3 LIÇÃO 1 TRI 2022 A INERRÂNCIA DA BÍBLIA

  3 LIÇÃO 1 TRI 2022 A INERRÂNCIA DA BÍBLIA

3 LIÇÃO 1 TRI 2022 A INERRÂNCIA DA BÍBLIA

 

TEXTO ÁUREO

“ Porque na verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.” (Mt 5.18)  

VERDADE PRÁTICA

A doutrina segundo a qual a Bíblia não contém erro algum denomina-se “Inerrância das Escrituras”. Por isso podemos confiar em sua mensagem que é incorruptível.

LEITURA DIÁRIA

  Segunda – Jo 10.35 A Palavra de Deus não pode ser anulada  

 

Terça – Sl 119.160 As Escrituras Sagradas atestam a verdade divina  

 

Quarta – Jo 14.17 O Espírito Santo manteve a revelação divina incorruptível  

 

Quinta – Jo 17.17 A Palavra de Deus é a verdade que santifica  

 

Sexta – Mt 5.17,18 A Palavra de Deus possui suprema autoridade na vida do cristão  

 

Sábado – Sl 12.6 A Bíblia é divinamente infalível em toda a matéria que aborda    

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Mateus 5.17-21; Hebreus 10.15-17

  Mateus 5  

17 – Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.  

18 – Porque na verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.  

19 – Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprirá e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.  

20 – Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.  

21 – Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.  

Hebreus 10  

15 – E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois de haver dito:  

16 – Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos; acrescenta:  

17 – E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades    

Hinos Sugeridos: 140 ,173, 557 da Harpa Cristã

 

PLANO DE AULA

 

INTRODUÇÃO

A mensagem da Bíblia não contém erros. A Palavra de Deus é incorruptível e, por isso, plenamente confiável. Logo, nesta lição temos o objetivo de mostrar que a Bíblia é verdade em tudo o que diz. Quem põe seus ensinamentos em prática atesta a promessa da bem-aventurança, pois está em paz com Deus e consigo mesmo. A Bíblia, portanto, é toda a verdade de Deus de que o ser humano precisa.  

APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

 

  1. A) Objetivos da Lição:
  2. I) Informar que a Bíblia é isenta de qualquer tipo de erro;
  3. II) Explicar que o Espírito Santo manteve a revelação divina incorruptível;

III) Constatar que a Bíblia é a verdade de Deus.  

  1. B) Motivação: A Bíblia é como uma bússola que nos aponta para o destino que almejamos chegar. Sem ela é possível tomar outro rumo, escolher falsos caminhos e pegar outra jornada. A Bíblia é a verdade para quem deseja chegar ao céu.

 

  1. C) Sugestão de Método: Você pode introduzir a aula desta semana apresentando imagens de pessoas que fizeram trilhar e se perderam no caminho. Isso pode ser apresentado por meio de reportagens ou sites. A ideia é mostrar a consequência de usar uma fonte mentirosa que pode nos levar a um caminho perigoso. Nosso propósito é constatar que, diferentemente dos caminhos movediços, a Bíblia nos proporciona um caminho seguro.

 

CONCLUSÃO DA LIÇÃO

  1. A) Aplicação: Aplique a lição desta semana conclamando aos alunos a viverem a verdade segura da Bíblia. A melhor maneira de experimentar a verdade da Bíblia é praticando-a. Daí vem a verdadeira felicidade do crente.

 

SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.   B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula:   1) O texto “ Significados dos Termos” aprofunda o primeiro tópico, a respeito do conceito de Inerrância da Bíblia;   2) O texto “ Buscando pelo ouro das Escrituras” traz uma oportunidade de aplicação do terceiro tópico para o professor e a professora, mostrando o quanto vale a pena buscar o sublime valor da Bíblia, a inerrante e infalível Palavra de Deus.    

INTRODUÇÃO COMENTÁRIO

Infalibilidade e Inerrância são vocábulos que apontam a veracidade das Escrituras. Indicam que a Bíblia Sagrada não falha e não erra. Significa afirmar que ela é a verdade em tudo o que diz, tanto em questões espirituais quanto históricas e científicas (Mt 5.17,18; Jo 10.35). Nesta lição, veremos a Inerrância, a preservação e a verdade da Palavra de Deus.    

 

COMENTÁRIO    

 

Por isso podemos confiar em sua mensagem que é incorruptível. Apesar de alguns considerarem redundante o uso dos termos inspiração, inerrância e infalibilidade para legitimar a autoridade das Escrituras Sagradas, nossa ortodoxia professa e ensina que a Bíblia é a inspirada Palavra de Deus, inerrante e infalível com plena autoridade naquilo que diz e ensina. Neste capítulo, veremos a inerrância, a preservação e a verdade da Palavra de Deus. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

Uma mudança notável da terminologia que resultou dos debates na área da inspiração das Escrituras foi a preferência pelo termo “inerrância” ao invés de “infalibilidade”. Isso tem a ver com a insistência de alguns no sentido de que podemos ter uma mensagem infalível com um texto bíblico errante. “Infalibilidade” e “inerrância” são termos empregados para se aludir à veracidade das Escrituras. A Bíblia não falha; não erra; é a verdade em tudo quanto afirma (Mt 5.17,18; Jo 10.35). Embora tais termos nem sempre hajam sido empregados, os teólogos católicos, os reformadores protestantes, os evangélicos da atualidade (e, portanto, os pentecostais “clássicos”), têm afirmado ser a Bíblia inteiramente a verdade; nenhuma falsidade ou mentira lhe pode ser atribuída. Clemente de Roma, Clemente de Alexandria, Gregório Nazianso, Justino, o Mártir, Irineu, Tertuliano, Origenes, Ambrósio, Jerônimo, Agostinho, Martinho Lutero, João Calvino, e um número incontável de outros gigantes da história da Igreja, reconhecem que a Bíblia foi, de fato, inspirada por Deus, e que é inteiramente a verdade. Preste atenção à afirmação enfática de alguns destes notáveis: Agostinho: “Creio com toda a firmeza que os autores sagrados estavam totalmente isentos de erros”. Martinho Lutero: “As Escrituras nunca erram”. “… onde as Sagradas Escrituras estabelecem algo que deve ser crido, ali não devemos desviar-nos de suas palavras”. João Calvino: “O registro seguro e infalível”.

“A regra certa e inerrante”. “A Palavra infalível de Deus”. “Isenta de toda mancha ou defeito”. Provavelmente, os dois acontecimentos mais significativos no tocante à doutrina da infalibilidade e da inerrância foram a declaração sobre as Escrituras na Aliança de Lausanne (1974) e a Declaração de Chicago (1978) do Concílio Internacional da Inerrância Bíblica. A declaração de Lausanne oferece (segundo alguns) flexibilidade em demasia ao afirmar que a Bíblia é inerrante em tudo quanto afirma”. (Isto é: pode haver coisas que não foram “afirmadas” na Bíblia.) Como resposta, a Declaração de Chicago afirmou: “A Escritura na sua inteireza é inerrante, e está livre de toda a falsidade, fraude ou logro. Negamos que a infalibilidade e inerrância da Bíblia limitam-se aos temas espirituais, religiosos ou redentores, excluindo-se as asseverações nos campos da história e das ciências”. A Declaração de Chicago foi adotada por uma convenção de quase trezentos estudiosos no seu esforço para esclarecer e fortalecer a posição evangélica a respeito da doutrina da inerrância. Consiste em dezenove Artigos de Afirmação e de Negação, e tem uma prolongada exposição final, que se propõe a descrever e explicar a inerrância de tal modo que não deixa nenhuma possibilidade de existir nenhum tipo de erro em qualquer parte da Bíblia. Embora seja possível questionar se a inerrância é ensinada de modo dedutível nas Escrituras, conclui-se que o exame indutivo das Escrituras foi ensinado por Jesus e pelos escritores bíblicos. Deve ficar claro, porém, que a autoridade da Bíblia depende da veracidade da inspiração, e não da É doutrina de inerrância.

Esta é uma inferência natural que segue a inspiração e é “tirada dos ensinos bíblicos, e tem o pleno, poio da atitude do próprio Jesus”. Alguns têm sugerido que abrir mão da doutrina da inerrância é o primeiro passo para se abrir mão da autoridade da Bíblia. A inerrância reconhece contradições, ou inconsistências, no texto, não como erros propriamente ditos, mas como dificuldades que poderão ser resolvidas ao serem conhecidos todos os seus dados relevantes. A possibilidade de se harmonizar trechos aparentemente contraditórios vem sendo demonstrada frequentemente pelos estudiosos evangélicos que têm dedicado tempo e paciência, revendo dificuldades textuais à luz das novas descobertas históricas, arqueológicas e linguísticas. (Devemos, no entanto, evitar harmonizações forçadas ou altamente especulativas). A doutrina da inerrância é derivada mais da própria natureza da Bíblia do que de um mero exame dos seus fenômenos.

“Se alguém crê que a Escritura é a Palavra de Deus, não pode deixar de crer que seja ela inerrante”. Deus “soprou” as palavras que foram escritas, e Deus não pode mentir. A Escritura não falha porque Deus não pode mentir. Consequentemente, a inerrância é a qualidade que se espera da Escritura inspirada. O crítico que insiste em haver erros na Bíblia (em algumas passagens difíceis) parece ter outorgado para si mesmo a infalibilidade que negou às Escrituras. Um padrão passível de erros não oferece nenhu¬ma medida segura da verdade e do erro. O resultado de negar a inerrância é a perda de uma Bíblia fidedigna. Se for admitida a existência de algum erro nas Sagradas Escrituras, estaremos alijando a veracidade divina, fazendo a certeza desaparecer. HORTON. Staleym. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD.    

