, depende de Deus para ser sustentada. Toda a vida, abaixo da vida de Deus, é vida “não-necessária”. Isto é, pode existir ou pode ser reduzída a nada, por ser vida potencialmente perecível. Mas Deus é o pináculo de toda a vida, sua fonte e sustentáculo. Já o “tipo” de vida de Deus é diferente. Ele é independente, dependendo somente dele mesmo para continuar a viver; e também é vida necessária, isto é, não pode deixar de existir. Sim, Deus tem vida “independente”, porque depende somente de si mesmo para existir; e tem vida “necessária” porque essa forma de vida não pode deixar de existir. Foi esse o tipo de vida que o Filho recebeu por ocasião de sua encarnação, na posição de Cabeça federal da raça remida. E, através dele, os remidos também recebem essa forma de vida.

(Assim nos ensinam os trechos de João 5:25,26 e 6:57, um dos mais elevados conceitos de todo o NT). Os homens chegam a compartilhar dessa forma de vida tornando-se muito mais elevados que os anjos e membros autênticos da família divina, possuidores da natureza divina (ver 11 Ped.1 :4). Notemos que o elevadíssimo tipo de vida exposto no Evangelho de João fez parte integral da salvação, sendo mediado através da ressurreição.

c. No Livro de Atos.

Neste ponto retornamos ao terreno dos evangelhos sinópticos, conforme se poderia antecipar do fato de que Lucas, seu autor, também é o autor do evangelho de Atos, um dos evangelhos sinópticos. O perdão dos pecados, o arrependimento, a conversão, a entrada no reino celestial, são elementos da salvação, mas não cobrem a revelação inteira, embora destaquem os conceitos primários da salvação, que são indispensáveis.

Não pode haver glorificação sem o perdão dos pecados e o arrependimento, mas esses são apenas os passos iniciais da salvação. O Livro de Atos é essencialmente uma narrativa sobre como o evangelho de arrependimento se propagou entre todas as nações. (Ver Atos 2:38, 4:12 e 16:30 e ss.)

d. Nas Epístolas Paulinas.

Neste ponto encontramos os conceitos mais elevados, os quais são enumerados neste parágrafo. i. Rom. 8:29: a salvação envolve nossa transformação segundo a imagem moral e metafísica de Cristo, em que compartilharemos de sua natureza essencial; ti. Efé, I :23: ser “salvo” significa vir a possuir, finalmente, a “plenitude de Cristo”, que é tudo para todos; iii Efé. 3: 19: ser “salvo” significa compartilhar finalmente de “toda a plenitude de Deus”, em sua natureza, atributos e perfeições; iv. Col. 2:9, 10: ser “salvo” significa participar da plenitude da divindade, tal como o Filho dela participa; v. II Cor. 3: 18: tudo isso é produzido pelas operações do Espírito, que nos amolda segundo a natureza moral de Cristo, e então segundo a sua natureza metafísica; vi, a filiação sumaria a obra: aquilo que o Filho é, isso seremos; aquilo que ele possui, nós possuiremos. Cristo é tanto o Caminho como é o Pioneiro do Caminho. Ele assumiu a natureza humana e, na qualidade de homem, foi espiritualizado para compartilhar da divindade, na qualidade de Deus-homem, um novo modo de tal participação. É essa participação na divindade que foi aberta a todos os homens que nele confiam (ver Rorn. 8: 17,29,30), tornando-os capacitados a receber sua herança, sua natureza, sua imagem e sua glorificação. Para Paulo, pois, ser salvo é tornar-se aquilo que é o Filho de Deus, é compartilhar do que ele possuí. Esse é o mais elevado conceito que o homem conhece. Exige arrependimento e perdão de pecados, mas esses são apenas meios para atingirmos a glorificação.

e. Nos Escritos de Pedro.

A passagem de II Ped. 1:4 encerra a declaração mais significativa. Mostra-nos que chegamos a participar da divindade, da natureza divina, escapando da corrupção que há no mundo, para que as promessas de Deus se cumpram em nós.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 54-55.

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2. Cura divina.

A Declaração de Fé das Assembleias de Deus define a cura divina como “um ato da soberania, graça e misericórdia divina, que, através do poder do Espírito Santo, restaura física e/ou emocionalmente aqueles que demonstram fé em Jesus Cristo” (Mt 14.14; Lc 4.18,19; At 10.38). É tendência nossa procurar logo os médicos em caso de doença, isso não é errado, Jesus mesmo disse que os doentes precisam de médicos (Mt 9.12; Mc 2.17; Lc 4.23; 5.31). Lucas era médico (Cl 4.14). Mesmo assim, o milagre acontece também pelos recursos científicos da medicina. Mas convém salientar que temos um recurso divino seguro para a cura das enfermidades, a ministração da unção com óleo em nome do Senhor sobre os enfermos (Mc 6.13; Tg 5.14,15).

Comentário
A Cura Divina

Adicionalmente aos princípios de saúde, a Bíblia ensina que o ser humano pode recorrer a Deus para uma cura direta, quando outras possibilidades de cura falharem. A cura divina é um assunto sobre o qual existem diferenças de opinião desde o princípio da história da igreja cristã. Os protestantes e a igreja católica afirmam a sua prática, assim como os adeptos da Ciência Cristã e outras seitas ditas cristãs, juntamente com os muçulmanos e muitas das religiões pagãs. Todos os cristãos concordam que a Bíblia ensina que Deus curou e pode curar os homens de todos os tipos de doenças; o fato de que no Antigo Testamento Miriã foi curada da lepra (Nm 12.10-15) e de que o Senhor Jesus Cristo curou muitos leprosos (Mc 1.40-44; Lc 17.12-19) prova, uma vez que essa doença ainda é muito difícil de controlar, e às vezes impossível de curar, que não se exclui nenhuma doença. Ao proclamar: “Eu sou o Senhor, que te sara”, Deus prometeu aos israelitas que como resultado da sua obediência, Ele não lançaria sobre eles nenhuma das doenças que havia lançado sobre os egípcios (Êx 15.26; cf. 23.25; SI 105. 37). Davi deu testemunho com respeito ao homem temente a Deus. “O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu renovas a sua cama na doença” (SI 41.3).

O salmista repetidamente ora e agradece a Deus pela cura (SI 6.2; 30.2; 103.3; 107.20; 147.3). A obediência à Palavra de Deus e uma atitude misericordiosa são comprovadamente essenciais para a cura e para a saúde (SI 107.20; Pv 4.20-22; Is 58.6-8). Algumas das curas registradas na Bíblia Sagrada ocorreram com o uso de algum expediente, como no caso de Ezequías, por meio de uma pasta de figos (2 Rs 20.2-11; cf. 1 Tm 5.23; Tg 5.14,15; Êx 15.23-26; Jr 8.22; 1 Sm 16.16; Mt 9.12). Outras ocorreram sem nenhum expediente, como por exemplo, no caso de Miriã.

