3 LIÇÃO 3 TRIMESTRE 20 – O DESPERTAMENTO RENOVA O ALTAR

DANIEL ORA POR UM DESPERTAMENTO
O Despertamento renova o altar

O Despertamento renova o altar

Texto Áureo

“Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e reparou o altar do SENHOR, que estava quebrado. “

(IRS 18.30)

Verdade Prática.

Satanás jamais derrotará o crente cujo altar é constantemente renovado pelo Espírito.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Esdras 3.2-5,10-13

2- E levantou-se Jesua, filho de gozadaque, e seus irmãos, os sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiet, e seus irmãos e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na Lei de Moisés. o homem de Deus.

3- E firmaram o altar sobre as sobre as bases. porque o terror estava sobre eles. por causa dos povos das terras; e ofereceram sobre ele holocaustos SENHOR, holocaustos de manhã de tarde.

4- E celebraram a Festa dos Tabernáculos como está escrito, e ofereceram holocaustos de dia em dia, por ordem, conforme o rito, cada coisa no seu dia;

5- e. depois disso, o holocausto contínua e os das luas novas e de todas as solenidades consagradas ao SENHOR, como também de qualquer que ofetecia oferta voluntária ao SENHOR.

10- Quando. pois, os edificadores lançaram os aticerces do templo do SENHOR, então. apresentaram-se os sacerdotes, já paramentados e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com saltérios, para louvarem ao SENHOR, conforme a instituição de Davi, rei de Israel.

11- E cantavam a revezes, louvando e celebrando ao SENHOR, porque é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com grande júbilo, quando louvou o SENHOR, pela fundação da casa do SENHOR.

12- Porém muitos dos sacerdotes, e levitas, e chefes dos pais, já velhos, que viram a primeira casa sobre o seu fundamento, vendo perante os seus olhos esta casa, choraram em altas vozes; mas muitos levantaram as vozes comjúbilo e com alegria.

13- De maneira que não discernia o povo as vozes de alegria das vozes do choro do povo; porque o povo jubilava com tão grande júbilo, que as vozes se ouviam de mui longe.

HINOS SUGERIDOS: 17, 107, 147 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Identificar o que caracteriza o verdadeiro despertamento espiritual.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico.

Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com seus respectivos subtópicos.

Elucidar aos alunos o significado do altar para o Antigo Pacto; o Entender que Cristo é o centro da nossa comunhão com Deus;

Comprovar que nem todos os despertamentos de hoje têm as características mencionadas de um verdadeiro despertamento.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

A reconquista da terra de Israel não foi tarefa fácil. Além da incompreensão dos povos vizinhos, os líderes judaicos enfrentaram a descrença do povo. Como agir numa hora tão difícil? Confiando nas providências de Deus, erguem-lhe um altar e oferecem-lhe sacrifícios de acordo com o que prescreve a Lei de Moisés.

Dessa forma, mostram aos adversários que o Senhor ainda luta pelo seu povo. Por que temer? Às vezes, encontramo-nos nas mesmas condições. Há dificuldades por todos os lados, avizinham-se tribulações e as angústias estão sempre presentes. No entanto, quando erguemos o nosso altar, o Senhor começa a operar em nosso meio.

É hora de levantar o altar!

Introdução e Comentário

Nesta lição iremos meditar sobre um fato que caracteriza o verdadeiro despertamento. Trata-se da necessidade que os homens passam a sentir de se chegarem mais perto do altar de Deus, a fim de estarem cada vez mais perto de Deus.

I – O DESPERTAMENTO CONDUZ O HOMEM AO ALTAR

1. Os judeus sentiam a necessidade do acesso a Deus que o altar lhes proporcionava.

O propósito que traziam no coração, ao retornarem do cativeiro, precisava ser muito firme, porque estavam rodeados de inimigos cruéis. A Bíblia diz: “O terror estava sobre eles por causa dos povos da terra” (Ed 3.3). Por isso mesmo, o povo sentia que precisava do acesso a Deus, através do altar. “Este será o holocausto contínuo… perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali” (Êx 29.43). Os judeus agora almejavam estas bênçãos através do altar.

2. Todos os despertamentos genuínos começam com a restauração do altar.

Temos, na Bíblia, vários exemplos vejamos:

a. No tempo do profeta Elias, nos dias do rei Acabe. Ver o texto em 1 RS 18.16-40. No confronto com os profetas de Baal, a primeira coisa que fez foi reparar o altar que estava quebrado (1 RS 18.30). Depois sacrificou sobre ele, e orou a Deus. O fogo desceu e o povo exclamou: “Só o Senhor é Deus, só o Senhor é Deus!” O despertamento decorreu do conserto do altar.

b. Quando o piedoso rei Ezequias assumiu o trono de Judá, já no primeiro ano do seu reinado ele abriu as portas da casa do Senhor e as separou (2 Cr 29.3). Mandou purificar o templo, tirar fora toda a imundícia, purificar o altar do holocausto que havia sido substituído no reinado de seu antecessor, Acaz, por um altar construído com modelo copiado de Damasco (2 RS 16.10-12). Quando então os sacerdotes sacrificaram sobre o altar santificado, começou um novo cântico na casa de Deus (2 Cr 29.27-28). O despertamento levou à separação do altar.

c. Quando os judeus voltaram do cativeiro, construíram o altar sobre as suas antigas bases, do modo como manda a lei (Ed 3.3) e sacrificaram holocaustos ao Senhor. A alegria foi grande entre os judeus, pois podiam de novo sacrificar a Deus, e celebrar a festa dos tabernáculos. O culto a Deus havia recomeçado (Ed 3.45).

SÍNTESE DO TÓPICO I

Todos os despertamentos genuínos começam com a restauração do altar, por isso os judeus sentiam a necessidade de ter acesso a Deus através de um altar restaurado.

SUBSÍDIO CULTURAL

O que é o altar? “Do hebraico ‘mizbeach’: ‘sulhan’; e do grego ‘thysiasterion• (de ‘thysia’, sacrifício); e ainda do latim ‘altare, altaria’ (semelhante a ‘adoLeo’ queimar). Quase todas as pessoas dessa geração têm um conceito errado do verdadeiro altar no sentido genérico e prático que motivou sua existência, Todos julgam, geralmente, que um altar genuíno é a parte de um templo, de uma catedral, de uma mesquita ou de uma sinagoga, reservada e)cclusivamente aos pastores, aos sacerdotes ou aos rabinos. Muitos, sem dúvida, vão surpreender-se quando lhes mostrarmos como a Biblia define o significado do altar verdadeiro e sua função.

O altar, de acordo com as Escrituras, era um lugar construído para nele se oferecerem sacrifícios e holocaustos de animais. Era um testemunho perpétuo, um favor; sentia-se nele a manifestação divina, significava a presença de Deus, santificava až ofertas, e era o lugar onde se realizava a comunhão dos fiéis com o Senhor. Por tais raŽões o altar era respeitado(CONDE, Emílio. Tesouro de Conhecimentos Bíblicos. 2a Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1983, pp.45-46).

Pregaor Vocacionado

II – CRISTO, O CENTRO DA NOSSA COMUNHÃO COM DEUS

No tempo do Antigo Testamento o altar era o ponto central do culto a Deus. No tempo do Novo Testamento. o sacrifício de Jesus no Gólgota é o grande acontecimento para o qual o altar apontava profeticamente. Paulo escreveu à igreja em Corinto: “Primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1 co 15.3). Escreveu ainda: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 co 2.2). “Todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.17). “Para que em tudo (Jesus) tenha a preeminência” (CI 1.18). “Para vós, os que credes, é preciosa a pedra principal da esquina” (1 Pe 2.7). Tudo isto porque Jesus, pela sua morte expiatória, ganhou a redenção para todo o mundo (Ef 1.7; 2.13-16; Rm 3.23-25; 59,10; 1 Pe 1.18,19).

1. Toda a Trindade atuou ativamente na morte expiatória de Jesus:

a. O PAI CELESTIAL. Antes da fundação do mundo o Pai planejou a obra redentora, com o sacrifício de seu Filho (Ef 3.6-9). Na consumação dos séculos enviou o seu Filho (Gl 4.4; Jo 3.16). O Pai participou diretamente do drama do Gólgota (2 co 5.19).

b. CRISTO, O FILHO DE DEUS. Entregou-se a si mesmo em oferta e sacrifício (Ef 5.2; Hb 9.14). Ele levou nossos pecados sobre o madeiro ( 1 Pe 2.24 ) e padeceu para levar-nos a Deus (1 Pe 3.18).

c. O ESPÍRITO SANTO. Ajudou o Filho a vencer todos os obstáculos que se levantaram contra Ele, até chegar à cruz. Foi pelo Espírito Eterno que Jesus ofereceu a si mesmo imaculado a Deus (Hb 9.14).

2. O Espírito Santo quer, pelo despertamento, mostrar aos homens a grande vitória de Jesus no Gólgota.

O Espírito Santo quer iluminar o entendimento dos homens para esta grande realidade: “Depois de serdes iluminados suportastes grande combate de aflições” (Hb 10.32).

a. O Espírito REVELA ( Ef 1.17), iluminando os olhos do nosso entendimento para que saibamos a grandeza de seu poder sobre nós, que manifestou em Cristo ressuscitando-o dos mortos (Ef 1.19,20). O Espírito Santo revelou a Pedro que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16.16,17).

b. O Espírito ENSINA as profundidades do vitupério da cruz. Quando Jesus, na estrada de Emaús, explicava aos seus discípulos o que as Escrituras escreveram sobre a sua morte, os corações deles ardiam (LC 24.32,45).

c. O Espírito EXPLICA o verdadeiro significado da morte de Jesus na cruz, sobre o infinito alcance do brado: “Está consumado!” (Jo 19.30). Deus confirmou esta palavra de seu Filho, fazendo rasgar o véu de alto a baixo (Mt 27.51), mostrando à humanidade um novo e vivo caminho, que havia sido possível pelo véu, isto é, pela carne de Jesus (Hb 10.19,20). Por meio desta vitória os principados e potestades satânicos foram despojados, e Jesus triunfou sobre eles na cruz (Cl 2.15). Por isto temos nEle a vitória (1 co 15.57; 2 co 2.14; Rm 8.37). Pela fé em Jesus Cristo, podemos vencer o mundo (I Jo 5.4,5).

Por causa do brado “Está consumado!” a justiça de Cristo agora é oferecida gratuitamente àqueles que crerem em Jesus (2 co 5.21; Is 53.11; Gl 2.16; At 13.39; Rm 4.22-25).

d. O Espírito PENETRA todas as coisas (1 co 2.10). A luz da glória de Cristo, revelada na cruz, é uma luz que tudo manifesta (Ef 5.13). Quando esta luz ilumina o painel da nossa consciência, como aconteceu com o profeta Isaías (Is 6.5-7), sentimos o grande peso dos nossos pecados, e, pelo Espírito Santo, somos despertados e levados ao arrependimento.

SÍNTESE DO TÓPICO II

No NT Cristo tornou-se o centro da nossa comunhão com Deus através de sua morte expiatória, trazendo redenção a todos os homens. Não temos mais o altar como nosso ponto central de culto a Deus como no AT.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Sob a lei mosaica a expiação pelo pecado era conseguida através da morte de uma vitima sacrificial. O derramamento de seu sangue era a evidência de sua morte. ‘Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiaçä0 em virtude da vida [da vítima]’ (LV 17.11). A expiação bíblica tem uma forma clara, e esta reconciliação específica é efetuada pela mor te de JeSUS Cristo em sua encarnação. vida, morte, ressurreição e ascensão. Portanto, esta expiação em particular deve ser entendida em termos de sua base e realidade específicas, ao invés de ser compreendida em termos do conceito geral.

O conceito bíblico. Tanto no AT como no NT, a necessidade de reconciliação é colocada pela decisão misericordiosa, sábia e onipotente de Deus, de satisfazer sua santidade e sua justiça, além de cumprir seu propósito a favor do homem pecador, culpado, alienado e impotente. O homem, em seu pecado, está obviamente em uma condição inapropriada para a comunhão com Deus, e um destino eterno junto dele. No entanto, o homem não é capaz de absolver a si mesmo da culpa, nem de se libertar da transgressão. Os sacrifícios do AT certamente não foram criados como um meio de autoexpiaçäo humana. Eles apontavam para a expiação oferecida pelo Senhor Jesus Cristo. Para o cumprimento do propósito divino no homem, existe a necessidade de um sacrifício substitutivo como a base do perdão, da liberação e da restituição” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. 13.749).

III – CUIDADO COM AS IMITAÇÕES

Alguns dizem que nem todos os despertamentos de hoje têm as características que são mencionadas nesta lição. Concordamos plenamente. Já no tempo dos apóstolos havia “movimentos” que realmente tinham “alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne” (Cl 2.23).

Também em nossos dias aparecem “movimentos” que são imitações baratas do verdadeiro despertamento. Muitos destes movimentos empregam técnicas avançadas de dominações psicológicas. Estes “avivalistas” ou “especialistas” sabem, com suas técnicas, dominar o auditório, e podem fazer o público rir, chorar, jubilar, bater palmas, etc. Sabem até imitar batismo no Espírito Santo, “ensinando o povo a falar em línguas! São, porém. experiências sem nenhum poder e sem a menor reverência.

Uma de nossas igrejas sentiu-se obrigada a orientar os irmãos acerca de um movimento que faz de suas reuniões “Shows” com apresentações de cantores “evangélicos”. Nesses “Shows” dominam aplausos, vaias. gritos, assobios, bebidas alcoólicas. jovens dançando e se requebrando de modo até mesmo sensual, enquanto os “hinos” estão sendo entoados. Cuidado! Este tipo de imitação pode fazer com que a glória de Deus se afaste.

Todo movimento feito, sem que o Espírito Santo esteja na direção, não pode prosperar. É como uma tartaruga deitada de costas; movimenta os pés. mas fica no mesmo lugar.

