13 LIÇÃO 4 TRI 2021 A GLORIOSA ESPERANÇA DO APÓSTOLO

  13 LIÇÃO 4 TRI 2021 A GLORIOSA ESPERANÇA DO APÓSTOLO  

13 LIÇÃO 4 TRI 2021 A GLORIOSA ESPERANÇA DO APÓSTOLO

 

TEXTO AUREO

  “Mas nos, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor e tendo por capacete a esperança da salvação. (1 Ts 5.8)    

VERDADE PRATICA

  A esperança gloriosa da volta de Jesus traz sobriedade para as nossas vidas, e disposição para exercer a fé e o amor em esperança.  

LEITURA DIARIA

  Segunda – 1 Ts 4.13-18 Não podemos ser ignorantes quanto à volta do Senhor  

Terça – 2 Co 5.8; Fp 1.23 O desejo de partir para estar com Cristo  

Quarta – 1 Ts 4.15,16 A vinda de Cristo para a sua Igreja  

Quinta – Ap 1.7 Quando todo olho verá a vinda do Filho do Homem  

Sexta – At 1.6,7 Não nos compete a saber sobre os tempos e as estações  

Sábado – At 1.8,11 A promessa do Espírito Santo e da vinda de nosso Senhor    

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

2 Timóteo 4.6-8;    1 Tessalonicenses 5.1-11

  2 Timóteo 4

6- Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo.

7- Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.

8- Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia, e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.  

1 Tessalonicenses 5

1- Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva,

2- porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como ladrão de noite.

3- Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão.

4- Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão;

5- porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia, nós não somos da noite nem das trevas.

6- Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrias.

7-Porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam. embebedam-se de noite.

8- Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor e tendo por capacete a esperança da salvação.

9- Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo,

10- que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele.

11- Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis.    

HINOS SUGERIDOS: 2, 26, 40 da Harpa Crista

 

OBJETIVO GERAL

 

Enfatizar a gloriosa esperança dos cristãos.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

  I- Ressaltar a consciência de Paulo diante da morte;  

II- Apresentar a doutrina bíblica de Paulo sobre a volta do Senhor;  

III- Expor sobre os tempos e as estações até a volta do Senhor.    

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

  Esta aula é uma oportunidade impar para falar da esperança cristã. Todo verdadeiro cristão tem uma esperança latente em sua caminhada com Cristo no mundo: o dia do encontro com o seu Senhor. O apóstolo Paulo cultivava diariamente essa esperança. Seu desejo era estar com Cristo para sempre. Que a lição desta semana nos ajude a priorizar a esperança cristã em nossa caminhada com Cristo. Uma das bênçãos mais extraordinária é preservar a esperança cristã diante das experiências difíceis no mundo.    

 

PONTO CENTRAL: A volta do Senhor é a gloriosa esperança dos Cristãos.

 

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO

 

  A última lição deste trimestre nos mostra que não podemos perder a esperança do céu em meio ao sofrimento e tribulações nesta Terra. Essa esperança é a fonte da força dos fiéis que se apegam no que Deus realizou em Cristo Jesus. E a garantia dessa esperança é o fato de que o Espírito Santo nos fortalece, renova e confirma a herança eterna do nosso Deus. Que a esperança do apóstolo Paulo seja a nossa também.  

 

Comentário

 

    A esperança relaciona-se de forma especial com o caráter de Deus tanto no Antigo como no Novo Testamento. Ele é a esperança dos justos, porque suas promessas garantem tudo quanto tem prometido. Nas cartas de Paulo, a esperança cristã inclui a fé em Deus e no ato salvífico de Cristo no calvário e percebe-se também que a esperança tem um caráter escatológico. No texto base desse tema, deparamo-nos com o apóstolo Paulo alertando a igreja de Tessalônica para as coisas que poderiam destruir a esperança. Em meio ao sofrimento, o crente precisa apegar-se à esperança das promessas das Escrituras. A esperança é a fonte da força presente para os fiéis que creem no que Deus realizou em Cristo, e a garantia dessa esperança está no fato de que o Espírito Santo fortalece a nossa fé e que, se morrermos, temos uma herança eterna com Deus em sua glória. Quando foi para Roma, ele sabia que enfrentaria o espectro da morte, mas não se deixou esmorecer pela certeza íntima de algo superior na eternidade. Cabral. Elienai,. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

 

O apóstolo Paulo abre as cortinas do futuro, acende a luz no palco da História e nos mostra que o melhor para o povo de Deus está por vir. O futuro não vem envolto em trevas. Ao contrário, ele traz em sua bagagem a garantia de que a morte não tem a última palavra. Não caminhamos para uma noite trevosa, mas para um amanhecer glorioso. Não estamos fazendo uma viagem rumo ao abismo, mas rumo à glória. Não avançamos para um destino desconhecido, mas para um lugar certo e glorioso que nos foi preparado. Lopes, Hernandes Dias. A Segunda Vinda de Cristo, Nossa Grande Esperança. Editora Hagnos. 1 Ed. 2015.      

 

I – A CONSCIÊNCIA DE PAULO DIANTE DA MORTE

 

   1.   Uma morte como oferta de sacrifício (2 Tm 4.6).

 

  O Espírito Santo que guiava o apóstolo Paulo em tudo o fez sentir que “o tempo da sua partida estava próximo”. Nesse sentido, o apóstolo via o seu martírio iminente como uma oferta apresentada sobre o altar do sacrifício. Essa consciência clara de que haveria de padecer pelo nome de Jesus, não o permitia ter medo, ou frustração diante da morte. É preciso ter a consciência de que se não encontrarmos o Senhor por meio do Arrebatamento da Igreja, o encontraremos por meio da morte. Por intermédio do Espírito Santo, nos prepararemos para esse tempo em esperança (1 Ts 5.13-18).    

 

Comentário

 

    As convicções doutrinárias de Paulo acerca do futuro davam-lhe esperança para enfrentar a morte física de modo positivo. Ele via o seu iminente martírio como uma libação de sangue derramada sobre o altar do sacrifício. Quando Paulo escreveu a carta para Timóteo, usou a palavra libação quando estava preso em Roma, e ele sabia que a hora de morrer pelo nome de Jesus estava se aproximando. Mas por que Paulo usou o termo libação? O apóstolo trouxe à memória o ritual de libação que era feita como oferta pacífica perante o Senhor. A libação podia ser com água, vinho ou sangue de um animal sacrificado como oferta pacífica a Deus.

No texto de 2 Timóteo 1.8,9, Paulo declara-se prisioneiro de Cristo, mesmo estando prisioneiro do Império Romano. Ele diz a Timóteo: “Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes, participa das aflições do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e chamou com uma santa vocação”. Na realidade, Paulo antevia sua morte como uma libação, isto é, como o derramar de sua vida em oferta pacífica perante o Senhor. Ele previa sua morte sem qualquer sentimento de medo, nem de frustração e tinha a consciência de que iria padecer pelo nome de Jesus. O Espírito Santo que o guiava em todas as coisas fez com que ele sentisse que “o tempo da sua partida estava próximo”, e Paulo usa um eufemismo comum para falar da sua própria morte. Ele via a sua morte como tendo feito um combate ferrenho, mas que chegava ao fim do combate como um vencedor e pronto para receber o seu galardão das mãos do Grande General, Jesus Cristo. Por isso, ele diz: “combati o bom combate” (2 Tm 4.7). Cabral. Elienai,. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

 

A vida não é simplesmente viver; a morte não é simplesmente morrer Em 2Timóteo 4.6-8, Paulo faz uma profunda análise do seu ministério e, antes de fechar as cortinas da sua vida, abre-nos uma luminosa clareira com respeito ao seu passado, presente e futuro. Acompanhemos sua análise: Paulo olhou para o presente com serenidade (2Tm 4.6). O veterano apóstolo sabe que vai morrer. Mas não é Roma que vai lhe tirar a vida; é ele quem vai oferecê-la a Deus. Assim escreve Paulo: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado”.

Numa linguagem eufêmica, Paulo fala da sua morte como uma partida. A palavra grega analyses, “partida”, era usada em três circunstâncias: Primeira, significa aliviar alguém de uma carga. A morte para Paulo era descansar de suas fadigas (Ap 14.13). Segunda, significa levantar acampamento e deixar a tenda temporária para voltar para casa. A morte para Paulo era mudar de endereço. Era deixar o corpo e habitar com o Senhor (2Co 5.8). Era partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Fp 1.23). Terceira, significa desatar o barco e singrar as águas do rio e atravessar para o outro lado. A morte para Paulo era fazer a última viagem da vida, e esta rumo à Pátria celestial. A morte não intimidava Paulo. Ele chegou a afirmar: “… para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21). Lopes, Hernandes Dias. Paulo, o Maior Líder do Cristianismo. Editora Hagnos. 1 Ed. 2009.    