Certamente, a Bíblia não se opõe ao uso de expedientes para a cura, uma vez que o próprio Senhor Jesus Cristo considerava normal que as pessoas fossem aos médicos (Mt 9.12). No caso de Asa, que tem sido citado como uma prova do contrário, os “médicos” que ele buscou na realidade eram o equivalente a mágicos pagãos (2 Cr 16.12). O ato de Asa revelou uma falta de fé em Deus e uma dependência de homens que eram muito parecidos com os curandeiros modernos. Na parábola do bom samaritano, o Senhor Jesus afirma que azeite e vinho foram aplicados sobre as feridas do viajante espancado (Lc 10.34). A mulher que tinha um fluxo de sangue sofria de uma doença que ultrapassava o conhecimento da medicina daquela época, e não j ustifica a rej eição que alguns cristãos demonstram em relação aos remédios comprovadamente eficazes (Mc 5.25,26; Lc 8.43). E significativo que Paulo tenha escolhido Lucas, um médico (Cl 4.14) como o seu companheiro de viagem.

Também existe um tipo de cura do qual participam alguns fatores adicionais, embora eles não sejam verdadeiramente terapêuticos, mas simplesmente simbólicos. Por exemplo, na cura de Naamã, o leproso, a sua entrada no Jordão parece falar da fé por parte de Naamã e da purificação, por parte de Deus (2 Rs 5.14). Também na cura de um cego, o Senhor Jesus cuspiu nos seus olhos (Mc 8.23), e no caso do homem que era cego de nascença, Ele fez uma mistura de terra e saliva (Jo 9.6). A imposição das mãos sobre o corpo do doente, realizada pelo Senhor Jesus e pelos discípulos (Lc 13.11-13; Mc 6.13), e a unção da pessoa enferma com azeite são símbolos da presença Divina, e do poder curativo Divino (Mc 6.13; Tg 5.14).

PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 509-510.

Cura Através de Milagre

A cura milagrosa com ou sem uso associado de meios físicos, é frequentemente mencionada na Bíblia. Era realizada, não como filantropia difundida, conforme demonstra Short, mas como um sinal. Ele declara que o propósito dos milagres era mostrar que Deus estava operando numa nova forma, usando e conferindo poderes aos homens para que sua mensagem pudesse ser acreditada.

Short repele a suposição de que a enfermidade envolvida era funcional ou histérica em muitos casos. Embora seja verdade que a histeria pode imitar uma grande variedade de doenças verdadeiramente orgânicas, ele diz:

Podemos estar certos de que o homem com a mão ressequida, a mulher com o fluxo de sangue, a mulher com as costas curvadas presumivelmente devido à fusão óssea da vértebra, ou tuberculose ou ósteo-artrite; a pessoa cega e os leprosos, não podem sensatamente ser declarados como doenças funcionais… Casos de paralisias são ocasionalmente funcionais, e há uma chance em um milhão de que o paciente que foi trazido por quatro amigos possa ter sido um exemplo, mas é mendigar a questão considerá-lo como um caso de paralisia histérica, somente porque ele se restabeleceu.

É interessante notar que Cristo, em dois casos (Mc 8.23; Jo 9.6) usou saliva para ungir os olhos dos pacientes para curá-los, pois isso se iguala ao fato de que os egípcios acreditavam que a saliva era um remédio valioso para cegueira, e Plínio e Tácito declararam crenças similares. Short conjectura que Jesus usou a saliva em parte para fortalecer a fé deles, e em parte para ensinar que a cura divina pode ir de mão em mão, com o uso dos remédios medicamente reconhecidos.

MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 1309-1310.

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3. Salvação e cura.

A obra de Jesus é completa, a expiação no Calvário resulta na nossa redenção e alcança também a cura do corpo físico (Is 53.4; 1 Pe 2.24). Desde o Antigo Testamento que a salvação e a cura andam juntas (Jr 17.14). A cura espiritual geralmente precede a cura física: “É ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades” (Sl 103.3). A cura do paralítico de Cafarnaum (Mt 9.1-8) e passagens paralelas nos evangelhos sinóticos revelam essa verdade. A vontade de Deus é, portanto, curar tanto a alma como o corpo (Tg 5.15).

Comentário

Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades. Era uma noção tipicamente hebraica que as enfermidades sempre têm como causa algum pecado. Mas Jó demonstrou que isso nem sempre é correto. Ele era inocente e, no entanto, sofreu de uma enfermidade física da pior espécie. Nas enfermidades há disciplina e instrução, mas também há caos e insensibilidade. Portanto, que o crente nunca se esqueça de orar, a fim de corrigir os seus erros, A enfermidade faz parte do Problema do Mal. O mal consiste no mal moral — coisas más que os homens fazem contra o próximo, devido à sua vontade pervertida — e no mal natural — abusos da natureza, como os incêndios, as inundações, os terremotos, as enfermidades e a morte.

Será Errada a Cura Natural? É sempre humilhante para o homem espiritual quando a penicilina cura uma infecção que a oração em nada contribuiu para curar. Os hebreus eram contrários à cura natural, porque a julgavam profana. Eles pensavam que somente os faltos de fé recorriam aos médicos para obter suas ervas. Naturalmente, os médicos antigos misturavam com seus processos de cura mágicas e encantamentos duvidosos, e isso espantava os hebreus. Mas, mesmo que não fossem essas coisas, a natureza alegadamente profana das curas naturais teriam sido suficiente para manter afastados os hebreus. Somente no judaísmo muito posterior é que a medicina começou a ser aceita.

Conheci um caso em Manaus, capital do estado do Amazonas, que ilustra a questão. Havia ali uma missionária pentecostal que tinha uma pústula muito infecciosa, bem no meio da testa. As pústulas são meras infecções bacteriológicas, causadas por estreptococos ou estafilococos, mas que podem tornar-se muito dolorosas e ameaçadoras. Os pregadores pentecostais reuniram-se para curar a pústula. Suas orações encheram a circunvizinhança com exclamações e apelos em vozes altas. Mas os estreptococos ou estafilococos não se afastaram. Portanto, foi chamada uma enfermeira missionária batista, que lhe aplicou algumas injeções de penicilina, as quais fizeram quase imediatamente secar a pústula, apesar de serem medicamentos profanos. Meus amigos, nós, os crentes, costumamos orar pelos enfermos. Algumas vezes vemos grandes coisas, e de outras vezes não vemos resultado algum. Há um enigma em tudo isso.

Nada há de profano em torno dos medicamentos naturais, pelo que podemos usá-los também. Qualquer coisa capaz de deter a enfermidade é digna de ser usada, sem que precisemos ficar com a consciência culpada por causa disso. Mas se pensarmos, acompanhando os hebreus, que toda enfermidade é causada somente pelo pecado, então talvez temamos fazer as enfermidades retroceder mediante o uso de medicamentos naturais. Contudo, mesmo que isso fosse um pecado, Deus é misericordioso e pode perdoar pecados; assim sendo, podemos usar medicamentos naturais. Ver no Dicionário o artigo chamado Cura.