Mantenhamos o Espírito Santo na direção. Então veremos cumprir-se a Palavra que diz: “Vão indo de força em força” (SI 84.7). Glória a Jesus!

SÍNTESE DO TÓPICO III

O estudo sistemático da Bíblia é necessário para identificar os movimentos que não tem as características do verdadeiro despertamento espiritual.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O arrependimento expressa uma grande transformação no interior do homem, gerando nele remorso e tristeza pelo mal que praticou, levando-o a pedir perdão a Deus e implorando força para viver uma nova vida. Arrependimento e conversão constituem uma só experiência, porém exprimem dois lados dela (cf. At 3.19).”

O Espírito Santo opera o arrependimento, aplicando-o à obra de Cristo na vida do homem, convencendo-o do pecado, da justiça de Cristo e do juízo vindouro (Jo 16.89). O arrependimento também resulta da pregação da Palavra de Deus (Mt 12.41). Quando Deus manifesta-se aos homens, estes sentem-se humilhados. quebrantados e prontos a se arrependerem (Jó 42.516)” (BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. Rio de Jan eiro: CPAD, 2013, p.168).

PARA REFLETIR

A respeito de “0 Despertamento Renova o Altar”, responda:

O que caracteriza o verdadeiro despertamento?

A necessidade dos homens se aproximarem mais de Deus.

Como começam os despertamentos espirituais genuínos?

Começam com a restauração do altar.

Em relação ao altar, o que representa Cristo hoje para nós?

Representa o ponto central de nossa comunhão com Deus.

Qual a atuação do Espírito Santo na morte vicária de Cristo?

O Espírito Santo ajudou o Senhor Jesus a superar todos os obstáculos para que a sua obra vicária se completasse no Gólgota,

• Por que devemos tomar cuidado com os falsos despertamentos?

Porque comprometem o desenvolvimento sadio da obra de Deus.

3 Lição – O Despertamento renova o altar

INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO

ALTAR

Lugar de se entrar em contato com o poder divino ou com os mortos, por meio de um sacrifício (ver o artigo) e de oferendas (ver o artigo). As religiões primitivas supunham que o altar de uma divindade seria o lugar onde ela manifestava a sua presença. O altar (do latim, altas, estrutura elevada), presumivelmente chamava a atenção do poder invocado. Oferendas eram postas nessas estruturas a fim de aplacar ou solicitar o favor do deus do altar.

1. Simbolismo do altar

Trata-se do lugar onde podemos nos aproximar de Deus, mediante sacrifício e oração; lugar onde Deus vem ao encontro das necessidades humanas, conforme as exigências por ele estabelecidas.

O altar fala da “comunicação” entre Deus e os homens; esse é o lugar onde um homem pode encontrar-se com o poder divino. O altar é igualmente o lugar onde o homem pode trazer seus dons a Deus, onde pode prestar serviço e lealdade.

2. Em Heb. 13:10. Um entendimento cristão

Temos um altar, do qual não têm direito de comer os que servem ao tabernáculo.

Um altar. Essa palavra indica tudo quanto Cristo fez em sua vida, em sua expiação e em seu ofício medianeiro. Nada de específico é indicado, como a cruz, a mesa da Ceia do Senhor, ou o próprio Cristo. Antes, o autor sagrado junta todas as ideais de acesso e aproximação a Deus, que fazem parte da expiação, do perdão, da aceitação e da filiação, e se refere a elas sob o símbolo de um «altar», porquanto esse era o símbolo da aproximação de Deus, por parte de homens pecaminosos.

O autor sagrado era dono de uma mentalidade mística, e não sacramentalista; portanto, dificilmente ele podia ter a eucaristia ou Ceia do Senhor em vista, porquanto isso também é apenas símbolo da comunhão com Cristo, e não um meio mágico para a mesma.

Se qualquer coisa especifica está em foco, na palavra «altar», então só pode ser o «santuário celestial», onde Cristo entrou, a fim de oferecer o seu sangue expiatório, obtendo assim acesso até a presença mesma de Deus Pai. (Ver Heb. 6:20 e 9:12). Torna-se imediatamente evidente que o altar cristão não é de natureza a precisar de refeições sacrificiais, e nem é acompanhado por práticas cerimoniais. Ultrapassou e substituiu tudo isso.

Esse altar é o mesmo que se encontrava no antigo tabernáculo.

O altar não era o ofertante, e muito menos ainda a vítima. Era o lugar onde a vítima era apresentada e morta. Em parte, alguma Cristo é chamado de altar e nem a cruz recebe tal nome. De fato, o décimo primeiro versículo, o principal ponto da passagem, não dá apoio a tal ideia.

Do qual não têm direito. Aqueles que repeliam a provisão de acesso em Cristo, retornando aos antigos caminhos, rejeitavam o altar de Deus, pelo que também não tinham mais direito a ele, ou aqueles que nunca se tinham aproximado de Cristo, mas antes, permaneciam nos antigos caminhos, por se recusarem a reconhecer o novo caminho de acesso a Deus, automaticamente se tinham eliminado de seus benefícios, condenando a si mesmos às futilidades do antigo caminho. As palavras os que ministram apontam para os que se apegavam às normas legalistas e cerimoniais, e não meramente para os sacerdotes, que realmente efetuavam os ritos.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3771-3772.

I – O DESPERTAMENTO CONDUZ O HOMEM AO ALTAR

1. Os judeus sentiam a necessidade do acesso a Deus que o altar lhes proporcionava.

Observe o motivo aqui apresentado para se apressarem em edificar o altar: porque o terror estava sobre eles, por causa dos povos das terras. Eles estavam no meio de inimigos que detestavam a sua religião e com quem não podiam fazer frente.

(1) Embora essa fosse a sua situação, ergueram o altar (assim alguns interpretam); eles não se afastariam de sua religião pela oposição que provavelmente enfrentariam. Nunca permitamos que o medo do homem nos faça cair nessa armadilha.

(2) Porque eles eram assim, por esse motivo, ergueram o altar. Apreensão pelo perigo deveria incitar-nos ao nosso dever. Temos muitos inimigos? Então é bom termos Deus como nosso amigo e mantermos nosso relacionamento com Ele. O medo deveria levar-nos a ficar de joelhos diante dEle. Mesmo Saul se acharia negligente se o inimigo viesse sobre ele antes de ter feito sua oração a Deus (1 Sm 13.12).

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 782-783.

Sob o terror dos povos de outras terras.

O povo judeu apressou-se a construir o altar em primeiro lugar, reiniciando o sistema de sacrifícios, por temer que a ira de Yahweh traria contra eles alguma espécie de calamidade. Foi assim que eles tentaram aplacar a Yahweh, que lhes aplicara tal castigo como foi o cativeiro babilónico.

Nenhum sacrifício tinha sido oferecido em Jerusalém pelo espaço de cerca de cinquenta anos, e as coisas não podiam continuar a esse modo. O povo de Israel temia também os povos das terras circunvizinhas.

A nova e pequena comunidade poderia ser atacada. Eles também temiam a corrupção interior dos povos que habitavam entre eles, devido a todos aqueles casamentos mistos com pagãos, que poderiam provocar a ira de Yahweh. Portanto, parecia-lhes que era necessário oferecer sacrifícios pelos seus pecados, para estarem isentos de retaliação por parte do poder divino.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1740.

O medo dos Israelitas

Os judeus tinham medo de ser atacados pelos povos vizinhos — um grupo misto cujos antepassados haviam sido conquistados pelos assírios. Os estrangeiros haviam sido forçados a se estabelecer no Reino do Norte de Israel depois de Israel ter sido derrotado e seu povo levado cativo em 722 a.C. (4.1,2).

Este procedimento era uma tática comum dos assírios para prevenir fortes insurreições nacionalistas por parte dos povos conquistados. Algumas das pessoas realocadas em Israel migraram para o Sul, nas proximidades de Jerusalém, e podem ter pensado que os exilados que retornaram ameaçavam sua reivindicação quanto à terra.

BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 649.

Ali virei aos filhos de Israel.

O companheirismo de Yahweh com Moisés e os sacerdotes também seria desfrutado pelo povo em geral; pois era em favor do povo, afinal de contas, que tabernáculo e todas as suas funções visavam a beneficiar. A glória de Yahweh manifestava-se no tabernáculo, e isso santificaria todo o arraial de Israel, pois a tenda não era apenas um lugar onde os pecados do povo seriam cobertos mediante os sacrifícios.

No hebraico, as palavras “para que por minha glória sejam santificados”, são um tanto dúbias, pelo que têm recebido várias interpretações. Alguns pensam que o objeto da frase seja o tabernáculo inteiro; outros, somente a porta, ou seja, o altar. Nossa versão portuguesa aponta para todo o povo de Israel. A Septuaginta, a versão siríaca e o Targum de Onkelos dizem aqui “eu serei santificado”, fazendo a referência ser ao próprio Yahweh.

A shekinah deve estar em pauta, quando aqui se fala em “glória”. Mas também pode estar em pauta a glória de Deus em geral, sem indicar, de modo específico, o seu modo de manifestação.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 438.

Grandes Promessas

Grandes e preciosas promessas feitas sobre o favor de Deus a Israel, e os sinais da sua presença especial com eles, enquanto obedecessem às suas instruções. O Senhor fala como quem está satisfeito com a indicação do sacrifício diário. Pois, antes de passar a outras indicações que se seguem, Ele interpõe estas promessas. E a constância na religião que traz os seus consolos. O precioso e bendito Senhor promete:

1. Que conservará a comunhão com eles. Que não somente se encontraria com Moisés, e falaria a ele, mas que encontraria os filhos de Israel (v. 43), para aceitar os sacrifícios diários oferecidos por eles. Observe que Deus não deixará de encontrar àqueles que diligentemente e conscientemente o servem nas ordenanças que Ele mesmo indicou.

2. Que Ele reconheceria as suas próprias instituições, o tabernáculo, o altar, o sacerdócio (w. 43,44). Ele tomaria posse daquilo que era consagrado a Ele. Observe que aquilo que é santificado à glória de Deus, deve ser santificado pela sua glória, Se fizermos a nossa parte, Deus fará a sua, e irá marcar e adequar para si mesmo aquilo que lhe for entregue com sinceridade.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 322.

Para falar contigo ali (42).

A tenda da congregação, portanto, é o lugar não onde o povo se congregava mas o lugar onde Deus vinha encontrar-se com o povo, particularmente por meio do representante deles, o Sumo Sacerdote. Note-se, nesse versículo, a alteração de “vós” para “ti” (contigo), pois este último representava o Sumo Sacerdote, representava daqueles (o povo).

DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Êxodo. pag. 74.

2. O Espírito Santo quer, pelo despertamento, mostrar aos homens a grande vitória de Jesus no Gólgota.

a. No tempo do profeta Elias, nos dias do rei Acabe.

Então Elias disse a todo o povo. Chegara a Vez de Elias. O profeta do Senhor tinha preparado seu altar cuidadosa e elaboradamente, à plena vista de todos os espectadores, aos quais ele pediu que se aproximassem e observassem.

Não houve fraude, nem truque, nem obra mágica que pudesse fazer alguma coisa surpreendente (mas ilusória). Devemos compreender que no monte Carmelo havia um altar sagrado que havia sido quebrado pelos pagãos e, assim, caíra em desuso. Elias, pois, “reparou” esse altar.

Provavelmente tratava-se apenas de um montão de pedras que tinham sido derrubadas e espalhadas. Mas o profeta as pôs de volta em seus lugares. As tradições judaicas diziam que esse altar foi originalmente erigido por Saul. Ver I Sam. 15.12.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1440.

E difícil encontrar uma explicação a respeito do altar do Senhor que Elias reparou (30).

Parece que a adoração a Deus, conduzida nesse local, havia sido interrompida.

Uma provável sugestão é que esse altar fora usado por pessoas do Reino do Norte que eram fiéis a Deus, mas que foram proibidas de continuar com suas práticas religiosas por causa da religião de Acabe e Jezabel, que era dirigida à adoração a Baal e Aserá.

A restauração de Elias significava que a religião de Deus seria novamente instalada. Talvez exista aí a explicação da razão pela qual Elias escolheu o monte Carmelo para a competição contra os profetas de Baal.

Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 333.

Ele reparou um altar.

Ele jamais usaria o deles, que tinha sido contaminado com as orações a Baal, mas, encontrando em ruínas um altar ali, que anteriormente tinha sido usado no culto ao Senhor, ele escolheu reparar aquele (v. 30), para insinuar a eles que ele não estava para introduzir nenhuma nova religião, mas reviver a fé e a adoração ao Deus de seus pais e convertê-los ao primeiro amor que tiveram e às primeiras obras que praticaram.

Ele não podia levá-los ao altar em Jerusalém a menos que pudesse unir os dois reinos novamente (o que, para a correção de ambos, Deus determinou que agora isso não devia ser feito), por isso, pela sua autoridade profética, ele constrói um altar no monte Carmelo e assim reconhece aquele que anteriormente tinha sido edificado ali.

Quando não podemos levar uma reforma tão longe quanto gostaríamos, devemos fazer o que pudermos, e é melhor aceitar algumas corrupções do que não fazer o máximo para extirpar Baal.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 519.

b. Quando o piedoso rei Ezequias assumiu o trono de Judá, já no primeiro ano do seu reinado ele abriu as portas da casa do Senhor e as separou (2 Cr 29.3).

A sua rápida aplicação à grande obra de restauração da religião. A primeira coisa que ele fez foi abrir as portas da Casa do Senhor, v. 3.

Queremos acreditar que seu pai não suprimiu o serviço do templo; porque então o fogo santo no altar deve ter se apagado, e não lemos que tenha sido aceso novamente; mas ele havia impedido o povo de servir ali, e os sacerdotes, exceto aqueles que eram do seu próprio grupo, 2 Reis 16.15. Mas Ezequias imediatamente escancarou as portas da igreja, e introduziu os sacerdotes e os levitas.