 

 

«…Quanto a mim…» É como se Paulo tivesse dito: «Quanto a ti, ainda tens muito a cumprir, em teu ministério (ver o versículo anterior); mas, quanto a mim, deves entender que já cumpri meu ministério com êxito e já obtive a preciosa aprovação do Senhor». «…estou sendo já oferecido por libação…» No grego é «spendomai», vocábulo esse que indica «oferta de libação oferecida a Deus». Era costume derramar um pouco de vinho sobre o holocausto ou sacrifício, como libação. E assim era oferecido o sacrifício. Paulo estava tão próximo de sua morte como mártir que a libação já estava sendo vertida. É possível que haja aqui alusão ao «derramamento do seu sangue», ao ser ele sacrificado. No grego, o termo «sponde» é a própria «libação», sendo essa a raiz do vocábulo aqui empregado. (Ver Fil. 2:17, onde o mesmo termo grego é empregado. Nessa passagem, o tema apresentado é «Paulo como sacrifício»).

A libação era uma o ferenda por si mesma, derramada no chão, em reconhecimento aos deuses ou a Deus, e em honra à divindade. Ou então era usada como parte do sacrifício cruento, em que o líquido era derramado sobre o próprio holocausto, mas igualmente em honra à divindade a quem o sacrifício estava sendo oferecido. Eram utilizadas cerimônias de libação quando se estabeleciam tratados de paz, como compromisso de boa fé perante os deuses, comprometendo-se as partes envolvidas no cumprimento do trato, como se elas mesmas fossem as testemunhas do pacto estabelecido. Paulo era uma vítima de indivíduos iníquos e desvairados; mas a sua vida era, realmente, um sacrifício a Deus, a quem servira tão diligentemente. Seu sacrifício se tornou símbolo de dedicação absoluta a Deus, o que deve ser observado e seguido por todos os autênticos ministros do evangelho.

A morte é retratada como um «sono», nas páginas do N.T. (ver João 11:11); como uma mudança de uma casa para outra (ver II Cor. 5:1); como um companheirismo mais íntimo com Cristo (ver Fil. 1:23); como uma coroação (ver o oitavo versículo deste capítulo); e, neste ponto, é retratada como um sacrifício oferecido ao Senhor. O cristianismo enobrece a morte, a qual é motivo de terror para os incrédulos. «…o tempo da minha partida é chegado…» A palavra «…partida…» é tradução do termo grego «analusis», que literalmente significa «soltura». Contudo, não devemos pensar aqui na «dissolução» do corpo, quando da morte física, e, sim, na liberação para a partida, como quando um navio desatraca de seu amarradouro. «Dissolução», entretanto, é uma tradução possível, embora estranha a este contexto. (Ver Fil. 1:23, onde «partir» é estar com Cristo, e onde se usa a mesma raiz, em forma verbal, embora aqui tenhamos uma outra forma). A figura simbólica parece ser a de um navio que enfuna as velas ao partir para um novo mundo. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 401.      

 

   2.   “Combati o bom combate” (2 Tm 4.7).

 

  Agora o apóstolo faz uma análise de sua trajetória. Ele combateu o bom combate. Desde quando Paulo teve o encontro com Cristo, indo para Damasco até o momento próximo de sua morte, muitas experiências ocorreram em sua vida. É notória a total entrega do após tolo: muitas perseguições, provações, injustiças, plantações e confirmações de igrejas. De fato, o apóstolo entregou a sua vida integralmente à causa do Evangelho. Ele combateu o bom combate. Que combate estamos com batendo? Essa causa é a nobre causa do Evangelho? Que o autoexame de Paulo seja exemplo para nos auto examinarmos também.    

 

Comentário

 

    Paulo esteve preso por duas vezes em Roma, e, na primeira prisão, a motivação era religiosa e estava ligada à perseguição contra os judeus em Roma em 49 d.C., sob o domínio do imperador Cláudio (At 18.2), mas Paulo foi liberto, dando sequência à sua missão de pregar o evangelho. No ano 54 d.C., assumiu o império o insano e cruel Nero e, ainda sob o seu domínio, em 64 d.C., Nero provocou um terrível incêndio na cidade e culpou os cristãos, havendo uma grande destruição dos principais bairros da cidade de Roma. Paulo ainda estava fora de Roma, possivelmente em Trôade, quando foi levado e preso pelos soldados de Nero.

Chegando a Roma – dessa feita, a sua segunda prisão -, ele não teve algumas regalias que teve na primeira. Dessa vez, ele foi lançado num lugar lúgubre, úmido, frio e desprovido de qualquer conforto. Foi nessa prisão que Paulo escreveu sua segunda carta a Timóteo. Ele entendeu que havia chegado a hora de enfrentar a morte; por isso, na carta, ele não pede oração para ser liberto da prisão, mas apenas aconselhou Timóteo e a igreja sob o seu pastoreio. Quando ele declarou: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”, o apóstolo dos gentios estava tranquilo em poder morrer com a certeza de ter concluído sua carreira. Nessas palavras, Paulo trazia à memória toda a sua história e, com erros e acertos, não tinha do que se arrepender, pois era o legado que este deixava para os seus companheiros dos últimos anos, como Timóteo, Tito, Silas, Tíquico, Erasto, Trófimo, Priscila e Áquila e tantos outros. Cabral. Elienai,. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

 

Paulo olhou para o passado com gratidão (2Tm 4.7). Paulo está passando o bastão a seu filho Timóteo, mas, antes de enfrentar o martírio, relembra-o de como havia sido sua vida: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”. A vida para Paulo não foi uma feira de vaidades nem um parque de diversões, mas um combate renhido. O apóstolo pode morrer tranquilo porque havia concluído sua carreira, e isso era tudo o que lhe importava (At 20.24). Mas também deixa claro que nessa peleja jamais abandonou a verdade nem negou a fé. Não morre bem quem não vive bem. A vida é mais do que viver, e morrer é mais do que morrer. Lopes, Hernandes Dias. Paulo, o Maior Líder do Cristianismo. Editora Hagnos. 1 Ed. 2009.    

 

«…Combati o bom combate…» No grego temos o termo «agonidzomai», em forma verbal; e o substantivo é «agon», que se deriva da mesma raiz. Originalmente, o termo «agon» indicava uma «assembleia» de qualquer natureza; em seguida veio a indicar a multidão que se reunia para ver as competições atléticas; e, finalmente, passou a indicar a própria competição em que homens se esforçavam por alcançar o prêmio ou coroa. Por extensão, veio a significar qualquer forma de luta ou batalha. A forma verbal, aqui empregada, é o termo de onde nos vem a palavra moderna «agonizar». No original grego significava «entrar em combate», «lutar», «contender». Todas as expressões, usadas no presente versículo, envolvem metáforas baseadas no atletismo. A primeira dessas expressões provavelmente se alicerça sobre a luta corpo a corpo, ou sobre alguma outra forma de luta na arena; a segunda, alude às corridas dos fundistas, às maratonas, onde os corredores tinham de percorrer longas distâncias, eivadas de obstáculos; e a terceira dessas metáforas é uma alusão à «promessa» feita pelos atletas de que competiriam de conformidade com as regras (ver também II Tim. 2:5 e I Tim. 5:12). (Quanto a outras metáforas usadas pelo apóstolo dos gentios, com base na vida atlética, ver os trechos de I Cor. 9:24,25; Fil. 2:16 e 3:13,14).

Na passagem de I Tim. 6:12 encontramos as seguintes palavras: «Combate o bom combate da fé…», onde o mesmo vocábulo grego é empregado. A verdadeira vida cristã é pintada aqui como uma luta, como uma competição atlética, como uma experiência árdua e testadora, embora o seu propósito seja elevado, pois há uma coroa a ser obtida. Mas essa coroa só pode ser conquistada por aqueles que lutarem de conformidade com as regras, e assim se saírem vencedores. Ora, isso exige a aceitação do verdadeiro Cristo, conforme é este exposto no evangelho e na doutrina de Paulo; e, por outro lado, exige a negação e a oposição contra os ensinamentos contrários. Também envolve o cumprimento fiel dos deveres cristão s e do ministério da Palavra em que o crente observa todas as exigências próprias da vida cristã.

E preciso, pois, seguir a santidade, propagar o evangelho e ensinar devidamente àqueles que já confiaram em Cristo. Notemos aqui o uso do artigo definido, no original grego, «Combati ‘o’ bom combate…», ou seja, «o combate cristão», aquele combate no qual Paulo fora posto pelo próprio Senhor. E trata-se de um «…bom …» combate, visto que tem por escopo bons e nobres propósitos, em defesa e propagação do bem eterno entre os homens, em prol do qual se esforçam todos os legítimos ministros do evangelho. A tradução inglesa de Williams (aqui vertida para o português), diz: «Tenho lutado a luta pelo bem». Na passagem de I Tim. 6:12, essa luta é descrita como a luta «da fé», ou seja, em favor da propagação e da defesa da fé cristã (a «fé objetiva», tão frequentemente usada nas «epístolas pastorais», ver notas expositivas a respeito, em I Tim. 1:2).

O comentário de Adam Clarke, sobre este particular, é o seguinte (In loc.): «Tenho lutado e vencido em favor de uma causa honorabilíssima». Notemos que a luta do apóstolo Paulo terminou em «calamidade», conforme os homens podem ver as coisas, porquanto o apóstolo dos gentios estava prestes a morrer como mártir. Para o próprio Paulo, no entanto, isso era a coroação e a glória, o triunfo final de sua luta, de seu combate. As palavras «Combati o bom combate…» poderiam ser entendidas como: «Não me lamento, porquanto agora posso gloriar-me nas realizações de meu combate». CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 401.    

