4 Lição 1 Tri 21 A Atualidade dos Dons Espirituais

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Texto Áureo

“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.” (1 Co 12.4)

Verdade Prática

Ser pentecostal significa crer na atualidade das manifestações do Espírito Santo, e isso envolve o batismo no Espírito e os dons espirituais.

OBJETIVO GERAL

Apresentar a atualidade dos dons espirituais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Apontar a necessidade dos dons espirituais hoje;

Situar a função dos dons espirituais;

Reconhecer que os dons revelam a unidade na diversidade.

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LEITURA DIÁRIA

Segunda – Rm 12.6-8 Alguns dons espirituais são apresentados em Romanos

Terça – 1 Co 12.28-30 O apóstolo acrescenta alguns dons à lista de Romanos

Quarta – 1 Co 12.31 Somos ensinados a procurar os melhores dons

Quinta – 1 Co 13.1-3 O amor supera os dons espirituais

Sexta – 1 Co 14.1 O Novo Testamento nos ensina a buscar os dons espirituais

Sábado – Ef 4.8-11 Os dons de Cristo aqui são os mesmos dons do Espírito Santo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 12.1-11

1 – Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.

2 – Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.

3 – Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.

4 – Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.

5 – E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.

6 – E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.

7 – Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.

8 – Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;

9 – e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;

10 – e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.

11 – Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente cada um como quer.

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HINOS SUGERIDOS: 7, 349, 517 da Harpa Cristã

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Os dons espirituais são realidade na Igreja de Cristo. Na Bíblia não há menção de algum ensino que afirme a cessação desses dons após o período dos apóstolos. A Bíblia e o testemunho da história da Igreja garantem que os dons espirituais sempre estiveram presentes no Corpo de Cristo em maior ou menor grau. 

Não podemos esfriar na fé. Não podemos esquecer que, sem a manifestação poderosa do Espírito Santo, corremos o risco de tornar apenas um aglomerado formal de crentes. Uma igreja orgânica, aquecida pelo Espírito Santo da Promessa faz a diferença no bairro, na cidade, no estado, no país e no mundo. Que o Espírito Santo ache plena liberdade em nós!

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INTRODUÇÃO

Os pontos básicos da presente lição são a necessidade e a função dos dons espirituais na atualidade para demonstração do poder de Deus perante o mundo, a edificação interna da vida da Igreja, seu conforto e crescimento espiritual.

Comentário

Responsabilidade quanto aos dons. É preciso haver responsabilidade quanto aos dons, a fim de que não haja mau uso deles.

1) Conhecer os dons. “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (I Co 12.1).

2) Buscar os dons. “Procurai com zelo os melhores dons” (I Co 12.31).

3) Zelar pelos dons. “Procurai com zelo os dos espirituais” (I Co I4.I).

4) Ser abundante nos dons. “Procurai progredir neles, para a edificação da igreja” (I Co 14.12, ARA).

5) Ter auto disciplina nos dons. “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (I Co 14.32).

6) Ter decência e ordem no exercício dos dons. “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (I Co 14.40).

Portanto, poder, sinais, curas, libertação e maravilhas devem caracterizar um genuíno avivamento pleno de renovação espiritual e pentecostal. No entanto, tudo deve ser livre de escândalos, engano, falsificação, e segundo a decência e ordem que a Palavra de Deus preceitua (I Co 14.26-40).

HORTON. Staleym. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD. pag. 201-202.

Os coríntios haviam perdido seu senso de valores em relação aos vários dons do Espírito Santo. Eles começaram a considerar as manifestações de êxtase como sendo os melhores dons espirituais, e tiveram a tendência de minimizar outros ministérios do Espírito. No capítulo 12 Paulo declara duas verdades simples. Em primeiro lugar, todos os dons vêm do mesmo Espírito Santo e não podem se opor uns aos outros. Depois o apóstolo dá exemplos da importância de todos os dons comparando os membros da Igreja à estrutura do corpo humano.

Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 332.

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PONTO CENTRAL:

Os dons espirituais são atuais para a Igreja

I – A NECESSIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS HOJE

É necessário ensinar na igreja sobre os dons espirituais para que ninguém fique desinformado sobre o assunto. Por meio deles confessamos o nome de Jesus e somos edificados. O apóstolo introduz a seção afirmando que todos devem se inteirar melhor sobre os dons espirituais.

1. Exortação a conhecer os dons (v.1).

O apóstolo Paulo mostra que o ensino sobre os dons espirituais é importante e afirma: “não quero, irmãos, que sejais ignorantes”. Isso não quer dizer falta de experiência sobre o assunto, pois “nenhum dom vos falta” (1 Co 1.7). O que o apóstolo quer dizer com essa declaração introdutória é que esperava dos coríntios, e essa é também a vontade do Espírito ainda na atualidade, que todos os crentes entendam os dons e a sua finalidade.

Comentário

«…a respeito…» Provavelmente uma referência à inquirição feita pelos crentes de Corinto, em uma missiva dirigida a Paulo, como também se vê em I Cor. 7:1. Ou então essa expressão pode ser uma simples designação de modificação de assunto, em que se passaria para outro tema.

«…não quero que sejais ignorantes…» Essa fórmula paulina indica os assuntos que merecem nossa cautelosa atenção. (Ver I Cor. 10:1 e comparar com Rom. 1:13; 11:25; II Cor. 1:8; I Tes. 4:13). Porém, também pode estar subentendido que a despeito de todo o seu pretenso conhecimento, bem como da posse de tais dons, devido ao seu abuso, faltava-lhes o conhecimento essencial a respeito desses dons e de seu propósito. Aqueles coríntios vinham usando os dons espirituais para sua própria exaltação, como parte de suas facções e de sua adoração a «heróis», ao invés de fazerem-no para a glória de Cristo. Ora, isso era uma «ignorância» essencial sobre a questão da natureza e do uso dos dons espirituais.

«…irmãos…» Essa palavra é de vez em quando usada por Paulo para suavizar suas declarações ásperas, mostrando seu afeto, reconhecendo que estava identificado com eles, em Cristo, conforme tem sido frequentemente empregado em outros trechos desta epístola. (Ver I Cor. 1:11,26; 2:1; 3:1 e 10:1). Paulo também empregou a expressão «meus amados», em I Cor. 10:14. Mas, em I Cor. 11:1, volta ele a empregar a palavra «irmãos».

«…ignorantes…», isto é, acerca dos meios, dos usos e dos propósitos dos dons espirituais, especialmente em face do fato que servem para exaltar a Jesus Cristo e devem proceder da parte do Espírito Santo (ver o terceiro versículo deste capítulo), em contraste com sua anterior idolatria, que envolvia todas as modalidades de elementos prejudiciais (ver o segundo versículo). Os verdadeiros dons espirituais e seu devido emprego devem ser encarados como um sinal digno de confiança que os crentes de Corinto tinham abandonado sua adoração idólatra, pertencendo agora a um novo Senhor. Porém, os abusos por eles cometidos punham tudo isso em dúvida.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 189.

A importância do verdadeiro entendimento dos dons espirituais (12.1). Quando Paulo escreve: Não quero, irmãos, que sejais ignorantes, ele está indicando a importância de todo esse assunto. Os coríntios haviam sido recentemente convertidos ao cristianismo. “Com suas ideias sobre a moralidade cristã ainda em fase de formação, com pouco conhecimento das Escrituras do AT, e com as Escrituras do NT ainda em fase de composição, não é de admirar que os coríntios fossem ignorantes”.

Era muito importante ter conhecimento sobre o lugar e a natureza dos dons espirituais, porque os coríntios tinham uma formação voltada à idolatria. Paulo estava ansioso para “apagar das suas mentes alguns traços do seu antigo politeísmo, imprimindo nelas a verdade de que os diversos dons vêm de um Espírito, da Unidade Infinita”.