 

“Inerrância” e “infalibilidade” são termos teológicos usa-los por muitos cristãos para definir a singularidade da Bíblia. Os cristãos acreditam que Deus comunicou as Boas Novas de salvação não só “em pessoa”, através de Jesus Cristo, mas também “por escrito”, através da Bíblia. Por conseguinte, os cristãos sempre consideram a Bíblia uma obra incomparável e qualitativamente diferente em relação aos outros livros. Philip Wesley Comfort. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 61.      

 

Palavra-Chave: (INERRÂNCIA)

 

I – O QUE É INERRÂCIA DA BÍBLIA

 

   1.   O conceito de Inerrância bíblica.

  A Inerrância é a doutrina segundo a qual a Bíblia não contém erro algum. Significa que ela é verdadeira em tudo o que afirma. Desse modo, a Escritura é isenta de erros nos aspectos doutrinários, espirituais, históricos, culturais, científicos e em todos os demais temas. O argumento é irrefutável: Deus não pode errar, e, como a Bíblia é divinamente inspirada, ela não pode conter erros. Assim sendo, a Inerrância, a infalibilidade e a inspiração estão entrelaçadas. Nesse sentido, nossa declaração de Fé professa que “ a Bíblia é a nossa única fonte de autoridade, a inerrante, infalível, completa e inspirada Palavra de Deus” (SI 19.7; Jo 10.35).    

 

COMENTÁRIO

 

    Compreender a inerrância dos textos bíblicos é doutrina essencial para assegurar a supremacia da Palavra de Deus. John Higgins alerta que “abrir mão da doutrina da inerrância é o primeiro passo para se abrir mão da autoridade da Bíblia […] se for admitida a existência de algum erro nas Sagradas Escrituras, estaremos alijando a veracidade divina, fazendo a certeza desaparecer”. Apesar dessa advertência, constata-se uma tendência em certos círculos cristãos de abandono da doutrina da inerrância da Bíblia. O perigo repousa, sobretudo, na adoção de princípios hermenêuticos que valorizam o ceticismo racionalista como o emprego da “alta crítica negativa” e o “método histórico-crítico” na interpretação das Escrituras Sagradas. Em virtude dessas discrepâncias e outros equívocos, surgiram no cristianismo conceitos e níveis distintos de inerrância. Contudo, nesta obra reafirmamos a posição ortodoxa pentecostal de “ser a Bíblia inteiramente a verdade; nenhuma falsidade ou mentira lhe pode ser atribuída”.

No clássico livro A Origem da Bíblia, o conceito de inerrância é apresentado com “a conotação de que a Bíblia não contém nenhum erro de ação (erros materiais), nem contradições internas (erros formais). Em síntese, a inerrância é a doutrina segundo a qual a Bíblia não contém erro algum. Significa que ela é verdadeira em tudo o que afirma. Desse modo, a Escritura é isenta de erros nos aspectos doutrinários, espirituais, éticos, morais, históricos, culturais, científicos e em todos os demais temas. O argumento é irrefutável: Deus não pode errar, e, como a Bíblia é divinamente inspirada, ela não pode conter erros. Assim sendo, a inerrância, a infalibilidade e a inspiração estão entrelaçadas. Nesse sentido, nossa Declaração de Fé professa que “a Bíblia é a nossa única fonte de autoridade, a inerrante, infalível, completa e inspirada Palavra de Deus” (Sl 19.7; Jo 10.35). Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

Atualmente, o termo “inerrância” parece estar mais em voga que “infalibilidade”. A série de declarações que se segue, portanto, é uma tentativa de se delimitar a definição de inerrância verbal que teria ampla aceitação na comunidade evangélica. A verdade de Deus é expressada com exatidão, e sem quaisquer erros, nas próprias palavras da Escritura ao serem usadas na construção de frases inteligíveis. A verdade de Deus é expressada com exatidão através de todas as palavras da totalidade da Escritura, e não meramente através das palavras de conteúdo religioso ou teológico. A verdade de Deus é expressada de modo inerrante somente nos autógrafos (escritos originais), e de modo indireto, nos apógrafos (cópias dos escritos originais). A inerrância dá lugar à “linguagem de aparência”, aproximações e várias descrições não-contraditórias, feitas a partir de perspectivas diferentes. (Por exemplo, dizer que o sol se levanta não é um erro, mas uma descrição perceptiva e reconhecida).

A inerrância reconhece o uso de linguagem simbólica e figurada, e uma variedade de formas literárias para se transmitir a verdade. A inerrância entende que as citações no Novo Testamento de declarações do Antigo Testamento podem ser paráfrases, sem a intenção de serem traduções literais. A inerrância considera válidos os métodos culturais e históricos de se relatar coisas tais como genealogias, medidas e estatísticas ao invés de exigir os métodos de precisão da moderna tecnologia. Esperamos que, com base dessas declarações, poderemos construir um conceito de inerrância que evite os extremos, sem deixar de levar em conta o testemunho que a própria Escritura oferece no tocante à sua própria exatidão e veracidade. Mesmo assim, nossas tentativas de definir a inerrância não são inerrantes em si mesmas. Por isso, embora nos esforcemos para influenciar os outros para que aceitem a doutrina, da inerrância, seria bom respeitarmos o conselho sábio e amoroso do acatado defensor da doutrina da inerrância,

Kenneth Kantzer: “Os evangélicos conservadores, principalmente, devem ser mui cuidadosos e evitar a confrontação direta com o erudito, ou seminarista hesitante, que se sente perturbado por problemas no texto bíblico, ou por algumas das conotações comuns à palavra inerrante”. Semelhantemente, deve-se compreender que “a inerrância bíblica não subentende que a ortodoxia evangélica se segue como consequência necessária da aceitação dessa doutrina”.  Deve se seguir a interpretação correta e a verdadeira dedicação espiritual. HORTON. Staleym. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD.    

 

Essa palavra vem do latim, in, «não”, e fallibilis, «falso». A forma verbal é fallere, «enganar”. Tudo quanto é infalível, fica entendido, é isento de erro, falácio e incerteza. «Em termos latos, é ser isento de qualquer erro; indica a doutrina que diz que um indivíduo, instituição, sistema doutrinário ou obra literária é inerrante. CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 317    

 

   2.   A Bíblia reivindica a sua inerrância.

 

  O termo inerrância” não aparece na Bíblia, mas a ideia está presente nas páginas do texto sagrado. No livro de Provérbios está escrito que “ toda palavra de Deus é pura” (Pv 30.5); O salmista afirma que “ a palavra do Senhor é provada” (SI 18.30); Samuel assegura que “ o caminho de Deus é perfeito e a palavra do Senhor, refinada” (2 Sm 22.31). Cristo atestou a inerrância ao afirmar que nem um jota ou um til se omitirá da lei (Mt 5.18); o Senhor igualmente ratificou que “ a Escritura não pode ser anulada” (Jo 10.35); e que a “ Palavra é a verdade” (Jo 17.17) – Essas declarações indicam que a Bíblia é plenamente confiável, sem nenhum a falsidade ou equívoco.    

 

COMENTÁRIO

 

 

    Essa declaração implica dizer que a “autorrevelação inerrante por meio da sua Palavra está ao alcance de todos os que confiam nEle. Deus é completamente confiável, e as suas palavras não necessitam de especulação humana para torná-las completas”.6 Não são apenas algumas palavras das Escrituras que são verdade, mas cada uma das palavras é verdadeira. O comentário bíblico de Albert Barnes avalia que a ideia do salmista é que a Palavra de Deus tenha sido testada como prata ou qualquer outro metal que esteja no fogo, e foi descoberto que ela era tudo o que prometia ser. O profeta Samuel assegura que “o caminho de Deus é perfeito, e a palavra do Senhor, refinada” (2 Sm 22.31). Esse texto é paralelo com Salmos 18.30.

Ratifica que Deus nunca erra; que o caminho do Senhor é sempre o correto; que todas as suas palavras têm sido cabalmente aprovadas no teste da veracidade. O próprio Cristo atestou a inerrância das Escrituras ao afirmar que nem um jota ou um til se omitirá da Lei (Mt 5.18). Essa assertiva do Senhor é precedida pela expressão “em verdade vos digo”, denotando que a afirmação é sagrada. O Comentário Bíblico Pentecostal pondera que “Jesus assevera que nem um jota, a menor letra, nem um serifa ou adorno numa letra, de maneira nenhuma passará até que tudo se cumpra”. Esse enfático pronunciamento demonstra que o texto bíblico é imutável, absoluto e inerrante. Cristo igualmente ratificou que “a Escritura não pode ser anulada” (Jo 10.35).

Matthew Henry salienta que “nós temos certeza de que as Escrituras não podem ser anuladas, nem se pode introduzir nada a elas, nem se pode encontrar falhas nelas”. Desse modo, sublinha-se que a Palavra de Deus é fidedigna, o texto bíblico é irrepreensível e imexível, nada deve ser alterado ou pode ser corrigido. No Evangelho de João, o Senhor ainda declarou que a “palavra é a verdade” (Jo 17.17). Em vista disso, Norman Geisler enfatiza que “a Bíblia é a Palavra de Deus, e Deus não se desvia da verdade em momento algum. Todas as partes são verdadeiras, bem como o conjunto por elas formado”. Essas declarações indicam que inexiste erro nas Escrituras, a Bíblia é plenamente confiável sem nenhuma falsidade ou equívoco. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

Inúmeras pessoas sabem quem é Jesus; creem que Ele fez milagres; creem em sua ressurreição e ascensão, mas… não creem na Bíblia! Essas pessoas precisam conhecer a atitude e a posição de Jesus quanto à Bíblia. Ele leu-a (Lc 4.16-20); ensinou-a (Lc 24.27); chamou-a “A Palavra de Deus” (Mc 7.13); e cumpriu-a (Lc 24.44). A última referência citada (Lc 24.44) é muito maravilhosa, porque aí Jesus põem sua aprovação em todas as Escrituras do Antigo Testamento, pois Lei, Salmos e Profetas eram as três divisões da Bíblia nos dias do Novo Testamento. Jesus também afirmou que as Escrituras são a verdade (Jo 17.17). Viveu e procedeu de conformidade com elas (Lc 18.31). Declarou que o escritor Davi falou pelo Espírito Santo (Mc 12.35,36).