 

   3.   Gratidão e esperança (2 Tm 4.7,8).

 

 Além de combater o bom com bate, o apóstolo “acabou a carreira” e “guardou a fé”. Mais importante do que começar, é, a forma como terminaremos a carreira. O apóstolo tinha a consciência da carreira que percorreu e da fé que guardou. Durante os anos de ministério, sua fé permaneceu pujante e robusta, o que lhe permitiu olhar para a sua circunstancia com atitude serena. Embora não pudesse evitar a morte física, sabia que estar com o Senhor era a coroação da sua trajetória: “termos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (2 Co 5.8) e “partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Fp 1.23). O apóstolo nos ensina que é preciso olhar para o futuro com a certeza do nosso galardão, e enxergar, pela fé, que o nosso trabalho não é vão no Senhor (1 Co 15.58), pois há uma coroa de justiça guardada para cada crente em Jesus (2 Tm 4.8). Estamos nas mãos do Justo Juiz.    

Comentário

 

 

    Mesmo estando sozinho na prisão esperando o momento de sofrer o seu martírio, Paulo podia olhar para o presente da sua vida naquele momento com uma atitude serena. Ele sabia que não podia evitar a morte física; por isso, também sabia que sua morte seria como um alívio das cargas emocionais e ministeriais que ele levou até aquele momento clímax de sua vida. Deixar o corpo e galgar o Céu na presença de Deus era a conquista maior; significava mudar de endereço. Ele declarou aos coríntios: “Mas temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (2 Co 5.8). Aos filipenses, ele disse que o seu desejo era “partir e estar com Cristo, porque isto é ainda melhor” (Fp 1.23). Ele também podia olhar para o futuro com a certeza de seu galardão e ver pela fé que o seu trabalho não foi em vão, porque “a coroa da justiça” estava guardada para ele e que receberia essa coroa naquele Dia. O texto de 2 Timóteo 4.8 contém suas palavras: “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada”. Cabral. Elienai,. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.      

 

Paulo olhou para o futuro com esperança (2Tm 4.8). A gratidão do dever cumprido, associada à serenidade de saber que estava indo para a presença de Jesus, dava a Paulo uma gostosa expectativa do futuro. Mesmo que Nero o condenasse e o tribunal de Roma o considerasse culpado, o reto e justo Juiz o consideraria inocente e lhe daria a coroa da justiça. Como que num brado de triunfo diante do martírio, Paulo proclama: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia…” (2Tm 4.8). Lopes, Hernandes Dias. Paulo, o Maior Líder do Cristianismo. Editora Hagnos. 1 Ed. 2009.    

 

«… completei a carreira…» No grego, o substantivo é «dromos», que significa «pista de corrida», onde é efetuada a competição. (Quanto a essa metáfora, em sentido mais extenso, ver Fil. 3:13,14). O «prêmio» buscado é a «vida eterna», isto é, tornar-se o que Cristo é e compartilhar de sua natureza e atributos, ou perfeições, que procedem da parte de Deus Pai, mas que Cristo outorga aos homens (ver Efé. 3:19; 1:23; Col. 2:9,10; II Cor. 3:18; Rom. 8:29 e II Ped. 1:4), para que assim venham a compartilhar de sua herança e glorificação (ver Rom. 8:17,29,30).

Neste caso, naturalmente, essa carreira completa aponta para o sucesso obtido no ministério; contudo, não podemos destacar disso o sucesso individual na obtenção da vida eterna (ver o trecho de I Tim. 4:16, onde o prêmio conquistado através da conduta de um autêntico ministério é a própria salvação e a de outros; e ver também a passagem de I Tim. 6:12, onde o «combater o combate da fé» é equivalente ao «apossar-se da vida eterna»). A vida cristã é retratada como uma longa carreira, como uma maratona, repleta de obstáculos e dificuldades que esmagam aos homens que não possuem a força conferida por Cristo. Nisso não pode haver vitória a menos que o corredor prossiga até à linha de chegada; mas essa linha é cruzada triunfalmente. Aprendemos que a carreira exige dedicação e coragem, bem como o poder espiritual do Espírito Santo, pois, de outro modo, será inteiramente impossível concluí-la com êxito, o que também é comprovado pela experiência diária.

Sabemos, com base de tudo quanto encontramos e sofremos, que correr com sucesso a carreira cristã não é coisa fácil. Cristo exige a total dedicação de nossas almas, a outorga da própria vida às mãos de Cristo, que é aquela atitude a que denominamos de «fé». «Sabes tu que em uma carreira correm todos os corredores, mas somente um pode obter o prêmio? Deves correr de tal maneira que possas obter o prêmio» (I Cor. 9:24, segundo a tradução inglesa de Williams, aqui vertida para o português). «Porém, em nada (nos sofrimentos, nas perseguições e nos encarceramentos) considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus» (Atos 20:24). Clemente de Alexandria expande essa metáfora, até seus detalhes mais completos, em seu Quis dives salvetur, capítulo terceiro. «Cristo já nos deu o exemplo, como o precursor (ver Heb. 6:20)». (Lock, in loc.). «…guardei a fé…» Se porventura a metáfora tem continuação, então temos aqui o «compromisso» de um atleta de que «observaria as regras», de que «se esforçaria legitimamente» (ver II Tim. 2:5 quanto a notas a esse ,respeito).

Em sua aplicação, isso indica: 1. Esforçar-se legitimamente, como autêntico ministro de Cristo, em obediência às suas ordens, trabalhando sob a sua autoridade. 2. Confiar na mensagem cristã, sem adições e nem corrupções. 3. Defender a fé (a doutrina e a prática paulinas ortodoxas) contra os assédios da heresia. 4. Propagar a «fé» aos perdidos. 5. Ensinar a fé em toda a sua pureza, aos novos convertidos. A fé, neste caso, é a «fé objetiva», ou seja, o «ensinamento cristão ortodoxo, interpretado por Paulo», conforme é comum nestas «epístolas pastorais». 6. Em tudo isso está envolvida a «fidelidade» pessoal para com o Senhor. É como se Paulo tivesse dito: «Tenho sido fiel às minhas promessas e ao meu compromisso com ele; tenho feito o seu trabalho e tenho sido seu servo fiel. Tenho transmitido a sua mensagem aos homens, em sua forma original e pura». «Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus» (Apo. 14:12). A alusão que temos aqui é à dificuldade de guardar a fé, em oposição contra o anticristo, durante o negro período da Grande Tribulação. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 402.    

 

SÍNTESE DO TÓPICO I

 

O apóstolo Paulo pensava na sua morte como uma oferta de sacrifício

 

 

SUBSÍDIO PEDAGÓGICO

Inicie esta lição relembrando a lição passada, onde tratamos da coragem do apóstolo diante da morte. Mostre aos alunos que a coragem de Paulo diante da morte tinha como base a esperança cristã no porvir. Se cultivarmos diariamente essa esperança, tendemos a perder o medo que paralisa. Quem perde esse medo é capaz de fazer coisas extraordinárias. Por isso, afirme que se cultivarmos uma verdadeira esperança no porvir, lidaremos melhor com as coisas presentes. Quanto mais ligados ao futuro celestial, melhor lidaremos com o presente material. É tempo de aprofundar essa certeza imaterial cristã, para viver num mundo materialista e anticristão. Atentemos para essência do que Jesus nos ensinou: “o meu Reino não é deste mundo” (Jo 18.36).      

 

II – A DOUTRINA BÍBLICA DE PAULO SOBRE A VOLTA DO SENHOR

 

 

   1.   A volta do Senhor em 1 Tessalonicenses.

  O capítulo 5 de 1 Tessalonicenses inicia com uma conjunção, “mas” para retomar a ideia lógica do capítulo 4 em que Paulo fala sobre a ressurreição dos mortos em Cristo na mesma ocasião em que ocorrerá o arrebatamento dos vivos em Cristo. Assim, o capítulo 5 é a continuidade acerca do assunto da parousia, ou seja, a volta do nosso Senhor, iniciado no capitulo 4.    