Em Corinto o conceito que as pessoas tinham sobre os dons do Espírito havia se degenerado. Como consequência natural, “os dons eram muito reverenciados, não aqueles que eram os mais úteis, mas os que eram aparentemente mais impressionantes. Entre eles o dom de línguas era o mais proeminente por ser o mais expressivo da nova vida espiritual”. A maioria dos dons relacionados por Paulo no capítulo 12 foi ignorada e aquele que mais se distinguia dos outros era o dom de falar em línguas.

Parece que o interesse estava centralizado em adquirir o poder de fazer coisas milagrosas e de provocar admiração na mente dos descrentes. O Espírito Santo foi explorado com a finalidade de se obter resultados sensacionais. “Parece que a sua função santificadora na vida dos cristãos havia sido relegada a um segundo plano, e Ele era considerado o autor, não da graça… mas dos [dons] charismas, e no vocabulário da época a palavra ‘espiritual’ era um atributo imputado aos efeitos do espírito de poder, e não aos efeitos de um espírito de santidade”.

Dessa maneira, o Espírito Santo passou a significar, na mente das pessoas comuns, não o poder de crer, de esperar, de amar ou de ser puro, mas o poder de falar admiravelmente, em êxtase, e de realizar feitos sensacionais. Sobre esse tipo de religião o mesmo autor declara:

Toda a comunidade das pessoas que podem ser religiosas, mas ao mesmo tempo falsas, ambiciosas e sensuais, que se dobram como juncos frente à crescente corrente de um tempo de entusiasmo, mas sem uma radical mudança do coração, logo começa a fervilhar. Elas apareciam em toda parte, como a praga no meio do trigo do Reino, e eram singularmente abundantes na igreja de Corinto, onde todos podiam falar de uma forma ou outra, e a virtude não era levada em conta – uma igreja que havia se limitado a uma mistura de línguas.

Por causa da dissensão e dos atritos causados pela perda de perspectiva em relação aos dons espirituais, a igreja de Corinto enfrentava sérias dificuldades, correndo até mesmo o risco de uma extinção espiritual. Como Hayes comentou: “Esta é uma prova da insuperável genialidade do apóstolo Paulo, que foi capaz de salvar essa e todas as suas igrejas do fanatismo e da dissolução, e de construir por meio delas um cristianismo que conquistou o mundo”.

Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 333.

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2. Pneumatikós e chárisma.

São os dois termos gregos básicos usados pelo apóstolo para “dons espirituais” (vv. 1-11). O adjetivo pneumatikós, “espiritual”, Paulo emprega de forma substantivada, tōn pneumatikōn, literalmente, “das coisas espirituais” (v.1); o contexto mostra que ele se refere aos dons espirituais. O substantivo chárisma, “dom”, um cognato de cháris, “graça”, cuja ideia é o que foi dado pela graça, aparece duas vezes: “de dons” (v.4); “dons” (v.9).

São vários tipos de charismata no Novo Testamento que o tempo e o espaço não permitem enumerá-los na presente lição. Todos nós devemos buscar os dons espirituais a qualquer momento.

Comentário

As palavras acerca dos dons espirituais indicam que Paulo está prestes a introduzir outro assunto que os coríntios haviam mencionado na carta que lhe escreveram. Existe uma debatida questão sobre se a palavra dons deveria ser incluída. A palavra espirituais (pneumatika) é geralmente aceita como uma referência a “coisas espirituais” ou aos dons espirituais. O termo comum do NT para “dons” é charisma. Essa palavra não ocorre no texto, porém como todo o conteúdo trata desse assunto, entendemos que seria correto interpretar o termo pneumatika com o significado de dons espirituais.

Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 332.

O vocábulo grego charismata (graças espírítuaís), com exceção do trecho de I Ped. 4: 10, é um termo usado exclusivamente pelo apóstolo Paulo, em todo o N.T. A forma singular dessa palavra, ou seja, charisma, é usada por esse apóstolo para referir-se redenção ou salvação como dom gracioso de Deus (ver Rom. 5:15 e 6:23); mas também como um dom que capacita o crente a realizar sua adoração na igreja local (ver I Cor. 7:7); ou ainda como um dom especial que capacita o crente a cumprir certos ministérios particulares na igreja (ver I Cor. 12:28 e ss, que é o tema do esboço do estudo que se segue).

Quanto a passagens escritas por Paulo, que falam sobre os «dons espirituais”, ver Rom, 12:6-8 e I Cor. 12:4·11,28·30. O décimo terceiro capitulo da primeira epístola aos Coríntios, que apresenta o amor Cristo como o grande motivador de toda a ação Cristã, inclui o uso dos dons espirituais, lá o décimo quarto capitulo enfatiza a profecia como o maior dos dons, e regulamenta o emprego dos dons espirituais nos cultos de adoração. (Ver também Efé. 4:7-12).

Os dons espirituais sempre subentenderam serviço prestado na igreja, a edificação da igreja. Os dons não eram dados meramente a fim de autenticar a natureza espiritual da igreja, embora talvez exercessem essa função secundária. Mas um dom não é dom enquanto a igreja não for ajudada, por seu intermédio, a crescer em Cristo.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 219.

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3. O que são os dons espirituais?

A Declaração de Fé das Assembleias de Deus define os dons espirituais como “capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja”.

Esses recursos são operados por meio dos crentes em Jesus (2 Co 4.7; Cl 1.27), enquanto a Igreja estiver na terra (1 Co 13.8-10). Isso envolve todo o aspecto da vida cristã como adoração (1 Co 14.6,26; Fp 3.3), evangelização, operações de milagres (At 13.9-12) e o exercício do ministério (1 Tm 4.14).

Eles podem ser concedidos de repente em qualquer fase da experiência cristã, ao ser batizado no Espírito Santo, no início da fé (At 19.5,6) ou ao longo da carreira cristã (1 Tm 4.14). Todos nós devemos buscar os dons espirituais a qualquer momento (1 Co 12.31; 14.13,39).

Comentário

Os dons espirituais são poderes sobrenaturais do Espírito para que a Igreja atue como um todo no mundo; são concessões da graça do Espírito conforme a medida da fé de cada um: “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé” (Rm 12.6). Os dons são distribuídos pelo Espírito para 0 perfeito funcionamento da Igreja, que é o corpo espiritual de Cristo: “Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular” (1 Co 12.27).

Na diversidade, cada dom é concedido para o que for útil.10 Eles não são atestados pessoais de santidade que induzem as pessoas a acreditar que são mais santas ou mais espirituais que outras; também não transformam as pessoas em super espirituais, nem as tornam melhores ou superiores a outros crentes; não são para exibição ou superioridade particular no seio da Igreja, mas são para a glória de Deus. Nenhum dom individualiza qualquer crente, porque o mérito será sempre do Senhor.

Os dons fortalecem a unidade da Igreja, promovendo a comunhão dos membros do corpo de Cristo: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também” (1 Co 12.12). O corpo humano possui muitos membros, todos eles indispensáveis para o seu perfeito funcionamento. Cada cristão é parte integrante da Igreja e tem uma função a realizar. Nenhum membro tem utilidade fora do corpo. Cremos que um membro não se isola no corpo, mas faz parte de uma multiplicidade que o torna indispensável.

Soares. Esequias,. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pag. 172-173.

Definição dos dons.

Em seu sentido geral, o termo “dom” tem mais de um emprego. Há os dons naturais, também vindos de Deus na criação, na natureza: a água, a luz, o ar, o fogo, a vida, a saúde, a flora, a fauna, os ali- mentos, etc. Há também os dons por Deus concedidos na esfera humana: os talentos, os dotes, as aptidões, as prendas, as virtudes, as qualidades, as vocações inatas, etc.