Ele achou Judá humilhado e despido; no entanto, não assumiu como sua primeira atividade reviver os interesses civis do seu reino, mas restaurar a religião à sua boa situação. Aqueles que começam com Deus começam na extremidade certa de seu trabalho, e prosperarão conforme merecerem.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 753.

No ano primeiro do seu reinado, no primeiro mês.

O templo foi reaberto, pois Acaz (pai de Ezequias) o havia fechado. Ver II Crô. 28.24. Mais tarde, quando suas reformas progrediam, o novo rei Ezequias foi capaz de encerrar os lugares altos e outros lugares onde se cultuava o paganismo (ver II Crô. 31.1). Isso foi algo que nenhum rei de Judá tinha conseguido fazer.

Violência fora praticada contra o templo. Até o bronze dos utensílios havia sido tirado por causa do valor do metal dado a Assíria como parte do tributo. Ver II Crô. 28.20,21 e a exposição desse trecho. Uma restauração geral foi efetuada, e assim, uma vez mais, o templo tornou-se operacional. Ver II Crô. 28.23, onde conto como Acaz chegou a desfazer-se do altar de bronze, e a substituí-lo por uma réplica do templo principal dos assírios, este versículo com II Reis 18.17, onde vemos as coisas caindo de novo na desgraça.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1700.

Primeiro ano..: primeiro mês, Ezequias tratou dos problemas espirituais em primeiro lugar, o que refletia a sua prioridade de vida. Ele diagnosticou corretamente as mazelas de Judá — Judá havia abandonado o verdadeiro culto a Deus. Então o rei se posicionou para retificar a política de seu pai (28.22-25} e para reparar o templo e retornar ao culto correto no templo, conforme a orientação de Deus em sua palavra (vs. 3-7). Eli- sabia que um despertar religioso voltado para Deus afastaria a sua ira de Judá (v. 10).

MAC ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade Bíblica do Brasil. pag. 578.

Embora o próprio Acaz

Tivesse sacrificado em lugares altos, em colinas, e sob toda árvore verde (v. 4), o altar de Deus tinha, até aqui, continuado em seu lugar e em seu uso, e o holocausto e a oferta de manjares do rei (v. 15) tinham sido oferecidos sobre ele pelos sacerdotes que serviam nele. Mas aqui, nós o temos removido pelo ímpio Acaz e outro altar, idolátrico, é colocado no lugar dele — um golpe mais ousado do que o pior dos reis já tinha dado na religião.

O modelo desse novo altar, copiado pelo próprio rei de X um existente em Damasco (v. 10). Tendo o rei da Assíria tomado Damasco, para lá foi Acaz, para felicitá-lo pelo seu sucesso, para agradecê-lo por sua gentileza, que tinha demonstrado por essa expedição, e, como seu servo e filho, receber suas ordens. Tivesse sido ele fiel ao seu Deus, não teria tido necessidade de rastejar assim de maneira torpe diante um poder estrangeiro.

Em Damasco

Enquanto via as raridades do lugar, ou enquanto juntava-se com eles em suas devoções (pois quando ele estava lá, pensou que não havia nenhum mal em fazer o que eles faziam), ele viu um altar que agradou extremamente sua fantasia, não um simples e antiquado como aquele sobre o qual ele tinha sido treinado na assistência em Jerusalém, mas curiosamente entalhado, é provável, e adornado com imagens.

Havia muitas coisas bonitas em redor dele as quais ele pensou serem significativas, surpreendentes, graciosas e calculadas para despertar a sua devoção. Salomão teve apenas uma fantasia estúpida, ele pensou, comparando com o habilidoso artista que fez esse altar.

Ele não sossegaria enquanto não tivesse um altar justamente como esse, cujo modelo devia ser tirado imediatamente. Ele não pode esperar até que ele mesmo retorne, mas envia o modelo à sua frente com toda pressa, com ordens para que o sacerdote Urias faça um exatamente de acordo com esse modelo e o tenha pronto antes que ele venha para casa.

O modelo que Deus mostrou a Moisés no monte ou a Davi pelo Espírito não se comparava a esse modelo enviado de Damasco. Os corações dos idólatras seguem seus olhos, dos quais, por isso, se diz: Que se andaram corrompendo após os seus ídolos; mas os verdadeiros adoradores adoram ao verdadeiro Deus pela fé.

A sua construção pelo sacerdote Urias (v. 11).

E provável que esse Urias fosse o sacerdote chefe, que, nesse tempo, presidia o serviço do templo. Acaz enviou-lhe uma sugestão do que tinha em mente (pois nós não lemos de qualquer ordem expressa que ele lhe deu), para fazer um altar conforme esse modelo.

E, sem qualquer contestação ou objeção, imediatamente pôs mãos à obra, talvez gostando disso tanto quanto o rei, pelo menos estando muito disposto a atender ao rei e desejoso de obter favor dele.

Talvez ele apresentasse a seguinte desculpa para satisfazer ao rei nessa ocasião: Que, por esse meio, ele poderia mantê-lo no templo em Jerusalém e evitar que o rei o abandonasse totalmente indo para os lugares altos e os bosques. “Vamos favorecê-lo nisso”, pensa Urias, “e então ele trará todos os seus sacrifícios para nós. Pois por esse ofício nós nos mantemos vivos.”

Mas, qualquer pretensão que ele tivesse, isso era a coisa mais vil e pecaminosa para ele que era um sacerdote, um sacerdote chefe, fazer esse altar, em condescendência com um príncipe idólatra, pois com isso:

1. Ele prostituiu sua autoridade

E profanou a coroa de seu sacerdócio, fazendo-se um servo da lascívia dos homens. Não há maior desgraça para o ministério do que o servilismo a tais ordens pecaminosas como essa.

2. Ele traiu sua confiança.

Como sacerdote, ele estava obrigado a manter e defender as instituições de Deus e a se opor e testemunhar contra todas as inovações. E, para ele, atender e servir o rei ao estabelecer um altar para confrontar o altar ao qual, por ordem divina, foi consagrado para o ministério, era traição e perfídia que, com justiça, o tornaria infame para toda a posteridade.

Tivesse ele apenas sido conivente com que se fizesse isso — tivesse ele sido forçado a isso por ameaças — tivesse ele se esforçado para dissuadir o rei de fazer isso, ou apenas adiasse edificá-lo até que o rei voltasse para casa, para que ele pudesse primeiro falar com ele sobre o assunto — isso não teria sido tão mau. Mas estar tão inclinado em seguir sua ordem, como se estivesse feliz pela oportunidade de favorecê-lo era uma tal afronta ao Deus a quem ele servia que era completamente injustificável.

A dedicação do altar. Urias, percebendo que o coração do rei estava muito voltado para o altar, cuidou para que ficasse pronto antes de ele chegar, e o colocou próximo do altar de cobre, apenas um pouco mais abaixo e mais afastado da porta do templo.

O rei ficou extremamente satisfeito com isso, aproximou-se dele com toda veneração possível, e depois ofertou seu holocausto, etc. (w. 12,13). Seus sacrifícios não foram oferecidos ao Deus de Israel, mas aos deuses de Damasco (como nós encontramos em 2 Cr 28.23), e, como ele copiou altar dos siros, não é surpresa que tomasse seus deuses emprestados. Naamã, o siro, abraçou o Deus de Israel quando ele pegou terra do país de Israel para fazer um altar com ela.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 603-604.

Então o rei Acaz foi… a encontrar-se com Tiglate-Pileser.

O rei assírio estava finalizando os detalhes de sua exportação dos habitantes de Damasco para Quir. Acaz quis ver com seus próprios olhos a derrota absoluta e a humilhação de seus adversários sírios. Ademais, ele havia pago para eles serem derrotados e tinha o direito de ver quão bem o trabalho de Tiglate-Pileser havia sido feito. Ele diria um ‘muito obrigo’ ao rei assírio, e veria, com satisfação, a destruição que tinha sido causada. O poder da Síria havia chegado ao fim. Talvez isso tenha tomado dois anos, desde que ele “comprara” o rei assírio com dinheiro. Ver a introdução à presente seção quanto a detalhes.

Estando em Damasco, Acaz viu um enfeitado altar pagão que lhe chamou a atenção.

Pode ter sido de origem assíria, usado para honrar suas divindades. Seja como for, podemos ter certeza de que era um altar típico do paganismo. Para Acaz esse altar era superior ao altar dos sacrifícios do templo de Jerusalém, quanto às qualidades estéticas. Portanto, ele resolveu copiá-lo. A duplicata estava destinada a tomar o lugar do altar principal do templo de Jerusalém.

Não somos informados especificamente sobre quais oferendas às divindades pagãs seriam oferecidas sobre o novo aliar no templo de Jerusalém (provavelmente de modo paralelo às oferendas oferecidas a Yahweh), mas sem dúvida é isso que devemos entender dessa crônica. Ver I! Crônicas 28.21-25 quanto à confirmação do que aqui dissemos.

Urias, provavelmente o sumo sacerdote dos judaítas, recebeu ordens para fazer uma duplicata daquele altar visto em Damasco. Podemos supor que o sumo sacerdote do culto a Yahweh foi forçado a fazer o que fez, pois, de outro modo, ele e todo o seu sacerdócio estariam bem avançados na vereda da idolatria e do paganismo, para te’ cooperado assim com a novidade.

Outras Evidências de Apostasia em Judá.

“O relógio de sol de Acaz (ver II Reis 20.11) bem como a ereção sobre o telhado do templo, de altares aparentemente designados para a adoração às hostes celestiais (ver II Reis 23.12), foram

obras igualmente características de um rei dado a idéias sem valor e a superstições, que imaginava que a introdução de algumas novidades pagãs emprestaria brilho ao seu reino’ (Ellicott, in loc.). O trecho paralelo de II Crônicas 28.21-25 surpreende-nos com a extensão da idolatria de Acaz. Tendo sido salvo pelos assírios pagãos, ele se desmanchou em pedaços, espiritualmente falando. E voltou-se para as divindades que, supostamente, tinham dado poder ao rei de Assíria.

Urias, o sacerdote, edificou um altar.

É patente que ele cooperou de todo o coração com a crescente idolatria que invadia Judá. Ele e seu sacerdócio já haviam caído na decadência. O homem estava com pressa. Antes que o rei de Judá pudesse voltar para casa, Urias já tinha arrumado o novo altar, cópia do de Damasco. Foi uma “agradável surpresa” para o rei Acaz, uma obra de devoção que o sumo sacerdote Urias tinha reparado para agradá-lo. Acaz, por sua vez, estava tão ansioso por ver e experimentar o novo altar, que assim que chegou sacrificou sobre ele.

E, antes de voltar a Jerusalém, enviou a planta e os planos da construção. E Urias o duplicou rapidamente, a fim de mostrar ao rei quão obediente era, e quão ansioso estava para agradá-lo. Assim sendo, uma estupidez foi adicionada a outra.

Surpresa! O rei Acaz veio em sua carruagem de Damasco a Jerusalém, aproximou-se da área do templo, e ali viu o “seu altar”. Quão satisfeito ele ficou! E imediatamente ofereceu oferendas sobre o novo altar, como já dissemos.

Podemos estar certos de que essas oferendas incluíram oferendas aos deuses pagãos da Assíria, que, alegadamente, eram poderes por trás do poder militar da Assíria. Acaz, pois, queria uma parte daquele poder. Portanto, embora talvez não tivesse abandonado de vez o yahwismo, caiu num ecletismo idólatra que obliterou qualquer adoração verdadeira.

Em outras palavras, ele caiu na apostasia

. O trecho de II Crônicas 28.21-25 demonstra que uma extensa idolatria foi instituída em Judá por parte de Acaz. Este, portanto, exerceu funções sacerdotais. Originalmente, parece que os reis podiam fazer isso. A legislação mosaica limitou essa atividade à casta sacerdotal, mas não podemos estar seguros se tais leis chegaram a ser plenamente implementadas. Fosse como fosse, Acaz não hesitou em ser “sacerdote por um dia’.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1530.

Acaz

Acaz fez uma visita oficial a Damasco, aparentemente obrigado por Tiglate-Pileser (10), onde viu um altar que despertou a sua imaginação. Ele enviou o desenho e o modelo do altar a Urias para que uma cópia fosse erguida no pátio do Templo. Antes que o rei Acaz voltasse (11), isto é, antes que ele retornasse a Jerusalém.

E difícil determinar com precisão o significado desse acontecimento. Uma sugestão poderia ser que o uso desse altar, e outras mudanças no Templo (17,18), indicassem concessões religiosas feitas como símbolo da disposição de Acaz de aceitar a política assíria. Não se pode afirmar com segurança se isso envolvia alguma forma de culto (por exemplo, a adoração às estrelas, a Tamuz ou a Marduque).

Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 367.

c. Quando os judeus voltaram do cativeiro, construíram o altar sobre as suas antigas bases, do modo como manda a lei (Ed 3.3) e sacrificaram holocaustos ao Senhor.

O cuidado que seus líderes tiveram em ter um altar pronto para desempenhar seu serviço nele.

1. Jesua e seus irmãos, os sacerdotes, Zorobabel e seus irmãos, os príncipes, edificaram o altar do Deus de Israel (v. 2), no mesmo lugar (é provável) e sob as mesmas bases (v. 3). O bispo Patriek, observa que antes que o templo tivesse sido construído, parece que havia naquele lugar um tabernáculo armado para o serviço divino, como ocorreu nos tempos de Davi, não no monte Moriá, mas no monte Sião (1 Cr 9.23). Ele supõe que esse altar foi edificado ali, para ser usado enquanto o Templo estava sendo construído.

O Começo

(1) A começar com Deus. Quanto mais difícil e necessitado for o nosso caso, tanto mais preocupados deveríamos estar em levá-Lo conosco em todos os nossos caminhos. Se esperamos ser orientados pelos seus oráculos, que Ele seja honrado pelas nossas ofertas. (2) A fazer o que estiver ao nosso alcance na adoração a Deus quando não podemos fazer o que gostaríamos.