No deserto, ao derrotar o grande inimigo, fê-lo com a Palavra de Deus (Dt 6.13,16; 8.3). Nota – O título “Sagradas Escrituras” ou “Escrituras” pode vir no plural ou singular, porém sempre com letra maiúscula. Exemplos no plural: Mateus 21.42; Lucas 24.32; João 5.39. No singular: João 7.38,42; 19.36,37; 20.9; Atos 8.32. No singular e com minúscula refere-se a uma passagem particular: Marcos 12.10; Lucas 4.21; Atos 1.16 (todas no ARC: a ARA põe tudo em maiúsculas). “Sagradas Escrituras”, ou “A Sagrada Escritura”, é o nome sagrado da revelação divina, assim como “Testamento” é o seu nome de compromisso, e “Bíblia”, seu nome como livro.

O leitor poderá dizer: – “Tratamos do Antigo Testamento, e, do Novo?” – Bem, quanto ao Novo Testamento, em João 14.26, o Senhor Jesus, antecipadamente, pôs o selo de sua aprovação divina ao declarar: “O Espírito Santo… vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. Assim sendo, o que os apóstolos ensinaram e escreveram não foi a recordação deles mesmos, mas, a do Espírito Santo. No mesmo Evangelho, capítulo 16.13,14, o Senhor disse ainda que o Espírito Santo os guiaria em “toda a verdade”; portanto, no NT temos a essência da revelação divina. No versículo 12 do citado capítulo, Jesus mostrou que seu ensino aqui foi parcial, devido à fraqueza dos discípulos, mas ao mesmo tempo declarou que o ensino deles, sob a ação do Espírito Santo, seria completo e abrangeria toda a esfera da verdade divina. Diante de tudo que acabamos de dizer, quem aceita a autoridade de Cristo, aceita também as Escrituras como de origem divina, tendo em vista o testemunho que delas dá o Senhor Jesus. – Quem pode apresentar argumentos? Silva, Antônio Gilberto da, A Bíblia através dos séculos. Editora: CPAD. 15 Edição 2004    

 

 

 Aqui está o pedido (v. 17): “Santifica-os na verdade”, por meio da tua verdade, por meio da tua palavra, pois “a tua palavra é a verdade”. É a verdade – é a verdade propriamente dita. Ele deseja que eles possam ser santificados:

Como cristãos. Pai, santifica-os, e isto será sua preservação, 1 Tessalonicenses 5.23. Observe aqui: (1) A graça desejada – a santificação. Os discípulos eram santificados, pois não eram deste mundo. Ainda assim, Ele pede: Pai, santifica-os, isto é: [1] “Confirma a obra da santificação neles, fortalece sua fé, ijiflama seus bons sentimentos, fixa suas boas resoluções”. [2] “Prossegue este bom trabalho neles e continua-o. Que a luz brilhe cada vez mais”. [3] “Completa-os, coroa-os com a perfeição da santidade. Santifica-os completamente e até o fim”. Observe que, em primeiro lugar, a oração de Cristo, por todos os que são seus, é que eles possam ser santificados. Porque Ele não pode, infelizmente, reconhecê-los como seus, seja aqui ou no futuro, nem empregá-los na sua obra, nem apresentá-los ao seu Pai, se não estiverem santificados.

Em segundo lugar, aqueles que, pela graça, são santificados, precisam ser repetidamente santificados. Até mesmo os discípulos devem orar pela graça que santifica, pois, se o autor da boa obra não a concluir, nós estaremos perdidos. Não ir adiante é o mesmo que retroceder. Aquele que é santo deve se manter santo, santificando-se mais ainda, prosseguindo adiante, alçando voo para cima, como se não tivesse alcançado um nível satisfatório de santificação. Em terceiro lugar, é Deus quem santifica, assim como é Deus quem justifica, 2 Coríntios 5.5. Em quarto lugar, é um encorajamento para nós, nas nossas orações pela graça que santifica, que é Cristo quem intercede por nós. (2) Os meios de concessão desta graça – por meio da verdade, “a tua palavra é a verdade”. Não que o Santo de Israel esteja limitado em termos de meios, mas, no conselho de paz, entre outras coisas, foi determinado e concordado: [1] Que toda a verdade necessária seria englobada e resumida na Palavra de Deus. A revelação divina, como agora está apresentada na palavra escrita, e não somente a verdade pura, sem misturas, mas a verdade inteira, sem insuficiências. [2] Que esta palavra da verdade deve ser o meio exterior e normal da nossa santificação. Não de si mesma, pois então ela sempre santificaria, mas como o instrumento que o Espírito usa comumente para iniciar e prosseguir com este bom trabalho. E a semente do novo nascimento (1 Pe 1.23), e o alimento da nova vida, 1 Pedro 2.1,2. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 1023.    

 

   3.   A infalibilidade e a inerrância da Bíblia.

 

  O vocábulo “ infalível” indica o “ que não pode, nem consegue falhar”. Em relação à Bíblia, significa que as suas palavras hão de se cumprir cabalmente (Is 55.11). Por causa da etimologia, os termos “ inerrância” e “ infalibilidade” são por vezes confundidos como sinônimos. Não obstante, outros afirmam que a Bíblia é somente infalível quanto à sua mensagem salvífica, e não a consideram como inerrante. Por isso, preferimos o uso de ambos os termos, isto é, cremos e ensinamos que a Bíblia é infalível (incapaz de falhar), e, é igualmente inerrante (livre de erro). Negar essas verdades é desacreditar de sua autoridade e inspiração divina (Jd 1.3,4)    

 

COMENTÁRIO

 

    Não obstante, alguns afirmam que a Bíblia é somente infalível quanto a sua mensagem salvífica, e não a consideram como isenta de erros em outras questões. Harold Brown informa que alguns eruditos creem que a Bíblia “pode ser infalível (no cumprimento do propósito de Deus) sem ter de ser livre de erros”. Ele menciona o ensino neo-ortodoxo de Karl Barth (1886-1968) e a sua premissa de que, por ser um livro humano (ainda que também seja divino), a Bíblia deve conter erros. Essa controvérsia conduziu a ortodoxia cristã a formular uma declaração em defesa da veracidade das Escrituras, baseada na premissa da inspiração divina, em que a Bíblia não falha, e não erra. Em 1978, na cidade de Chicago, foi realizado o Concílio Internacional da Inerrância Bíblica. Ao término do evento, quase trezentos eruditos publicaram a “Declaração de Chicago”, ratificando a autoridade suprema das Escrituras. Entre seus dezenove artigos, a Declaração afirma:

A Escritura na sua inteireza é inerrante, e está livre de toda a falsidade, fraude ou logro. Negamos que a infalibilidade e a inerrância da Bíblia se limitam aos temas espirituais, religiosos ou redentores, excluindo-se as asseverações nos campos da história e das ciências. O manifesto de Chicago esclarece que, embora escrita por homens, a Bíblia é divinamente inspirada. Portanto, a Escritura é infalível em todas as matérias que trata; não possui erros e nem se acha equivocada quanto a todos os seus ensinos. Por esse motivo, na ortodoxia pentecostal fazemos o uso de ambos os termos, isto é, cremos e ensinamos que a Bíblia é infalível (incapaz de falhar), e, é igualmente inerrante (livre de erro). Professamos que aquele que crê numa Bíblia inerrante também deve crer numa Bíblia infalível. Negar essas verdades é desacreditar de sua autoridade e inspiração divina (Jd 1.3,4). Desse modo, reitera-se a Declaração de Fé das Assembleias de Deus que ensina ser a Bíblia Sagrada: “a inerrante, completa e infalível Palavra de Deus”. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

“Infalibilidade” pode ser chamada de consequência subjetiva da inspiração divina, isto é, define a Escritura como confiável e fidedigna para aqueles que se voltam para ela em busca da verdade de Deus. Como fonte da verdade, a Bíblia e “indefectivel” (ou seja, não pode falhar ou insurgir contra o padrão da verdade). Consequentemente, nunca falhara ou decepcionara qualquer um que confie nela. “Inerrância” trata-se de um conceito estreitamente relacionado, mas é um termo mais recente e menos largamente aceito. Traz a conotação de que a Bíblia não contém nenhum erro de ação (erros materiais), nem contradições internas (erros formais).

O conceito de infalibilidade volta-se ao conhecimento pessoal que alguém tenha de Deus e a segurança da salvação. A inerrância ocupa-se mais especificamente com a transmissão precisa dos detalhes da revelação. Embora em muitas composições teológicas os dois termos sejam usados intercambiavelmente, infalibilidade e o termo mais abrangente. Quem crê numa Bíblia inerrânte também crê numa Bíblia infalível. O inverso não e necessariamente verdadeiro. Ainda que muito se dependa de qual seja a definição de “erro”, alguns eruditos argumentam que a Bíblia pode ser infalível (no cumprimento do proposito de Deus) em ter de ser livre de erros. Eles propõem uma doutrina mais “dinâmica” da infalibilidade, que continuaria a agir mesmo que fossem descobertos erros bíblicos. Vários escritores evangélicos contemporâneos, como o falecido Francis A. Schaeffer e John D. Woodbridge, tem levantado objeções a qualquer doutrina da “infalibilidade dinâmica”, classificando-a como não-bíblica, dualista ou mesmo absurda.