O dom espiritual é uma dotação ou concessão especial e sobrenatural pelo Espírito Santo, de capacidade divina sobre o crente, para serviço especial na execução dos propósitos divinos para e através da Igreja. “São como que faculdades da Pessoa divina operando no ser humano” (Horton). Dons espirituais como aqui estudados não são simplesmente dons humanos aprimorados e abençoados por Deus.

HORTON. Staleym. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD. pag. 195-196.

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SÍNTESE DO TÓPICO I

Os dons espirituais são uma realidade hoje.

SUBSÍDIO DIDÁTICO- PEDAGÓGICO

Inicie a aula de hoje perguntando o que são os dons espirituais. Ouça as respostas dos alunos. Após a escuta, exponha o tópico a fim de unificar as informações. Leve em conta que esse tópico refletirá o conceito da expressão “dons espirituais”. É muito importante que cada aluno compreenda com perfeição tal conceito a fim de que ele não tenha dificuldade de compreender as diferentes classes de dons presentes no Novo Testamento. 

Há uma boa definição de dons espirituais que está presente neste tópico, conforme a nossa Declaração de Fé: “capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja”. Ao final da exposição do tópico, revise o conceito de dons espirituais e certifique que os alunos o compreenderam bem.

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II – A FUNÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS

O uso dos dons espirituais é essencial nas reuniões cristãs, na vida pessoal e no serviço da evangelização. Isso era uma realidade na época dos apóstolos e continua um fato na atualidade.

1. As listas dos dons.

Há quem acredite que existem apenas nove dons espirituais, pois interpretam como únicos os apresentados nos vv.8-10. Mas, o apóstolo apresenta mais duas listas de dons espirituais nesse mesmo capítulo, uma com oito dons (v.28) e outra com sete, incluindo algumas repetições da primeira lista (vv.29,30). Há ainda uma lista em Romanos e outra em Efésios (Rm 12.6-8; Ef 4.8-11).

Há quem afirme que a primeira lista é completa e as demais seriam expressões ou explicações desses nove dons. Em nenhum lugar o apóstolo limita o número de dons. Essa explicação está de acordo com a Declaração de Fé das Assembleias de Deus.

Comentário

Existem nove dons do Espírito Santo, e podem ser divididos em três grupos como segue:

1. Os dons de revelação

a. O dom da palavra da sabedoria

b. O dom da palavra da ciência

c. O dom de discernimento de espíritos

2. Os dons vocais

a. O dom de línguas

b. O dom de interpretação de línguas

c. O dom de profecia

3. Os dons de poder

a. O dom de fé

b. O dom de cura

c. O dom de operar milagres

Os dons de revelação referem-se à comunicação sobrenatural, revelada através do Espírito Santo ao coração daquele que recebe este dom. O conhecimento de experiências e situações de outras pessoas, que é revelado mediante esses dons, só se tornará público quando a pessoa que recebe um ou todos estes dons decide falar.

Os dons vocais tratam da comunicação sobrenatural que o Espírito Santo de Deus revela, usando a voz humana. Não somente a pessoa que usa os dons, mas outras ao seu redor podem ouvir a comunicação, pois estes dons são recebidos pelos sentidos.

Os dons de poder são dons grandiosos pelos quais o poder de Deus se manifesta, a fim de transmitir uma resposta miraculosa mediante uma intervenção divina, sobrenatural. Por meio desses dons as pessoas e seu ambiente são transformados.

Cho. David Yonggi,. O Espírito Santo, Meu Companheiro. Conheça melhor o Espírito Santo e seus Dons. Editora Vida. pag. 88-89.

Dons Espirituais

São listados dons espirituais nas seguintes passagens: Romanos 12:5-8, Efésios 4:11-12, I Coríntios 12:8-10, 28-29. Várias classificações têm sido sugeridas:

A. Administrativo – funcional – sinal.

B. Edificação – autenticação.

C. Permanente – temporário.

Alguns dos dons foram determinados como sinais (Línguas, Milagres, Cura, etc..). Outros dons permitem a igreja operar de forma mais ordenada (ajudas, governos), ou abençoa a alguns com suprimentos especiais (mostrando misericórdia, etc.). Um grande número de dons concernentes ao ministério da palavra (ensino, profecia, etc.). Aqueles dons, dados unicamente para suprir as necessidades das igrejas apostólicas eram obviamente temporários. Isso inclui todos os dons de sinais e qualquer dom que envolva a revelação direta aparte da Bíblia.

Duarte. Mateus,. Pneumatologia. Filemom Escola Superior de Teologia.

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2. Classificação teológica.

Os dons mencionados em seguida são classificados em três grupos de três dons (vv.8-11). A divisão mais conhecida é a seguinte:

a) dons de revelação, palavra da sabedoria, palavra da ciência e discernimento dos espíritos;

b) dons de poder, fé, dons de curar e operações de maravilhas;

c) dons de inspiração, profecia, variedade de línguas e interpretação. Essa é uma das várias classificações, todas elas são didáticas.

Comentário
Os Dons do Espírito Santo, 12.8-11

Os vários dons são concedidos pelo Espírito e isso indica que todos são úteis. Eles são concedidos ao homem de acordo com a soberana vontade de Deus e não de acordo com a vontade do homem. Os versículos 8-10 apresentam uma lista de nove dons. Todos eles são concedidos através do Espírito Santo. Deus concede os dons, mas isso é feito através do Espírito Santo, o Diretor especial da Igreja depois do Pentecostes. O Espírito Santo também determina o caráter dos dons (Rm 5.5; 8.12; Ef 4.4; 1 Ts 4.8).

1. A Palavra da Sabedoria (12.8a)

O termo Palavra significa alguma coisa dita ou falada. Sabedoria (sophia) quer dizer: “Julgamento de Deus diante das demandas feitas pelo homem, especificamente pela vida cristã”. E essa sabedoria prática que Tiago considera como sendo um dom de Deus (Tg 1.5). Nesse sentido, “a sabedoria é a capacidade de aplicar nosso conhecimento aos julgamentos ou à prática”.

2. A Palavra da Ciência (12.8b)

Ciência (ou conhecimento; gnosis) “implica em pesquisa e investigação, embora ciência não deva ser entendida em um sentido puramente intelectual; ela tem um caráter existencial”.17 Paulo também faz a associação da ciência com uma espécie de consciência mística sobrenatural, e a relaciona aos mistérios, revelações e profecias (13.2; 14.6). Enquanto a sabedoria vem inteiramente do Espírito, a ciência (ou conhecimento) vem à medida que o Espírito concede.

3. A Fé (12.9a)

Pelo termo fé o apóstolo está querendo dizer aqui “uma fé que tenha resultados especiais e visíveis, uma fé que permita a alguém realizar milagres”. Este é o tipo de fé que Paulo está retratando em 13.2 – a fé que move montanhas. Whedon sugere uma idéia diferente quando escreve que essa espécie de fé é “a realização das divinas realidades pelas quais se forma um poderoso e heróico caráter cristão, exibida em uma resistente manutenção da verdade, e em um destemido sofrimento”. O dom da fé permitiu que os cristãos se tornassem testemunhas desinibidas e mártires destemidos.

4. Dons de Curar (12.9b)

O poder de realizar o milagre de uma recuperação dramática da saúde, era um dos dons concedidos pelo Espírito à Igreja Primitiva. Adam Clarke sugere que este dom “se refere simplesmente ao poder que, em momentos especiais, os apóstolos receberam do Espírito Santo para curar as doenças”. Este escritor afirma que os apóstolos não tinham esse poder como um dom permanente que se tornava efetivo em todas as ocasiões. Paulo não pôde realizar a cura de Timóteo, e nem mesmo remover o espinho da sua própria carne. A palavra curar está no plural no texto grego, indicando diferentes “curas” para vários tipos de moléstias ou enfermidades.