 

Comentário

 

 Os judeus acreditavam, de modo geral, que o Messias, o filho de Davi e herdeiro do seu trono, faria essa restauração. Na verdade, o tempo da restauração do reino a Israel acontecerá depois da volta do Senhor para instalar o seu reino milenial (Rm 11.25,26). Os tessalonicenses não deveriam preocupar-se com “tempos e estações” que envolvem o Dia do Senhor, os quais estão ligados a Israel e seus contemporâneos depois do arrebatamento da Igreja. É lamentável que muitos pregadores pentecostais estejam adotando a ideia da “midi-tribulação” e declarando que a Igreja entrará no período da Grande Tribulação. Ora, a “Grande Tribulação” não é para a Igreja, e sim para Israel e o mundo de então, porque, antes que o Anticristo apareça definitivamente, o Senhor arrebatará a sua Igreja. O que Paulo queria deixar para os tessalonicenses era que a sua vinda seria repentina como o “ladrão de noite”, especialmente para aqueles que irão experimentar os sofrimentos daquele tempo. Os mortos em Cristo estão seguros e ressuscitarão antes que o Senhor venha para desfazer o poder do Anticristo. Cabral. Elienai,. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

 

 

A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS, especialmente a segunda vinda de Cristo, tem despertado grande interesse nos círculos evangélicos nos últimos dois séculos. Inúmeras obras foram escritas com as perspectivas as mais diferentes. Essa revitalização da doutrina trouxe fortalecimento na fé e profundo engajamento missionário por parte de alguns e, infelizmente, sérios desvios por parte de outros. Atualmente, vemos dois extremos com respeito ao debate desse assunto:

Aqueles que se entregam à curiosidade frívola. Não poucos estudiosos da Bíblia, no afã de mergulhar nas profecias bíblicas, chegam às raias do entusiasmo inconsequente, marcando data para a segunda vinda de Cristo e descrevendo minúcias desse auspicioso acontecimento escatológico.

A grande tese de Paulo é que a Igreja não deve se preocupar com as minúcias da data da segunda vinda de Cristo, mas, sim, estar preparada para a Sua volta. Vigilância e trabalho e não especulação é o que a Bíblia ensina quanto a esse momentoso tema. A razão por que não foi necessário Paulo escrever para os tessalonicenses acerca dos tempos e épocas da segunda vinda de Cristo (5.1) não era que ele julgasse essas informações irrelevantes ou desnecessárias, mas porque ele já havia ensinado a eles que este tema estava além da esfera de seu ensino. O papel da Igreja não é saber tempos ou épocas que o Pai reservou para a Sua exclusiva autoridade, mas estar engajada na obra e preparada para a parousia.

O dia da segunda vinda de Cristo não foi revelado aos anjos nem a nós. É da autoridade exclusiva do Pai (Mt 24.36; At 1.7). 2 . Aqueles que se entregam ao ceticismo incrédulo. Se por um lado existem aqueles que deixam de fazer a obra por causa da expectativa iminente da segunda vinda há também, de outro lado, aqueles que vivem despreocupadamente sem dar crédito a ela. Estes são zombadores e escarnecedores, que andam dizendo: “Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as cousas permanecem como desde o princípio da criação” (2Pe 3.4). No meio desses dois extremos, como a Igreja de Cristo deve se portar? Que atitude deve ter em relação à segunda vinda de Cristo? George Barlow defende a ideia que a Igreja deve aguardar a segunda vinda de Cristo com uma atitude de expectativa, vigilância, coragem militante e confiança. LOPES. Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo. Editora Hagnos. pag. 119-121.    

 

 

O apóstolo, tendo mencionado no final do capítulo anterior a ressurreição e a segunda vinda de Cristo, continua falando sobre a inutilidade de conjecturar acerca do tempo específico da vinda de Cristo, que será súbita e terrível para os ímpios, mas consoladora para os santos (w. 1-5). Ele então chama a atenção deles para a importância da vigilância, sobriedade e o exercício da fé, amor e esperança, como aspectos apropriados para o estado deles (w. 6-10). Nas palavras seguintes, ele ressalta diversos outros deveres que eles deveriam realizar em relação aos outros, ou uns aos outros (w. 11-15), além de diversos outros deveres cristãos de grande importância (w. 16-22), e então conclui esta epístola (w. 23-28).

O apóstolo deixa claro aos Tessalonicenses que era desnecessário perguntar acerca do tempo específico da vinda de Cristo: acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva (v. 1). Cristo certamente virá, e há um tempo específico decretado para a sua vinda; mas não havia a necessidade de o apóstolo escrever a este respeito, e, portanto, ele não recebeu revelação acerca disso. Nem eles nem nós deveríamos perguntar acerca desse segredo, que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder (veja At 1.7). Daquele Dia e hora ninguém sabe (veja Mt 24.36).

O próprio Cristo não revelou a hora quando esteve na terra; não fazia parte da sua comissão como o grande profeta da Igreja: Ele também não o revelou aos seus apóstolos; não havia necessidade disso. Há tempos e estações para fazermos nosso trabalho: o nosso dever e interesse é conhecer e observar; mas não sabemos os tempos e estações quando devemos prestar contas, nem é necessário que o saibamos. Observe: Existem muitas coisas que a nossa vã curiosidade deseja saber em que não há necessidade para tal, e o nosso conhecimento a respeito delas não nos faria bem algum. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 664.    

 

   2.   As duas fases dessa vinda.

 

  A volta de Cristo se dará em duas fases. A primeira, apenas para os salvos, em que nosso Senhor virá nas nuvens para se encontrar com a sua Noiva, a igreja (1 Ts 4.15,16). O apóstolo nos mostra que nessa ocasião, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro e os vivos serão arrebatados para estarem com o Senhor nos ares. Essa fase é invisível para o mundo, nenhum olho verá, somente os dos salvos. Entretanto, na segunda fase da vinda do Senhor “todo o olho verá” (Ap 1.7). Será uma chegada em que nosso Senhor descerá em glória e, literalmente, será visto pelo mundo todo e, especialmente, pelos judeus (Zc 14.2,3). Nessa ocasião, Jesus Cristo livrará pessoalmente a nação de Israel dos exércitos confederados pelo Anti cristo, desfazendo-os com o seu poder, e vencendo o Anticristo, o Falso Profeta e o Diabo para implantar o reino do Milênio (Ap 19.11-16).  

 

Comentário

 

CREMOS, professamos e ensinamos que a Segunda Vinda de Cristo é um evento a ser realizado em duas fases. A primeira é o arrebatamento da Igreja antes da Grande Tribulação,1 momento este em que “nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados” (1 Ts 4.17); a segunda fase é a sua vinda em glória depois da Grande Tribulação e visível aos olhos humanos: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” (Ap 1.7). Nessa vinda gloriosa, Jesus retornará com os santos arrebatados da terra: “na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos” (1 Ts 3.13).

O Arrebatamento da Igreja. É o termo que nós usamos para designar o rapto dos santos da face da terra para o encontro com o Senhor nos ares: ״Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16,17). Nesse evento, os mortos em Cristo e os santos do Antigo Testamento serão ressuscitados primeiro, seguindo-se a transformação dos salvos vivos e o simultâneo encontro de ambos os grupos com o Senhor nos ares.

Esse advento será invisível aos olhos do mundo, porém seus efeitos serão perceptíveis. Isso ocorrerá em fração de segundos, e nosso corpo será transformado num corpo glorioso, que estará revestido de incorruptibilidade e imortalidade por ocasião do rapto da Igreja. Será um evento repentino4 e secreto, precedido pelos sinais gerais da apostasia, guerras, fomes, catástrofes naturais, perseguições, de maneira que esse evento não pode ser visualizado antecipadamente nem datado por esses ou por nenhum outro sinal. A condição para fazer parte desse glorioso evento é estar em Cristo. Essa é a primeira fase da Segunda Vinda de Cristo que precederá a Grande Tribulação, período em que a ira de Deus será derramada sobre os moradores da terra.

Soares. Esequias,. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pag. 185-186.    

 

A ressurreição dos mortos (4.15,16) Destacamos alguns pontos no trato dessa matéria: A doutrina da ressurreição era rejeitada pelos gregos. Quando Paulo pregou a doutrina da ressurreição aos filósofos atenienses, quase todos zombaram dele (At 17.32). Os gregos eram como os saduceus que rejeitavam a doutrina da ressurreição (At 23.6-8). A grande esperança dos gregos era justamente livrar-se do corpo. Tessalônica era uma cidade grega e os gregos não acreditavam na ressurreição do corpo. Os gregos achavam que o corpo era essencialmente mau. O corpo era considerado pelos gregos como um claustro, ou a prisão da alma. A destruição do corpo e não sua ressurreição era desejada pelos gregos.

A ressurreição de Cristo é a garantia da nossa ressurreição (4.14). Alguns crentes de Tessalônica estavam tendo essa confusão de crer na ressurreição de Cristo sem crer ao mesmo tempo na ressurreição dos salvos (ICo 15.12,13). Paulo, então, mostra a eles que não podemos crer numa cousa sem crer na outra. Não podemos crer na ressurreição de Cristo sem crer na ressurreição dos salvos, visto que a ressurreição de Cristo é o penhor e a garantia da nossa ressurreição. O apóstolo Paulo, tratando da mesma matéria em sua primeira carta aos Coríntios, escreve, mostrando a impossibilidade de crer na ressurreição de Cristo sem crer na ressurreição dos salvos: Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, então. Cristo não ressuscitou.

E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé; e somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Na ressurreição teremos ao mesmo tempo continuidade e descontinuidade. O mesmo corpo que descerá ao túmulo se levantará dele. Porém, esse corpo, mesmo mantendo sua identidade inalienável, não ressuscitará com as mesmas marcas de fraqueza e corruptibilidade. O corpo é uma espécie de semente. No sepultamento lançamos na terra uma semente e dela brotará uma linda flor. O corpo da ressurreição será um corpo novo, imortal, incorruptível, poderoso, glorioso, espiritual e celestial (iC o 15.35-49).