Note o leitor a conexão entre o pecado e as enfermidades. Existe aí certa conexão, mas não exclusiva, pois outras coisas podem causar enfermidades.

As enfermidades, da mesma forma que o amor, são multifacetadas. Com frequência estamos mexendo com fatores pouco compreendidos ou mesmo totalmente desconhecidos. Por conseguinte, existem muitos meios de atacar esse mal natural.

Se eu pensar que o pecado causou a minha dor,

Posso desdenhar dos medicamentos naturais.

Por outra parte,

Como poderei saber com certeza,

Qual meio Deus poderá usar para curar?

O perdão dos pecados busco para ter alivio,

Talvez somente assim eu possa curar minha tristeza.

(Russeii Champlin)

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2374-2375.

Como ele guarnece-se de abundante motivo de louvor, e do que é muito tocante: “Vem, minha alma, considera o que Deus fez por você.”

1. “Ele perdoou teus pecados (v. 3); Ele perdoou e perdoa todas as tuas iniquidades.” Isso é mencionado, primeiro, porque, por meio do perdão do pecado, sabendo que este afasta as coisas boas de nós, somos restaurados no favor de Deus, que nos concede coisas boas. Pense em qual foi o motivo: foi a iniquidade, todavia, ela foi perdoada; quantos fossem os motivos, ainda assim todos eles foram perdoados. [Ele] perdoou-vos todas as ofensas. Esse é um ato contínuo, Ele ainda está perdoando, da mesma forma que ainda estamos pecando e nos arrependendo.

2. “Ele curou tua doença.” A deterioração da natureza é a doença da alma, é a desordem dela e a ameaça de morte para ela. A alma é curada na santificação, quando o pecado é mortificado, a doença, curada; embora difícil, tudo é curado. Nossos crimes são capitais, mas Deus salva-nos perdoando-os; nossa doença era fatal, mas Deus salvou nossa vida curando a doença. Essas duas coisas andam juntas porque a obra dele, por ser Deus, é perfeita e não é feita pela metade; se Deus afasta a culpa do pecado por meio do perdão misericordioso, ele anula o poder do pecado por meio da graça renovadora. Quando Cristo se faz justiça por alguma alma, Ele se faz santificação (1 Co 1.30).

3. “Ele salvou-o do perigo.” O homem pode correr risco de vida não só por seus crimes ou por doença, mas também pelo poder de seus inimigos; por isso, aqui também vivenciamos a bondade divina: Quem redime a tua vida da perdição (v. 4), do destruidor, do inferno (como em aramaico) e da segunda morte.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 568-569.

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4. Isaías 53.3,4.

O Novo Testamento interpreta Isaías 53 como a provisão de Deus em Cristo para cura física e espiritual. O Evangelho de Mateus aplica a palavra: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si” (Is 53.4) ao ministério de cura do Senhor Jesus (Mt 8.17). O verbo “sarar” em “pelas suas pisaduras, fomos sarados” (53.5) indica a cura física, isso está muito claro nas inúmeras curas físicas de enfermos efetuadas por Jesus (Mt 8.16,17). Essa cura é também espiritual e isso diz respeito à salvação: “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (l Pe 2.24).

Comentário

Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades. Sofrimentos vicários são o tema deste versículo, um dos grandes temas messiânicos.

Culpados, vis e impotentes éramos,

Cordeiro de Deus sem mácula era Ele;

Ele selou o meu perdão com o Seu sangue!

Aleluia! Que tremendo Salvador!

(Philip P. Bliss)

Os sofrimentos do Messias deviam-se ao pecado, mas não a Seu próprio pecado. Nesses sofrimentos havia retribuição, administrada pela mão divina, mas contra os nossos pecados. Ele foi ferido de Deus e afligido, e carregou nossas tristezas, e assim fez expiação universal. Mesmo assim, quão poucos souberam disso e quão poucos se importaram com isso. Cf. o vs. 7, a seguir, que amplia o tema. Cf. também Mat. 8.17, que aplica essas palavras ao ministério misericordioso de Jesus. Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

(João 1.29)

A Vulgata Latina diz aqui: “Nós O reputávamos um leproso”, trazendo a implicação das palavras do vs. 3, onde os leprosos eram desprezados pelos homens, por lhes serem motivo de repulsa.

Algumas mortes provocadas por câncer são muito dolorosas. Certa mulher, que muito tinha sofrido por causa dessa enfermidade, queria que houvesse, em sua doença, algum benefício, e assim disse: “Eu gostaria de reunir em minhas próprias dores tudo quanto a humanidade deve sofrer por causa do câncer e pagar a totalidade desses sofrimentos”. Esse foi um sentimento nobre e altruísta (embora impossível). Porém, nos sofrimentos vicários de Cristo, o impossível se concretizou, e em escala universal. “Mediante os sofrimentos vicários do Servo, Ele reconduziu todas as pessoas a Deus (ver Mat. 8.17; I Ped. 2.24,25)” (Oxford Annotated Bible, comentando sobre este versículo).

Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões. O poeta continua aqui seu tema de sofrimentos vicários. A vara divina O feriu em nosso lugar. Ele foi ferido por nossas iniquidades; foi castigado a fim de que fôssemos curados; foi espancado, para que, por Suas feridas, recebêssemos a cura. “A punição foi suportada vicariamente, e esse tipo de sofrimento foi eficaz aos olhos de Deus. O castigo que deixou o corpo do Messias alquebrado nos curou. Nele, obtivemos a paz, no hebraico, shalom, palavra inclusiva que denota tanto o bem-estar físico quanto o bem-estar espiritual” (James Muilenburg, in loc).

‘Shamil,’ um líder religioso e militar do Cáucaso, em meados do século XIX, lutou por 30 anos para manter a independência das tribos do Dagestan da Rússia.

Houve ocasiões em que o derrotismo se generalizou entre seus seguidores. Ele anunciou que qualquer um que pleiteasse negociações com o inimigo receberia 100 chibatadas. Um culpado foi apanhado, e, ao ser identificado, era a própria mãe de Shamil. Shamil fechou-se na mesquita, recusando-se a comer e beber, e entregou-se à oração. No terceiro dia, reuniu o povo e, pálido como a morte, ordenou que o executor infligisse o castigo. Na quinta chicotada ele gritou: “Alto!”.

E mandou que a mãe fosse removida, desnudou as próprias costas e ordenou que o oficial lhe aplicasse as 95 chibatadas que faltavam ainda, com severas ameaças se deixasse de aplicar toda a força do braço a cada chicotada. O povo, espantado de surpresa, ficou profundamente comovido, e toda conversa de pedir condições de paz com os russos cessou” (Henry Sloane Coffin, in loc, referindo-se à obra de J. F. Baddeley, The Russian Conquest of the Caucasus).