5. Operação de Maravilhas (12.10a)

A palavra maravilhas (ou milagres; dynameon) enfatiza o elemento do poder, e pode se referir à capacidade de realizar extraordinários esforços físicos (2 Co 11.23-28). João Calvino relaciona esse tipo de poder milagroso a acontecimentos como a cegueira de Elimas (At 13.11) e morte repentina de Ananias e Safira (At 5.1-10).

6. Dom de Profecia (12.106)

No AT, as profecias continham tanto as previsões de fatos que viriam a ocorrer, quanto à proclamação de alguma mensagem de Deus. Para muitas pessoas, o elemento da previsão superava o da proclamação. Outras preferiam minimizar o elemento da previsão e consideravam a profecia como apenas uma declaração da mensagem de Deus para a época em que viviam. Ambos os elementos sempre estiveram presentes, embora a ênfase mais importante da profecia, mesmo no AT, fosse a direta apresentação da mensagem de Deus às pessoas da época em que o profeta vivia. No NT, a profecia podia ser ocasional (At 19.6) ou uma função permanente (1 Co 12.28).

No NT, a palavra profecia “é aquele dom especial que exorta e capacita certas pessoas a transmitir revelações de Deus à sua igreja”. Um outro estudioso interpreta a profecia como “uma inspirada transmissão de exortações, instruções ou advertências”.

Whedon nos dá uma abrangente definição: “Uma inspirada pregação; predizendo o futuro, expondo misteriosas verdades, ou pesquisando os segredos do coração e do caráter dos homens”. Paulo tem uma elevada opinião sobre a função dos profetas, como indica a comparação que fez no capítulo 14 entre profetizar e falar em línguas.

7. Discernimento de Espíritos (12.10c)

Todo cristão deve ter, em certo grau, a capacidade de “provar os espíritos” (1 Jo 4.1). Pois, de outra forma, ele se tornará uma vítima de falsas impressões exteriores ou de impressões destruidoras interiores. Aqui, o texto original fala sobre o discernimento, querendo dizer que o cristão deve estar continuamente alerta quanto à orientação do Espírito Santo. Mas, aparentemente, alguns têm o dom de uma visão especial interior, e o conhecimento e a habilidade de distinguir entre as expressões proféticas a fim de saber se elas procedem de espíritos falsos ou do genuíno Espírito de Deus.

Paulo acreditava que existiam espíritos malignos operando nas igrejas dos gentios e entre os cristãos gentios (1 Ts 2.2). Em algumas ocasiões, estes espíritos se manifestavam não só através de falsas profecias, mas também da realização de milagres (At 19.13-16). “Em geral, havia uma imitação demoníaca dos charismata e da obra de Cristo”.

Uma excelente descrição do dom de discernir os espíritos é: “O poder de detectar o hipócrita, como Pedro fez com Ananias; de distinguir os dons verdadeiros dos falsos; e de reconhecer a genuína inspiração”. O problema da Igreja Primitiva não era a sociedade secularizada, mas as religiões pagãs. Com tantas reivindicações pela direção divina, era essencial que a igreja fizesse a distinção entre as verdadeiras afirmações e as falsas.

8. O falar em línguas (12.10d)

A excessiva preocupação pelo dom de variedade de línguas representava o âmago do problema dessa seção. A palavra línguas (glosson) aparece sob várias interpretações: a língua falada ou a língua em ação; com palavras raras, provinciais, poéticas ou arcaicas; a linguagem espiritual, desconhecida pelo homem e pronunciada em um estado de êxtase; e a linguagem conhecida ou dialeto.

Entre os comentaristas mais antigos era costume interpretar tanto as línguas do Pentecostes, como as línguas de Corinto, como línguas conhecidas. Escritores como Lange, Calvino, Adam Clarke e Matthew Henry têm esta opinião. Escritores mais recentes preferem fazer uma distinção entre os dois tipos de línguas.

Um estudioso que aceita as línguas do Pentecostes como sendo as línguas faladas na ocasião, escreve sobre as línguas de Corinto: “Outros possuíam um estranho dom chamado dom de línguas. Não sabemos exatamente do que se tratava, mas parece ter sido uma espécie de exclamação inconsciente através da qual o orador exprimia uma rapsódia apaixonada onde seus sentimentos religiosos recebiam expressão e exaltação”. Já um escritor contemporâneo afirma que “a falta de qualquer necessidade de interpretação [no Pentecostes] torna difícil identificar a situação com a qual Paulo está procurando regulamentar a igreja de Corinto”.

Parece, pela discussão de Paulo sobre a situação dos coríntios, que o problema era a exclamação em êxtase. A solução de Paulo considerava que esse dom certamente não deveria ser admitido como parte do trabalho evangelístico da igreja, nem entendido como extremamente significativo quando comparado com os outros dons. Embora toda essa questão seja bastante delicada, a opinião do autor é que havia um dom válido de falar em línguas na Igreja Primitiva, e que Paulo tinha consciência do verdadeiro dom pentecostal de falar línguas conhecidas. Porém as línguas faladas em Corinto podem não ter sido deste tipo. E bastante possível que o verdadeiro dom de variedade de línguas, relacionado com o Pentecostes, pudesse ter degenerado em expressões ininteligíveis na vida dos instáveis cristãos de Corinto.

9. A Interpretação das Línguas (12.10e)

Existem duas explicações para o dom especial de interpretar as línguas. Uma delas é que “este é um dom pelo qual Deus torna inteligível aquilo que está oculto em todas as afirmações proferidas em êxtase”. Outra explicação foi sugerida por Adam Clarke: “Era necessário que, enquanto alguém estivesse falando sobre as profundas coisas de Deus em um grupo onde vários dos que estavam presentes não compreendiam – embora a maioria compreendesse – que uma das pessoas conseguisse interpretar imediatamente o que estava sendo dito àquela parte da congregação que não entendia a língua”.

O versículo 11 insiste novamente no ponto principal de toda a discussão, isto é, que todos os dons vêm do Espírito. O verbo opera está no presente, e “implica que o Espírito concede esses dons continuamente”.

 A unidade e a consistência do propósito divino estão reveladas na expressão um só e o mesmo Espírito. Diferentes dons não indicam diferentes propósitos divinos. Deus não está se contradizendo, nem causa qualquer atrito, na forma como distribui esses dons. A frase: repartindo particularmente a cada um indica que Deus lida com o homem em uma base pessoal e individual. Como quer indica que o soberano Deus concede os dons em harmonia com o seu propósito.

É Deus, e não o homem, quem escolhe o dom a ser concedido. Portanto, o homem não deve impor qual dom deveria ser escolhido, embora Paulo nos advirta dizendo: “Procurai com zelo os melhores dons” (12.31). Certamente nenhum dom deveria ser considerado uma prova de espiritualidade superior, e nenhum deles deveria ser escolhido como uma exclusiva manifestação do Espírito Santo, pois isso seria fazer uma distorção da obra do Espírito e romperia a unidade divina.

Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 335-338.

Dons de manifestação do Espírito

Vamos agora classificar ou agrupar os dons com o objetivo de entender melhor o assunto. A primeira classificação é a dos dons de manifestação do Espírito em número de nove, conforme I Coríntios 12.8-10. Esses dons são formas de capacitação sobrenatural de pessoas, para a “edificação do corpo de Cristo” como um todo, e também para a bem-aventurança de seus membros, individualmente (vv.3-5,12,17,26).