A ressurreição dos mortos se dará na segunda vinda de Cristo (4.16). A segunda vinda de Cristo será pessoal, visível, audível e gloriosa. Três fatos vão ocorrer, quando da segunda vinda de Cristo, em relação à ressurreição dos mortos: O Senhor virá mediante a sua palavra de ordem (4.16). Essa é uma voz de autoridade. Jesus Cristo dará uma palavra de ordem, como fez do lado de fora do túmulo de Lázaro (Jo 11.43). O evangelista João registra: “[…] os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão” (Jo 5.28). O soberano Senhor do universo erguerá Sua voz e todos os mortos a ouvirão e sairão dos seus túmulos, uns para a ressurreição da vida e outros para a ressurreição do juízo (Jo 5.28,29). A palavra grega keleusma, traduzida por “palavra de ordem”, significa comando, sonido. Essa palavra cujo significado traz a ideia de uma ordem gritada para os mortos levantarem de seus túmulos só aparece aqui em todo o Novo Testamento.

A palavra era usada de vários modos, por exemplo, o grito dado pelo mestre do navio para seus remadores, ou por um oficial para seus soldados, ou por um caçador para seus cães, ou por um cocheiro para cavalos. Quando usada para pessoal militar ou naval, era um grito de batalha. Na maior parte das vezes denota um grito alto e autoritário, com frequência dado num momento de grande empolgação. Desta forma. Cristo retorna como um grande Vencedor. Sua palavra de ordem é como a ordem que um oficial dá em voz alta à sua tropa. É uma ordem expressa para que os mortos ressuscitem! O Senhor virá mediante a voz do arcanjo (4.16). O arcanjo era um termo para anjos de grau mais elevado. Essa palavra “arcanjo” só aparece aqui e em Judas 9. Nesta última passagem, o arcanjo é Miguel (Ap 22.7; Dn 10.13,21; 12.1). Ele é representado como líder dos anjos santos e defensor do povo de Deus.

Para os crentes essa voz trará plenitude de alegria. Ela soará para proclamar a libertação do povo de Deus. Cristo virá para a libertação da Igreja e o julgamento do mundo. O Senhor virá mediante o ressoar da trombeta de Deus (4.16). A trombeta era usada pelos judeus em suas festas, e também era associada com as teofanias e com o Fim, e é, também ligada com a ressurreição dos mortos. No império romano, as trombetas eram utilizadas para anunciar a chegada de uma pessoa importante. William Hendriksen tece o seguinte comentário acerca do sonido da trombeta: O sonido da trombeta aqui é muito apropriado. Na antiga dispensação, quando Deus “descia”, por assim dizer, para encontrar-se com Seu povo, este encontro era anunciado por meio do sonido de uma trombeta (Êx 19.16,17).

Por isso, quando as bodas do Cordeiro com sua noiva atingir seu apogeu (Ap 19.7), este clangor de trombeta será muitíssimo apropriado. Da mesma forma, a trombeta era usada como sinal da vinda do Senhor para resgatar Seu povo da opressão hostil (Sf 1.6; Zc 9.14). Foi o sinal de seu livramento. Assim também este último sonido de trombeta será o sinal para os mortos ressurgirem, para os vivos se transformarem e para que todos os eleitos de Deus sejam reunidos dos quatro ventos (Mt 24.31) para o encontro do Senhor. Essa descida do Rei dos reis, acompanhada dos anjos e remidos, entre nuvens será visível, audível, e majestosa. Ele virá para juízo e também para livramento (Mt 25.31-46). LOPES. Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses. Como se preparar para a segunda vinda de Cristo. Editora Hagnos. pag. 108-112.    

 

Seu estado e condição serão gloriosos e felizes na segunda vinda de Cristo. O apóstolo traz essa informação aos Tessalonicenses pela palavra do Senhor (v. 15), pela divina revelação do Senhor Jesus; porque embora a ressurreição dos mortos e um futuro estado de bem-aventurança fizessem parte do credo dos santos do Antigo Testamento, são muito mais claramente revelados pelo evangelho. Por essa palavra do Senhor, sabemos: Que o Senhor Jesus virá do céu com toda pompa e poder do mundo acima (v. 16): o mesmo Senhor descerá do céu com alarido. Ele subiu aos céus depois da sua ressurreição, e passou por esses céus materiais até o terceiro céu, onde aguarda até a restituição de todas as coisas; e então virá outra vez e aparecerá em sua glória. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 663.      

 

   3.   Sobre a Grande Tribulação.

 

  Não passaremos pelo período do juízo divino, denominado de a Grande Tribulação. A Igreja de nosso Senhor será retirada antes do período de derramamento do santo juízo. Quando o Anticristo instalar o seu governo mundial, não estaremos mais aqui. Ao final desse período, juntos de Cristo, contemplaremos a destruição do Anticristo e do Falso Profeta no Lago de Fogo (Ap 19.20). Esse ensinamento mostra aos tessalonicenses, bem como a igreja atual, que vale a pena confiar e esperar a volta do Senhor.    

 

Comentário

 

 

    A Grande Tribulação durará sete anos; trata- -se de um período de transição entre a dispensação da Igreja e o. Milênio. É um tempo de angústias e sofrimentos sem precedentes na história: “porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24.21). Os profetas falaram sobre esse dia, como foi o caso de Jeremias, Daniel, Joel, entre outros. Esse período é também conhecido como “Dia do Senhor” no Antigo e também no Novo Testa- mento e terá seu início somente depois que a Igreja for arrebatada da terra. Essa etapa da história foi determinada por Deus para fazer, justiça contra a rebelião dos moradores da terra e também para preparar a nação de Israel para o encontro com o seu Messias. A cidade de Jerusalém será ainda tomada por pouco tempo, pois, no final da Grande Tribulação, o Senhor Jesus descerá para livrar o seu povo. O apóstolo João relata a futura vitória de Cristo junto com seus santos sobre a Besta e sobre o Falso Profeta. Soares. Esequias,. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pag. 187.    

 

 

A GRANDE TRIBULAÇÃO Mt 24.21. “Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais.” Começando com 24.15, Jesus trata de sinais especiais que ocorrerão durante a grande tribulação (as expressões “grande aflição”, de 24.21, e “grande tribulação”, de Ap 7.14, são idênticas no grego). Tais sinais indicam que o fim dos tempos está muito próximo (24.15-29). São sinais conducentes à, e indicadores da volta de Cristo à terra, depois da tribulação (24.30,31; cf. Ap 19.11–20.4). O maior desses sinais é “a abominação da desolação” (24.15), um fato específico e visível, que adverte os fiéis vivos durante a grande tribulação de que a vinda de Cristo à terra está prestes a ocorrer. Esse sinal-evento, visível, relaciona-se primeiramente com a profanação do templo judaico daqueles dias em Jerusalém, pelo Anticristo.

O Anticristo, também chamado o homem do pecado, colocará uma imagem dele mesmo no templo de Deus, declarando ser ele mesmo Deus (2Ts 2.3,4; Ap 13.14,15). Seguem-se fatos salientes a respeito desse evento crítico. (1) A “abominação da desolação” marcará o início da etapa final da tribulação, que culmina com a volta de Cristo à terra e o julgamento dos ímpios em Armagedom (24.21,29,30; ver Dn 9.27; Ap 19.11-21). (2) Se os santos da tribulação atentarem para o fator tempo desse evento (“Quando, pois, virdes”, 24.15), poderão saber com bastante aproximação quando terminará a tribulação, época em que Cristo voltará à terra (ver 24.33 nota).

O decurso de tempo entre esse evento e o fim dos tempos é mencionado quatro vezes nas Escrituras como sendo três anos e meio ou 1260 dias (ver Dn 9.25-27; Ap 11.1,2; 12.6; 13.5-7). Por causa da grande expectativa da volta de Cristo (24.33), os santos daqueles dias devem acautelar-se quanto a informes afirmando que Cristo já voltou. Tais informes serão falsos (24.23-26). A “vinda do Filho do homem” depois da tribulação será visível e conhecida de todos os que viverem no mundo (24.27-30; Ap 1.7). Outro sinal que ocorrerá, então, será o dos falsos profetas que, a serviço de Satanás, farão “grandes sinais e prodígios” (24.24). (1) Jesus admoesta a todos os crentes a estarem especialmente alerta para discernir esses profetas, mestres e pregadores, que se declaram cristãos sendo falsos, porém apesar disso, operam milagres, curas, sinais e maravilhas e que demonstram ter grande sucesso nos seus ministérios.