Não obstante, muitos respeitados evangélicos acreditam que podemos considerar a Bíblia como “a única regra perfeita de fé e conduta”, sem exigir ou implicar em inerrância estrita. Os evangélicos reconhecem que a Bíblia é humana tanto quanto é divina. O erudito neo-ortodoxo, Karl Barth (1886-1968), foi mais longe, afirmando que, visto que “errar é humano”, um livro humano (ainda que também seja divino) deve conter erros. Barth foi cauteloso em atribuir quaisquer erros específicos à Bíblia, ainda que em princípio tenha argumentado que a existência de erros não possa ser desconsiderada. A maioria dos eruditos não-evangélicos rejeita tanto a infalibilidade quanto a inerrância, e não veem valor algum na tentativa de tratá-las separadamente. Philip Wesley Comfort. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 62-64.    

 

INFALIBILIDADE

Afirmamos que a Escritura, tendo sido dada por inspiração divina, é infalível, de modo que, em vez de nos enganar, ela é verdadeira e confiável em todos os assuntos aos quais se refere. Negamos a possibilidade de que a Bíblia seja, ao mesmo tempo, infalível e errante em suas afirmações. A infalibilidade e a inerrância podem ser distinguidas, mas não separadas. A afirmação central do Artigo XI é a infalibilidade da Escritura. Infalibilidade é definida, neste contexto, em termos positivos que significam a veracidade e a confiabilidade de todos os assuntos que a Escritura aborda. Negativamente, infalibilidade é definida como a qualidade daquilo que não falha. A negação do Artigo XI toca em um importante ponto de controvérsia, em especial na era moderna. Há aqueles que afirmam que Bíblia é infalível, mas não inerrante. Assim, a infalibilidade é separada da inerrância. A negação argumenta que não é possível sustentar com coerência que algo é, ao mesmo tempo, infalível e errante em suas afirmações. Sustentar tal disjunção entre infalibilidade e inerrância envolveria uma contradição notória. Embora as palavras infalível e inerrante tenham sido usadas frequentemente quase como sinônimos, há uma distinção histórica e técnica entre as duas. A distinção é entre o potencial e o factual, o hipotético e o real. A infalibilidade tem a ver com a questão de habilidade ou potencial; aquilo que é infalível deve ser incapaz de cometer erros ou enganos.

 

Por contraste, aquilo que é inerrante é aquilo que, de fato, não erra. Teoricamente, algo pode ser falível e, ao mesmo tempo, inerrante. Ou seja, é possível alguém que erra não errar. No entanto, o contrário não é verdade. Se alguém é infalível, isso significa que ele não pode errar, e, se não pode errar, ele não erra. Se ele realmente erra, isso prova que ele é capaz de errar e, por isso, não é infalível. Assim, afirmar que algo é infalível e, ao mesmo tempo, errante é distorcer o significado de infalível e/ou de errante ou estar em uma situação de confusão. Neste sentido, infalibilidade e inerrância não podem ser separadas, embora possam ser distinguidas em termos de significado. Em situações em que a palavra infalível tem sido substituída por inerrante, tem havido comumente uma intenção de afirmar sobre a Escritura um ponto de vista menos significativo do que o indicado pela palavra inerrante. De fato, o vocábulo infalível em seu significado original e técnico é um termo mais elevado do que inerrante. Outra vez, é importante reconhecer que algo falível poderia ser teoricamente inerrante. Mas aquilo que é infalível não pode ser teoricamente errante, ao mesmo tempo.

C. Sproul. Posso Crer na Bíblia. Editora FIEL. 1 Ed. 2012

 

SINÓPSE I

A Bíblia é totalmente inspirada por Deus e está isenta de qualquer erro e, por isso, é a nossa autoridade final de fé e prática.

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

“ Significados dos Termos […] ‘Inerrância’ trata -se de um conceito estreitamente relacionado, mas é um termo mais recente […]. Traz a conotação de que a Bíblia não contém nenhum erro de ação (erros materiais), nem contradições internas (erros formais). […]. O conceito de infalibilidade volta-se ao conhecimento pessoal que alguém tenha de Deus […]. A inerrância ocupa-se mais especificamente com a transmissão precisa dos detalhes da revelação. Embora em muitas composições teológicas os dois termos sejam usados intercambiavelmente, infalibilidade é o termo mais abrangente. Quem crê na Bíblia inerrante também crê na Bíblia infalível. […] Jesus, como os judeus da época do Antigo Testamento, creem que a fidedignidade das Escrituras não abrangia apenas seus ensinamentos mais importantes, mas também detalhes mais insignificantes […] (Mt 5.18). Essa perspectiva foi reiterada pelo apóstolo Paulo (At 24.14; 2 Tm 3.16). Desse modo, a autoridade de Jesus e de Paulo apoia a crença em tudo o que a Escritura assevera. Espera-se daqueles que chamam Jesus de Senhor aceitarem seus ensinamentos, que tenham as Escrituras em alta conta, como Jesus as tinha” (COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995 , pp.63,67-68).        

 

II – O ESPÍRITO SANTO PRESERVOU AS ESCRITURAS

 

   1.   Os manuscritos autógrafos.

 

  Os manuscritos originais são chamados de autógrafos. São os textos com a grafia de próprio punho do autor bíblico ou de seu escrevente (Fm 1.19; Rm 16.22). Neles foram primeiramente registradas as palavras inspiradas pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21). Cremos que a inerrância das Escrituras pertence a esses documentos, e que as cópias fiéis desses manuscritos preservaram a exatidão dos originais. O Espírito Santo providencialmente manteve a revelação divina incorruptível (Jo 14.17; 16.13,14). Fora dessa compreensão, a Bíblia não seria fonte de autoridade (Jo 5 -39; G1 3.8-22).    

 

COMENTÁRIO

 

    A obra Teologia Sistemática Pentecostal discorre que a inerrância bíblica atesta a veracidade dos autógrafos: Isso só pode acontecer se tivermos certeza de que os autógrafos eram de fato a Palavra de Deus, e que foram escritos infalivelmente por meio da inspiração sobrenatural. É essencial a inerrância (seja em que ponto for) para sabermos o que é a verdade. O valor dos autógrafos inerrantes é que sabemos que, o que os homens registraram, foi exatamente o que Deus queria deixar por escrito. Os autógrafos derivam seu valor do fato de serem, em essência, a Palavra de Deus. Nesse aspecto, a objeção levantada por alguns diz respeito à inexistência dos documentos autógrafos. Esses documentos originais não sobreviveram; o que temos disponíveis são cópias desses manuscritos. Desse modo, Wayne Grudem registra o racional questionamento de teólogos divergentes: “De que serve, então, atribuir tamanha importância a uma doutrina que se aplica só a manuscritos que ninguém possui?”.

Essa dúvida é humanamente plausível e requer respostas convincentes. Ao mesmo tempo, o debate fortalece o conceito de inerrância, pois solidifica a posição da ortodoxia. Em resposta a essas objeções, a Declaração de Chicago sobre a inerrância da Bíblia, publicada em 1978, no artigo de número X, assim se expressou: Afirmamos que, a rigor, a inspiração diz respeito somente ao texto autográfico das Escrituras, o qual, pela providência de Deus, pode-se determinar com grande exatidão a partir de manuscritos disponíveis. Afirmamos ainda mais que as cópias e traduções das Escrituras são a Palavra de Deus na medida em que fielmente representam o original.

Negamos que qualquer aspecto essencial à fé cristã seja afetado pela falta dos autógrafos. Negamos ainda mais que essa falta torne inválida ou irrelevante a afirmação da inerrância da Bíblia. Nessa perspectiva, concordes com a Declaração de Chicago, cremos que a inerrância das Escrituras Sagradas pertence aos documentos autógrafos, e, que as cópias fiéis desses manuscritos preservaram a exatidão dos originais. O Espírito Santo providencialmente manteve a revelação divina incorruptível (Jo 14.17; 16.13,14). Fora dessa compreensão, a Bíblia não seria fonte de autoridade (Jo 5.39; Gl 3.8-22). Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

Para ser exato, a inerrância é atribuída somente aos escritos originais ou “autógrafos” das Escrituras, os quais não mais existem. Em geral, os estudiosos da Palavra concordam que os subsistentes manuscritos da Bíblia contêm alguns erros de copistas, usualmente detectáveis ao se comparar manuscritos mais recentes com os mais antigos e ao se aplicar a crítica textual. Os críticos da inerrância e infalibilidade às vezes argumentam que, visto que a doutrina diz respeito somente aos autógrafos, é essencialmente irrelevante para a atualidade. De um ponto de vista negativo, se os manuscritos originais continham erros, então naturalmente as cópias e traduções disponíveis hoje em dia também os contêm.

De um ponto de vista positivo, os defensores da inerrância, como Francis Pieper, que no início deste século era presidente do Concordia Theological Seminary (em St. Louis, Estados Unidos), fizeram uma inferência importante do status infalível e inerrânte dos autógrafos. Insistem que, para todos os propósitos práticos (isto é, para as questões de fé e vida), os atuais textos e as boas traduções também podem ser considerados inerrântes. Os defensores da inerrância sustentam que a confiança dos crentes nas traduções modernas da Bíblia apoia-se firmemente na crença da infalibilidade dos escritos originais. Se os erros de alguns copistas foram detectados nos manuscritos bíblicos existentes, outros mais difíceis de detectar também podem existir. Aqueles que afirmam a inerrância dos autógrafos devem compartilhar da preocupação de outros eruditos bíblicos, a fim de reconhecerem e lidarem com os problemas textuais nas cópias subsistentes. Philip Wesley Comfort. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 66-67.    