Os capítulos 12 a 14 de I Coríntios têm a ver com esses maravilhosos dons. Eles são de atuação eventual, inesperada e imprevista (quanto ao portador do dom), tudo dependendo da soberania de Deus na sua operação. Esses dons manifestam o saber de Deus, o poder de Deus e a mensagem de Deus.

Dons que manifestam o saber de Deus (I Co 12.8-10).

Esses dons manifestam a multiforme sabedoria de Deus:

1) A palavra da sabedoria (v.8). E um dom de manifestação da sabedoria sobrenatural, pelo Espírito Santo. E um dom altamente necessário no governo da igreja, pastoreio, administração, liderança, direção de qualquer encargo na igreja e nas suas instituições.

2) A palavra da ciência (v.8). “Ciência” equivale, aqui, a “conhecimento”. Ê um dom de manifestação de conhecimento sobrenatural pelo Espírito Santo; de fatos, de causas, de ensinamentos, de ensinadores, etc.

3) O dom de discernir os espíritos (v.IO). No original, os dois termos que designam este dom estão no plural. E um dom de conhecimento e de revelação sobrenaturais pelo Espírito Santo. E um dom de proteção divina para não sermos enganados e prejudicados por Satanás e seus demônios, e também pelos homens. Uma das principais atividades de Satanás é enganar (Ap 12.9; 20.8,10; I Tm 4.1). Os homens também enganam (Ef 4.14; I Jo 2.26; 2 Jo v.7). Líderes em geral — inclusive de música —, pastores, evangelistas, mestres, precisam muito deste dom para não serem enganados.

Dons que manifestam o poder de Deus (I Co 12.9,10).

Esses dons manifestam a poder dinâmico de Deus:

1) A fé (v.9). E um dom de manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo. Superação e eliminação de obstáculos, sejam quais forem, e de impedimentos; liberação do poder de Deus; intercessão. Não se trata aqui da fé no seu sentido salvífico (Ef 2.8); ou fé como fruto do Espírito (G1 5.22); ou fé significando o corpo de doutrinas bíblicas (G1 1.23); ou fé como o aspecto puramente espiritual da vida cristã (2 Co 13.5). Trata-se da fé chamada “fé especial”, “fé miraculosa”. Este dom opera também em conjunto com vários outros dons.

2) Os dom de curar. Ou “dons de curas”, literalmente (v.9). Isto é, este dom é multiforme na sua constituição e na sua operação. Ê uma sublime mensagem para os enfermos, não importando a sua doença. São dons de manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo para a cura das doenças e enfermidades do corpo, da alma e do espírito, para crentes e descrentes.

Esses “dons de curas” operam de várias maneiras: através da Palavra; através de outro dom; uma palavra de ordem; um olhar; mãos, etc. Os dons de curas abrangem o ser humano em sua totalidade; já o dom da fé, além do ser humano, abrange tudo mais, conforme os planos e propósitos de Deus.

3) A operação de maravilhas (v. 10). No original, os dois termos que designam este dom estão no plural: “operações de maravilhas”. São operações de milagres extraordinários, surpreendentes, pasmosos; prodígios espantosos pelo poder de Deus, para despertar e converter incrédulos, céticos, oponentes, crentes duvidosos. Leia João 6; Atos 8.6,13; 19.11; e Josué 10.12-14.

Dons que manifestam a mensagem de Deus (I Co 12.10).

Esses dons manifestam a mensagem da parte de Deus, poderosa, vivificante, criativa, edificante e consoladora (E em torno desses três últimos dons que ocorre mais falta de disciplina e de ordem nas igrejas, como também ocorreu em Corinto.).

1) A profecia (v. 10). E um dom de manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo Espírito, para “edificação, exortação e consolação” do povo de Deus (I Co 14.3). E um dom necessário a todos os que ministram a Palavra; que trabalham com a Palavra (cf. Lc 1.2b; I Tm 5.7). O grau da profecia na igreja hoje não é o mesmo da “profecia da Escritura” (2 Pe 1.20), que é infalível — a profecia da Bíblia.

A profecia na igreja deve ser, pois, julgada. De fato, a Bíblia declara: “Em parte profetizamos” (I Co 13.9). A profecia da igreja está sujeita a falhas por parte do profeta; daí a recomendação bíblica de I Coríntios 14.29: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem”.

Por que a profecia é denominada o principal dom, conforme I Coríntios 13.2 e 14.1,5,39? Porque a profecia edifica a igreja como um corpo, e não apenas como indivíduos. Também porque a profecia é um meio de expressão de muitos dons (I Tm 4.14a). A maior parte do tempo do culto deve ser para a ministração da Palavra de Deus, e não para a profecia, conquanto seja esta tão importante (I Co 14.29).

2) A variedade de línguas (v. 10). È um dom de expressão plural, como indica o seu título. È um milagre linguístico sobrenatural. Nem todos os crentes batizados com o Espírito Santo recebem este dom (I Co 12.30). Já as línguas como evidência física inicial do batismo, todos ao serem batizados no Espírito Santo as falam.

As mensagens em línguas mediante este dom devem ser interpretadas para que a igreja receba edificação (I Co 14.5,27). O crente portador deste dom, ao falar em línguas perante a congregação, não havendo intérprete por Deus suscitado, deve este crente falar somente “consigo e com Deus” (I Co 14.4,28), isto é, falar em silêncio.

3) A interpretação das línguas (v. 10). Ê um dom de manifestação de mensagem verbal, sobrenatural, pelo Espírito Santo. Não se trata de “tradução de línguas”, mas de “interpretação de línguas”. Tradução tem a ver com palavras em si; interpretação tem a ver com mensagem. As línguas estranhas como dom espiritual, quando interpretadas, assemelham-se ao dom de profecia, mas não são a mesma coisa. O dom de interpretação é um dom em si mesmo, e não uma duplicação do dom de profecia (cf. I Co 12.10,30; 14.5,13,26-28).

HORTON. Staleym. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD. pag. 196-199.

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3. Classificação bíblica.

Stanley M. Horton segue a divisão funcional feita pelo próprio apóstolo, em três grupos, dois, cinco e dois, que duas vezes o adjetivo grego, heteros, “outro de tipo diferente” como “e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé” (v.9); “e a outro, a variedade de línguas” (v. 10b).  Nas outras vezes, o termo usado para “outros” é állos, “outro de mesmo tipo”. Se isso significa uma classificação ou divisão, seriam em três grupos, dois, cinco, dois, assim:

a) dons do ensino ou pregação: palavra da sabedoria e palavra da ciência;

b) dons de ministério: fé, dons de curar, operação de maravilhas, a profecia e dom de discernir os espíritos;

c) dons de adoração: variedade de línguas e interpretação de línguas.

Comentário

Não existe aparentemente nenhum significado ou importância especial para as variações nas frases que mencionam o Espírito —“a um pelo [dia] Espírito” (v.8a), “a outro pelo [kata] mesmo Espírito” (v.8b), “a outro, pelo [en] mesmo Espírito” (v.9a e 9b) (cf. Carson, 37). A razão para as mudanças provavelmente seja uma questão de estilo, por causa da variedade literária, e não por assinalar distinções de significado.

Os dons individuais não estão em compartimentos herméticos. Às vezes se sobrepõem, como dons de curas e de milagres. Em alguns exemplos não é fácil distiguir nitidamente um dom de outro, como no caso de uma palavra de sabedoria e uma palavra de conhecimento.

O uso de Paulo dos dois adjetivos relacionados a “outros” (allos e heteros) deve-se, em meu ponto de vista, a razões de estilo (Barrett, 285) e não sugere uma tripla classificação que usa heteros para introduzir o segundo e o terceiro grupo que começam com fé e línguas, respectivamente. É mais natural agrupar a profecia e o discernimento de espíritos com línguas e interpretação de línguas do que com fé, curas, e milagres.