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2938, 2940.

SOFRENDO POR OUTROS 53.4-6

4 Verdadeiramente, ele tom ou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de D eu s e oprimido.

Não foi por qualquer pecado próprio que Ele sofreu. Ele corajosa e voluntariamente escolheu tomar e levar sobre si o fardo pesado de “nossas enfermidades” (Heb. chalayenu, “nossas doenças”) e “nossas dores” (como no v.3). Mateus 8.17 aplica isto ao ministério de cura de Jesus, quando Ele tirava as dores e as doenças. Ele pôde fazer isto porque iria morrer. Porém, as palavras hebraicas aqui referem-se ao seu próprio sofrimento físico que Ele suportou na cruz. Mas a nação como um todo tinha pensado que Ele tinha sido “ferido de Deus”, objeto do seu juízo, ferido e humilhado até à morte.

Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisa duras, fomos sarados.

A explicação é enfática: Ele foi ferido pelas “nossas [rebeldes] transgressões” (contra Deus e a sua Palavra) e moído pelas “nossas iniquidades”, incluindo a nossa culpa pecaminosa. (Tanto os termos “ferido” como “moído” são usados a respeito de situações nas quais a pessoa morre.) O castigo que estava sobre Ele era para assegurar a nossa paz, incluindo o nosso eterno bem-estar, bênção e prazerosa comunhão com o SENHOR. “Pelas suas pisaduras” (ou “açoites”, as marcas deixadas por golpes) há cura para nós. Isto inclui não só a cura física, mas também a restauração da comunhão com Deus (cf. SI 103.3,4; Tg 5.15; I Pe 2.24,25).

6 Todos nós andam os desgarrados com o ovelhas; cada um se desvia vá pelo seu caminho, m a s o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.

Todo o mundo precisa do Redentor, porque “todos nós andamos desgarrados como ovelhas”, andamos longe de Deus e extraviados no pecado (cf. SI 119.176; Mt 9.36). Deus fez todos os nossos pecados (incluindo a nossa culpa e o castigo que nós merecemos) caírem sobre Ele. O sofrimento dEle foi vicário — totalmente por outros; seu sacrifício foi substitutivo. Nós não podíamos pagar a penalidade por nossos próprios pecados, de modo que Deus “fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”.

HORTON. Staleym. M. Serie Comentário Bíblico Isaias. Editora CPAD. pag. 451-452.

10 Lição 1 Tri 21 O Senhor Jesus Cura Hoje

SÍNTESE DO TÓPICO II

O discurso profético de Isaias 53 e seu cumprimento no Novo Testamento mostram que salvação e cura divina caminham juntas.

SUBSÍDIO DEVOCIONAL

“E correndo toda terra, em redor, começaram a trazer-lhe enfermos em leito, onde quer que sabiam que Jesus se achava. Assim, aonde quer que entrasse, Jesus, em cidades, aldeias ou pequenos lugares, lhe apresentavam enfermos nas praças e rogavam-lhe ao menos tocar a orla de seus vestidos: e todos que lhe tocavam eram sarados.

E essa mesma autoridade Jesus tem dado aos seus servos, até ao dia de hoje: de pregar o Evangelho, curar os enfermos e expelir os demônios. Jesus disse aos seus discípulos: ‘Ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura… e estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão os demônios… e porão as mãos sobre os enfermos e os sararão’, Mc 16.15-18.

‘E, saindo eles, pregavam que se arrependessem. E expulsavam muitos demônios e ungiam muitos enfermos com azeite e os curavam’, Mc 6.12-13.[…] Ninguém pense que, com estas palavras, queiramos dizer que possuímos em nós aquela virtude que havia nos crentes do tempo dos apóstolos, mas sim, que nos esforçamos para alcançar este fim, pois que estamos certos de que Deus é poderoso para restabelecer a sua igreja hoje, assim como no tempo dos apóstolos.

E eu posso testemunhar o que tenho visto, em minhas viagens às ilhas do Baixo-Amazonas, que multidões de crentes têm sido curadas pela eficácia da oração. Por isso, quero sempre render honra e glória a Deus, agora e sempre. Amém” (BERG, Daniel. O Senhor é o nosso Médico. In: Mensageiro da Paz: Os artigos que marcaram a história e a teologia do Movimento Pentecostal no Brasil. Vol.1. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.24,25).

III – A CURA DIVINA E OS DESAFIOS ATUAIS

Os desafios atuais são diversos, e dentre eles, saber sobre a natureza da enfermidade, se o problema é físico ou espiritual, e ter o discernimento sobre a vontade de Deus.

1. As doenças.

As enfermidades são uma das causas de maior sofrimento ao ser humano. Elas são consequências, direta ou indireta, do pecado, pois, se não existisse pecado, não existiriam enfermidades. Mas isso não significa que todos os enfermos estejam em pecado. Fé enfermidades que são consequências diretas do pecado (Jo 5.14), no entanto, não se pode generalizar, visto que cada caso tem suas peculiaridades.

Comentário

O que se passou entre o homem dantes enfermo e nosso Senhor Jesus em seu encontro posterior, v. 14.

Observe aqui:

(1) Onde Cristo o encontrou: “no templo”, o lugar público de adoração. Em nosso comparecimento aos cultos públicos, podemos esperar nos encontrar com Cristo, e aperfeiçoar nossa intimidade com Ele. Observe: [1] Cristo foi ao Templo. Embora Ele tivesse muitos inimigos, ainda assim Ele apareceu em público, porque ali Ele prestava seu testemunho às instituições divinas, e tinha a oportunidade de fazer o bem. [2] O homem que fora curado foi ao Templo. Lá, Cristo o encontrou, ao que parece, no mesmo dia em que ele fora curado. Para lá, ele fora diretamente, em primeiro lugar, porque ele, devido à sua enfermidade, havia sido por muito tempo impedido de entrar naquele lugar. Talvez ele não tivesse estado ali por trinta e oito anos, e, por essa razão, tão logo o embargo é cancelado, sua primeira visita será ao Templo, como declara Ezequias que será a sua (Is 38.22):

“Qual será o sinal de que hei de subir à Casa do Senhor? Em segundo lugar, porque ele tinha, devido à sua recuperação, uma boa missão para cumprir ali. Ele subiu ao Templo para agradecer a Deus pela sua recuperação. Quando, a qualquer tempo, Deus tiver restaurado nossa saúde, nós devemos nos ocupar naquilo que é dele com louvores solenes (SI 116.18,19), e quanto antes melhor, enquanto o sentimento de misericórdia é recente. Em terceiro lugar, porque, ao carregai- sua cama, ele parecia ter desprezado sábado. Desta maneira, ele mostraria que tinha respeito por ele, e que estava consciente da santificação do sábado naquilo em que sua ênfase principal estava apoiada, que é a adoração pública a Deus. Obras inadiáveis de misericórdia são permitidas, porém, quando elas estiverem terminadas, nós devemos ir para o templo.