 

Afirmamos que a inspiração, falando estritamente, se aplica somente ao texto original da Escritura, que, na providência de Deus, pode ser determinado, com grande precisão, dos manuscritos disponíveis. Afirmamos também que as cópias e as traduções da Escritura são a Palavra de Deus até ao ponto em que representam fielmente o original. Negamos que qualquer elemento essencial da fé cristã seja afetado pela ausência dos autógrafos. Além disso, negamos que está ausência torne a afirmação da inerrância bíblica inálida ou irrelevante. O Artigo X lida diretamente com a questão permanente do relacionamento entre o texto da Escritura que possuímos agora e os documentos originais, que não foram preservados, exceto por meio de cópias.

Em primeira instância, a inspiração se aplica estritamente aos autógrafos originais da Escritura, as obras originais dos autores inspirados. Isto indica que o controle infalível de Deus na produção das Escrituras originais não foi perpetuado através das eras no processo de copiar e traduzir. É evidente que há algumas pequenas variações entre as cópias manuscritas que possuímos e que o processo de tradução tem de inserir variações para aqueles que leem as Escrituras em uma língua diferente do hebraico e do grego. Portanto, os elaboradores da Declaração de Chicago não estão defendendo uma transmissão do texto inspirada perpetuamente. Visto que não temos os manuscritos originais, alguns têm argumentado que um apelo aos originais perdidos torna irrelevante todo o caso da inspiração. Raciocinar desta maneira é mostrar desprezo pelo trabalho bastante sério que tem sido feito no campo da crítica textual. A crítica textual é a ciência que procura reconstruir um texto original por meio de uma análise cuidadosa e um exame dos manuscritos que possuímos agora. Esta tarefa tem sido realizada com respeito a todos os documentos da antiguidade que chegaram até nós por meio de cópias manuscritas. As Escrituras do Antigo e do Novo Testamento são provavelmente os textos que chegaram até nós com a atestação mais ampla e mais confiável. Em mais de 95% dos casos, os originais podem ser reconstruídos com uma certeza prática.

Mesmo nos poucos casos em que alguma dúvida permanece, isso não interfere no significado da Escritura ao ponto de obscurecer um dogma da fé ou uma mandamento de vida. Assim, na Bíblia como a possuímos agora (e como é transmitida a nós por meio de traduções confiáveis), nós temos, de fato, a própria Palavra de Deus, uma vez que os manuscritos transmitem a nós toda a verdade vital dos originais. A outra afirmação do Artigo X é que as cópias e as traduções da Escritura são a Palavra de Deus até ao ponto que representam fielmente o original. Embora não tenhamos os originais, temos traduções e cópias bem reconstruídas que, até ao ponto em que correspondem aos originais, podemos dizer que são a Palavra de Deus. Mas, por causa da presença evidente de erros nas cópias e erros de tradução, tem de ser feita a distinção entre a obra original de inspiração nos autógrafos e o trabalho de traduzir e copiar esses autógrafos. A negação se preocupa com o fato importante de que naqueles minúsculos segmentos de manuscritos existentes nos quais a crítica textual não tem sido capaz de determinar com toda a certeza a redação original, nenhum ensino essencial da fé cristã é afetado. Limitar a inerrância ou a inspiração ao manuscrito original não torna irrelevante toda a contenção. Faz muita diferença. Se o texto original fosse errante, a igreja teria a opção de rejeitar seus ensinos. Se o texto original. C. Sproul. Posso Crer na Bíblia. Editora FIEL. 1 Ed. 2012    

 

   2.   Os manuscritos apógrafos.

 

  As cópias dos manuscritos originais são chamadas de apógrafos. Atualmente, existem cerca de 25.000 cópias dos manuscritos bíblicos, a maioria deles em hebraico, grego e latim. Os escribas judeus transcreveram os originais do Antigo Testamento com precisão milimétrica. E as inúmeras cópias dos manuscritos do Novo Testamento também afiançam a credibilidade desses escritos. Nessa perspectiva, cremos que o ato da inspiração aconteceu uma só vez na redação primária da Palavra de Deus (os autógrafos), mas a qualidade dessa inspiração foi preservada pelo Espírito Santo nas cópias dos originais (os apógrafos). Assim sendo, a versão da Bíblia fidedigna aos originais, não deixou de manter a exatidão do real significado das palavras inspiradas por Deus (Mt 5.18; 2 4 .35).    

 

COMENTÁRIO

 

    Inclusas nesse número estão as cópias em aramaico, árabe, copta, siríaco, armênio, gótico, etiópico, eslavônio, anglo-saxônico dentre outras. Norman Geisler, na obra Resposta aos Céticos, afirma que os escribas judeus tiveram uma precisão milimétrica em guardar os manuscritos originais e de realizar cópias seguras do Antigo Testamento durante o decorrer da história. Assevera que “as tradições judaicas definiram todos os aspectos da cópia de textos como se fossem leis, desde o tipo de materiais a serem utilizados até o número de colunas e linhas que poderiam estar numa página”.

Desse modo, conclui que não há qualquer prova cientifica ou histórica de que houve alguma mudança ou alteração nos textos sagrados. Nesse mesmo sentido, pode-se atestar a veracidade do cânon do Novo Testamento, haja vista a preservação de cerca de 5.800 manuscritos gregos (sem contar as cópias em outros idiomas). As primeiras cópias surgiram apenas cem anos após a escrita dos originais e afiançam a credibilidade, a confiabilidade e a suficiência desses escritos. Em contraste aos Escritos Sagrados, arrazoa-se que, na maioria dos livros antigos da humanidade, existem apenas de dez a vinte manuscritos, que foram surgindo aproximadamente mil anos após a escrita do original. Portanto, a confiabilidade e a suficiência dos textos bíblicos são demonstradas inequivocamente durante os séculos. Nesse entendimento, Greg Bahnsen arrazoa que: Podemos ter certeza de que possuímos a Palavra de Deus em nossas Bíblias graças à providência divina. Ele não permite que seu propósito em se revelar seja frustrado.

Na verdade, os resultados da crítica textual confirmam que possuímos um texto bíblico substancialmente idêntico ao dos autógrafos. Dessa forma, temos evidências suficientes para afirmar que o ato da inspiração aconteceu uma só vez na redação primária da Palavra de Deus (os autógrafos), mas a qualidade dessa inspiração foi preservada pelo Espírito Santo nas cópias dos originais (os apógrafos). Por conseguinte, Bahnsen reitera que “a doutrina da inerrância original é recomendada a todos os crentes que creem na autoridade da Bíblia e a consideram Palavra de Deus”. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

Os livros apócrifos (palavra que significa “escondido”) apresentam erros históricos e geográficos, bem como anacronismos, além de ensinarem doutrinas falsas e práticas divergentes das Escrituras inspiradas, a exemplo da oração pelos mortos. Os pseudoepígrafos (palavra que significa “falso escrito”) foram produzidos por autores anônimos e espúrios, que atribuíram indevidamente sua autoria a profetas e apóstolos. Soares. Esequias,. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pag. 29.    

 

APÓCRIFOS

Palavra comum ente usada para designar uma coletânea de livros edificantes, porém não incluídos no cânon das Escrituras. Terminologia Apócrifos como um adjetivo grego, significando “coisas ocultas” é encontrado em Daniel 2.22 (Theodotian); Sir 14.21; 39.3,7; 42.19; 43.32; 48.25; e no NT em três passagens (Mc 4.22; Lc 8.17; Cl 2.3). Inicialmente era equivalente a esoterikos – escritos destinados ao círculo íntimo e impossível de ser entendido por mais alguém – “guardados para os sábios dentre o povo” (cf. IV Ed 14). Mas, com Agostinho (De civ. dei xv.23), uma segunda ideia de obscuridade da origem ou autoria é sugerida. Desde a época de Jerônimo tem-se designado livros nâo-canônícos e, desde a época da Reforma, uma coletânea definitiva de tais livros. Carlstadt definiu “Apócrifos” como escritos excluídos do cânon, quer os autores dos livros fossem conhecidos ou não. PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 155-156.    

 

   3.   Os apócrifos e pseudoepígrafos.

 

  Nossa Declaração de Fé assegura que os manuscritos apócrifos (“escondidos”), tais com o, Tobias, Judite, Macabeus, Baruque, e outros, apresentam meros, anacronismos, doutrinas falsas e práticas divergentes das Escrituras, a exemplo da oração pelos mortos. Os pseudo epigrafo (“ falsos escritos”), dentre eles, a Assunção de Moisés e o Apocalipse de Pedro, foram produzidos por autores anônimos e espúrios, que atribuíram indevidamente sua autoria a profetas e apóstolos. Na Bíblia dos judeus atestada por Jesus como a “ Lei, Profetas e Escritos ” (Lc 24.44) não faziam parte os livros apócrifos, nem os pseudoepígrafos. Por essa razão eles não integram o cânon bíblico protestante. Dessa forma, não reconhecemos a autoridade desses livros por não serem inspirados pelo Espírito Santo.    