A lista de Paulo dos nove dons divide-se mais facilmente nos seguintes três gmpos: (a) a palavra de sabedoria, a palavra da ciência; (b) fé, curas, milagres; (c) profecia, discernimento de espíritos, línguas e interpretação de línguas. Martin concorda com esta tripla divisão (12-14). O primeiro grupo (v.8) consiste em dois dons mais proximamente relacionados. O texto grego não tem o artigo definido bo (“o”) antes de logos (palavra) em um ou outro caso. Infelizmente, a maioria das versões em inglês o inseriu. A NIV, por exemplo, diz: “a mensagem de sabedoria” e “a mensagem de conhecimento”. Além disso, a tradução da NIV de logos como “mensagem” deixa também a desejar; embora este seja um significado válido para logos, poderá, aqui, transmitir algo que não foi dito por Paulo. É mais aconselhável traduzir logos com o significado básico de “palavra” ou “declaração”.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. pag. 1011-1012.

Parece haver uma classificação interna, na forma em que o texto foi construído pelo apóstolo em três grupos, dois, cinco e dois.

Duas vezes o adjetivo grego héteros, “outro de tipo diferente” intercala os grupos, assim: “e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé” (1 Co 12.9); “e a outro, a variedade de línguas” (1 Co 12.10b). Nas outras vezes, o termo usado para “outros” é állos, “outro de mesmo tipo”. Nesse caso, héteros seria o elemento divisor. Se isso puder significar uma classificação ou divisão, seriam em três grupos, dois, cinco, dois, assim: a) dons do ensino ou pregação, palavra da sabedoria e palavra da ciência; b) dons de ministério, fé, dons de curar, operação de maravilhas, a profecia e dom de discernir os espíritos; c) dons de adoração, variedade de línguas e interpretação de línguas. Stanley M. Horton segue essa divisão funcional feita pelo próprio apóstolo Paulo.

Soares. Esequias,.O verdadeiro Pentecostalismo. A atualidade da doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo. Editora CPAD. pag. 86.

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4. “Para o que for útil” (v.7).

O Espírito Santo distribui os dons aos crentes “a cada um para o que for útil”, proveitoso para edificação espiritual e crescimento numérico da igreja. A função dos dons espirituais é tornar a manifestação do poder de Deus cada vez mais real e dinâmica para a edificação do corpo de Cristo, é antes de tudo autenticar a obra de Cristo (At 2.33).

Não existe um reservatório ou um depósito de dons na igreja ou nos crentes para que cada um faça uso a seu bel-prazer. O Espírito reparte “particularmente a cada um como quer” (v.11).

Os dons, portanto, não são atestados de espiritualidade e nem de santidade; eles são concedidos para a edificação da igreja e o aperfeiçoamento espiritual dos crentes. Muito cuidado, pois a soberba espiritual é a pior de todas e é pecado. Soli Deo gloria, “somente a Deus a glória” (Is 42.8; Ef 3.20,21).

Comentário

O Espírito Santo opera a favor de um único propósito (12.7). Os dons, ministérios e resultados produzidos por toda a obra têm um único propósito – beneficiar a igreja toda, e glorificar a Deus. Dessa forma, os dons não devem alimentar a rivalidade ou gerar a inveja. Os dons espirituais são concedidos para o que for útil, isto é, para beneficiar os outros. Eles são destinados ao bem comum.

Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 335.

Comentou C.T. Craig, in loc., a respeito destas palavras:

«O dom particular que uma pessoa recebe, não depende de sua própria escolha, mas é determinado pelo Espírito Santo. Portanto, não há motivo algum de orgulho quanto a isso, pois tudo é questão que depende inteiramente da graça».

«…proveitoso…» Aquilo que é «benéfico», «vantajoso», «proveitoso».

Visando O Bem De Todos

1. Os dons espirituais promovem o bem individual e coletivo na igreja.

Suprem tanto as necessidades físicas quanto as espirituais. Têm em mira a existência toda do homem, agora e na outra vida.

2. Os dons espirituais são muitos e diversificados em sua natureza, tal como os membros do corpo são muitos e diferentes. Porém, tal como sucede no corpo, cada membro tem o seu próprio trabalho a fazer, sua própria saúde a resguardar; mas seu trabalho e saúde contribui para o bem-estar de todos os demais membros.

3. Os dons espirituais ajudam a conduzir-nos à própria perfeição de Cristo (ver Efé. 4:12).

4. Os defeitos da parte daqueles que praticam os dons espirituais causam enfermidades no corpo da igreja.

«…A manifestação do Espírito…» Conforme comenta Meyer (in loc.), isso significa «os meios da manifestação do Espírito que habita no crente».

Outros eruditos pensam como segue: «Trata-se da manifestação mediante a qual 0 Espírito de Deus age». Em outras palavras, cada dom é conferido de conformidade com a vontade de Deus Espírito Santo, e através de sua própria operação; e tudo isso visa o benefício espiritual de todos. O Espírito Santo habita em todos os crentes (ver Rom. 5:9), mas ele não se manifesta em todos com o fim precípuo de conferir algum dom espiritual particular, embora assim o fizesse, se a teimosa vontade humana lhe permitisse tal tipo de ação. Quando a vontade humana coopera com o Senhor, então o Espírito Santo se manifesta no indivíduo submisso, de maneira particular, outorgando aquilo que cada dom particular exige. Essa manifestação especial é que cria a capacidade necessária para o exercício deste ou daquele dom espiritual.

O poder da visão não visa beneficiar apenas os olhos; mas tende por beneficiar o corpo inteiro. Assim também o poder da audição não beneficia apenas os ouvidos, mas todo o corpo. Isso ocorre igualmente no caso dos dons e funções dos membros individuais do corpo de Cristo. O Espírito de Deus determina a atividade de cada membro, e nos capacita para essa atividade. Portanto, não sobra lugar algum para a jactância humana.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 192.

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SÍNTESE DO TÓPICO II

O uso dos dons espirituais é essencial nas reuniões cristãs, na vida pessoal e no serviço da evangelização.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“[…] Os dons são encarnacionais. Isto é, Deus opera através dos seres humanos. Os crentes submetem a Deus sua mente, coração, alma e forças. Consciente e deliberadamente, entregam tudo a Ele. O Espírito, então, os capacita de modo sobrenatural a ministrar acima das suas capacidades humanas e, ao mesmo tempo, a expressar cada dom através de sua experiência de vida, caráter, personalidade e vocabulário. Os dons manifestos precisam ser avaliados. Isto não diminui em nada a sua eficácia, pelo contrário, dá à congregação a oportunidade de testar, pela Bíblia, sua veracidade e valor para a edificação.

O princípio encarnacional é visto na revelação de Deus à raça humana. Jesus é o Emanuel, Deus conosco (plenamente Deus e plenamente humano). A Bíblia é ao mesmo tempo um livro divino e um livro humano. É divina, inspirada por Deus, autorizadora e inerente. É humana, pois reflete os antecedentes, situações vivenciais, personalidades e ministérios dos escritores. A Igreja é uma instituição tanto divina quanto humano. Deus estabeleceu a Igreja, pois de outra forma ela nem existiria.

Apesar disso, sabemos que a Igreja é bastante humana. Deus opera através de vasos de barro (2 Co 4.7). O mistério que permaneceu oculto através das gerações e agora foi revelado aos gentios é ‘Cristo em vós, esperança da glória’ (Cl 1.27)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.d. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.470).

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III – OS DONS REVELAM A UNIDADE NA DIVERSIDADE

O apóstolo esclarece que a diversidade de dons é uma necessidade e enfatiza que ela tem suas raízes no Deus trino. Isso à medida em que o Pai, o Filho e o Espírito Santo manifestam suas atividades para a edificação da igreja.