(2) O que Jesus lhe disse. Quando Cristo nos cura, há outras coisas que precisam ser feitas. Ele agora se dedica à cura da alma do homem, e também o faz pela palavra.

[1] Ele lhe dá uma lembrança de sua cura: “Eis que já estás são”. Ele se achava são, mesmo assim Cristo chama a atenção dele para isso. Contemple, considere seriamente quão rápida, quão estranha, quão barata, e quão confortável foi a cura. Aprecie-a. Contemple-a e maravilhe-se. Lembre-se dela. Permita que as impressões dela permaneçam, e nunca se percam, Isaías 38.9.

[2] Ele lhe dá um aviso sobre o pecado, considerando-o: “Já estás são; não peques mais”. Isto indica que sua doença era uma punição pelo pecado. Se por algum pecado muito escandaloso, ou apenas pelo pecado em geral, não temos como sabei’, porém sabemos que o pecado, às vezes, é a causa que induz a doença, Salmos 107.17,18. Alguns comentam que Cristo não fez menção de pecado a nenhum de seus pacientes, exceto a este homem incapaz e a outro que estava doente da mesma forma, Marcos 2.5. Enquanto essas doenças crônicas permaneciam, elas impediam a exteriorização de muitos atos pecaminosos, e por isso, quando a deficiência era eliminada, o cuidado era ainda mais necessário.

Cristo revela que aqueles que são curados, que são libertados da presente punição concreta pelo pecado, correm o risco de voltar a pecar quando o medo e a moderação terminarem, a não ser que a graça divina seque a fonte. Quando o aborrecimento que apenas represava a correnteza acaba, as águas retornam ao seu curso anterior, e por esse motivo há uma grande necessidade de vigilância, para que, após a cura pela misericórdia, não retornemos outra vez à loucura. O sofrimento do qual fomos curados nos alerta para não mais pecarmos, tendo sentido a dor do pecado. O perdão pelo qual fomos curados é um compromisso de não escandalizarmos aquele que nos curou.

Esta é a orientação de toda providência: “Vai-te e não peques mais”. Este homem começou sua nova vida muito esperançosamente no Templo, mesmo assim Cristo achou necessário transmitir-lhe este aviso, pois é comum que as pessoas, quando estão doentes, prometam muito, e quando recém-curadas, façam alguma coisa, mas após algum tempo, esqueçam de tudo.

[3] Jesus o adverte do risco, caso ele retornasse à sua antiga rotina pecaminosa: “Para que te não suceda alguma coisa pior”. Cristo, que conhece o coração de todos os homens, sabia que este era um homem que devia temer o pecado. Seria de se pensar que ser aleijado por trinta e oito anos era algo suficientemente ruim. Ainda assim, há algo pior que lhe acontecerá se ele reincidir no pecado, após Deus lhe ter dado um livramento como este, Esdras 9.13,14. O local onde ele se deitava era um local melancólico, mas o inferno é muito mais. A condenação dos apóstatas é algo muito pior do que uma deficiência física de trinta e oito anos.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 811.

Talvez o homem tivesse ido ao Templo para dar graças a Deus pela sua cura. Quando Jesus o encontrou, disse-lhe: “Não pequeis mais, para que te não suceda coisa pior” . Esta declaração leva à conclusão de que a doença do homem foi causada de alguma maneira pelo pecado.

Isto não contradiz o que Jesus disse em 9.3 sobre o homem cego de nascença, porque Jesus não disse que o cego nunca pecou; antes, o Senhor estava enfatizando que o pecado não havia causado a sua cegueira. Um dos resultados do pecado é o sofrimento, mas nem todo sofrimento é o resultado de algum pecado pessoal. Neste caso, Jesus procurou o homem curado para adverti-lo de que, embora estivesse curado fisicamente, os seus trinta e oito anos de deficiência física não seriam nada se comparado a algo pior – isto é, à eternidade no inferno. O homem precisava parar de pecar e vir para a salvação em Cristo. Ele tinha sido paralítico, mas agora podia andar.

Este foi um grande milagre. Mas ele precisava de um milagre ainda maior — ter os seus pecados perdoados. O homem estava alegre por estar curado fisicamente, mas tinha que se converter de seus pecados e buscar o perdão de Deus para ser curado espiritualmente. Depois deste encontro, o homem disse aos líderes judeus o que não havia podido lhes dizer antes: Jesus era o que o curara. Este relatório deu início à perseguição dos judeus a Jesus – uma perseguição que continuou daquele dia em diante.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 515.

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2. As enfermidades entre os crentes.

Grandes homens de Deus não conseguiram se livrar das doenças. Esse é um desafio, às vezes, fora da compreensão humana. O apóstolo Paulo tinha um “espinho na carne” (2 Co 12.7-10), e qualquer que seja a natureza desse problema, era sem dúvida uma enfermidade (Gl 4.13-15). Timóteo tinha problemas no estômago (1 Tm 5.23); Paulo deixou “Trófimo doente em Mileto” (2 Tm 4.20).

Comentário

Proposito das enfermidades

Observe o leitor plural, «propósitos». Aqueles que ensinam que o homem espiritual nunca deveria adoecer, esquecem-se de alguns fatos importantes:

a. Em primeiro lugar, tudo quanto estiver envolvido na matéria, forçosamente precisa passar pelo processo de degeneração, e isso inclui as enfermidades. Esse é o nosso estado como seres mortais. Essa regra funciona cem por cento, porquanto, de outro modo, as pessoas não morreriam.

b. Em segundo lugar, o pecado não é a única causa das enfermidades. Há outras causas. No caso de Paulo, ele recebeu uma aflição, um espinho na carne, a fim de manter-se humilde, em meio a todas as suas exaltadas experiências espirituais.

Evidentemente, ele poderia ter ficado muito orgulhoso de sua espiritualidade (como sucede a tanta gente!). Supõem os intérpretes que Paulo sofria de alguma afecção dos olhos (ver a exposição sobre Gál. 6:11, no NTI). Por três vezes ele buscou ao Senhor, pedindo livramento. Mas este não lhe foi concedido porque, em sua debilidade, ele deveria aprender a confiar na força do Senhor (11 Cor. 12:9), Portanto, aquele espinho tomou-se uma medida da graça divina para fortalecê-lo, conforme esse mesmo versículo nos mostra. Portanto, podemos falar em enfermidades em termos de graça divina, e não em termos de castigo contra o pecado, pelo menos em alguns casos.

c. Em terceiro lugar, a experiência humana demonstra que as pessoas espirituais não são menos sujeitas às enfermidades que as pessoas ímpias. A experiência humana também mostra que todos aqueles que dizem que o crente não precisa ficar doente, e que se consideram pessoas santificadas, finalmente adoecem, e mesmo morrem. Nunca vi uma exceção a essa regra. A menos que seja morto em algum acidente, o corpo humano só morre por causa de alguma condição patológica. Algumas dessas condições atuam lentamente; outras atuam rapidamente; mas todas elas são formas de enfermidade.

d. Em quarto lugar, a experiência humana demonstra que as enfermidades produzem certo beneficio espiritual para algumas pessoas, que aprendem como tirar proveito da sua condição. Como é óbvio, é melhor estarmos bem do que estarmos doentes; mas a escolha nem sempre é nossa, e, finalmente, não temos escolha: acabamos doentes.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 378.