Eles não podiam ter imediatamente um Templo, mas não ficariam sem um altar. Abraão, onde quer que fosse, edificava um altar, e onde quer que formos, embora talvez desejemos beneficiar-nos do castiçal da pregação e do pão da propiciação da eucaristia, no entanto, se não apresentarmos os sacrifícios da oração e louvor, seremos faltosos em nosso dever, porque temos um altar sempre pronto para santificar a dádiva.

Os sacrifícios que ofereceram sobre o altar.

O altar foi erguido para ser usado, e usaram-no de acordo. Não permitamos que o nosso altar morra por falta de alimento.

1. Eles começaram no primeiro dia do sétimo mês (v. 6).

Não parece que tivessem qualquer fogo do céu para iniciar o sacrifício, como ocorrera com Moisés e Salomão, mas um fogo comum lhes serviu, como ocorrera com os patriarcas.

2. Tendo iniciado, mantiveram o holocausto continuo (v. 5), de manhã e de tarde (v. 3).

Eles aprenderam por experiências tristes o que era desejar o conforto do sacrifício diário para suplicar em suas orações diárias, e agora que tinha sido restabelecido, decidiram que não voltaria a entrar no esquecimento. O cordeiro diário tipificava o Cordeiro de Deus, cuja justiça deve ser nossa confiança em todas as nossas orações.

3. Eles observaram todas as solenidades consagradas ao SENHOR, e ofereceram os sacrifícios designados para cada solenidade, e mais especificamente a Festa dos Tabernáculos (w. 4,5).

Agora que tinham recebido uma misericórdia tão grande de Deus, essa festa alegre era especialmente oportuna.

E agora que estavam começando a se estabelecer nas suas cidades, seria oportuno lembrá-los que seus pais habitavam em tendas no deserto. Essa festa, que também tinha uma referência específica aos tempos do Evangelho (como aparece em Zacarias 14.IS) se tornava especial, agora que esses tempos estavam se aproximando.

7 Dias de festa

Os serviços dessa festa, que durava sete dias, e tinha sacrifícios peculiares designados, eram realizados conforme o rito, cada coisa no seu dia (veja Nm 29.13,17 ss): Verbum diei in die suo — a palavra, ou assunto, do dia em seu dia (de acordo com o original) — uma frase que se tornou proverbial para aqueles que se acostumaram com o linguajar das Escrituras.

Se a festa dos tabernáculos era a figura de um tópico do evangelho, com respeito a uma separação do mundo e alegria em Deus, podemos inferir que importa que todos nós realizemos a obra do dia no seu dia, de acordo com o trabalho de dia em dia (v. 4), isto é: (1) Devemos aproveitar o tempo, ao fazermos algo todos os dias que se transformará em uma boa causa. (2) Devemos aproveitar as oportunidades, ao nos ajustarmos àquilo que é o interesse apropriado para o dia presente.

Cada coisa é bela em sua época. O décimo dia desse mês era o Dia da Expiação, um dia solene, e muito oportuno agora: é muito provável que observavam esse dia, embora não seja mencionado. Não lembro a menção à celebração desse dia em todo o Antigo Testamento; apesar disso, parece que era suficiente que tivesse a lei descrevendo esse dia solene (Lv 16), e o evangelho a esse respeito, que era a principal intenção desse dia, no Novo Testamento.

4. Cada um oferecia oferta voluntária ao SENHOR (v. 5).

A lei exigia muito, mas eles traziam mais; porque, embora tivessem pouca riqueza para apoiai’ as despesas dos seus sacrifícios, eles tinham muito zelo, e, podemos supor, economizavam na própria mesa para que tivessem abundante provisão no altar de Deus. Felizes são aqueles que trazem da fornalha da aflição um calor santo como esse.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 782-783.

Ed. 3.3 Firmaram o altar sobre as suas bases.

Assim foi renovado o sistema de sacrifícios, incluindo os sacrifícios regulares matinais e vespertinos. O Pacto Mosaico foi reiniciado. Com a renovação das tradições antigas, o Novo Israel começou com o pé direito, com as bênçãos de Yahweh.

O altar tinha uma espécie de alicerce, visto que era erigido sobre uma plataforma ou pavimento (ver Ezequiel 43.13,14,17). Josefo (Antiq. Xl.4.1) diz-nos que esse altar foi erigido no mesmo lugar em que estava o altar do templo de Salomão. Mas não sabemos informar se essa declaração do general e historiador judeu é ou não exata.

Ed. 3.4 Celebraram a festa dos tabernáculos como está escrito.

A renovação também incluía o reinicio da celebração das antigas festas e festividades, que faziam de Israel um povo distintivo. A festa dos tabernáculos era uma dessas três festas principais que requeriam peregrinações à capital. As outras duas eram a páscoa e o pentecoste.

A festa dos tabernáculos ocorria no sétimo mês ao calendário judaico, cinco dias após o dia da expiação, e prosseguia por sete dias (ver Êxodo 23.16,17; 34.22). Levítico 23.33-36,39-43; Números 29.12,13. “Durante todos os oito dias da festa, houve certo número de sacrifícios. Eles os realizaram em consonância com a lei. Ver Números 19.12-22″ (John Gill, in loc.).

ED. 3.5 E depois disto o holocausto contínuo.

A declaração geral deste versículo faz-nos entender que “todas as outras oferendas e sacrifícios” também foram observadas de acordo com a legislação mosaica, tal como acontecera na festa dos tabernáculos. Houve os holocaustos, todos os dias e em ocasiões especiais; houve as luas novas, as celebrações e os sacrifícios periódicos; todas as espécies de ordenanças foram seguidas à risca. “Os sacrifícios demonstravam que o povo queria mostrar-se responsivo para com a lei de Deus” (John A. Martin, in loc.).

Continuo. Ou seja, os sacrifícios regulares a cada manhã e a cada tarde, a expressão diária das leis sobre os sacrifícios.

‘Nas oferendas anteriores ao exílio, havia um holocausto a cada manhã e uma oferta de cereais a cada tarde (ver I Reis 18.29,30; II Reis 16.15). Porém, mais tarde, a legislação sacerdotal requereu dois holocaustos, cada qual acompanhado por sua oferta de cereais subordinada (ver Números 28.3-8). Este último modus operandi prevalecia nos dias do cronista (cf. I Crônicas 16.40; II Crônicas 13.11 e 31.3)” (Raymond A. Bowman, in ioc.).

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1740, 1743.

Os judeus construíram o altar como um de seus primeiros atos oficiais.

3.2.3 – Os judeus construíram o altar como um de seus primeiros atos oficiais. O altar simbolizava a presença e a proteção de Deus. Demonstrava também o propósito deles como nação e seu compromisso de servir somente a Deus. Zorobabel sacrificou ofertas queimadas conforme a lei de Moisés determinava (Lv 1 —7).

Os sacrifícios eram essenciais porque demonstravam que o povo estava buscando a direção de Deus, consagrando-se novamente para viver como Ele havia ordenado, e pedindo diariamente que Ele perdoasse os seus pecados.

3.4 – A Festa dos Tabernáculos durava sete dias. Durante este período, as pessoas viviam em habitações temporárias (tendas, abrigos, alpendres) como seus antepassados haviam feito anos antes, quando viajaram pelo deserto a caminho da Terra Prometida.

A festa lembrava ao povo a proteção e a direção de Deus no deserto e o seu amor continuo por eles. A Festa dos Tabernáculos e descrita com detalhes em Levitico 23.33-36.

3.5 – Imediatamente após chegarem à nova terra, os exilados que haviam retornado construíram um altar. O povo começou a adorar a Deus através de sacrifícios, mesmo antes de o alicerce do Templo ser colocado. Após muitos anos no cativeiro, haviam aprendido a sua lição — sabiam que Deus não oferece proteção especial para aqueles que o ignoram. Eles haviam sido levados pelos babilônios quando estavam relativamente fortes; aqui, porém eles são poucos, fracos, e estão cercados por inimigos.

Se alguma vez precisaram contar com o poder de Deus este foi o momento. Perceberam a importância de obedecer a Deus de todo o coração, e não somente por hábito. Se quisermos a ajuda de Deus quando empreendermos grandes tarefas, estar perto dele deverá ser a nossa maior prioridade.

3.5 – Estes sacrifícios foram originalmente estabelecidos sob a Lei de Moisés em Levítico 1 e 6.8-13. As festas são descritas em Levítico 23. No início de cada mês, eles seguiam uma observância especial (Nm 10.10).

BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 649.

Curso Pregador de Qualidade
Curso Pregador de Qualidade

II – CRISTO, O CENTRO DA NOSSA COMUNHÃO COM DEUS

Paulo não procurava apresentar uma mensagem artística e impressionante aos ouvidos, para então, ao longo da mesma, deixar escapar algumas das reivindicações de Cristo. Pelo contrário, seguia diretamente para a apresentação da pessoa de Jesus Cristo e para o tema central de sua expiação na cruz do Calvário. (Comparar com I Cor. 1:23, acerca de idêntica declaração, onde esse conceito é comentado).

Naturalmente, isso não quer dizer que Paulo pregasse exclusivamente sobre a crucificação de Jesus, sobre a expiação, sobre a reconciliação e sobre o perdão dos pecados, pois suas epístolas mostram-nos que ele pregava sobre uma gama extremamente variada de temas, ainda que fizesse tudo subordinar-se a Cristo.

Assim sendo, ele não pretende oferecer-nos aqui uma lista exaustiva dos temas que expunha; antes, indicou aqui o centro (e não a circunferência) da sua mensagem.

A cruz

Não pode ser separada da mensagem inteira da redenção por intermédio de Cristo, a qual também inclui a ressurreição e a glorificação finais, além de vários outros temas. Pois, se começarmos com Cristo, na cruz, terminaremos com Cristo, na glória. Também entenderemos que o crente está identificado com ambos esses aspectos, com a morte de Cristo e com a sua vida ressurreta.

Aquilo que causava ofensa para os judeus, levando-os a tropeçarem, e que parecia uma insensatez para os gregos, era exatamente o que Paulo frisava em sua mensagem.

Podemos supor, com base na maneira enfática como Paulo declara essa questão, que alguns de seus detratores, fazendo-se imitadores de Apoio, em suas eruditas mensagens propositadamente excluíam qualquer menção à cruz, o que Paulo reputava como o epicentro mesmo da mensagem cristã.

A mensaguem da Cruz

Se essa suposição está com a razão, então podemos compreender por qual razão ele já havia salientado tão fortemente essa mensagem.

Talvez a mensagem da cruz fosse ofensiva para alguns, ou mesmo uma pedra de tropeço para outros, na própria igreja cristã de Corinto, e não somente para judeus e gregos incrédulos, estranhos àquela comunidade. Os oradores cristãos que tendiam para a ostentação, pois, procuravam reduzir ao mínimo o tema central que Paulo salientava ao máximo.

«O propósito de Paulo, ao assim dizer, era o de evitar as teorias de todas as modalidades, aderindo rigidamente ao cristianismo, em sua forma mais concreta, conforme se vê na pessoa e na obra de seu fundador». (Kling, in loc.).

Por essas razões, aqueles, em nossos tempos modernos, que pregam mais contra o modernismo e contra o comunismo do que anunciam a Cristo, como também aqueles cujas mensagens não se centralizam em Cristo, deveriam dar nova atenção aos métodos e à mensagem do apóstolo dos gentios.

A preocupação de Paulo

Em manter-se dentro dos limites dessa forma de mensagem se derivava do fato que ele estava convencido de que somente através dessa mensagem os homens podem ser reconduzidos a Deus. A sabedoria humana de forma alguma pode concretizar isso.

Para nós, a cruz tem sido como que glorificada, devido a muitos séculos de tradição eclesiástica. Até mesmo no mundo profano essa palavra tem adquirido certos sentidos simbólicos positivos, sendo empregada como símbolo de empreendimentos de valor, tendo sido incluída nos nomes de cidades e organizações diversas. Para os homens dos tempos apostólicos, entretanto, a palavra «cruz» dava a impressão de opróbrio e derrisão. Por conseguinte, fazer da cruz o centro da mensagem cristã pareceria, para alguns, ser uma medida detrimento para o progresso do cristianismo.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 28.

Relembra-os acerca do conteúdo do evangelho.

Diz o apóstolo: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (2.2). A cruz aponta para a justiça e para o amor de Deus. O evangelho centraliza-se na morte de Cristo. Na capital da filosofia, Paulo decide pregar a mensagem da cruz de Cristo.

A morte de Cristo não é uma doutrina periférica do cristianismo, mas sua própria essência. A cruz não é um apêndice, ela é o núcleo, o centro, o eixo, e a essência do cristianismo.

A morte substitutiva de Cristo na cruz é o ponto central e culminante do evangelho. Não há outro evangelho a ser pregado a não ser “Jesus Cristo e este crucificado”.

E interessante que Paulo não está pregando Cristo, apresentando-o como um homem perfeito, ou um ilustre mestre da religião, ou mesmo como o supremo exemplo da espiritualidade. Antes, Paulo está pregando “Jesus Cristo e este crucificado”. Ou seja, Paulo está anunciando a morte de Cristo. Todas as vezes que a igreja perde de vista a centralidade da morte de Cristo, ela perde a essência do próprio evangelho.

O Escândolo da Cruz

A mesma cruz, que era escândalo para os judeus e loucura para os gregos, era o conteúdo da pregação de Paulo. Paulo se gloriava daquilo que os judeus e gregos se envergonhavam.

Paulo escandaliza a cidade de Corinto ao dizer que é no Cristo crucificado que se encarna a verdadeira sabedoria de Deus. Para Paulo o evangelho é absolutamente cristocêntrico.

Como nós estamos hoje precisando ouvir isso! A maioria dos programas evangélicos que circulam na mídia está perdendo a centralidade da cruz e centralizando-se no homem. O evangelho, porém, não é antropocêntrico, mas cristocêntrico!

LOPES, Hernandes Dias. I Coríntios Como Resolver Conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pag. 37-38.

