6 LIÇÃO 2 TRI 22 EXPRESSANDO PALAVRAS HONESTAS

 

6 LIÇÃO 2 TRI 22 EXPRESSANDO PALAVRAS HONESTAS

 

6 LIÇÃO 2 TRI 22 EXPRESSANDO PALAVRAS HONESTAS

 

TEXTO ÁUREO

“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna”. (Mt 5.37)

 

 

VERDADE PRÁTICA

 

Fazer um juramento ou uma promessa é algo muito sério. Por isso, o cristão deve cuidar para não prometer ou votar aquilo que não vai ter condições de cumprir.

 

LEITURA DIÁRIA

 

 

Segunda – Lv 5.4 O homem é responsável pelo que promete

 

Terça – Sl 15.1-3 Fale a verdade de coração

 

Quarta – Fp 4.8 Pense no que é verdadeiro

 

Quinta – Êx 20.16 Não darás falso testemunho

 

Sexta – Pv 16.13 Quem fala a verdade tem valor

 

Sábado – Ef 4.25 Deixe a mentira e fale sempre a verdade com o próximo

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 5.33-37

 

33 – Outrossim, ouvistes o que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor.

 

34 – Eu, porém, vos digo que, de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o trono d e Deus,

 

35 – nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei,

 

36 – nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.

 

37 – Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna.

 

 

Hinos Sugeridos: 38, 89, 154 da Harpa Cristã

 

 

PLANO DE AULA

 

 

1- INTRODUÇÃO

 

Qual o valor de uma palavra? Houve um tempo em que o empenho da palavra bastava para se concretizar um negócio. A presente lição é um estudo a partir do ensino do Sermão do Monte a respeito da retidão que devemos ter com as palavras empenhadas. Nosso Senhor nos ensinou a respeito dessa verdade. O mesmo cuidado que temos de ter com o nosso comportamento moral, devemos ter com a emissão de nossas palavras

 

 

2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

 

A) Objetivos da Lição:

I) Afirmar que não devemos jurar nem pelos Céus nem pela Terra;

II) Enfatizar que nossas palavras devem ser “ sim ” e “ não”;

III) Pontuar a honestidade com as palavras.

B) Motivação: Quando expomos pensamentos em palavras, revelamos o que pensamos e sentimos. A retidão nas palavras requer retidão no pensamento e no sentimento.

C) Sugestão de Método: Ao terminar o último tópico da lição, faça um resumo do assunto , enfatizando as palavras retidão, honestidade e verdade nas palavras. Assim , deixe claro para a classe que a palavra do cristão não pode ser banalizada.

 

 

3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO

 

A) Aplicação: A presente lição deve levar o aluno a conscientizar-se a respeito da retidão no falar. As palavras revelam o que pensamos e sentimos e, portanto, elas revelam o que somos. Se a nossa mente estiver permeada com os valores do Reino, nossos sentimentos e, consequentemente, nossas palavras expressarão os valores do Reino.

 

 

4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR

 

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final dos tópicos, você encontrará dois auxílios que darão suporte na preparação de sua aula

1) O texto “Juramentos”, localizado ao final do primeiro tópico, é uma explicação bibliológica a respeito do que o Senhor Jesus quis dizer com não fazer juramentos;

2) O texto “A pura honestidade”, localizado ao final do segundo tópico, traz uma reflexão a respeito da simplicidade que nosso Senhor espera de seus seguidores: honestidade com as palavras.

 

 

INTRODUÇÃO COMENTÁRIO

 

Os juramentos sempre estiveram presentes na sociedade. Eles são o compromisso que a pessoa assume publicamente de que cumprirá realmente aquilo que prometeu. Nas Escrituras, os juramentos são de dois tipos: aqueles feitos por Deus e aqueles feitos pelos homens. Quando Jesus ensina que o nosso falar seja “ Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mt 5.37), Ele condena o uso indiscriminado, leviano ou evasivo do juramento que prevalecia entre os judeus. Por isso, nesta lição, veremos como o Mestre ensinou que os homens deveriam ser transparentes e honestos em seu falar, para que os juramentos entre eles se tornassem desnecessários. Em seu Reino, a honestidade de seus membros elimina o uso dos juramentos (Tg 5.12).