DOENÇA Termo usado nas Escrituras como sinônimo de enfermidade, praga e pestilência. No entanto, praga e pestilência são geralmente usadas quando há grande número de vítimas, como nas epidemias. “Pestilência” literalmente significa “destruição” e descreve uma epidemia com alta taxa de mortalidade. “Aflição” e “tormento” são outros termos que poderiam incluir doença, porém são mais abrangentes e não são usados como sinônimo dela.

Durante o tempo em que a Bíblia foi escrita, as pessoas não tinham um conceito detalhado de anatomia ou de como órgãos específicos do corpo funcionavam. A doença era tida como anormal, como algo que limita a capacidade de uma pessoa viver com força e vitalidade. A palavra hebraica traduzida por “doença” em sua forma substantiva significa “estar fraco” em sua forma verbal de mesma origem. O homem doente do poço de Betesda é descrito como “impotente” (jn 5.7, ARC), incapaz de se deslocar sozinho.

Fontes da doença De acordo com a Bíblia, a doença tem quatro fontes: (1) Deus, (2) Satanás, (3) pecados dos ancestrais, e (4) violação das leis naturais, físicas, mentais/emocionais ou morais.

Deus

Todos os povos primitivos atribuíam eventos e fenômenos ao sobrenatural, quer a vários deuses, quer a espíritos malignos. Os hebreus eram diferentes por serem monoteístas convictos, atribuindo todos os fenômenos a um único Deus verdadeiro que se revelara a eles (Is 45.21). Deus era responsável por tudo, incluindo-se doenças e o mal (v. 7). Esse mesmo Deus poderia também dar bênçãos materiais, saúde e curar todas as doenças (SI 103.3). Para os hebreus, Deus poderia dar saúde ou doença, e em ambos os casos teria seu propósito ou sua razão.

Um propósito para a doença era a punição pela injustiça (2Sm 24.1,12-16; lCo 10.8). Na mente hebraica, mesmo quando a causa imediata da enfermidade e da morte fosse óbvia — como muitas cobras venenosas picando pessoas no acampamento — a resposta não era matar todas as cobras, mas orar a Deus pedindo perdão (Nm 21.4-9).

A lepra, que literalmente significa “um golpe”, era uma doença devastadora enviada por Deus para punir indivíduos que pecavam (Nm 12; 2Rs 5.27).

Deus também enviava a doença para demonstrar seu poder ou proteger seu povo. As dez pragas no Egito ilustram o primeiro exemplo; a eliminação do exército de Senaqueribe, o segundo (2Rs 19.34-36).

Satanás

Satanás e outros espíritos malignos podiam também ser responsabilizados pela doença. No contexto bíblico, a habilidade de Satanás de produzir doença tem como origem a vontade permissiva de Deus. A restrição à capacidade de Satanás de fazer mal é claramente expressa no caso de Jó (Jó 1.12). A mensagem do N T é também clara no sentido de que, a despeito dos casos de possessão demoníaca e de pessoas agindo sob a influência de Satanás, o tempo de Satanás é finito; sua derrota e destruição total e definitiva são certas.

Pecados dos ancestrais

A doença poderia também surgir por causa dos pecados de ancestrais (Êx 20.5; Lv 26.29; lRs 17.18; Jó 21.19; Lm 5.7). O exemplo mais impressionante disso é a morte do filho de Davi como resultado de seu pecado com Bate-Seba (2Sm 12.15). Esse conceito da origem da doença continuou nos tempos do NT e era conhecido dos discípulos de Jesus a o 9.2).

Violação das leis naturais

Essa ideia coloca os hebreus à parte dos outros povos de seus dias. Com a compreensão de que a doença pode ser consequência da violação a leis fixas, físicas, mentais/ emocionais e morais, vem a ideia da responsabilidade pessoal da obediência a essas leis a fim de evitar a doença. Uma pessoa é responsável pela saúde de sua comunidade e da própria, e não é meramente uma vítima passiva de forças sobrenaturais.

Baseado nesse conceito, Moisés estabelece códigos elaborados de comportamento para manter a saúde pessoal e a saúde da comunidade. A Lei Mosaica abrange as áreas das normas alimentares, da higiene pessoal, da observância do sábado, de regras sanitárias no acampamento, limpeza, e relações sexuais. Ao seguirem essas leis naturais estabelecidas por Deus, os hebreus podiam esperar a libertação da enfermidade (Êx 15.26) e vida longa (Pv 3.1,2). Essas leis da saúde, de Moisés, mesmo hoje fazem muito sentido de um ponto de vista da saúde pública e são muito mais racionais que a abordagem de qualquer outro povo da Antiguidade.

Outra consequência importante da compreensão de que a doença pode resultar da transgressão das leis da natureza é a mudança do foco no sacerdote para os médicos, quando à procura da cura. Porque as doenças tinham origem sobrenatural, não havia razão para tentar aprender sobre os processos da doença. Os hebreus conheciam os médicos no Egito (Gn 50.2), onde parecem ter trabalhado como embalsamadores. Médicos atenderam em Israel por toda a sua história, mas apenas gradualmente desenvolveram a capacidade de ser efetivamente úteis (2Cr 16.12; Jr 8.22; Mc 5.26; Cl 4.14). Embora validando o uso de médicos para os doentes (Mt 9.12) e de medicamentos para fins medicinais (Pv 31.6; lTm 5.23), as Escrituras enfatizam o papel da comunidade cristã e de seus líderes na ministração aos doentes (Tg 5.14).

Philip W. Comfort e Walter A. Elwell. Dicionário Bíblico Tyndale. Editora geográfica. pag. 510-511.

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3. Não confundir doença com possessão maligna.

Jesus conferiu à sua igreja o poder de curar enfermos e libertar os oprimidos do Diabo (Mt 10.8; Mc 16.15-20). É dever nosso usar essa autoridade do nome de Jesus para diminuir o sofrimento humano. Jesus tem saúde para dar a todos os enfermos, mas nem sempre compreendemos o plano de Deus para determinada pessoa. Duas coisas básicas devemos observar: primeiro, se a enfermidade é opressão maligna ou uma questão médica, para não “expulsar demônio” onde não há demônio. Isso machuca as pessoas, e não é tão incomum entre nós. Segundo, entender que Jesus é Senhor, e não servo, Ele cura como quer e onde quer de acordo com a sua vontade (Mt 6.10).