Ao mesmo tempo, torcerão e rejeitarão a verdade da Palavra de Deus (ver 7.22 nota; Gl 1.9 nota). (2) Noutra parte, as Escrituras admoestam os crentes a sempre testarem o espírito que atua nos mestres, líderes e pregadores (ver 1Jo 4.1 nota). Deus permite o engano acompanhado de milagres, a fim de testar os crentes no tocante ao seu amor por Ele e sua lealdade às Sagradas Escrituras (Dt 13.3). Serão dias difíceis, pois Jesus declara em 24.24, que naqueles últimos tempos o engano religioso será tão generalizado que será difícil até mesmo para “os escolhidos” (i.e., os crentes dedicados) discernirem entre a verdade e o erro (ver 1Tm 4.16 nota; Tg 1.21 nota). (3) Quem entre o povo de Deus não amar a verdade será enganado. Não terá mais oportunidade de crer na verdade do evangelho, depois do surgimento do Anticristo (ver 2Ts 2.11 nota). Finalmente, a “grande tribulação” será um período específico de terrível sofrimento e tribulação para todos que viverem na terra. Observe:

(1) Será de âmbito mundial (ver Ap 3.10 nota).

(2) Será o pior tempo de aflição e angústia que já ocorreu na história da humanidade (Dn 12.1; Mt 24.21).

(3) Será um tempo terrível de sofrimento para os judeus (Jr 30.5-7).

(4) O período será controlado pelo “homem do pecado” (i.e., o Anticristo; cf. Dn 9.27; Ap 13.12).

(5) Os fiéis da igreja de Cristo recebem a promessa de livramento e “escape” dos tempos da tribulação (ver Lc 21.36 nota; 1Ts 5.8-10; Ap 3.10 nota).

(6) Durante o período da tribulação, muitos entre os judeus e gentios crerão em Jesus Cristo e serão salvos (Dt 4.30,31; Os 5.15; Ap 7.9-17; 14.6,7).

(7) Será um tempo de grande sofrimento e de perseguição pavorosa para todos quantos permanecerem fiéis a Deus (Ap 12.17; 13.15).

(8) Será um tempo de ira de Deus e de juízo seu contra os ímpios (1Ts 5.1-11; Ap 6.16,17).

(9) A declaração de Jesus de que aqueles dias serão abreviados (24.22) não pressupõe a redução dos três anos e meio, ou 1260 dias preditos. Pelo contrário, parece indicar que o período é tão terrível que se não fosse de curta duração a totalidade da raça humana seria destruída.

(10) A grande tribulação terminará quando vier Jesus Cristo em glória, com sua noiva (Ap 19.7,8,14), para efetuar o livramento dos fiéis remanescentes e o juízo e destruição dos ímpios (Ez 20.34-38; Mt 24.29-31; Lc 19.11-27; Ap 19.11-21).

(11) Não devemos confundir essa fase da vinda de Jesus, no fim da grande tribulação, com a sua descida imprevista do céu, em 24.42-44 (ver notas sobre estes versículos, que tratam da vinda de Jesus, na sua fase do arrebatamento dos crentes), a qual ocorrerá num momento diferente do da sua volta final, no fim da tribulação.

(12) O trecho principal das Escrituras que descreve a totalidade da tribulação de sete anos de duração é encontrado em Ap 6–18. Stamps, Donald C,. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD. pag. 1438-1439.    

 

O Arrebatamento da Igreja e a Grande Tribulação Algumas questões acerca do arrebatamento da Igreja ainda hoje são a razão de muitas discordâncias entre os estudiosos do assunto. Sobretudo no que diz respeito à Grande Tribulação. O arrebatamento dar-se-á:

  • Antes da Grande Tribulação?
  • Durante a Grande Tribulação?
  • Depois da Grande Tribulação?

Estas três linhas de pensamento estão presentes entre os grupos evangélicos. Uns opinam que Cristo voltará para buscar sua Igreja “antes da Grande Tribulação”; outros, que Cristo arrebatará a Igreja “no meio da Grande Tribulação”; e, ainda, um terceiro grupo diz que Cristo voltará para o arrebatamento somente “depois da Grande Tribulação”. Os ensinamentos bíblicos e as opiniões da maioria dos teólogos dizem que os acontecimentos que terão lugar durante a Grande Tribulação somente se darão logo após o arrebatamento da Igreja. Um sem-número de passagens e exemplos bíblicos afirmam que a Igreja não passará pela Grande Tribulação, p.ois, durante este período de dor, ela se estará ao lado de Jesus, no céu, desfrutando das Bodas do Cordeiro. Alguns exemplos tirados da Bíblia podem ilustrar a posição da Igreja neste tempo do fim.

1- Noé e sua família. O dilúvio somente veio sobre o mundo dos ímpios depois que Noé e sua família entraram na arca, e esta foi fechada por fora pelo Senhor (Gn 7.7,16);

2- Sodoma somente foi destruída pelo fogo quando Ló e sua família deixaram a cidade (Gn 19.22,24);

3- Enquanto Israel, sob o comando de Moisés, atravessava o mar Vermelho a pé enxuto, ele permaneceu firme sem retornar suas águas. Porém, quando o povo de Deus alcançou a outra margem, o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios afogaram-se (Êx 14.27-31).

4- Raabe e seus familiares foram salvos por Deus e tirados do meio da destruição da cidade de Jericó por dois espias — enquanto os demais moradores pereceram sem misericórdia (Js 6.23,24).

5- Na destruição do ano 70 d.C., nenhum cristão pereceu. Todos chegaram a salvo na cidade de Pella, na Peréia, enquanto os demais moradores foram mortos pela fúria assassina dos soldados rom anos (cf. Lc 21.20-24).

O Apocalipse contém sete bem- aventuranças para os salvos — cinco para os vivos e duas para os mortos, na glória —, mas uma delas (a 4a) é dedicada à Igreja quando esta estiver nas Bodas do Cordeiro, na corte celestial (Ap 1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14). A mulher vista por João em Apocalipse 12, que, após dar à luz um filho varão, é perseguida pelo grande dragão vermelho, não se refere à Igreja, mas sim a Israel, pois tal cena se dará em plena Grande Tribulação, ainda que apresente reminiscência de alguns acontecimentos do passado, quando o príncipe das trevas se rebelou contra Deus e contra Jesus. Severino Pedro Da Silva. Armagedom A Batalha Final. Editora CPAD. pag. 119-120.        

 

SÍNTESE DO TÓPICO II

 

A volta de Cristo se dará em duas fases: primeira, somente para os santos; segunda, para todos os homens.

 

 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A Bíblia indica dois aspectos da Segunda Vinda de Cristo. Por um lado, Ele virá como Preservador, Libertador ou Protetor ‘da ira vindoura’ (1 Ts 1.10). ‘Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira’ (Rm 5.9). Devemos manter-nos espiritualmente vigilantes, viver a vida sóbria, equilibrada com domínio próprio, e usar a armadura do Evangelho: a fé, o amor e a esperança da salvação, porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele. Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros (1 Ts 5.9-11). […] Por outro lado, a justiça de Deus será vindicada ‘quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu, com os anjos do seu poder, como labaredas de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo… quando vier para ser glorificado nos seus santos e para se fazer admirável, naquele dia, em todos os que creem’ (2 Ts 1.7,8,10)” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.632,33).    

 

CONHEÇA MAIS

*Sobre as Duas Fases da Segunda Vinda   “Arrebatamento. [Se dará) nos ares. Cristo vem para aqueles que lhe pertencem, Manifestação Gloriosa. Cristo vem à terra com aqueles que lhe pertencem.” Para ler mais, consulte a Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica, editada pela CPAD. p.415.    

 

 

III – DOS TEMPOS E DAS ESTAÇÕES ATÉ A VOLTA DO SENHOR

 

   1.   Uma atenção à expressão “dos tempos e das estações”.

 

Os termos “tempos e estações” também foram usados pelo Senhor Jesus em seu último discurso aos seus discípulos, logo depois de sua ressurreição: “Não vos pertence saber os tempos e as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7 – Grifos nosso). Tanto os termos em 1 Tessalonicenses quanto em Atos dos Apóstolos trazem a noção da iminência da volta do Senhor. Por isso, devemos viver em vigilância em todo tempo, não procurando adivinhar datas ou períodos, pois não sabemos o dia nem a hora que o nosso Senhor há de voltar.    

 

Comentário

 

  Os Tempos e as Estações — Antes de Jesus ser assunto aos céus, quando exortava os seus discípulos a que esperassem a promessa do Pai, isto é, o batismo no Espírito Santo, eles indagaram dizendo: “… Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” (At 1.6b) A restauração deste reino tem o seu equivalente na mesma expressão: “… reedificarei o tabernáculo de Davi”, citada mais adiante por Tiago, quando falava no Concílio de Jerusalém (At 15.16), conforme veremos no tópico seguinte. Os “tempos ou as estações”, em Atos 1.7, apontavam para o Novo Estado de Israel, em 1948, quando “o tabernáculo de Davi foi reedificado” (At 15.13-18). Mas a vinda do Libertador dar-se- á no final da Grande Tribulação, quando Cristo virá para pôr fim à grande aflição e estabelecer seu domínio de glória. De acordo com as informações bíblicas, houve uma sucessão de acontecimentos e de personagens que fizeram parte na cronologia dos fatos até a “plenitude dos tempos”. O calendário profético, que trazia em si a grande profecia do nascimento do Messias, tem também uma significação na história da humanidade. A estátua colossal vista em sonho por Nabucodonosor, em Daniel 2, pintava este quadro dos reinos e dos poderes que predominariam até o Armagedom, quando todos serão esmagados sob a “pedra que foi cortada sem mão”. A sucessão dos reinos e de seus representantes, que faziam parte das revelações proféticas, é descrita nos capítulos seguintes que descrevem os quatro impérios mundiais. Severino Pedro Da Silva. Armagedom A Batalha Final. Editora CPAD. pag. 125.    