Sua Pregação era Centralizada em Cristo (2.2)

Paulo deliberadamente excluiu de sua mensagem tudo que não fosse a revelação da obra expiatória de Cristo. Em sua pregação “ele intencionalmente separou os elementos diferentes do conhecimento humano, pelos quais ele pode ter sido tentado a apoiar a pregação da salvação”.

O apóstolo cumpriu o ideal de pregar sugerido por Morris: “Pregar o evangelho não é proferir discursos edificantes, reunidos de uma forma linda. E dar o testemunho daquilo que Deus fez em Cristo para a salvação do homem”. Quando Paulo pregou a Jesus Cristo, e este crucificado, ele selecionou o ponto singular que era o mais criticado pelos judeus e gentios.

Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 256.

1. Toda a Trindade atuou ativamente na morte expiatória de Jesus:

«…Deus enviou seu filho…» Que Deus Pai enviou Deus Filho, em importantíssima missão, universalmente aplicável a todos os homens e a toda a criação, é um conceito comum do evangelho de João, por muitas vezes reiterado. (Ver João 3:17).

Várias doutrinas cristãs distintivas estão fundamentadas sobre essa ideia, conforme se esclarece nas notas expositivas sobre essa citada referência. Naturalmente, isso subentende que o Filho de Deus era preexistente nos lugares celestiais (ver Ϊ Cor. 8:6; Fil. 2:6-8 e Col. 1:15-17).

A «divindade» de Cristo também fica implícita, embora não diretamente afirmada. Sua missão messiânica autoritativa, por semelhante modo, é consubstanciada, visto que se vê aqui que sua comissão não era de origem terrena.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 482.

A intervenção de Deus na história

Todos estavam escravizados sob os “primeiros rudimentos” que dominara o mundo, mas… Esta palavrinha ofereceu esperança à humanidade. A intervenção de Deus na história humana mudou o mundo.

Quando chegou o tempo certo (a plenitude dos tempos). Deus enviou seu Filho à terra. Por que Jesus veio nesta ocasião? líste “por que” pode não ter uma resposta, exceto que Deus sabia que era a ocasião certa. Diversos fatores presentes no império romano certamente ajudaram à rápida transmissão da mensagem do Evangelho.

A civilização grega forneceu uma língua que tinha se espalhado em grande parte do mundo conhecido como a língua principal de todos os povos. Os romanos tinham trazido a paz a todo o seu império e tinham construído um sistema de estradas que tornavam as viagens terrestres mais rápidas e seguras do que jamais tinham sido. Os judeus estavam esperando o seu Messias ansiosamente. O fervor messiânico estava no seu ponto máximo. Neste mundo, veio Jesus.

Da mesma forma como um pai romano definia a data para que seu filho atingisse a maturidade e obtivesse a liberdade dos seus aios (4.2), Deus também tinha definido a data em que Ele enviaria o seu Filho para libertar o povo da lei, para que se tornassem seus filhos (veja 4.5). Guiados por um Deus soberano, os eventos históricos trabalharam em harmonia em preparação para o momento pré-definido da chegada de Jesus à terra (veja também Sl.102.13; Mc 1.15; e Ef 1.10).

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 283-284.

Nos versículos 4 e 5, Paulo oferece uma descrição mais detalhada da memorável vinda de Cristo e da vinda da fé (cf. 3.19,23,25).

Este evento ocorreu na plenitude dos tempos (4), querendo dizer no “tempo determinado pelo pai” (2). O mundo estava em estado de extraordinária prontidão para esta vinda.

Quando as condições estavam adequadamente certas, Cristo veio. Esta é a fé da igreja concernente à sua vinda (cf. At 1.7; 1 Ts 5.1). Deus enviou seu Filho (4). Esta é uma etapa do milagre da encarnação — o Filho divino e preexistente foi “dado” ou enviado. A outra etapa da encarnação é que este Filho, como bebê, nasceu de mulher. Jesus entrou no mundo pelo processo natural do nascimento. Como criança em casa judaica, ele nasceu sob a lei.

R. E. Howard. Comentário Bíblico Beacon. Galatas Editora CPAD. Vol. 9. pag. 52

a. O PAI CELESTIAL.

Sim, Deus estava «…em Cristo…» porque o Filho de Deus é 0 agente ativo da reconciliação, em sua missão neste plano terreno. Essa expressão pode ser considerada como vinculada a vários elementos da sentença, a saber: presença divina e a cooperação do Pai, em sua missão.

2. Outros pensam que a ligação é com «…reconciliação…»—Deus estaria reconciliando o mundo «em Cristo», isto é, através de sua agência. Nesse caso, isso seria um paralelo do versículo anterior, «…por meio de Cristo…», como declaração sobre como Deus reconciliou o homem consigo mesmo.

Ambas essas ideias são verdadeiras e aparecem inerentemente neste versículo, não havendo maneira certa de dizer qual ideia é especialmente indicada aqui. Se a segunda ideia está em foco, deveríamos compreender:

«Deus, em Cristo, reconciliava o mundo consigo mesmo».

Mas se é a primeira ideia que está em foco, deveríamos entender aqui: «Deus, vivendo e operando em Cristo, reconciliava o mundo consigo mesmo». Se a segunda ideia é a correta, então «…estava…» faz parte de uma frase verbal que está ligada ao particípio «…reconciliando…» Mas se a primeira é que está correta, então «…estava…» expressa a presença permanente de Deus Pai com Jesus Cristo, em sua missão terrena. Ora, ambas as ideias são bíblicas, seja como for.

Este versículo assevera claramente que a reconciliação vem da parte de Deus e é oferecida ao homem, não dependendo do esforço humano por restaurar-se a Deus; por semelhante modo, assevera a divindade de todo esse processo, ou seja, trata-se de algo que ultrapassa em muito aos esforços dos homens, conforme também ensina toda esta secção.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 348-349.

Esta renovação de vida não é nenhuma obra humana.

O próprio Deus já iniciou o trabalho. Somente Deus pode permitir que as pessoas se aproximem dele. Pode satisfazer as suas exigências de justiça e Deus pode salvar. Deus é o Autor e o Consumador da salvação (veja Hb 12.2). Deus reconciliou seu povo consigo mesmo por Jesus Cristo.

Quando confiam em Cristo, os crentes já não são mais inimigos de Deus. Por meio da obra expiatória de Cristo na cruz, Deus tornou os crentes parte da sua família.

Jesus morreu no nosso lugar para que nós pudéssemos desfrutar da comunhão com Deus (1 Co 15.3). Como nós, os crentes, fomos reconciliados com Deus, recebemos o ministério da reconciliação, para levar as pessoas a se reconciliarem com Ele.

Como Paulo tinha se reconciliado por intermédio de Cristo, tornou-se a sua missão pregar aquela mensagem. Caso os coríntios tivessem se esquecido do ponto central da mensagem de Paulo para eles, o apóstolo o repetiu; Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados.

Deus, por intermédio da morte de Cristo na cruz, estava trazendo de volta todas as pessoas – judeus e gregos, igualmente – que tinham pecado (Rm 5.10; Ef 2.14-17). Embora fôssemos inimigos de Deus, Cristo nos alcançou e nos salvou da destruição certa. Ele até mesmo nos lavou para que pudéssemos nos aproximar de Deus com corações limpos (Cl 1.21,22). Esta é verdadeiramente uma mensagem maravilhosa.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 215.

Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo’.

A formulação poderia significar “Deus estava em Cristo, reconciliando…” (ARC) ou “em (por meio de) Cristo Deus estava reconciliando” (NVI). O contexto não exige uma ênfase especial no fato de que Deus estava em Cristo, e, aliás, a expressão tem características mais joaninas (cf. Jo 10.38) do que paulinas, de modo que a segunda tradução deve ser preferida. Deus […] estava reconciliando’.

O uso q u e Paulo faz aqui do imperfeito, em vez do passado simples (com o no v. 18), talvez indique a sua hesitação em dizer que o mundo foi reconciliado da mesma forma que “nós” fomos; no caso dos crentes, a reconciliação ocorreu entre as duas partes, enquanto no caso do mundo a reconciliação significa que “este estava colocando à disposição tudo que da sua parte tornasse a paz possível” (Denney).

Mas a reconciliação tem e feitos cósmicos; não é somente a igreja, mas também o mundo e o Universo (cf. Cl 1.20) que são objeto da reconciliação de Deus. A sua reconciliação é evidenciada, em primeiro lugar, pelo fato de ele não levar em conta os pecados dos homens, mas colocá-los na conta do substituto (v. 21), e, em segundo lugar, pelo fato de ele confiar aos seus apóstolos a mensagem da reconciliação, i.e., que Deus fez a paz com o mundo. “No cerne, o evangelho não é bom conselho, mas boas novas.

Bruce; F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. Editora Vida. pag. 1942.

b. CRISTO, O FILHO DE DEUS.

Esta frase também vem de Isaías 53: Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados (de 53.12); pelas suas feridas fostes sarados (de 53.5). Somente o próprio Cristo, o Filho de Deus, que é absolutamente sem pecado, poderia levar os nossos pecados sobre o madeiro.

Cristo recebeu a pena de morte pelo pecado, morrendo em nosso lugar, para que nós não tivéssemos que sofrer o castigo que merecemos. Em uma transação que nós não conseguimos compreender. Deus colocou os pecados do mundo sobre Jesus Cristo, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça.

Pelo fato de todos os nossos pecados terem sido perdoados, nós estamos reconciliados com Deus. Todos aqueles que creem em Jesus Cristo como Salvador podem ter esta nova vida e viver em união com Ele. Os nossos maus desejos, a nossa escravidão ao pecado e o nosso amor pelo pecado morreram com Cristo na cruz. Isto é chamado expiação substitutiva. Jesus Cristo morreu como o nosso substituto; as suas feridas curaram as nossas.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 718.

Matthew Henry

Sugere que o versículo 24 foi acrescentado a fim de que não se conclua dos versículos 21-23 que a morte de Cristo foi planejada somente para servir de exemplo de paciência debaixo de sofrimento.

Na verdade, existe um intento e um efeito muito mais abrangente para o exemplo de Cristo. Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro (24) claramente declara a natureza substitutiva da sua morte. Nós merecíamos sofrer as consequências dos nossos pecados: dor, morte, humilhação — todo o castigo que o pecado requer — mas Ele fez isso por nós em seu corpo como um ato da Encarnação (cf. Lv 5.1, 17; Hb 10.5-10).

Pedro, em certa ocasião, havia censurado Jesus, quando este predisse a sua morte (cf. Mt 16.21-23). Mas, agora ele sabe que toda esperança de vida eterna e salvação reside no sofrimento e morte do nosso Senhor. Paulo descreve como podemos ser completamente libertos da culpa e poder do pecado (cf. Rm 6). Pedro descreve o propósito: para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça.

A expressão pelas suas feridas fostes sarados indica a humilhação e extremo sofrimento de Cristo (cf. Is 53), por meio das quais o homem é salvo.

Stibbs cita Theodoret e diz que “este é um método novo e estranho de cura; o médico pagou o preço e os doentes receberam a cura”.

O passado triste desses cristãos é revelado como ovelhas que se desviam (v. 25) da verdade, da santidade e da felicidade; dessa forma, eles estavam perdidos, desprotegidos, expostos aos perigos. Sua vida “carecia de um guia, guardião e alvo”; consequentemente, eles estavam se afastando cada vez mais.

Mas, agora, tendes voltado por meio da influência da graça divina, para encontrar Cristo como um Médico para curá-los, um Pastor para orientá-los e alimentá-los e um Bispo (Guardião vigilante) para cuidar da alma deles. Assim, por intermédio dos sofrimentos, Cristo se torna um Exemplo perfeito para todos os santos sofredores de todas as épocas. Seus sofrimentos foram suportados sem pecado, com paciência, como o Substituto do homem.

Richard S. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Hebreus. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 230-231.

c. O ESPÍRITO SANTO.

«…pelo Espírito eterno…»

Consideremos os pontos seguintes:

1. O Espírito Santo funciona como a «nova lei» que confirma e dá forma ao novo pacto (ver Rom. 8:2).

2. Na qualidade de alter ego de Cristo, ele toma real para os crentes, mediante comunhão mística, tudo quanto Cristo lhes confere.

3. O Espírito Santo, inspirou e tornou real o sacrifício em favor dos homens.

4. Na qualidade de um ser vivo e espiritual, o Espírito Santo faz a salvação p o r meio de Cristo tornar-se uma questão viva, um processo espiritual e vital, em contraste com os ritos e cerimônias do A.T.

5. O Espírito Santo, por ser «eterno», está incumbido de um serviço contínuo e interminável, pelo que também é absolutamente eficaz e de resultados permanentes, em contraste com a temporalidade e parcialidade do culto do A.T. 6. A obra do Espírito Santo é «celeste» e «espiritual», aplicada à alma, e não algo terreno e simbólico, como se dava no caso do A.T.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 584.

Pelo Espírito eterno.

O autor agora mostra claramente como a morte de Cristo deve ser avaliada – não pelo prisma de seu ato externo, mas do poder do Espírito. Cristo sofreu como homem, no entanto, a fim de que sua morte pudesse efetuar nossa salvação, sua eficácia do poder do Espírito. O sacrifício que produziu a expiação eterna foi muito mais que uma obra meramente humana.

O autor diz que o Espírito é eterno, para que saibamos que a reconciliação que ele efe- tua é eterna. Ao dizer, imaculado, embora a alusão seja às vítimas sob o regime da lei, as quais não podiam ser mutiladas ou exibir qualquer defeito, não obstante, ele tem em vista que Cristo foi ao mesmo tempo a única vítima legal e capaz de satisfazer a Deus.

Todas as demais [vítimas] eram sempre deficitárias, e por isso disse anteriormente que O pacto da lei não desfrutava de perfeição. Somente o último sacrifício é que desfruta de perfeição absoluta.