Comentário

POSSESSÃO DEMONÍACA: Essa questão tem atraído a zombaria e o ridículo da parte de alguns estudiosos modernos. Aqueles que pregam doutrinas modernistas na igreja, dizem que a ideia antiga é que os demônios provocavam enfermidades e loucura, mas que atualmente se sabe que tais espíritos não existem, pelo que, tais casos, seriam tipos de enfermidades psíquicas. Os que assim dizem apresentam, como parte das provas que oferecem, a observação de que hoje em dia não ocorrem mais esses casos.

Contra tais ideias aduzimos as seguintes observações:

1. O N.T. ensina inequivocamente que os espíritos imundos são reais, e não imaginários. Pelo N.T., jamais compreenderíamos porque tais espíritos não haveriam de existir. Além dos muitos textos nos evangelhos que ensinam sua existência, há o trecho de Efé. 6:12, que diz: *Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e. sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes».

2. Ο N.T., contudo, não ensina que todas as doenças e casos de loucura resultem da influência ou possessão p o r parte dos demônios. O trecho de Mat. 8:2,6,16 indica diversas fontes das enfermidades, uma das quais e a influência exercida pelos demônios.

3. Não é verdade que o fenômeno não ocorra atualmente. Em diversos lugares do mundo, os missionários narram casos que não diferem dos que são encontrados no N.T. Provavelmente, em muitos países onde a fé cristã não é generalizada, ainda ocorrem casos que são chamados por diversos nomes psíquicos. Mas a mudança de designação não altera a origem da enfermidade e sim apenas oculta a sua causa. Aqui, um a vez mais, afirmamos que nem todos os casos de insanidade mental têm origem na possessão demoníaca, mas também não há razões para negar-se o fato que, às vezes, a possessão demoníaca causa alguns tipos de loucura.

4. Talvez o fenômeno se multiplicasse e evidenciasse m ais nos dias cm que Jesus esteve entre os homens, simplesmente por causa da oposição à sua presença. Então foi muito intensificada a luta entre as forças do bem e do mal.

5. £ insensatez dizer que não se pode crer em nada que não se possa ver, isto é, os anjos, os demônios. Deus, etc., porquanto qualquer estudante sabe que os sentidos humanos são débeis e inexatos, sendo muito provável que não tenhamos percepção sensorial da maior parte das realidades do universo. A princípio os cientistas negaram o fenômeno dos meteoritos, porque, dizem eles, sabemos que não existem pedras no ar. Os cientistas também negaram o fato que os gérmens podem causar enfermidades por meio do ar ou das vestes, mas hoje em dia todos sabem que eles estavam equivocados. Até mesmo coisas das mais simples e corriqueiras hoje em dia já foram negadas pela·ciência humana. Precisamos lembrar que os cientistas do século XXI provavelmente dirão que a nossa ciência, a do século XX, sofria de uma espécie de provincianismo. Talvez se obtenham, no futuro, provas da existência dos espíritos, tanto bons como maus. No futuro, quiçá se obtenham provas sobre a imortalidade da alma, como também da natureza espiritual do homem.

6. As pesquisas psíquicas recentes parecem confirmar, desde agora, a existência do mundo dos espíritos, tanto bons como maus. Nota-se, com interesse, que muitas pessoas que não são religiosas mas que estão envolvidas nos estudos psíquicos, acreditam na existência dos espíritos, porque essa hipótese, por si só, explica várias formas de fenômenos. Hoje ainda se considera uma crença religiosa a crença na existência dos espíritos: mas amanhã talvez a ciência confirme essa crença, e isso apenas fará parte do conhecimento que se vai adquirindo em ritmo cada vez mais veloz sobre a natureza do grande universo no qual nos encontramos.

POR Q U E se reputa científica a ideia de que estamos sós no universo?

Não estamos sós. Mas, visto não haver informação exata, no N.T., sobre a origem dos demônios, é impossível afirmar-se a natureza exata da possessão demoníaca. Josefo (de Belo Jud. VII. 6,3) pensava que os demônios eram os espíritos dos homens maus, que depois da morte voltariam a este mundo, e essa ideia era comum entre os antigos, incluindo os gregos. Também foi ideia de alguns dos pais da igreja, como Justino (cerca de 150 D.C.) e Atenágoras, Tertuliano foi o primeiro a mudar de ideia na igreja, aceitando que os demônios são anjos caídos, e não espíritos humanos. Finalmente Crisóstomo (497 D. C.) rejeitou a ideia que os demônios são espíritos humanos, da igreja aceitou que os demônios são outros espíritos, talvez pertencentes à ordem dos anjos. Mas até hoje existem estudiosos que acreditam que pelo menos alguns demônios possam ser espíritos humanos. Lange, por exemplo, acreditava que talvez os demônios sejam espíritos de pessoas que já morreram, e que agora fazem parte da ordem dos anjos caídas.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 346.

Causas da Doença

A enfermidade entrou no mundo em consequência do pecado. No jardim do Éden não havia doenças, nem fraqueza, amargura ou dor. Mas por causa do pecado, o homem tornou-se sofredor e sujeito à morte. Embora a doença física não seja o resultado direto do pecado, a queda de Adão trouxe, indiretamente, enfermidades, desgostos e sofrimentos para toda a humanidade.

Entretanto, há outras causas para as doenças além da queda.

1. Desobediência ou Quebra das Leis da Natureza

Tal fato expressa-se de várias maneiras: descuido nos hábitos alimentares, sono insuficiente, falta de higiene pessoal, abuso de medicamentos, pensamentos pecaminosos etc. Nalgumas culturas, onde as normas de higiene não são devidamente observadas, as doenças predominam de maneira extraordinária. Os males gastrointestinais e muitas outras enfermidades são o resultado de dietas inadequadas, desnutrição e comprovada ausência de asseio.

2. Trabalho Excessivo

Eis outro fator de grande prejuízo para o corpo humano. Excessivo esforço mental, ou físico, desgasta a saúde. Uma interessante ilustração

desse fato pode ser encontrada em Filipenses 2.30: “Porque pela obra de Cristo chegou até bem próximo da morte, não fazendo caso da vida para suprir para comigo a falta do vosso serviço”. Indubitavelmente, Epafrodito havia se excedido a si mesmo no trabalho do Senhor, e em seus préstimos ao apóstolo Paulo. Um exagero evidente em seu zelo pelo Reino de Deus.

Em nossa movimentada sociedade, onde todos correm para lá e para cá, é necessário que tenhamos momentos de recreação e entretenimentos apropriados, que funcionem como válvula de escape, a fim de aliviarmos a pressão psicológica.

3. Acidentes

Acidentes infantis, ou ferimentos, cujos danos não são detectados imediatamente, poderão, mais tarde, resultar em problemas físicos e mentais, com sérias complicações.

4. Preocupação, Ansiedade, Medo, ou Complexo de Culpa

Estas coisas causam, pouco a pouco, distúrbios emocionais que acabam por interferir no processo digestivo, ou no próprio descanso tão necessário ao bom funcionamento do corpo.