 

 

Os «…tempos…» e as «épocas» que aparecem neste versículo se referem aos «períodos» de tempo e aos «pontos» definidos de tempo em que Deus haverá de cumprir a sua vontade de maneira específica. Grego «chronos», um período grande de tempo. «Kairos» (época) uma «ocasião» para cumprir uma oportunidade. O «chronos», pode conter diversos «kairoi». Deus fez algo especial no tempo da entrega da lei, no tempo da encarnação de seu Filho, no tempo da crucificação do Senhor Jesus, no tempo da ressurreição de Cristo, e no tempo do envio do Espírito Santo aos discípulos de Cristo. Esses foram «períodos» de tempo ou «pontos» no tempo em que Deus fez algo específico e extraordinário em seu plano divino, o qual, como seu alvo primordial, visa a redenção eterna do homem.

A passagem de Atos 17:26 usa a mesma expressão para indicar longos períodos de tempo, sendo esse um dos usos da palavra.. No entanto, essa expressão também pode referir-se a tempos especiais da operação divina, tais como os tempos dos acontecimentos acima referidos. O trecho de Efé. 1:10 faz alusão à «plenitude dos tempos», quando então chegará o tempo próprio para inaugurar a nova «dispensação», «nova ordem social» ou novo governo divino. A palavra «tempos», nessa passagem de Efé. 1:10, é a mesma palavra traduzida por «épocas», neste versículo do livro de Atos. Esses «tempos», juntamente considerados, haverão de produzir o plano de Deus relativo aos séculos, cuja grande característica será a restauração total de Cristo como cabeça da criação inteira, inaugurando uma ordem social e cósmica inteiramente nova, um novo governo divino.

O pináculo de todos esses acontecimentos será a transformação completa dos crentes, segundo a imagem moral e metafísica de Jesus Cristo, porquanto então ele encherá todas as coisas, embora nós mesmos sejamos aqueles que haverão de completá-lo, no sentido de que quando formos assim transformados, a sua obra remidora estará aperfeiçoada em nós. De alguma maneira, por conseguinte, todos os «períodos» de tempo das operações de Deus têm sido diretamente associadas a esse propósito, e cada «tempo» ou operação específica de Deus, em um período especial de tempo, é algum estágio específico da operação total, a qual haverá de introduzir na criação uma nova ordem cósmica. (Quanto a maiores particularidades sobre essas profundíssimas questões, ver as notas expositivas referentes a Efé. 1:9,10, que é uma das mais profundas passagens de toda a Bíblia).

Os vocábulos gregos aqui traduzidos por tempos ou épocas, podem ser meros sinônimos; mas é bem provável que esteja em foco, no primeiro caso, um espaço de tempo bastante prolongado, durante o qual o propósito divino especial é cristalizado dentro do plano de Deus, enquanto que, no caso do outro vocábulo, esteja em foco um período crítico de tempo, um ponto apenas no tempo, quando alguma obra específica e grandiosa—como a entrega da lei, a encarnação, a crucificação, a ressurreição, a ascensão, a adoração do Espírito, a segunda vinda de Cristo, etc.—terá lugar. (Ver também os trechos de I Tes. 5:1 e Tito 1:2,3). CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 27.    

 

 

Os tempos da restauração do reino não diziam respeito aos discípulos. Eles são estabelecidos pelo Pai. Uma revelação posterior, por intermédio de Paulo e outros, iria ajudar a esclarecer o assunto (1 Ts 5.1,2). O que deveria preocupar profundamente aos discípulos, contudo (observe a palavra contrastante “mas” que inicia 1.8), era a rica afirmação que vinha a seguir. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 623.    

 

 

   2.   Uma dimensão do Espírito; uma dimensão do porvir.

 

  Entretanto, as Escrituras Sagradas mostram que o derramamento do Espirito Santo em Pentecoste anuncia os últimos dias (At 1.5; cf. Jl 2.30). Ora, o Espirito na vida da Igreja é um anúncio de que brevemente o Senhor Jesus voltará. Não por acaso, em Atos 1.11 há esta gloriosa promessa: “Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido no céu, há de vir assim como para o céu o viste ir”.    

 

Comentário

 

 

«O dom do Espírito é aqui denominado de batismo, sendo assim caracterizado como dom da plenitude mais abundante, coroo uma imersão em um elemento purificador e doador de vida… ‘não muito depois destes dias’: Essa declaração sobre o tempo em que seria outorgada tal bênção é sabiamente vazada de forma a produzir tanto uma alegre ‘expectação’ como também um ‘apressamento’, mediante a fé (ver II Ped. 3:12), sendo assim exercitada a fé dos discípulos». «…foi o começo de um novo período de influência espiritualizadora, totalmente diferente de tudo quanto havia antecedido. (Ver Atos 2:17)». (Alford, in loc.).

«Agora foram informados de que seus espíritos haveriam de ser plenamente batizados, isto é, imersos no poder do Espírito divino, como haviam os seus corpos sido imersos nas águas do Jordão». (Ellicótt, in loc.). «A promessa, que deve ser entendida como promessa ‘gratuita’, dada sem solicitação, é o sentido invariável em que essa palavra é usada por todo o Novo Testamento; e essa palavra, e suas palavras Compostas paralelas são as únicas palavras que indicam uma promessa, no Novo Testamento». (Vincent, in loc.). CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 25.    

 

Quando o Cristo ressuscitado estava com os seus discípulos, como aqui, comendo com eles, certamente Ele lhes disse muitas coisas. Lucas registra somente algumas sentenças daqueles quarenta dias de instruções, o que mostra que são certamente palavras importantes. Cristo primeiramente disse aos seus seguidores que ficassem e não se ausentassem de Jerusalém , mas que esperassem a promessa do Pai.

Isto aponta para Lucas 24.49. Ele tinha falado anteriormente sobre isto, na Ultima Ceia: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito da verdade” (Jo 14.16,17). Este seria um novo tipo de batismo. João batizou com água, disse Jesus, mas estes crentes seriam batizados com o Espírito Santo. João Batista tinha batizado as pessoas como um sinal de arrependimento. Elas tinham confessado seus pecados e se decidido a viver como Deus queria que vivessem. O batismo era um sinal exterior do comprometimento.

Para que fosse efetivo, deveria ser acompanhado por uma mudança interior de atitude, que levasse a uma vida modificada. O batismo de João não trazia a salvação; ele preparava o indivíduo para dar as boas vindas ao Messias e receber a sua mensagem e o seu batismo (Mt 3.11). O Antigo Testamento prometeu uma época em que Deus demonstraria o seu poder purificador entre as pessoas (Is 32.15; Ez 39.29). Os profetas também esperavam um fogo purificador (Isaías 4.4; Ml 3.2). Isto era uma referência ao Pentecostes, que se aproximava (At 2.1-6), quando o Espírito Santo seria enviado por Jesus na forma de línguas de fogo, capacitando os seus seguidores para que pregassem o Evangelho.

Todos os crentes, aqueles que mais tarde viriam a Jesus Cristo para receber a salvação, receberiam o batismo no Espírito Santo e o fogo da purificação (no texto grego um único artigo precede estas palavras, indicando que não são dois batismos separados). Este batismo purificaria e melhoraria cada crente. Quando Jesus batizasse com o Espírito Santo, o indivíduo como um todo seria transformado pelo poder do Espírito. Se Jesus tivesse permanecido na terra, a sua presença física teria limitado o avanço do Evangelho, porque Ele só poderia estar fisicamente em um lugar por vez.

Depois que Cristo subiu ao céu, Ele estaria espiritualmente presente em todas as partes, por intermédio do Espírito Santo. O Espírito Santo foi enviado para que Deus estivesse com seus seguidores, e dentro deles, depois que Cristo tivesse retornado ao céu. O Espírito iria confortá-los, orientá-los para conhecerem a sua verdade, lembrá-los das palavras de Jesus, dar-lhes as palavras corretas para dizer e enchê-los com poder. Como tinha sido prometido por Cristo no cenáculo (Jo 13.17) e pelo Pai (veja o sermão de Pedro em Atos 2.17 e versículos seguintes), o Espírito Santo seria o próximo grande acontecimento na vida da igreja. Muitos acreditam que Ele marcou o próprio nascimento da igreja. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 622-623.    

 

Esta passagem nos relata como a Igreja recebeu poder para fazer isso. Foi devido à obra do Espírito Santo. Muitas vezes chamamos o Espírito Santo o Consolador. Esta palavra se remonta ao Wycliffe; mas nos dias do Wycliffe tinha um significado diferente. Provém do latim fortis que significa valente; e o Consolador é aquele que enche os homens de coragem e força. Em Atos, e sem dúvida em todo o Novo Testamento, é muito difícil traçar uma linha entre a obra do Espírito e a do Cristo ressuscitado; e em realidade não precisamos fazer tal coisa, porque a chegada do Espírito é o cumprimento da promessa de Jesus: “Eis que eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mateus 28:20, TB). Notemos outra coisa.