 

COMENTÁRIO

    A palavra “apócrifo” (adjetivo grego) significa secreto ou oculto, e muitas vezes foi usada para referir-se às escrituras secretas de alguma seita. Mais tarde, a palavra foi aplicada aos livros espúrios, heréticos ou falsificados. Em outras palavras, os livros apócrifos são os que têm sido julgados não canônicos, ou seja, não inspirados tanto pelos israelitas, hebreus ou judeus (referindo-se ao Antigo Testamento) e pela Igreja Cristã (referente ao Novo Testamento). Em 1546, no Concílio de Trento, o catolicismo romano adotou sete desses livros, denominou-os de deuterocanônicos (reconhecidos após estudo) e os inseriu no cânon católico do Antigo Testamento. O teólogo E. J. Young observa, entre outras incongruências, que “não existe nenhum sinal nesses livros que ateste origem divina […] os livros justificam a falsidade e a fraude, fazem com que a salvação dependa de obras meritórias […] e inculcam uma moralidade baseada em conveniências”. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

Não reconhecemos a autoridade espiritual dos livros apócrifos, nem dos pseudoepígrafos, chamados pelos católicos romanos, respectivamente, de deutero-canônicos e apócrifos. O Senhor Jesus fez menção das Escrituras Sagradas dos seus dias, a Bíblia tripartida dos judeus, “Lei, Profetas e Escritos”, e nelas não constam esses livros,11 pois nunca fizeram parte do Antigo Testamento dos judeus. Soares. Esequias,. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pag. 28-29.    

 

Posturas em relação aos Apócrifos do AT Os apócrifos do AT são compostos de 14 ou 15 livros que são geralmente encontrados nos manuscritos da LXX ou na Vulgata, mas que não estão incluídos no cânon hebraico. A Oração de Manasses e 2 Esdras são exceções. Este último aparece nos MSS gregos e a Oração de Manasses não está em nenhum deles. Contrariamente, os livros Pseudoepígrafos, com poucas exceções, nunca são encontrados nos manuscritos bíblieios. Nenhum registro exato sobreviveu relatando o processo e a base pelos quais os livros apócrifos foram excluídos do cânon. A exclusão pelos judeus farisaicos já havia ocorrido na época de Josefo (cf. Apion i. 8), que afirma que os livros canónicos são em número de 22 e que datam entre a época de Moisés e Artaxerxes. Os livros apócrifos, comumente datados do século II a.C. até o século I d.C. eram muito posteriores para serem aceitos. Alguns dos livros têm erros históricos e representam ética e teologia questionáveis. A lista mais antiga do cânon do AT (Melito de Sardis. cf. Eusébio H. E. iv, 26,14) não inclui os apócrifos.

Nenhum livro dos apócrifos é citado diretamente no NT; mas os livros são frequentemente citados pelos primeiros escritores cristãos. Nas igrejas orientais e ocidentais, os livros vieram a formar uma parte integrante do cânon e foram espalhados por todo o AT, geralmente colocados perto dos livros com os quais eles têm afinidade. Os apócrifos do AT lidam principalmente com pessoas, eventos e temas intimamente relacionados ao AT e às figuras pós-AT, Embora compostos por escritores judeus, provavelmente em hebraico e aramaico, e embora comunidades como o Grupo do Mar Morto possuíssem um número indefinido de livros excluídos, os apócrifos têm sido grandemente preservados pelos cristãos.

No entanto, apesar da ameaça de Akiba de que aquele que ler os livros excluídos não fará parte do mundo futuro, houve traduções judaicas medievais de alguns dos livros. Os apócrifos têm exercido uma influência considerável sobre a arte e sobre a literatura inglesa através dos séculos. Provérbios comuns e nomes familiares têm sido derivados destes livros. A maioria das Bíblias inglesas (Wycliffe, Coverdale e Geneva) continham estes livros como um apêndice, mas no início de 1629 eles foram omitidos de algumas edições da KJV. Os maiores comités de tradução traduziram os apócrifos como um volume separado; mas desde 1827 as Bíblias publicadas pelas Sociedades Bíblicas britânicas e americanas passaram a omitir estes livros. Quatro posturas cristalizaram-se com relação aos apócrifos desde a época da Reforma. O Concilio de Trento (1546) afirmava a cananicidade desses livros como encontrado na edição da Vulgata e excomungava aquele que negasse sua posição. Esta declaração foi posteriormente confirmada pelo Concílio Vaticano de 1870.

Estes livros são frequentemente chamados “Deutero-canônicos” pelos escritores católicos, sem nenhuma distinção da autoridade implícita no termo. Os católicos tendem a usar o termo apócrifos para designar o grupo de livros que os protestantes chamam de pseudoepígrafos. Uma segunda postura é encontrada nos escritores protestantes. Quando Lutero publicou sua Bíblia alemã, colocou seis livros em um apêndice no final do AT com uma introdução. “Apócrifos; estes livros não são considerados iguais às Sagradas Escrituras, embora sejam úteis e bons para a leitura”. O artigo sexto da Igreja da Inglaterra declara: “E os outros livros, a igreja lê para exemplo de vida e instrução de modos, mas contudo não se aplicam para estabelecer qualquer doutrina”. Nos dias santos especiais, seções de Tobias, Sabedoria e Sirácido são lidos pela igreja episcopal na América.

A terceira postura é vista no desenvolvimento da ascensão dos puritanos que rejeitaram os livros como não tendo qualquer valor religioso. “Não devem ser aprovados ou feito uso deles, a não ser como o é qualquer outro escrito humano”. O termo apócrifo passou a ter um sentido pejorativo, significando não autêntico. Uma quarta postura, largamente difundida hoje, muda o ponto de ênfase, da posição canónica dos livros para o seu valor histórico ao fornecer informações sobre a época dos períodos entre o AT e o NT. Eles não têm valor para fornecer informações sobre as condições históricas e religiosas fora das quais surgiram. A ideia messiânica, as doutrinas de sabedoria, lei, pecado, boas obras, demonologia, angelologia e escatologia são todas tratados. Conteúdo dos Apócrifos do AT 1 Esdras é um exame narrativo de eventos, paralelo à narrativa de Esdras e Neemias, acerca de Zorobabel e do retomo de Esdras e seu trabalho.

A parte mais bonita é a história dos três guardas que discutem sobre o que há de mais forte no mundo, e concluem que é a Verdade. 2 Esdras é um apocalipse no qual o escritor apresenta Esdras levantando questões, buscando justificar os caminhos escolhidos por Deus ao permitir que as calamidades recaiam sobre Sião. Tobias é um romance que retrata a vida do judeu no cativeiro. Seu propósito é ensinar lições morais. A oração e a doação de esmolas são louvadas. O dever de enterrar os mortos e de casar-se dentro do judaísmo é apresentado. Judite é uma curta história patriótica exaltando os feitos de uma viúva judia que libertou seu povo, da mesma forma que Ester trouxe libertação. As Adições a Ester são seis passagens suplementares acrescentadas para completar a história canónica. Elas devem ser lidas em seu lugar próprio da história como se encontram na LXX, ao invés de uma coletânea em seu final como na RSV, a Sm de ser inteligível, Elas acrescentam uma nota religiosa a um livro que de outra forma seria secular. 0 livro Sabedoria de Salomão consiste de uma literatura do tipo Sabedoria, na qual se zomba da idolatria e se louva a sabedoria.

O destino dos justos e dos ímpios é contrastado. Eclesiástico é uma coletânea variada de sábios provérbios que trata de todas as áreas da vida. Provérbios é o paralelo canónico mais próximo. O livro termina com o “Louvor dos Pais” que examina os méritos dos valores do AT. Baruque é um lamento sobre a queda de Jerusalém que confessa a culpa de Israel e promete uma restauração de uma maneira profética. A carta de Jeremias é uma sátira sobre a loucura e as tolices da idolatria. A Oração de Azarias é um acréscimo a Daniel que pretende expressar os sentimentos dos três judeus enquanto estavam na fornalha de fogo ardente. Susana é uma história reveladora criada para exaltar a sabedoria de Daniel, que demonstra a inocência da mulher falsamente acusada. Bei e o Dragão também exalta a sabedoria de Daniel e satiriza a idolatria. A Oração de Manassés pretende expressar a penitência do rei mais ímpio do AT. O tema é sugerido por 2 Crónicas 33.12. 1 Macabeus é uma narrativa de eventos que levam à revolta macabeana e ao seu encobrimento.

O livro é uma fonte histórica de considerável mérito. 2 Macabeus cobre o mesmo material como a primeira parte de 1 Macabeus, mas acrescenta sentimentos religiosos e tentativas de demonstrar que o milagre desempenhou um importante papel na vitória. Veja Macabeus. Apócrifos do NT Os apócrifos do NT são um corpo de literatura de limites indefinidos. Eles se diferenciam dos apócrifos do AT por serem raramente encontrados nos manuscritos bíblicos. Em geral, as categorias tratadas resumem-se nos períodos iniciais e paixões dos Evangelhos, atos, cartas e apocalipses, é improvável que eles preservem quaisquer feitos ou palavras autênticos de seus heróis. Antes, são amplificações de temas sugeridos pelos livros canónicos. Os escritores tentaram fornecer informações sobre períodos em que o material bíblico é desejado, tais como os anos ocultos da vida de Jesus ou detalhes sobre o que o homem que foi arrebatado até o terceiro céu poderia ter visto (2 Co 12,2). O elemento miraculoso é geralmente destacado. Os livros tendem a fazer propaganda de opiniões que os escritores pensaram ser significativas, Antigos hereges usaram estes meios para divulgar suas opiniões.