Calvino. João,. Série de Comentários de Bíblicos. Hebreus. Editora Fiel. pag. 222-223.

Pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus.

Nos pensamentos do autor surge a imagem do servo de Deus, cuja vinda fora anunciada por Isaías (Is 53). Ele haveria de dar sua vida como sacrifício pela culpa de muitos, carregar o seu pecado e empenhar-se por sua justificação.

A promessa de Deus anunciou: “pus sobre ele o meu Espírito” (Is 42.1). O sacrifício de Jesus brotou de uma entrega integral e de uma comunhão com Deus inviolada. Assim como durante sua vida na terra o Espírito Santo foi a força motora de sua atuação (Mt 4.1), assim ele também o foi quando Jesus agiu pela nossa redenção. Enquanto o “sangue” indica a nossa natureza humana, da qual Jesus era partícipe (cf. Hb 2.14), o “Espírito” aponta para a sua natureza divina.

A exigência de Deus no AT, de que o animal do sacrifício tinha de ser sem mácula (Êx 12.5; Lv 1.3; 22.20; Nm 19.2), não foi revogada no NT. Cristo também cumpriu esta lei de Deus em sua própria pessoa (Mt 5.17; 1Pe 1.19). Cristo foi ele mesmo o cordeiro sem defeito, que realizou satisfação pela culpa de todas as pessoas, e através do Espírito Santo ele comunica aos membros de sua igreja sua própria natureza, que o capacitou para o sacrifício, para que também nós nos tornássemos capazes para a entrega e o sacrifício de nossa vida (Rm 12.1,2).

Fritz Laubach. Comentário Esperança Hebreus. Editora Evangélica Esperança.

2. O Espírito Santo quer, pelo despertamento, mostrar aos homens a grande vitória de Jesus no Gólgota.

«…depois de iluminados…» Trata-se da iluminação do Espírito Santo, a qual é conferida à alma mediante sua presença permanente, o que nos confere a luz dos céus convertendo-nos, santificando-nos e guiando-nos na inquirição espiritual. E, principalmente, um conhecimento místico de Deus e da verdade espiritual, que nos transforma e nos torna parecidos com Cristo, a Luz do mundo.

Essa iluminação nos faz saber qual é a «esperança de nosso chamamento», quais são as «riquezas da glória de sua herança nos santos», e qual é o seu «grande poder», que operou primeiramente em Cristo, e que agora opera em nós também. Notemos, em Heb. 6:4 que a mesma coisa é dita acerca dos «apóstatas», sendo essa outra razão para crermos que ele via os crentes iluminados como capazes de apostatarem.

A «regeneração» está incluída na iluminação inicial; mas essa iluminação é uma luz para a vereda da inteira, inquirição espiritual. Ela nos outorga o pleno conhecimento da verdade! (Ver o vigésimo sexto versículo deste capítulo).

«…Iluminação…»

Essa palavra pertence à nossa fé. No sentido mais profundo, não solucionamos nossos próprios problemas, não podendo penetrar nos mistérios básicos. A luz que nos é dada não é de nossa própria criação. A revelação ensina-nos, mediante a iluminação íntima do Espírito, o que nos capacita a ler e a entender as Escrituras, propiciando-nos ver as coisas em perspectiva incisiva. O crente vê a si mesmo claramente, pela primeira vez, como um pecador em profunda necessidade da graça. Ele vê seus semelhantes sob uma nova luz, porque sabe o que a graça de Deus pode fazer; vê os prazeres e a dor em suas exatas proporções; vê a evidência da bondade de Deus na natureza, na história e em sua própria experiência. Ele vê mais claramente as realidades morais e as trivialidades morais. ‘O povo que andava em trevas, viu grande luz’ (Isa. 9:2)». (Cotton, in loc.).

O propósito final da iluminação.

Deus é Luz, e nele não há trevas, sob hipótese nenhuma. Cristo é a Luz de Deus entre os homens; os homens são trevas, e naturalmente pertencem ao reino das trevas. A iluminação inicia a transformação da natureza real, cujo intuito é produzir nos homens a própria imagem da luz de Cristo.

Nenhum homem, e nenhum ser angelical, pode aproximar-se de Deus, que habita em luz por demais resplandecente para permitir aproximação, exceto o Filho (ver I Tim. 6:16). Quando o Iluminador ilumina aos homens, gradualmente vão eles assumindo a natureza divina, tal como o Filho, a Luz, a possui.

Sendo totalmente iluminados, eles podem entrar na presença de Deus, pois compartilham da luz em seus próprios seres, deixando de ser meros reflexos da mesma. Isso é apenas outro modo de dizer que os homens passam a compartilhar da natureza do Filho, chegando a entrar no Santo dos Santos, onde ele também se encontra. A iluminação é sinônimo de transformação. Os homens iluminados são homens transformados.

A luz fala da santidade e da grandiosidade. Os homens passam a compartilhar da própria santidade de Deus, ou, de outro modo, jamais poderão habitar na sua presença. E os remidos também compartilham da glória e do esplendor divinos. Chegarão a possuir toda a plenitude de Deus (ver Efé. 3:19), mediante a participação na própria natureza divina.

«…grande luta e sofrimentos…»

O versículo seguinte especifica no que consistiam essa luta e sofrimentos—aqueles crentes tinham sido ridicularizados e perseguidos, por se terem tornado crentes; podemos até mesmo supor que sofreram fisicamente, mas não foram mortos; pois aquela não era uma comunidade onde havia muitos mártires, como sucedeu séculos mais tarde. O trecho de Heb. 12:4, diz: « …ainda não tendes resistido até ao sangue…» E essa declaração mostra-nos que não havia entre eles «mártires recentes».

O trigésimo quarto versículo mostra-nos que suas propriedades tinham sido confiscadas; fica até mesmo subentendido que alguns dentre eles tinham sido encarcerados, mas que se tinham mostrado zelosos pelo cuidado por seus amigos e missionários itinerantes, que porventura tinham sido lançados na prisão por causa do evangelho.

Tinham sofrido os abusos e apupos de homens ímpios e desvairados, alguns dos quais asseveravam agir em nome de Deus, porquanto se tratava de uma perseguição religiosa. Seus sofrimentos correspondiam, pelo menos em parte, com aquilo a que tinham sido chamados para suportar; e em parte consistia da participação nos sofrimentos alheios, porquanto simpatizavam com vários crentes que defendiam e propagavam a causa de Cristo, e que, por isso mesmo, eram perseguidos.

«…luta…»

No grego é «athlesis», que originalmente indicava uma «luta atlética». É palavra derivada de «athleo», «fazer papel de atleta», «ocupar-se das competições públicas». (Ver II Tim. 2:5). Mais tarde, essa palavra passou a ser usada para indicar «martírio». Mas o vocábulo não tinha tal sentido, quando foi escrito pelo autor sagrado.

Aqueles crentes tinham se disposto a pagar elevadíssimo preço por causa de sua fé cristã. Poderiam agora abandoná-la tão tolamente?

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 611.

Seguindo sua iluminação espiritual, que incluía uma confissão aberta de Cristo, eles foram amargamente contestados por inimigos demoníacos e humanos. Suportastes significa que não somente sofreram essa provação, mas a sofreram pacientemente e saíram vitoriosos. Esses sofrimentos eram pessoais e vicários.

Tribulações

Eles eram, às vezes, publicamente “expostos a insultos e tribulações” (NVI), e em outros momentos compartilhavam experiências semelhantes com seus companheiros cristãos: “fizeram-se solidários com os que assim foram tratados” (v. 33, NVI). Eles, literalmente, carregavam o fardo um do outro e prestavam apoio e encorajamento mútuo. Eles se compadeciam (sofriam com, demonstravam simpatia) especificamente com aqueles que estavam encarcerados devido à sua fé (v. 34).

Embora eles mesmos não tivessem sido lançados na prisão, seus bens materiais haviam sido saqueados e confiscados. Mas o seu fervor espiritual era tão grande que com gozo permitiam esta perda, sabendo que, em vós mesmos, tendes nos céus uma possessão melhor e permanente (34; Mt 6.19,20).

Sua segurança interior pelas realidades espirituais era forte o suficiente para desfazer-se destes vínculos mundanos. Quando nosso único tesouro está no “aqui e agora”, e nossa fé no futuro é insegura, não conseguimos nos alegrar quando a perseguição se apodera de nós. Eles não se regozijavam porque seus haviam sido tomados, mas porque seus bens materiais não constituíam sua verdadeira riqueza; isto estava reservado para aqueles que estavam em perfeita segurança, imaculados pelo tempo e intocados pelos opressores.

Mas, evidentemente a situação agora havia sido atenuada. Em vez de prosperar espiritualmente como era o caso das igrejas palestinas (At 9.31), sua prosperidade foi acompanhada por um declínio espiritual. O autor espera que uma recordação desses dias melhores do passado, quando a sua fé custava mais, mas a sua comunhão era mais íntima e suas almas mais radiantes, desperte um avivamento espiritual.

Richard S. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Hebreus. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 99-100.

Depois de uma severa advertência

Os leitores são encorajados através da lembrança de que as suas ações passadas demonstram a sua fé genuína. Lembrar-se da fidelidade que demonstraram no passado deveria incentivá-los a perseverar na fé. Como muitos cristãos, estas pessoas sentiram um amor profundo quando ouviram falar a respeito de Cristo pela primeira vez. A lembrança desta proximidade e do seu profundo desejo de servir a Deus deveria encorajá-las durante os períodos difíceis.

Durante aqueles dias passados, estes crentes tinham permanecido fiéis mesmo suportando grande combate de aflições.

Eles tinham sido insultados e maltratados publicamente (feitos espetáculo com vitupérios e tribulações). Durante aquele período difícil de perseguição, eles tinham incentivado uns aos outros a permanecerem firmes, ajudando os companheiros de fé que assim foram tratados. Aparentemente, os destinatários desta carta tinham arriscado a sua própria reputação e posição social porque se compadeceram dos que estavam nas prisões.

Além disto, quando houve a espoliação dos seus bens, eles permitiram o fato com gozo. O texto não afirma se este ato foi realizado pelo governo local ou por vizinhos enfurecidos. Seja como for, o autor destaca a boa atitude que as pessoas conservaram.

Naquela ocasião, elas foram capazes de suportar porque sabiam que tinham nos céus uma possessão melhor e permanente.

A palavra “melhor” significa “superior em qualidade e em realidade”. Os crentes confiaram nas promessas de Deus, que mostram que haverá grandes recompensas futuras.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 628-629.

a. O Espírito REVELA:

A essência da petição é que Deus vos dê o espírito de sabedoria e de revelação. No grego, o dom é “um espírito”, não se referindo especificamente à pessoa do Espírito de Deus. Robinson declara: “Com o artigo definido [o], a palavra indica de maneira bem geral a pessoa do Espírito Santo; ao passo que sem o artigo, o significado é certa manifestação especial ou favor do Espírito Santo”.

Todavia, semelhante dom de iluminação espiritual vem do Espírito. E a “capacidade de apreender o revelado — de perceber a intenção e significado do que Deus torna conhecido, de modo que nos seja uma verdadeira revelação”.

Esta experiência não pode ser desfrutada separadamente do Espírito Santo, sobre quem Isaías descreveu que é “o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR” (Is 11.2; cf. Jo 14.26; 16.13).

A frase no conhecimento dele (Deus) designa o teor da sabedoria e revelação. Beare comenta que “a soma do conhecimento do crente é o conhecimento de Deus, o qual implica reconhecê-lo como Deus, vivo e verdadeiro, a fonte de toda a vida e verdade; é um conhecimento pessoal que envolve comunhão, adoração e obediência em amor”.14 Conhecimento (epignosis) deve ser distinguido de gnosis, cuja tradução também é “conhecimento”.

Lightfoot observa:

“A palavra composta epignosis é uma amplitude de gnosis, denotando um conhecimento mais amplo e mais completo”. Este conhecimento pleno é aquele que advém de intimidade experimental. E mais do que conhecimento acadêmico e teórico. E pessoal.

Dale ajuda-nos a relacionar este rogo do apóstolo com a experiência religiosa dos leitores da carta. O fato de eles serem cristãos significa que já tinham recebido iluminação divina. Mas Paulo ora para que “o Espírito divino que neles habitava tornasse-lhes a visão mais clara, mais perspicaz, mais forte, a fim de que o poder, o amor e a grandeza divinos lhes fossem revelados de forma muito mais completa”. Além disso, com respeito à nossa conversão, “a grande revelação foi feita em Cristo”.

Mas “quando o Espírito de Deus ilumina a mente, vemos o significado do que Cristo disse e do que Cristo fez. Simplesmente encontramos o que havia desde o princípio na revelação cristã”. O crente cheio do Espírito possui, por conseguinte, profundo discernimento das coisas de Deus (1 Co 2.10-16).

Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Efésios. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 130-131.

Espírito de revelação (1.17b).

“[…] e de revelação no pleno conhecimento dele.” Só o Espírito de Deus pode abrir as cortinas da nossa alma para que entendamos as riquezas de Deus. Paulo não fala aqui da prática de buscar novas revelações à parte das Escrituras. Ele não está falando que os crentes devem buscar outra fonte de conhecimento da vontade de Deus além das Escrituras.

Espírito de revelação, segundo Russell Shedd, quer dizer a visão de todas as coisas, não apenas deste mundo que está desaparecendo, segundo Paulo (ICo 7.31), mas a visão dos valores tal como eles são traduzidos no céu. John Rockefeller foi o primeiro bilionário do mundo. Por muitos anos, ele viveu comendo apenas bolachas de água e sal e tomando leite por causa de sua enfermidade e preocupação com as posses. Ele raramente tinha uma boa noite de sono.

Era rico, mas miserável. Quando ele começou a distribuir sua riqueza com outros em obras de filantropia e permitiu que outros fossem abençoados com sua riqueza, curou-se e viveu até alcançar uma ditosa velhice.