Os apóstolos se reuniram para aguardar a chegada do Espírito. Ganharíamos mais poder, coragem e paz se aprendêssemos a aguardar. Nos assuntos da vida precisamos aprender a estar tranqüilos. “Mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças” (Isaías 40:31). Em meio da crescente atividade da vida deve haver lugar para uma sábia passividade. Em meio de toda a luta deve haver um momento para receber. BARCLAY. William. Comentário Bíblico. ATOS. pag. 12.    

 

   3.   Espírito e Porvir: temas da nossa pregação.

 

  Como pentecostais clássicos, a promessa do Batismo no Espirito Santo com evidência de falar em línguas deve estar em nossos lábios. Preguemos sobre isso, estimulemos a igreja a buscar essa promessa. Toda- via, a promessa da bendita esperança deve estar em nossa proclamação. Não deixemos de dizer: Jesus em breve voltará. A Igreja de Cristo nasceu no fogo e debaixo da promessa de sua volta (At 1.8,11).    

 

Comentário

 

Varões galileus, por que estais olhando para o céu? (v. 11). Ele os chama varões galileus para lembrá-los da rocha de onde foram cortados (Is 51.1). Jesus lhes honrara grandemente ao torná-los seus embaixadores, mas eles não devem esquecer que eram homens, vasos de barro, homens da Galiléia, analfabetos, vistos com desdém. Agora, os anjos dizem: “Por que estais aqui, como indivíduos indoutos, grosseiros e galileus, olhando para o céu? O que vós estais olhando? Vós já vistes tudo que tínheis de ver nessa reunião, e por que quereis ver mais? Por que vós estais olhando como homens medrosos, atemorizados e desorientados sem saber o que fazer?”

Os discípulos de Cristo jamais devem ficar olhando, porque eles têm uma regra segura pela qual se orientar e um firme fundamento sobre o qual edificar. Para confirmar a fé dos discípulos a respeito da segunda vinda de Cristo. O Mestre lhes falara muitas vezes sobre esse evento e, neste exato momento, os anjos são ema ados oportunamente para fazê-los lembrar disso: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu (v. 11) e a quem vós tanto desejais que esteja de novo convosco, não foi embora para sempre. Há um dia designado no qual Ele há de vir assim como para o céu o vistes ir, e antes desse dia determinado Ele não virá.” (1) “Esse Jesus virá novamente em pessoa, vestido com um corpo glorioso. Esse Jesus que veio uma vez para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo, aparecerá segunda vez, sem pecado (Hb 9.26,28).

Esse Jesus que outrora veio em desgraça para ser julgado, virá outra vez em glória para julgar. Esse Jesus que vos deu a obra para vós fazerdes voltará para a prestação de contas do modo em que vós fizerdes o serviço; os meus olhos, e não outros, o verão (Jó 19.27).” (2) “Esse Jesus […] há de vir assim como foi. Ele foi numa nuvem, acompanhado por anjos. Eis que vem com as nuvens e com Ele muitos milhares de anjos (Ap 1.7; Hb 12.2). Ele subiu com júbilo, […] ao som da trombeta (SI 47.5), e Ele descerá, do céu com alando […] e com a trombeta de Deus (1 Ts 4.16). Vós o perdestes de vista nas nuvens e nos ares. Para onde Ele vai, vós não podeis ir agora (Jo 13.36), mas depois vós sereis arrebatados para encontrar o Senhor nos ares (1 Ts 4.17).” Quando ficamos olhando com seriedade e temor, a consideração da segunda vinda de nosso Mestre nos consola, nos anima e nos motiva. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 8.    

 

 

Com respeito à segunda vinda de Cristo, os apóstolos cometeram dois erros opostos, que tinham de ser corrigidos. Primeiro, eles estavam à espera de um poder político (a restauração do reino de Israel). Segundo, estavam observando o céu (preocupados com o Jesus celestial). Ambos eram fantasias falsas. O primeiro é o erro do político que sonha em instalar a utopia na terra. O segundo é o erro do pietista que sonha apenas com os prazeres celestiais. A primeira visão é terrena demais, e a segunda, celestial demais.53 Para o ilustre historiador Justo González, nós, cristãos, com frequência demasiada, permanecemos com os olhos voltados para o céu e esquecemos que fomos postos na terra a fim de cumprir uma missão.

Nossa pregação tão preocupada com o além frequentemente corre o risco de ter pouco a dizer àqueles que ainda devem viver em meio à injustiça e ao sofrimento atuais. Da mesma forma que a ascensão de Jesus foi física, pessoal, visível e gloriosa, assim também será sua volta. Da mesma forma que ele retornou ao céu cavalgando uma nuvem, assim também voltará entre nuvens. Concordo com John Stott quando diz que sua volta será pessoal, mas não será vista por poucos, como na ascensão.

Em vez de voltar sozinho (como partiu), milhões de santos – humanos e angelicais – formarão sua comitiva. E, em vez de ser uma volta restrita a um local, será “assim como o relâmpago, que fuzilando, brilha de uma à outra extremidade do céu”. LOPES. Hernandes Dias. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pag. 40-41.    

 

 

Esse ministério só poderia ser eficazmente realizado mediante o recebimento do Espírito Santo, o qual haveria de capacitar e orientar aos discípulos, porque a vinda do Espírito Santo seria o equivalente a Cristo conosco e em nós, tendo vindo a fim de cumprir o ministério iniciado pelo Senhor Jesus durante a sua missão terrena. O grande objetivo dessa vinda seria capacitar os crentes a levarem a mensagem de Cristo até aos confins da terra, cobrindo o mundo com o anúncio de sua morte vitoriosa e de sua ressurreição triunfante a fim de que a plena salvação de Deus pudesse ser levada à humanidade.

É patente que tal obra jamais poderia ser realizada a menos que o Espírito de Deus se fizesse presente a fim de dirigir a atuação da igreja, capacitando os crentes com o seu poder. O vocábulo grego aqui traduzido por «…poder…» (o poder que o Espírito Santo haveria de trazer-nos), é «dunamis», do qual se deriva o termo moderno «dinamite». Não tem o sentido de «autoridade» (a palavra empregada no sétimo versículo, concernente à autoridade do Pai, que algumas traduções também traduzem por «poder». Pelo contrário, significa «força», «energia». CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 28.    

 

SÍNTESE DO TÓPICO III

A mensagem pentecostal traz consigo o poder do Espirito e a esperança no porvir.

 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O desejo do apóstolo Paulo não era estar com Abraão, mas, sim, com o Senhor. Indicou que tão logo se ausentasse do corpo (ao morrer), estaria presente com o Senhor (2 Co 5.6-9; Fp 1.23).

Essa foi a promessa de Jesus ao ladrão moribundo na cruz: ‘Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso (Lc 23.43). Numa visão, Paulo foi arrebatado ao terceiro céu, que também chama de Paraiso (2 Co 12.1-5). Jesus diz que se trata de um lugar preparado, onde há bastante espaço (Jo 14.2).

É um lugar de grande alegria, de comunhão com Cristo e com os irmãos na fé, que ressoa adorações e cânticos (Ap 4.10,11; 5.8-14; 14.2,3; 15.2-4). […] Paulo ansiava pelo corpo ressurreto que será imortal, que não estará sujeito à morte nem à decadência” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.622).    

CONCLUSÃO

  A bendita esperança de Paulo deve ser a nossa. Ao longo do ministério do apóstolo, somos estimulados a viver no Espírito e, ao mesmo tempo, em vigilância, preparando-nos para o encontro com o nosso Senhor. Que vivamos no Espirito, aguardando a bendita esperança. O Senhor Jesus pode voltar a qualquer momento para arrebatar a sua Noiva. Andemos, pois, no Espirito.    

 

PARA REFLETIR

 

  A respeito de “A Gloriosa Esperança do Apóstolo”, responda:  

 

  • Como o apóstolo via o seu martírio iminente?

O apóstolo via o seu martírio iminente como uma oferta apresentada sobre o altar do sacrifício.  

 

  • Que combate devemos combater?

Resposta pessoal.  

 

  • Qual assunto é tratado nos capítulos 4 e 5 de 1 Tessalonicenses?

O capitulo 5 é a continuidade acerca do assunto da parousia, ou seja, a volta do nosso Senhor, iniciado no capítulo 4.  

 

  • A Igreja passará pela Grande Tribulação?

Não passaremos pelo período do juízo divino, denominado de a Grande Tribulação. A Igreja de nosso Senhor será retirada antes do período de derramamento do santo juízo.  

 

  • O que as Escrituras mostram sobre a relação do Batismo no Espírito Santo com os últimos dias?

As Escrituras Sagradas mostram que o derramamento do Espirito Santo em Pentecoste anuncia os últimos dias (At 1.5; cf. Jl 2.30).  

ELABORADO: Pb Alessandro Silva.

 

Acesse mais:  Lições Bíblicas do 4° Trimestre 2021 

 

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