Um crente não deve permitir a presença de tais coisas em sua vida. Tem de confessá-las a Cristo, e libertar-se delas. O mais importante é que o fruto do Espírito esteja sempre em evidência em nossa vida, pois “o perfeito amor lança fora o medo” (1 Jo 4.18). (Almeida Revista e

Atualizada) “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará (no grego, protegido por uma completa guarnição de soldados) os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7).

5. Congênito

Indubitavelmente, certas doenças são transmitidas às crianças por seus pais. Isto pode ser observado, em grande escala, nos países onde os recursos médicos não são acessíveis a todos.

Uma criança em gestação sofrerá os efeitos da má nutrição, ou herdará as doenças da mãe, se esta não receber os devidos cuidados pré-natais. Pesquisas científicas indicam que o consumo de álcool e de drogas, por parte das gestantes, pode afetar a criança. Entre os mais graves riscos, encontra-se a Síndrome Alcoólica Fetal. Cresce o número de bebês, nos Estados Unidos, que vêm apresentando esses terríveis sintomas.

6. Hereditárias

Alguns tipos de doenças são hereditários.

Quando os genes do pai e da mãe se juntam no momento da concepção, é possível que certas disfunções, ou enfermidades, sejam transmitidas ao ser que acaba de ser gerado.

À semelhança das características pessoais, essas transmissões variam desde a tendência à epilepsia, passando pelas doenças respiratórias, enxaquecas, indo até a síndrome de Down etc.

7. Doenças Espirituais

Não são necessariamente indicadas como possessão (Lc 13.11 e Mc 1.32). Mas podem ser identificadas como forças demoníacas cujo principal objetivo é perseguir e atormentar o indivíduo. Nas Escrituras, qualquer referência a um espírito (diabólico ou humano), que não seja o Espírito Santo, ou não tenha sua origem na Terceira Pessoa da Trindade, remete-nos a um espírito satânico cujo alvo é angustiar o ser humano. Exemplo: espírito de enfermidade, espírito de depressão, espírito de rebelião, ou espírito de desobediência. 8. Ingratidão

Em Lucas 17.12-19, lemos que dez leprosos foram curados por Cristo, mas somente um voltou para agradecê-lo. Para recompensar lhe a gratidão, Jesus não se limitou a curar-lhe a enfermidade física; concedeu-lhe também a saúde espiritual. Os outros nove, devido a sua ingratidão, receberam apenas a cura do corpo.

A ingratidão, sem dúvida alguma, é uma maneira de se atrair não somente moléstias físicas, como também enfermidades espirituais. 9. Permissão Divina

Dois notáveis exemplos são Jó e Paulo. O extraordinário caso do patriarca encontra-se descrito no livro que lhe leva o nome (Jó 1.8-12). A mesma permissão para a enfermidade alojar-se na vida do apóstolo encontra-se em Gálatas 4.13 e 2 Coríntios 12.5-10.

Em raras e especiais ocasiões, Deus, em sua soberania, permite a

Satanás que nos toque o corpo com doenças e enfermidades. 10. Participar Indignamente da Ceia do Senhor

De acordo com 1 Coríntios 11.27-30, a pessoa que participa indignamente da Ceia, sem discernir o corpo do Senhor, está sujeita a várias consequências. Posso afirmar, alias, com base em minha experiência pastoral, que os tais estão correndo sérios perigos. 11. Correção Divina

Antes de mais nada, leiamos Deuteronômio 28.15-22. Nesta passagem, o Senhor deixa bem claro aos israelitas as consequências que lhes adviriam se, algum dia, viessem a violar seus mandamentos. E a história comprova que nenhuma dessas palavras caiu por terra.

Acredito que, em certos casos, Deus age duramente para atrair a atenção de seus filhos, impingindo-lhes doenças ou juízos.

Devemos levar em conta também que, através do sofrimento, o Senhor capacita-nos a consolar aqueles que se acham em dificuldades (2 Co 1.3-5). Alguém que tenha enfrentado longa enfermidade, ou rigoroso pesar, e passa então a desfrutar do alívio proporcionado pelo toque de Cristo, torna-se mais perseverante no orar, mais compassivo no aconselhar e mais amoroso no ajudar o próximo.

Johnson. Bernhard,. Como Receber A Cura Divina. Editora CPAD. pag.

10 Lição 1 Tri 21 O Senhor Jesus Cura Hoje

SÍNTESE DO TÓPICO III

Saber sobre a natureza das enfermidades, se são físicas ou espirituais, e ter o discernimento da vontade de deus são desafios atuais.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

Por que alguns são curados, e outros, não?

A resposta a essa pergunta pertence à sabedoria soberana de Deus, mas podem ser feitas algumas observações.98 Al¬guns estão doentes por causa do efeito do pecado. Encontra¬mos um exemplo no Novo Testamento, em 1 Coríntios 11.27-30. Esta a razão por que devemos pedir ao Espírito Santo para perscrutar nosso coração e apontar-nos possíveis áreas ocultas de pecado, que nos impedem de receber a cura.

Outra possibilidade é a de que o Senhor está procurando ensinar alguma coisa, assim como fez a Paulo (2 Co 12.7) e a Jó. Nesse caso, precisamos buscar entendimento da parte do Senhor.

Além disso, existe a questão do momento certo. Muitos não recebem imediatamente a cura. Em semelhantes casos, é preciso lembrar as palavras do Senhor, quando Ele nos admoesta que devemos orar sempre e não desanimar (Lc 18.1). Deus tem seu momento certo. A palavra kairos, na língua grega do Novo Testamento, subentende “um ponto distinto no tempo”, “uma ocasião para decisão” ou pode significar uma “oportunidade conveniente”, assim como em Atos 24-25. O crente não deve perder a esperança, pois Deus tem seu tempo certo para a cura de seus filhos e filhas.

A falta de fé também pode impedir o recebimento da cura. O autor da Epístola aos Hebreus, em vários trechos, nos admoesta a conservar firme a fé em Deus.

HORTON. Staleym. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD. pag. 528.

10 Lição 1 Tri 21 O Senhor Jesus Cura Hoje

CONCLUSÃO

Precisamos saber que a cura divina é real e atual. Além disso, devemos entender que o Senhor Jesus cura quando, como e onde quer e não da maneira que,a às vezes, pensamos (2 Reis 5.10-14).

10 Lição 1 Tri 21 O Senhor Jesus Cura Hoje


1 – A Pessoa do Espírito Santo

2 – A Atuação do Espírito Santo no Plano da Redenção


3 – O Batismo no Espírito Santo

4 – A Atualidade dos Dons Espirituais

5 – Fruto do Espírito: o Eu Crucificado


6 – Santificação: Comprometidos com a Ética do Espírito


7 – Cultuando a Deus com Liberdade e Reverência

8 – Comprometidos com a Palavra de Deus


9 – Vivendo o Fervor Espiritual

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