LOPES, Hernandes Dias. EFESIOS Igreja, A Noiva Gloriosa de Cristo. Editora Hagnos. pag. 38

«…e de revelação…»

1. A revelação deste versículo não é aquela de «escrituras» ou documentos escritos. Se realizar uma «terceira revelação», será, sem dúvida, acompanhada por um movimento principal, histórico e espiritual, como a Segunda Vinda de Cristo. As «novas escrituras» de seitas que ganham, durante algumas gerações, poucos milhões de convertidos, não têm uma autoridade convincente. Qualquer nova revelação ganhará a aceitação da igreja universal, não meramente de um fragmento.

2. A revelação deste versículo é uma iluminação especial de verdades espirituais, através do poder e influência interior do Espírito Santo.

3. Pode incluir a expressão dos dons espirituais, tais como aqueles de sabedoria e conhecimento.

4. Mas deve incluir a iluminação sutil e gradual, em todos os crentes, através do Espírito. Mas a revelação transcenderá isto, sem dúvida.

5. O alvo desta revelação é um conhecimento pleno e profundo da pessoa e obras de Deus. Precisamos de um verdadeiro contato com o Espírito, para obter a iluminação que ele nos oferece.

6. O conhecimento e compreensão de Deus não serão principalmente racionais. Serão elementos intuitivos que transformam a vida. II Ped. 1:4. 7. Esta revelação nos dá conhecimento dos mistérios de Deus.

Todo o conhecimento tem como alvo formar a imagem de Cristo em nós, como a última referência demonstra.

Como é que chegamos a saber das coisas?

1. Chegamos a conhecer as coisas em primeiro lugar, pelos «cinco sentidos», isto é, mediante os sentidos comuns de percepção. Entretanto, essa forma de obtenção de conhecimentos é imensamente limitada, devido à debilidade dos nossos sentidos (menor que a de quase todos os animais); e com frequência, por isso mesmo, esses sentidos são enganadores.

2. Também chegamos a conhecer as coisas por meio da «razão», porquanto a mente humana foi criada de tal modo que é capaz de conhecer coisas sem o concurso da percepção dos sentidos, mas antes, mediante a pura reflexão. Os valores morais, por exemplo, só podem ser atingidos dessa maneira.

3. Também chegamos a conhecer por «intuição». No homem existe algo que comunga com o que é universal, e que ultrapassa tanto a percepção dos sentidos como a intuição. Trata-se de um «conhecimento imediato» das coisas.

Opera no nível da alma, não estando limitado às experiências passadas pelo corpo. Até mesmo os sonhos podem ser intuitivos.

4. Mas a forma mais elevada de conhecimento, aquela necessária para atingirmos a compreensão sobre as realidades divinas, é a revelação. Essa pode ser de caráter «oficial», como através de algum «profeta» enviado por Deus (cujas revelações podem ser, posteriormente, concretizadas em «Escrituras»); mas também estão franqueadas a todos os crentes, contanto que andem em um nível espiritual suficientemente elevado.

«…no pleno conhecimento dele…» A tradução «…pleno conhecimento…» é justificada porque, o original grego, apresenta a forma intensificada, com um prefixo preposicional.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 546.

b. O Espírito ENSINA.

Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras (45). Não é dito exatamente de que modo Jesus lhes abriu o entendimento. E possível que Ele tenha feito isso explicando apenas o que as profecias messiânicas mencionavam. Mas Spence sugere o que é provavelmente o verdadeiro significado deste versículo.

Ele acredita que essas palavras foram ditas ao anoitecer da primeira Páscoa. Se for assim, a expressão de Lucas: então abriu-lhes o entendimento, equivale à declaração de João de que Jesus “assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo” (20.22).

Quando nos lembramos que “inspiração” significa “respirar para dentro”, vemos a lógica da sugestão de Spence. Jesus, aqui, estava dando aos seus discípulos a inspiração necessária para que entendessem as Escrituras.

Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Mateus e Lucas. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 497-498.

“Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras”, v. 45. Na sua conversa com os dois discípulos, Ele removeu o véu do texto, abrindo as Escrituras; aqui, Ele removeu o véu dos corações, abrindo as mentes. Observe aqui:

[1] Que Jesus Cristo, pelo seu Espírito, opera na mente dos homens, na mente de todos os que são seus.

Ele tem acesso ao nosso espírito, e pode, imediatamente, influenciá-lo. E digna de nota a maneira como agora, depois da sua ressurreição, Ele deu uma amostra das duas grandes operações do seu Espírito sobreo espírito dos homens: esclareceu as faculdades intelectuais, com uma luz divina, quando abriu o entendimento dos seus discípulos, e também revigorou seu poder na vida deles com um calor divino, quando fez os seus corações arderem.

[2] Até mesmo os homens bons precisam ter abertos os seus entendimentos

Pois embora eles não estejam na escuridão, como muitos estão, por natureza, ainda assim, em alguns aspectos, eles ainda estão nas trevas.

Davi ora: “Desvenda os meus olhos… Dá-me entendimento” (SI 119.18,34). E Paulo, que conhece tanto sobre Cristo, vê a sua necessidade de aprender mais.

[3] A maneira pela qual Cristo opera a fé na alma, e ali ganha o trono, é abrindo o entendimento, para discernir as evidências daquelas coisas nas quais se deve crer

Assim, Ele entra na alma pela porta, ao passo que Satanás, como um ladrão e salteador, entra por algum outro caminho.

[4] O desígnio de abrir o entendimento tem como finalidade que possamos compreender as Escrituras

Não que possamos ser sábios, além do que está escrito, mas que possamos ser sábios sobre o que está escrito, e possamos, por isto, ser feitos sábios para a salvação.

O Espírito na palavra, e o Espírito no coração, dizem a mesma coisa. Os alunos de Cristo nunca aprendem, neste mundo, mais do que aquilo que a sua Bíblia lhes ensina; mas eles precisam aprender progressivamente na sua Bíblia, para que possam crescer mais preparados e poderosos nas Escrituras. Para que possamos ter ideais corretas sobre Cristo, e termos retificados nossos enganos a respeito dele, não é necessário nada mais além do entendimento das Escrituras.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 738-739.

Jesus abre as Escrituras para descerrar o entendimento aos que estão tomados pela incredulidade (Lc 24.44-46).

O argumento irresistível e cabal de Jesus para provar sua ressurreição, depois de mostrar as marcas dos cravos em suas mãos e em seus pés e depois de comer pão e mel, foi abrir as Escrituras e mostrar aos discípulos que sua morte não foi um acidente nem sua ressurreição uma surpresa. Ele morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras, foi sepultado segundo as Escrituras e ressuscitou segundo as Escrituras (1Co 15.1-3).

Barclay diz que: “A cruz não foi algo forçado para Deus. Não foi uma medida de emergência quando tudo o mais havia fracassado e quando os planos haviam fracassado. A cruz estava na agenda de Deus desde a eternidade”.

As três divisões da Bíblia Hebraica (Lei de Moisés, Profetas e Salmos) indicam que não há parte alguma das Escrituras que deixe de dar testemunho de Jesus.

Jesus mostra a seus discípulos que ele mesmo é chave hermenêutica para se compreender a essência da Lei, dos Profetas e dos Salmos.

Só compreenderemos o Antigo Testamento se entendermos que a totalidade dele aponta para Cristo, sua morte e ressurreição, sua humilhação e sua exaltação.

David Neale

Aqui o Senhor ressurreto se torna um Mestre ressurreto e interpreta as Escrituras à luz de sua crucificação e ressurreição. Isso significa dizer que o propósito da Lei, dos Profetas e dos Salmos deve ser entendido como Escrituras que predizem a vida de Jesus enquanto contam a jornada de Israel com o Senhor. Eles são lidos através de novas lentes messiânicas, que são esclarecidas pela paixão e pela ressurreição de Jesus. Assim, as Escrituras adquiriram um nível de significado completamente novo – um nível messiânico.

Os discípulos que haviam escutado de Jesus essas verdades ao longo de seu ministério, agora, porém, têm o entendimento aberto para compreenderem as Escrituras (Lc 24.45,46).

LOPES. Hernandes Dias. Jesus O Homem Perfeito. Editora Hagnos.

c. O Espírito EXPLICA.

O grito de Jesus pode ter contido as suas últimas palavras “Está consumado!” (Jo 19.30). Este grito foi o clímax do horror da cena, e mostrou a sua morte repentina depois de seis horas na cruz. Normalmente, a crucificação fazia com que a pessoa caísse em coma por extrema exaustão. Jesus, entretanto, esteve completamente consciente até o fim, quando entregou o espírito.

Alguns eventos significativos simbolizaram o que a obra de Cristo na cruz tinha realizado. O Templo tinha três partes principais – os pátios, o lugar santo (onde somente os sacerdotes podiam entrar) e o lugar santíssimo, reservado para o próprio Deus. No lugar santíssimo ficava a arca da aliança. Esse lugar era aberto somente uma vez por ano, no Dia da Expiação, quando somente o sumo sacerdote podia entrar e fazer um sacrifício para conseguir o perdão pelos pecados de toda a nação (Lv 16.1-34). O véu do Templo ficava entre o lugar santo e o lugar santíssimo.

Simbolicamente, esta cortina separava o santo Deus do povo pecador. Ao rasgar o véu em dois, de alto a baixo, Deus mostrou que Jesus tinha aberto o caminho para que as pessoas pecadoras se chegassem ao Deus Santo. A abertura dos sepulcros e os corpos sendo ressuscitados revelaram que, através da morte de Jesus, o poder da morte havia sido destruído.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 166-167.

Os milagres que acompanharam a sua morte.

Considerando que o Senhor Jesus Cristo realizou tantos milagres durante a sua vida, poderíamos esperar a realização de alguns milagres relativos a Ele em sua morte, pois foi registrado que o seu Nome seria Maravilhoso.

Se Ele tivesse sido levado, como Elias, em uma carruagem de fogo, isso já teria sido, por si só, um milagre suficiente; mas ser levado da terra através de uma cruz infame era essencial para que a sua humilhação fosse acompanhada da emanação de sinais da glória divina.

1. “E eis que o véu do templo se rasgou em dois”.

Essa relação deve ter sido observada com admiração: “Vire-se para o lado e veja esse maravilhoso sinal, e fiquei maravilhado com ele”. Exatamente quando o nosso Senhor Jesus morria, na hora do sacrifício da tarde, e em um dia solene, quando os sacerdotes estavam oficiando no Templo e podiam ser testemunhas oculares desse milagre, o véu do Templo foi rasgado por uma força invisível; aquele véu que separava o lugar santo do lugar santíssimo.

Eles o haviam condenado por dizer: “Eu derribarei este templo”, interpretando as suas palavras de forma literal; agora, através dessa amostra do seu poder, Ele os fez saber que, se desejasse, poderia ter confirmado o pensamento deles, destruindo o templo de forma literal. Neste, como nos outros milagres de Cristo, havia um mistério.

(1) Havia uma correspondência com o templo do corpo de Cristo, que agora se desintegrava.

Esse era o templo verdadeiro, no qual habitava a plenitude de Deus; quando Cristo clamou em voz alta, e entregou o espírito, e assim dissolveu aquele templo, o templo literal fez como um eco àquele grito e respondeu ao golpe ao rasgar o seu véu.

Note que a morte é o evento pelo qual o véu da carne é rasgado; esse é o véu que se interpõe entre nós e o Santo dos Santos. A morte de Cristo foi assim, e a morte dos verdadeiros cristãos também é assim.

(2) Ele revelava e esclarecia os mistérios do Antigo Testamento.

O véu do Templo servia para encobrir – como aquele que estava sobre o rosto de Moisés -, e por isso era considerado uma cobertura. Pois qualquer pessoa que visse a mobília do Santo dos Santos sofreria uma grande punição, exceto o sumo sacerdote, e apenas uma vez por ano, com grande cerimônia e através de uma nuvem de fumaça. Isso representava a escuridão dessa dispensação (2 Co 3.13).

Mas agora, através da morte de Cristo, tudo foi exposto, e os mistérios foram revelados, de forma que até mesmo aquele que passar correndo poderá interpretar o significado deles. Agora vemos que o propiciatório anunciava Cristo, a grande Propiciação; o pote de maná tipificava Cristo, o Pão da vida. Assim, todos nós, com o rosto descoberto, contemplamos, como em um espelho (o que ajuda a visão, enquanto o véu a prejudica), a glória do Senhor. Os nossos olhos vêem a salvação.

(3) Ele anunciava a união do judeu com o gentio

Pela remoção da parede divisória entre eles, representada pela lei cerimonial, pela qual os judeus eram diferenciados de todos os outros povos (como um jardim fechado), trazidos para perto de Deus, enquanto os outros eram mantidos à distância.

Cristo, em sua morte, repelia a lei cerimonial, cancelava aquele manuscrito de leis, tirava-o do caminho, pregava-o na cruz, e destruiu assim aquele muro de separação; e, ao abolir essas instituições, eliminou a hostilidade e fez, em si, de dois um único novo homem (assim como dois quartos se transformam em um, e este se torna grande e luminoso ao se derrubar a divisória), dessa forma fazendo a paz (Ef 2.14-16).

Cristo morreu para despedaçar todos os véus que separam, e para fazer de todos os povos um só povo em si mesmo (Jo 17.21).

(4) Ele indicava a consagração e demonstração de um novo e vigoroso caminho para Deus.

O véu impedia as pessoas de chegarem perto do lugar santíssimo, onde estava a Shequiná. Mas o véu rasgado indicava que Cristo, através da sua morte, abriu um caminho para Deus:

[1] Para si mesmo.

Esse era o grande dia de expiação, quando nosso Senhor Jesus, como o grande Sumo Sacerdote, não pelo sangue de bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou de uma vez por todas no lugar santíssimo; o véu rasgado simboliza isso (Hb 9.7ss.). Tendo oferecido o seu sacrifício no tabernáculo externo, o sangue desse devia, agora, ser aspergido sobre o propiciatório que estava dentro do recinto que era separado pelo véu.