1. Diferentes dons.

Nós precisamos saber que são diferentes os dons da graça concedidos segundo a medida da fé: “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé” (Rm 12.6).

São três classes de manifestações as quais revelam a atuação do Deus trino: diversidade de dons, atribuído ao Espírito; diversidade de ministérios, relacionada ao Filho e diversidade de operações, como a ação do Pai (vv.4-6). Mas é o Espírito a fonte de todos os dons, que distribui os dons para edificação da igreja (v.7).

Comentário

Que esses dons espirituais, mesmo procedentes do mesmo Espírito, são diversos. Eles têm um autor e uma origem, porém, em si mesmos são de várias espécies. Uma causa livre pode produzir variedade de efeitos; e o mesmo doador pode conceder vários dons (v. 4).

“Ora, há diversidade de dons”, tais como revelações, línguas, profecia, interpretações de línguas, “mas o Espírito é o mesmo”. Há diferenças de administrações ou diferentes funções, e oficiais para realizá-las, diferentes ordenanças e instituições (ver w. 28-30), mas o mesmo Senhor, que designou a todas (v. 6). “E há diversidade de operações”, ou poderes miraculosos, chamados energemata dynameon (v. 10), como aqui energemata, “mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”.

Há vários dons, ministérios e operações, mas tudo procede de um Deus, de um Senhor, de um Espírito; isto é, do Pai, do Filho e do Espírito Santo, a fonte e a origem de todas as bênçãos e heranças espirituais: todos vêm de uma mesma fonte; todas têm o mesmo autor. Por mais que eles possam ser diferentes em si mesmos, nisso eles concordam; todos vêm de Deus. E vários tipos são especificados aqui (w. 8-10).

Várias pessoas tinham seus vários dons, algumas tinham este, outras, aquele, todos de e pelo mesmo Espírito. A um era dada a “palavra da sabedoria”, isto é, dizem alguns, um conhecimento dos mistérios do evangelho e habilidade para explicá-lo, um conhecimento exato do plano, da natureza e das doutrinas da religião cristã. Outros dizem que seria pronunciar frases solenes, como os provérbios de Salomão.

Alguns limitam essa palavra da sabedoria às revelações aos apóstolos e por meio deles, “…e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência”, isto é, dizem alguns, o conhecimento de mistérios (cap. 2.3): relacionado às profecias, tipos e histórias do Antigo Testamento; outros dizem que seria uma habilidade e facilidade para aconselhar em casos difíceis. …e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé”, isto é, a fé em milagres, ou uma fé no poder divino e na promessa de que eles estariam habilitados a realizar milagres; ou um impulso extraordinário vindo de cima, pelo qual eles estavam habilitados a confiar em Deus em qualquer emergência, e perseverar em seus deveres, confessar e professar as verdades de Cristo, qualquer que fosse a dificuldade ou perigo,

“…e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar”, isto é, curar as doenças, fosse pelas mãos, ou ungindo com óleo, ou com uma simples palavra, “…e a outro, a operação de maravilhas”: a eficácia de poderes, tais como ressuscitar os mortos, restaurar a vista aos cegos, fazer os mudos falarem, os surdos ouvirem, e curar os aleijados, “…e a outro, a profecia”, isto é, a habilidade para prever eventos futuros, que é o sentido mais usual de profecia; ou explicar a Escritura através de um dom peculiar do Espírito (ver cap. 14.24).

 “…e a outro, o dom de discernir os espíritos”, poder para discernir entre os profetas verdadeiros e os falsos, ou discernir as qualificações internas e legítimas de qualquer pessoa para um ofício, ou descobrir as operações íntimas da mente pelo Espírito Santo, como Pedro fez com Ananias e Safira (At 5.3). “…e a outro, a variedade de línguas”, ou a habilidade para falar línguas por inspiração, “…e a outro, a interpretação das línguas”, ou a habilidade para traduzir línguas estrangeiras pronta e corretamente para a sua própria. Os primeiros ministros e igrejas eram abençoados com tal variedade de dons espirituais.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 481.

Neste parágrafo existe uma apresentação indireta da Trindade, sem qualquer conflito de interesses com as várias manifestações do Deus Trino. O Deus da fé cristã se revela ao homem por meio de dons e serviços.

a) A variedade de dons (12.4). A palavra diversidade transmite a ideia de uma distribuição, divisão ou repartição. O Espírito Santo não se contradiz. Dessa forma, qualquer dom que Ele concede a uma pessoa não está em oposição ao dom que foi dado à outra, nem um dom seria superior ou inferior a qualquer outro. Todos os dons procedem de Deus e são usados na sua obra redentora entre os homens.

Os dons (charisma) se originam da mesma raiz da gloriosa palavra cristã graça (charis). A ideia é de alguma coisa que foi concedida, e nesse sentido todos os cristãos recebem dons de Deus, à medida que o amor e a graça e a totalidade da vida cristã são concedidos ao homem. Mas, em um sentido especial, alguns membros da igreja recebem dons além daqueles que estão diretamente relacionados com a salvação pessoal. Esses dons especiais variam em número, mas todos vêm do mesmo Espírito.

b) A variedade de maneiras de servir (12.5). Além de uma grande variedade de dons que representam uma expressão direta do Espírito Santo, existe uma grande distribuição de ministérios (ou “serviços”, RSV). A maneira como os dons são usados é chamada de serviços ou ministérios (diakonia). Esta palavra grega denota “cada serviço que visa o bem da igreja”. Aparentemente, Paulo inclui o conceito de “serviços” à ideia dos dons para minimizar a importância destes, e maximizar a unidade do Espírito.

c) Uma variedade de resultados (12.6). Também existe na igreja uma diversidade de operações. A palavra operações (energematon) sugere uma “coisa trabalhada” ou um efeito produzido. Existem diferentes forças trabalhando dentro e através da igreja, produzindo diferentes resultados. Existem provas, em toda parte, na criação e na igreja, das maneiras pelas quais Deus opera. Mas Ele nunca opera contra si mesmo e aqui o apóstolo novamente desenha um contraste entre a harmonia das manifestações de Deus e as dissensões e divisões entre os coríntios.

Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 334-335.

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2. Unidade.

Temos diversidades de dons, de ministérios e de operações: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” (v. 11). O termo “diversidade” é repetido uma vez para cada Pessoa divina. Mas, em cada uma aparece a expressão: “mas o Espírito é o mesmo, mas o Senhor é o mesmo, mas é o mesmo Deus”.

O único Espírito, o único Senhor e único Deus referem-se às três Pessoas da Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que aparecem de forma espontânea e automática (Mt 28.19; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2).

Comentário

A palavra «…realiza…» vem do verbo grego «energeo», que significa operar, trabalhar, produzir, efetuar. É a causa eficaz única, o Espírito de Deus, quem «efetua» todos os dons espirituais. Nada vem do homem, e o homem não serve de causa secundária.

Essa é a mesma palavra usada acerca de Deus Pai, no sexto versículo deste capítulo; e a mensagem geral é a mesma que aquela bem enfatizada no caso dos três nomes divinos, nos versículos quarto a sexto deste capítulo. Há diversidade na operação dos dons espirituais; mas nem mesmo essa diversidade serve de sinal de desunião, visto ser tudo provocado pela mesma e única Causa. Na grande Causa todos esses dons são unidos como se fossem um só, um único «efeito»; portanto, a unidade essencial é preservada.

O exercício dos dons espirituais, pois, não pode servir de base para divisões na igreja, na forma de adoração a «heróis», na forma de criação de facções, etc., porquanto somente o Senhor Jesus deve ser glorificado, não podendo tal glorificação ser atribuída a ninguém mais, a despeito da magnitude dos dons espirituais que alguém usa. Por semelhante modo, um dom espiritual não pode ser exaltado em detrimento de outro, visto que todos cooperam juntamente para a glória do mesmo Senhor, bem como visam o benefício da comunidade inteira. Outrossim, nenhum indivíduo é a causa de seus próprios dons espirituais.