Em 1947 o material conhecido deste tipo foi consideravelmente aumentado pela descoberta de uma biblioteca gnóstica no Egito, contendo porções de 13 cláusuias adicionais em cóptico. Pensa-se que antes destes existiram materiais gregos que podem ser datados do século II d.C. Veja Chenoboskion; Gnosticismo. Uma considerável impressão equivocada foi promovida sobre os apócrifos com títulos tais como “Os Livros Perdidos da Bíblia”, pois de maneira alguma foi estabelecido que estes livros alguma vez tenham sido parte dela. Alguns escritos apócrifos do NT já eram conhecidos dos patriarcas da igreja primitiva. Por outro lado, a composição deste tipo de material continuou até os dias modernos. Os materiais do período inicial são apresentados mais satisfatoriamente na edição de M. R. James, enquanto exemplos modernos são avaliados por E. J. Goodspeed. PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 156-157.    

 

SINÓPSE II

O Espírito Santo manteve a revelação divina incorruptível, bem como a exatidão das palavras originalmente inspiradas por Deus.

 

III – A VERDADE NAS ESCRITURAS

 

   1.   A Bíblia é a verdade plena.

 

  O termo “ verdade”, do hebraico emeth, significa o que é “confiável” e “correto”. O vocábulo grego aletheia tem o sentido de “real” e “fidedigno”. Nas Escrituras corresponde à realidade exata dos fatos em concordância com o pensamento de Deus. A Bíblia ensina que Deus é a verdade (Jo 14.6; Rm 3.4) e a sua Palavra também é a verdade (Jo 17.17) – O escritor aos Hebreus declara que é “ impossível que Deus minta ” (Hb 6.18). Paulo ratifica que Deus “ não pode mentir” (Tt 1.2). Em vista disso, cremos que a Palavra de Deus possui autoridade (Mt 5.17,18); e deve ser obedecida acima de qualquer autoridade humana (Mt 15.3-6). Assim, esses textos servem de base para a afirmação: “ o que a Bíblia diz é o que Deus diz”.    

 

COMENTÁRIO

 

 

    Esse conceito afirma que a verdade é relativa, que não é algo fixo, e que, portanto, a verdade sofre modificações e está condicionada a cada sociedade de acordo com a época e sua cultura. Contudo, na visão ortodoxa, a revelação da Palavra de Deus é a verdade inalterável. Reiteram-se aqui as palavras de Cristo: “o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.35). Por conseguinte, alicerçados na autoridade das Escrituras, a posição cristã reconhece a existência da verdade absoluta e discorda que a revelação bíblica deva ser avaliada pela medida da cultura, pensamentos ou ideologias humanas. Reconhecemos e respeitamos a diversidade cultural e a pluralidade de ideais, porém rejeitamos o conceito de relativização da verdade bíblica divinamente revelada à humanidade.

O teólogo John Higgins relaciona uma série de declarações que atestam a verdade plena e absoluta da Palavra de Deus. Dentre elas, destacamos: (1) A verdade de Deus é expressada com exatidão, e sem quaisquer erros, nas próprias palavras da Escritura ao serem usadas na construção de frases inteligíveis; (2) A verdade de Deus é expressada com exatidão através de todas as palavras da totalidade da Escritura, e não meramente através das palavras de conteúdo religioso ou teológico; (3) A verdade de Deus é expressada de modo inerrante somente nos autógrafos (escritos originais), e de modo indireto, nos apógrafos (cópias dos escritos originais). Além dessas proposituras teológicas, a própria Escritura reivindica a sua veracidade. A Bíblia afirma categoricamente que Deus é a verdade (Jo 14.6; Rm 3.4) e a sua Palavra também é a verdade (Jo 17.17). Portanto, se a verdade depende de Deus, e Deus é a verdade em pessoa, então a verdade absoluta revela Deus e a sua vontade. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

Deus ordenou fosse sua revelação preservada com pureza? Se “preservada com pureza” significa “preservada com inerrância”, a resposta é “não”. Conforme mencionada acima, a inerrância pertence tão-somente aos autógrafos. Nos muitos manuscritos bíblicos preservados, há milhares de variações. A maioria destas foi causada pela negligência (ortografia, gramática, transposição de palavras etc). Todavia, nenhuma doutrina sequer tem por base textos questionáveis em qualquer manuscrito. Se, porém, “preservada com pureza” significa que os ensinos da Escritura foram “preservados de modo incorruptível”, a resposta é um “sim” de alto e bom som. Hoje, a Igreja tem várias versões modernas baseadas nos muitos manuscritos hebraicos e gregos existentes. Tais versões, traduzidas em centenas de idiomas, são comparadas cuidadosamente aos manuscritos antigos e às primeiras versões da Bíblia.

E fornecem ao leitor uma versão das Escrituras em linguagem (vocabulário e estilo) atualizada, sem deixar de manter a exatidão quanto ao seu real significado. Embora haja um longo período de tempo entre os autógrafos e as versões atuais da Bíblia, existe pouca distância entre eles no tocante à exatidão. Há uma longa corrente de testemunhas que remonta às pessoas que declararam ter visto os autógrafos (Policarpo, Clemente de Roma). Tinham tanto o motivo quanto a oportunidade de verificar por conta própria a fidedignidade das cópias feitas a partir dos originais. Havia um desejo entre os cristãos de preservar os ensinos da Escritura, e muitos cuidados foram dedicados à sua transmissão de uma geração para outra. Mediante os esforços da ciência da crítica textual, é possível se chegar a um texto bíblico que é a representação exata dos autógrafos.

Em seguida, à medida que abordarmos o conteúdo e o significado da Escritura (conforme Deus mesmo quis fosse entendida) – com auxílio da crítica textual, da exegese e da interpretação – podemos dizer que nesta mesma medida estamos proclamando a Palavra de Deus. Isso só pode acontecer se tivermos certeza de que os autógrafos eram de fato a Palavra de Deus, e que foram escritos infalivelmente por meio da inspiração sobrenatural. E essencial a inerrância (seja em que ponto for) para sabermos o que é a verdade. O valor dos autógrafos inerrantes é que sabemos que, o que os homens registraram, foi exatamente o que Deus queria deixar por escrito. Os autógrafos derivam seu valor do fato de serem, em essência, a Palavra de Deus, e meramente as palavras de escritores humanos. Os apógrafos, por outro lado, derivam seu valor do fato de representarem com total exatidão os autógrafos. Não se pode dizer que as cópias, as versões e as traduções foram inspiradas na sua produção, mas seguramente (em algum sentido derivado e mediado) retêm a qualidade de inspiração que estava presente nos autógrafos. De outra forma, a Bíblia não seria fonte de autoridade.

O ato da inspiração aconteceu uma só vez; a qualidade da inspiração continuou sendo mantida nos apógrafos. O ato original da inspiração produziu uma Palavra inspirada tanto nos autógrafos quanto nos apógrafos. HORTON. Staleym. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD.    

 

A INTEGRIDADE DE DEUS

A palavra integridade vem do latim integer, que se refere a algo completo ou inteiro. Quando usado em relação a Deus, a palavra significa que o caráter de Deus é inteiro, sem falta, perfeito. Há três palavras que podem ser utilizadas para descrever a integridade de Deus: (1) Deus é Genuíno – Ele é real, não é inventado, fabricado, nem é uma imitação. (2) Deus é Verdadeiro – Ele só age e fala dentro da esfera da verdade. A falsidade é contrária à Sua natureza. (3) Deus é Fiel – Ele fará tudo o que prometeu. DEUS É GENUÍNO Nas Escrituras, a palavra verdadeiro [genuíno] é traduzida do hebraico „emeth e do grego alethinós. Ambas as palavras denotam, não apenas a veracidade de Deus, mas também a Sua autenticidade. Deus é genuíno, real. Ele é exatamente aquilo que revela ser. Ele não é uma falsificação, uma invenção ou mera imitação. É o único Deus verdadeiro – distinto dos ídolos feitos por mãos de homens e dos falsos deuses nascidos nas imaginações corruptas dos homens. Washer. Paul David., O Único Deus Verdadeiro. Publicado por HeartCry Missionary Society. 4 Ed. 2011. pag. 78.    

 

   2.   A verdade espiritual e moral.

 

  Nossa Declaração de Fé afirma que a Bíblia nos revela o conhecimento completo de Deus, não sendo necessário nenhum a nova revelação para a nossa salvação e cresceu em tempo espiritual (Dt 4.2; Pv 30.5,6). Antônio Gilberto ensinou que tudo o que Deus requer do homem, e tudo o que o homem precisa saber, quanto à sua redenção, está revelado na Bíblia. Igualmente, a ética oral se fundamenta na revelação divina. Os padrões bíblicos para o nosso viver não podem sofrer mudanças. Aquilo que a Palavra de Deus diz ser pecado, permanece sendo pecado. Por isso, os valores cristãos são permanentes, pois a fonte de autoridade é permanente (Mt 24.35). Assim, enfatizamos que a Bíblia é a inerrante verdade tanto espiritual quanto moral.    

 

COMENTÁRIO

 

 

    Nesse sentido, Charles Hodge, ao tratar da completitude das Bíblia, argumenta que “nada pode ser legitimamente imposto à consciência dos homens como verdade ou dever que não esteja diretamente ensinado ou obrigatoriamente implicado nas Escrituras Sagradas”. Em nossa obra Valores Cristãos, destacamos que: A ética e a moral cristã têm como principal fundamento o texto inspirado das Sagradas Escrituras. É verdade que não se pode desprezar a tradição da Igreja, as leis civis e criminais, as variadas literaturas e nem tampouco os bons costumes adotados pela sociedade, entretanto, para o cristão, toda e qualquer prática e conduta precisa passar pelo crivo e pelo aval da Palavra de Deus (Hb 4.12). Nessa compreensão, quando os princípios adotados pela ética e moral cristã são essencialmente bíblicos, então eles também são imutáveis. Isso implica dizer que a verdade bíblica não pode ser relativizada ou flexibilizada para atender o egoísmo, as vãs filosofias e o hedonismo da raça humana. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

Reagindo contra o liberalismo teológico, principalmente na Alemanha, ensinam os neo-ortodoxos que a Bíblia torna-se a Palavra de Deus à medida que alguém, ao lê-la, tem um encontro experimental com o Senhor. Apesar das aparências, esse posicionamento abre espaço para muitas especulações danosas à fé cristã. A Bíblia não se torna a Palavra a Deus; ela sempre é a Palavra de Deus. Portanto, erram aqueles que afirmam: “A Bíblia fechada é um simples livro; aberta, a boca de Deus falando”.