Portanto: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória”; o Sacerdote da glória. “E o farei aproximar, e ele se chegará a mim” (Jr 30.21).

Embora o Senhor Jesus não ascendesse ao lugar santíssimo pessoalmente até quarenta dias mais tarde, ainda assim Ele conquistou imediata mente o direito de entrar, e já tinha uma admissão virtual.

[2] Para nós nele: é dessa forma que o apóstolo o emprega (Hb 9.19,20).

Nós temos ousadia de entrar no lugar santíssimo, através do novo e vigoroso caminho que Ele consagrou para nós, pelo véu. Ele morreu para nos levar a Deus e, assim, rasgou o véu da culpa e da ira que se interpunha entre nós e Ele, removeu os querubins e a espada inflamada, e abriu o caminho para a árvore da vida.

Nós temos agora livre acesso, através de Cristo, ao trono da graça, ou ao trono de Deus, e no futuro teremos acesso ao trono da glória (Hb 4.16; 6.20). Rasgar o véu indicava (como expressa esplendidamente o antigo hino) que, quando Cristo tivesse derrotado a dureza da morte, Ele abriria o Reino dos céus para todos os crentes. Nada pode obstruir ou impedir o nosso acesso ao céu, pois o véu está rasgado; uma porta nos foi aberta no céu (Ap 4.1).

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 385-386.

Josefo

O véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo Marcos 15.38 e Lucas 23.45 mencionam este fato. Mateus o liga com o terremoto. “Tremeu a terra” Josefo fala de um terremoto ocorrido no Templo antes da sua destruição e o Talmude menciona um terremoto ocorrido quarenta anos antes da destruição do Templo.

Willoughby Allen propõe que “uma rachadura na estrutura do pórtico, que rasgou o véu exterior e deixou o Lugar Santo exposto à vista, explicaria a linguagem dos Evangelhos, de Josefo e do Talmude” .

Esse véu era um tecido confeccionado de forma muito elaborada, com setenta e duas pregas de vinte e quatro fios cada. O véu media cerca de dezoito metros de comprimento por mais ou menos nove metros de largura. O rasgo do véu significava a retirada da separação entre Deus e o povo.

A. T. ROBERTSON. Comentário Mateus & Marcos.À Luz do Novo Testamento Grego. Editora CPAD. pag. 321.

d. O Espírito PENETRA todas as coisas (1 co 2.10).

Que esse processo é presente fica demonstrado também pela palavra «…perscruta…», que figura no versículo que ora comentamos. Em outras palavras, o Espírito de Deus «está perscrutando» as coisas profundas de Deus, e essas coisas são aquelas que ele revela aos crentes gradativamente.

Portanto, no dizer de Findlay (in loc.): «O Espírito Santo é o órgão do entendimento entre o homem e Deus».

«O ponto frisado por Paulo é simplesmente que o Espírito Santo compreende perfeitamente a profundidade da natureza de Deus, e assim também seus planos graciosos, tornando-se assim totalmente competente para fazer aquela revelação aqui referida». (Robertson, in loc.).

«…perscruta…»

Não perscruta a fim de descobrir; mas está em foco a sondagem das profundezas de Deus, pelo Espírito Santo, em uma atividade contínua, exata e cuidadosa». (Vincent, in loc.).

«Isso indica não ignorância, e, sim, um conhecimento exato, bem como o deleite na contemplação (ver Apo. 2:23). Com isso se pode confrontar a ideia das profundezas de Satanás (ver Apo. 2:24)». (Faucett, in loc.).

«…aqui é declarado um discernimento profundo, em virtude de sua possessão do Espírito Santo, por parte do escritor do livro Sabedoria de Salomão, sétimo capítulo…» (Findlay, in loc.). E a ideia aqui expressa pelo apóstolo Paulo não está longe do que diz Findlay nesta citação.

«…as profundezas…»

O «espírito do homem» conhece as «profundezas do homem», porquanto é capaz disso. Mas o Espírito de Deus é quem conhece e revela as «profundezas» de Deus, pois somente ele pode fazer tal coisa.

Somente o Espírito Santo é capaz de conferir o conhecimento sobre as profundas verdades de Deus; e isso ele fará para a alma honesta, que espera no Senhor. Sem o Espírito Santo, porém, essas profundezas não podem ser exploradas. Essa linguagem simbólica evidentemente é tomada por empréstimo das coisas do mar, cujas profundezas são supostamente insondáveis, desconhecidas para o homem-, (Ver Sal. 36:7; 92:6 e Jó 11:8).

Acerca dessas «profundezas», diz Meyer (in loc.): «Está aqui em foco toda a abundante plenitude que Deus possui em si mesmo, tudo quanto contribui para formar o seu ser, os seus atributos, os seus pensamentos, os seus planos e os seus decretos».

Naturalmente, esses planos e decretos incluem o esquema inteiro da redenção humana, conforme se vê no nono versículo deste capítulo.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 34.

Espírito Santo sonda tanto os salvos quanto as coisas profundas de Deus (2.10,11).

O Espírito Santo não só habita nos crentes, mas o Espírito Santo também sonda os crentes e sonda semelhantemente as profundezas do ser de Deus. Nos versículos 10 e 11, Paulo faz uma comparação muito bonita. Como é que o homem entenderá Deus? Como você pode entender Deus?

Paulo diz que ninguém entende o homem a não ser o espírito que está dentro do homem. Eu olho para você, mas eu não saberei dizer o que está dentro do seu coração. Eu não saberei dizer o que está na sua mente. Eu não saberei dizer quais os seus sentimentos. Nenhum de nós tem a capacidade de perscrutar, sondar, e investigar na plenitude o que o outro está sentindo, pensando ou desejando dentro de seu coração.

Paulo nega os conceitos de Filo

De que o espírito humano pode conhecer o divino, e afirma que somente o Espírito divino pode tornar conhecidas as coisas de Deus.

Eu não posso saber o que vai dentro do seu coração, mas o seu espírito sabe. Ninguém pode saber realmente o que se passa no interior de um homem. Ninguém, exceto o espírito desse mesmo homem. De fora, os outros homens podem apenas fazer conjecturas.

Mas o espírito do homem não faz conjecturas. Ele sabe. De igual maneira, raciocina Paulo, ninguém de fora de Deus pode saber o que acontece dentro de Deus. Só o Espírito Santo, que é Deus, conhece a Deus plenamente e revela Deus para nós por intermédio da Sua Palavra.

Paulo

Diz que ninguém conhece o homem a não ser o espírito que está dentro do homem. Agora, eu posso cogitar acerca do que você está pensando, mas eu não posso ter certeza. No entanto, você sabe exatamente o que está pensando e sentindo. Alguém fora de você não pode discernir o que você está pensando e sentindo. Paulo explica que assim também é com Deus.

Ninguém de fora de Deus consegue sondar o Ser de Deus. Ninguém de fora de Deus consegue conhecer o Ser de Deus a não ser o Espírito Santo de Deus. E ele está dizendo que o Espírito Santo é uma personalidade, porque Ele tem conhecimento para sondar.

Paulo está dizendo que o Espírito Santo é onisciente, porque Ele é capaz de sondar as profundezas de Deus. Ele está dizendo que é o Espírito Santo, quem habita em nós, é quem conhece as profundezas de Deus, a pessoa de Deus, os atributos de Deus, a Glória de Deus, e o projeto de Deus.

E esse Espírito Santo quem nos revela a pessoa de Deus. E por isso que precisamos depender do Espírito Santo para conhecermos a Bíblia, o evangelho. Eu não posso pregar o evangelho fiado em conhecimento humano, em sabedoria humana, porque é o Espírito Santo quem nos revela essas verdades.

LOPES, Hernandes Dias. I Coríntios Como Resolver Conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pag. 48-49.

O conhecimento exato

Além de Jesus Cristo, a única pessoa que pode nos dizer a verdade a respeito de Deus é o Espírito Santo. No que diz respeito aos fatos espirituais, Paulo escreve: Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito (10). A declaração: O Espírito penetra todas as coisas, não significa que Ele investiga ou indaga todas as coisas.

A frase significa que o Espírito Santo possui “conhecimento completo e exato”. A revelação de Deus é feita pelo Espírito Santo. “As profundezas de Deus designam a essência de Deus, portanto, seus atributos, vontades e planos”. Vine declara que elas são “os conselhos e propósitos de Deus, bem como tudo o que pertence à sua natureza e atributos”

Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 258.

Curso Interpretando a Bíblia de Gênesis a Apocalipse

III – CUIDADO COM AS IMITAÇÕES

Para os colossenses, a disciplina exigida pelos falsos mestres parecia boa. Na verdade, as formas de legalismo ainda atraem muitas pessoas hoje. Seguir uma longa lista de regras religiosas exige devoção voluntária, humildade e disciplina do corpo. Mas estas pessoas são conchas vazias, que apenas parecem possuir alguma sabedoria. A verdadeira sabedoria só é encontrada em Cristo, que é a fonte de toda a sabedoria. Mas toda esta piedade e ceticismo eram inúteis.

Nenhuma quantidade de regras religiosas pode mudar o coração de uma pessoa; elas não têm nenhum valor, senão para a satisfação da carne. Somente o Espírito Santo pode fazer isto. Portanto, todas as tentativas humanas de religião não têm valor algum. Por extensão, então, as heresias – com todas as suas regras que pareciam positivas – também não tinham valor.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 415.

O ascetismo é enganador em suas propostas (2.23).

O apóstolo Paulo conclui: “Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade” (2.23). O ascetismo tem aparência de sabedoria e humildade, mas não tem valor nenhum diante de Deus. E um sacrifício inútil. É um culto de si mesmo, uma religião feita para si mesmo. Tem uma piedade falsa e fingida. Tratava-se de uma inovação barata, de fabricação própria, de um culto falsificado.

Ele não valor espiritual nenhum. E um engano. Não torna ninguém mais santo. Paulo diz que as regras rigorosas dos ascetas “não têm valor algum contra a sensualidade” (2.23).

Nenhum amontoado de regras religiosas pode mudar o coração do homem. Somente o Espírito Santo pode fazê-lo.

Warren Wiersbe

Diz que as regras rigorosas dos ascetas no máximo fazem aflorar o que há de pior, em vez de estimular o que há de melhor. A santificação ascética e legalista foi clara e terminantemente rejeitada pelo apóstolo Paulo. Em nenhum lugar a carne é tão bem camuflada e tão perigosa como quando se torna “religiosa”, diz Werner de Boor. A religião das obras nada mais é do que a religião do orgulho.

Ela professa humildade diante do mundo, mas essa humildade é falsa, pois ensina uma salvação adquirida pelo esforço do homem, rejeitando dessa forma a graça de Deus. A verdadeira humildade reconhece sua total carência da graça de Deus (Mt 5.3).

Ela não chega diante de Deus batendo no peito, aplaudindo suas próprias virtudes e exigindo seus direitos, mas chega prostrada, suplicando Sua misericórdia. A verdadeira humildade recebe de bom grado a salvação comprada por Cristo na cruz em vez de querer abrir um novo caminho para o céu mediante as obras.

William Hendriksen

Corretamente afirma que qualquer sistema religioso que não deseja aceitar a Jesus Cristo como o único e todo suficiente Salvador é uma gratificação da carne e uma entrega ao capricho pecaminoso do homem, como se ele pudesse, mediante seus próprios inventos, aperfeiçoar a já completa e cabal obra de Cristo.

Russell Shedd destaca as romarias que as pessoas fazem até Fátima, em Portugal, ou até Aparecida, no Brasil, andando de joelhos nus e ensanguentados, sofrendo agonias, na esperança de que a severidade no trato do corpo venha a agradar a Deus ou à “santa”; mas isto em nada transforma o coração do sofredor.

Ralph Martin

Conclui esse ponto nas seguintes palavras: Paulo reconhece que o ascetismo possa produzir visões, mas a condenação dele recai sobre o motivo e os resultados. O motivo é o desejo de uma experiência espiritual que passe por cima de Cristo e 1 procure a gratificação numa exaltação sensual. O resultado final é um senso de orgulho espiritual, o que Paulo chama de uma capitulação à sensualidade, à “satisfação da carne”, ou seja, da natureza não regenerada do homem.

Bruce Barton

Exorta que devemos acautelar-nos acerca da religião das obras, sempre fazendo as seguintes perguntas:

1) Esse grupo religioso está enfatizando a graça de Deus ou as regras feitas pelos homens?

2) Esse grupo religioso tem uma vida disciplinada ou é impiedosamente crítico dos outros?

3) Esse grupo religioso coloca sua ênfase na Palavra de Deus ou em fórmulas, conhecimentos secretos e visões especiais?

4) Esse grupo religioso exalta a Cristo e Sua obra ou os observadores de suas regras?

5) Esse grupo religioso reconhece e valoriza a Igreja de Cristo, comprada pelo Seu sangue, ou a negligencia, exaltando apenas o seu grupo?

LOPES, Hernandes Dias. Colossenses. A suprema grandeza de Cristo, o cabeça da Igreja. Editora Hagnos. pag. 155-157.

Aperfeiçoamento

Aperfeiçoamento do caráter cristão através de regras é a doutrina dos homens (cons. Cl. 2:8). Embora a observância de tabus dê ao homem a reputação de sabedoria espiritual e humildade sacrificial, tais tabus na prática “honram, não a Deus, mas ao orgulho do próprio homem” (tradução de Phillips).

Phillips, provavelmente com razão, entende que sensualidade é “o velho homem”, o homem em sua rebeldia do pecado, e não simplesmente um termo sensual (cons. 2:18). Em contraste, disciplina do corpo (E.R.C.) deve ser literalmente entendida como prática ascética.

Charles F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody. Editora Batista Regular. pag. 23.

1 Lição – Daniel ora por um despertamento

2 Lição – Despertamento Espiritual – um milagre

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4 respostas para “3 LIÇÃO 3 TRIMESTRE 20 – O DESPERTAMENTO RENOVA O ALTAR”

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