Todos eles lhe foram «dados»; por conseguinte, não há motivo algum de jactância. Com isso se pode comparar o trecho de I Cor. 4:7, que diz: «Pois quem é que te faz sobressair? e que tens tu que não tenhas recebido? e se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?» E esse tipo de glorificação humana, tanto do próprio «eu» como de outras personalidades, paralelamente à degradação de outros crentes não tão favorecidos, que Paulo procurava corrigir; visto que a possessão e o uso dos dons eram a principal razão da altivez de espírito que se tornara tão evidente em Corinto.

A palavra «…iodas…» (no grego, «panta») ocupa posição enfática. O Espírito Santo é quem faz «todas as coisas». Por conseguinte, toda a glória seja atribuída ao Espírito Santo, e ao Senhor, a quem ele representa.

«Essa fonte originária é o Espírito de Deus. Assim sendo, não há qualquer contradição entre os versículos sexto e décimo. O que Deus opera, o Espírito igualmente opera. E nem há qualquer contradição entre os versículos décimo e trigésimo primeiro. Nosso anelo intenso pelos melhores dons é uma das coisas que nos capacita a recebê-los, e cada indivíduo recebe-os de conformidade com a intensidade do seu desejo que pode ser cultivado. O Espírito Santo é quem conhece a capacidade de cada crente. Ver I Cor. 3:8; 4:7 e 15:23». (Robertson e Plummer, in loc.).

«Novamente, em notável contraste com a grande variedade de dons espirituais, é reiterada aqui a fonte comum de todos eles, e de forma enfática. Os crentes de Corinto davam valores diversos a esses dons, segundo a variedade de operação dos mesmos. O apóstolo calcula que o seu valor comum precedia do único Espírito, distribuído segundo a sua vontade. Aqueles que valorizavam os homens para mais ou para menos, segundo esses diversos dons, na realidade, inconscientemente criticavam do doador dos mesmos». (Shore, in loc., com uma nota expositiva esclarecida).

Glorificar-se alguém em um dom espiritual, com a finalidade de degradar a outros que possuiriam dons supostamente inferiores, é realmente criticar e pôr em dúvida a sabedoria do doador de todos os dons espirituais, porquanto todos esses dons foram ordenados e realizados por vontade do Espírito de Deus.

Na execução de sua vontade, o Espírito Santo trata de cada crente individual e «apropriadamente». Isso reflete o teísmo, típico do ensino neotestamentário sobre Deus, em contraste com a ideia errônea do deísmo.

O deísmo ensina que existe um poder supremo, mas que não mantém interesse algum pela sua criação e nem tem contatos com a mesma, não punindo e nem recompensando as criaturas morais. Em contraste com essa ideia, o teísmo ensina que Deus continua interessado por sua criação, guiando, recompensando ou punindo. Sim, o Espírito Santo determina e age, não arbitrariamente, mas de conformidade com o que cada qual é capaz, deseja e merece, para ser feito no seio da igreja.

Este versículo, que vincula o Espírito Santo a Deus, defende indiretamente a divindade do Espírito. E a ênfase que recai sobre a sua vontade também demonstra a sua «personalidade». O Espírito Santo não é apenas uma mera influência.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 193-194.

A medida e a proporção com que eles são dados: “Mas um sóeo mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”. E de acordo com a vontade soberana do doa dor. O que pode ser mais livre do que um dom? E o Espírito de Deus não fará o que Ele quer com o que lhe pertence? Ele não pode conceder a quem Ele quiser; um dom para um homem, outro para outro; mais para um, menos para outro, como Ele pensar ser adequado? Ele não é o melhor juiz de como seus propósitos deverão ser cumpridos e de como seus próprios donativos devem ser concedidos?

Não é como os homens desejam, nem como eles podem pensar ser conveniente, mas como o Espírito desejar. Note que o Espírito Santo é uma pessoa divina, Ele opera efeitos divinos e divide dons divinos como quer, por seu próprio poder e de acordo com sua própria vontade, sem dependência ou controle. Mas, embora distribua esses dons livremente e sem controle, Ele pretende que eles sejam usados para o benefício público, para a edificação do corpo, a igreja, e não para honra e vantagem particulares.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 480-481.

4 Lição 1 Tri 21 A Atualidade dos Dons Espirituais

SÍNTESE DO TÓPICO III

Há unidade na diversidade quando os dons espirituais se manifestam.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“[…] O Espírito Santo concede os dons. As Pessoas da Deidade desempenham papéis diferentes, porém cooperam vitalmente entre si e se harmonizam numa unidade perfeita de expressão. A Igreja deve refletir a natureza do Senhor, a quem ela serve. Não há cisma, divisão, orgulho carnal, glorificação do próprio-eu, luta pela primazia ou usurpação de direitos no âmbito da Trindade.

Não devemos fazer o que nossa vontade ordena, mas o que vemos Deus fazendo (Jo 5.19). Quanta diferença faria na maneira de compartilharmos os dons! Ministrados corretamente, os dons revelam a coordenação, a unidade criativa na diversidade e a sabedoria e poder que o Espírito harmoniza. Por toda parte vemos a diversidade. A Igreja pode vir a enfrentar situações das mais diferentes.

Mas podemos dispor dessa obra do Espírito, que nos harmoniza numa unidade maior, se nos prostramos diante do Deus de tremenda santidade, poder e propósitos” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.396).

4 Lição 1 Tri 21 A Atualidade dos Dons Espirituais

CONCLUSÃO

A manifestação dos dons espirituais vai continuar durante todo o tempo em que a igreja peregrinar na terra, isto é, até a vinda de Cristo (1 Co 13.8-10). Essa é uma verdade pentecostal. A igreja atual necessita tanto do poder de Deus como nos dias apostólicos. A missão da igreja de hoje em nada difere de sua missão no passado. Hoje não é diferente, e dependemos do poder sobrenatural na virtude do Espírito (Rm 15.19)

4 Lição 1 Tri 21 A Atualidade dos Dons Espirituais

PARA REFLETIR

A respeito de “A Atualidade dos Dons Espirituais”, responda:

• O que o apóstolo Paulo e o Espírito Santo esperavam dos coríntios e dos crentes hoje sobre os dons espirituais?

O que o apóstolo quer dizer com essa declaração introdutória é que esperava dos coríntios, e essa é também a vontade do Espírito ainda na atualidade, que todos os crentes entendam os dons e a sua finalidade.

• Quais os dois termos gregos usados pelo apóstolo para “dons espirituais”?

Pneumatikós e chárisma são os dois termos gregos básicos usados pelo apóstolo para “dons espirituais” (vv. 1-11).

• O que são dons espirituais segundo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus?

“Capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja”.

• Quais as listas e as classificações dos dons espirituais?

Uma classificação ou divisão, seriam em três grupos, dois, cinco, dois, assim: a) dons do ensino ou pregação, palavra da sabedoria e palavra da ciência; b) dons de ministério, fé, dons de curar, operação de maravilhas, a profecia e dom de discernir os espíritos; c) dons de adoração, variedade de línguas e interpretação de línguas.

• Qual a função dos dons espirituais?

A função dos dons espirituais é tornar a manifestação do poder de Deus cada vez mais real e dinâmica para a edificação do corpo de Cristo, é antes de tudo autenticar a obra de Cristo (At 2.33).

ELABORADO: Pb Alessandro Silva.


1 – A Pessoa do Espírito Santo


2 – A Atuação do Espírito Santo no Plano da Redenção

3 – O Batismo no Espírito Santo

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