Nada mais errado; aberta ou fechada, a Bíblia é a Palavra de Deus inspirada e inerrante! Há que se tomar muito cuidado, pois, com as sutilezas teológicas; destas é que nascem as heresias. Karl Barth, apesar de seus esforços em combater o liberalismo, não foi de todo feliz. Ele deveria, por exemplo, ter ensinado que a Bíblia, independentemente da reação de seus leitores, jamais deixou de ser a Palavra de Deus. Embora considerado o maior teólogo do Século XX, Barth não foi de todo ortodoxo. E, como todos o sabemos, no terreno das Sagradas Escrituras não há meia-ortodoxia; a ortodoxia tem de ser absoluta. Se a tornarmos relativa, não teremos, então, nenhuma ortodoxia; e, sim, heresias, apostasias e erros. A neo-ortodoxia de Barth não foi de todo eficaz; pecou pelos meios-termos. Claudionor de Andrade, Teologia Sistemática Pentecostal. Editora CPAD. 2 Ed. 2008. pag. 24.    

 

   3.   A verdade histórica e científica.

 

  Cremos que a Bíblia é divinamente infalível em toda a matéria que aborda (Sl 12.6; 19.8). John Wesley escreveu que se houver um erro, pode haver mil. E, se existir alguma falsidade então a Bíblia não é o livro da verdade de Deus. Por conseguinte, a Escritura não se equivoca quando descreve a criação, os eventos da história e os fenômenos da ciência. Significa que Deus guiou os autores bíblicos e os preservou do registro de inverdades de qualquer natureza (2 Pe 1.21). Assim sendo, endossam os que a Bíblia Sagrada é a verdade inspirada de Deus, inerrante em sua totalidade, isenta de toda a falsidade, fraude ou engano.    

 

COMENTÁRIO

 

    Quando a ortodoxia declara que a Bíblia Sagrada é a nossa regra infalível de fé e prática não é uma referência apenas às questões de ordem espiritual ou de nossa conduta ética e moral. A inspiração plena, inerrância ilimitada e infalibilidade total do texto bíblico também se aplicam aos registros históricos e aos fatos científicos. Wayne Grudem formula o seguinte problema: “Será que poderia ser descoberto algum fato novo, científico ou histórico, que vá contradizer a Bíblia?”. E a resposta para essa intrigante questão é apresentada de modo enfático com as seguintes palavras: Nunca virá à tona nenhum fato que Deus não conhecesse eras atrás e não tenha levado em conta quando fez com que as Escrituras fossem produzidas. Cada fato verdadeiro é algo que Deus conhece desde a eternidade e que, portanto, não pode contradizer o que o Senhor fala nas Escrituras. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

Bíblia e a Ciência. Não existe um problema pequeno quando é feita uma tentativa de afirmar cientificamente uma verdade de acordo com o entendimento de uma era de tal modo que ela venha ser ao mesmo tempo aceitável nas eras subsequentes. A ciência sempre muda e sempre está sujeita ás suas próprias revisões, e até mesmo submissas a completas revoluções. Ela reflete com om grau de exatidão o progresso de geração em geração do conhecimento humano. No campo da ciência, nenhum autor humano foi capaz de evitar o destino da obsolescência em períodos posteriores: todavia, todavia os registros divinos têm sido estruturadas de forma que não há conflito com a verdadeira ciência nesta ou em outra época da história humana. É impossível para os autores humanos escreverem como a Bíblia é escrita em assuntos de ciência. Não é argumento contra a Bíblia o fato de ela empregar termos usados comumente como os confins da terra, os quatro cantos da terr, ou o sol se pondo.

Não seria mais inteligível dizer que a terra está levantando do que dizer que o sol está se pondo. Esta última frase é coisa que para a visão humana, sempre ocorre. Na verdade, qual termo poderia ser usado além daquele que descreve o que o homem vê com os seus olhos? A Bíblia esta justificada no uso dos termos geralmente usados, especialmente visto que nenhum outro termo foi proposto, nem podiam outros melhores ser descobertos. Deus somente poderia executar a tarefa sobre-humana de escrever um livro que, embora dispensasse os fatos relativos à natureza, desde a sua criação até as suas glorias finais, não obstante evita um conflito com a ignorância e a intransigência que existem em variedade infinita desde o começo a história humana. Chafer., Lewwis Sperry. Teologia Sistemática. Vol I e II. Editora Hagnos. 1 Ed. 2003. pag. 75.    

 

Necessidade histórica. Ao contrário do que supunha o filósofo francês, Augusto Comte, a história não é cíclica: é circular; não se repete. Encaminha-se para um clímax, quando Cristo Jesus, como o Rei dos reis e Senhor dos senhores, implantar o Reino de Deus na Terra, submetendo todas as coisas ao absoluto comando de seu Pai. Sem a Bíblia, jamais poderíamos compreender devidamente a história; seriamos induzidos a pensar fossem todas as coisas obras do mero acaso. Os santos profetas e os apóstolos de nosso Senhor nos deixam claro que, estando Deus no comando de todas as coisas, dirige a história, conduzindo-a ao ápice de seu Reino. Não foi essa, por acaso, a petição que o Cristo ensinou aos seus discípulos:

 

“Venha o teu Remo”? Assim, passaram os discípulos a rogar a Deus. Compreendendo perfeitamente a teologia da História, afirmou Oliver Cromwell: “O que é a história, senão a manifestação de Deus?” Assim a entendeu também Nabucodonosor. O rei de Babilônia, após haver passado sete tempos como um bicho, devido ao seu orgulho, reconhece que, acima dos reis e demais potentados, acha-se Deus a controlar todos os negócios terrenos. Seria maravilhoso se todos os seres humanos chegassem a essa conclusão. Por conseguinte, esta deve ser a conclusão básica acerca da História, conforme escreveu D. Martyn Lloyd-Jones: “A chave para a história do mundo é o remo de Deus”. Claudionor de Andrade, Teologia Sistemática Pentecostal. Editora CPAD. 2 Ed. 2008. pag. 27-28.    

SINOPSE III

Deus é a verdade e, sua Palavra, é a sua extensão. Tudo o que a Bíblia ensina tanto na teologia, história ou ciência é a verdade.

 

AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

“ [Buscando pelo ouro das Escrituras] Nenhuma meta seria mais elevada do que ir pelo ‘ouro’ das Escrituras. A Bíblia muitas vezes se refere a si como ouro ou pedras preciosas, como o rubi, a fim de frisar 0 sublime valor do seu conteúdo. Por exemplo, Davi escreveu: ‘Os juízes do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino’ (Sl 19.9,10). O Salmos 119, aquele que exalta a Palavra de Deus em quase todos os seus 176 versículos, inclui esta declaração pelo salmista: ‘melhor é para mim a lei da tua boca do que inúmeras riquezas em ouro ou prata’ (SL 119.72). No mesmo […] [texto], o salmista escreveu que ele ama os mandamentos de Deus ‘mais do que o ouro, e ainda mais do que o ouro fino’. Como estudante da Palavra, os professores cristãos devem garimpar o ouro da Escritura, cavando ‘filões’ nas profundezas da Bíblia e peneirando as verdades das Escrituras para si mesmos. Exploração diária das riquezas da Palavra enriquece a vida dando mais capacidade para os professores cristãos guiarem outros nas mesmas explorações” (GANGEL, Kenneth O; HENDRICKS, Howard G (Eds.). Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.307).    

CONCLUSÃO

Apesar de alguns considerarem redundante o uso dos termos inspiração, inerrância e infalibilidade para legitimar a autoridade das Escrituras Sagradas, nossa ortodoxia professa e ensina que a Bíblia é a inspirada Palavra de Deus, inerrante e infalível com plena autoridade em tudo o que diz.    

 

 

VOCABULÁRIO Anacronismo: Erro de cronologia (ou datas) relativo a fatos ou pessoas. Espúrios: Não genuíno, hipotético, simulado.    

REVISANDO O CONTEÚDO

 

O que é inerrância?

1. A inerrância é a doutrina segundo a qual a Bíblia não contém erro algum.

Significa que ela é verdadeira em tudo o que afirma.

 2. Mencione textos bíblicos em que a ideia de inerrância esteja presente.

Jo 10.35; Jo 17.17.    

3. O que são os manuscritos autógrafos?

Os manuscritos originais são chamados de autógrafos. São os textos com a grafia de próprio punho do autor bíblico ou de seu escrevente (Fm 1.19; Rm 16.22).    

4. O que são os manuscritos apógrafos?

As cópias dos manuscritos originais são chamadas de apógrafos.    

 

5. Por que a Bíblia não se equivoca quando descreve a criação, os eventos da história e os fenômenos da ciência?

Porque Deus guiou os autores bíblicos e os preservou do registro de inverdades de qualquer natureza (2 Pe 1.21).

ELABORADO: Pb Alessandro Silva.

Acesse mais:  Lições Bíblicas do 4° Trimestre 2021  Acesse nossos grupos e tenha mais conteúdo:

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