 

 

COMENTÁRIO

 

 

A vida cristã não pode ser vivida somente por meio de atos litúrgicos, não se constitui somente de pregação e louvores. Mais do que isso, ela precisa ser demarcada por verdadeiros frutos de arrependimento (Mt 3.8), necessita evidenciar uma justiça superior e uma pureza de coração que possa expressar a real transformação (Mt 5.17-20), de modo que se comprove na prática o que Jesus falou: “Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou caminha na verdade e sinceridade, sem embuste e engodo. Vivemos hoje em um mundo pós-moderno, onde se ensina que a verdade depende do ponto de vista de cada pessoa. Isso faz com que tudo seja muito relativo, todavia, o servo que tem a justiça de Cristo implantada no seu interior procura ser o que Jesus é, andando e falando a verdade, jamais andando na mentira (Ef 4.25).

Devemos ser conscientes de que tudo o que fazemos tem grande impacto para um mundo que vive nas trevas e que tem como seu pai o Diabo, o qual é o pai da mentira e que não se importa com a verdade (Jo 8.44), porém, o mundo não tira os olhos dos que são luz nesta terra, daí a relevância de procedermos corretamente em tudo. Nas missivas de Paulo, as doutrinas quanto ao cristão andar e viver na verdade são altissonantes, pois como já foi transportado das trevas para luz e despido do velho homem, não mente para os outros (Cl 3.9).

Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 107-108.

 

 

Em muitas traduções do texto bíblico, os tradutores nos ajudaram dividindo as porções da Escritura em várias seções e colocando um subtítulo em cada uma delas. É importante ter em mente que esses cabeçalhos não fazem parte do texto original. O sub- título fornecido para esta passagem na tradução New King James é: “Jesus proíbe juramentos”. No entanto, esta é uma interpretação errada do que Cristo ensinou.

Sproul., RC. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017 Editora Cultura Cristã. pag. 98.

 

 

Trata-se do pecado de usar juramentos para reforçar a veracidade de uma declaração. Os fariseus usavam vários tipos de artifício para esquivar-se da verdade, e o juramento era um deles. Evitavam usar o nome santo de Deus, mas empregavam aproximações como a cidade de Jerusalém, céu, terra, ou alguma parte do corpo.

WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. N.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 27.

 

 

Palavra-Chave: PALAVRA

 

 

I – NÃO DEVEMOS JURAR NEM PELOS CÉUS NEM PELA TERRA

 

1- A Lei do Juramento.

 

De acordo com O Dicionário Bíblico Wycliffe, a lei mosaica enfatizou a natureza obrigatória dos juramentos (Nm 30.2) e decretou o castigo para o perjurado, aquele que faz um juramento falso (Dt 19.16-19; 1Tm 1.10). O falso juramento de uma testemunha ou uma falsa afirmação com relação a uma promessa ou a alguma coisa encontrada, exigia uma oferta pelo pecado (Lv 5.1-6; 6.2-6). A lei enfatizou a seriedade dos juramentos (Êx 20.7; Lv 19.2; Zc 8.16,17) e proibiu o juramento por deuses falsos (Js 23.7; Jr 12.16; Am 8.14).

 

 

COMENTÁRIO

 

 

Mais uma vez Jesus vai bater forte contra os escribas e os fariseus no que tange à questão do juramento, isso porque procediam com bonitas palavras, todavia, em seu âmago estavam envenenados pela falsidade e pela inverdade. Antes de prosseguirmos com a exploração do tema, nos apropriaremos da compreensão do que seja o juramento para depois prosseguirmos. Nos tempos antigos, fazia-se uso dos juramentos exatamente com reforço de certas maldições. O que se pretendia com isso era apoiar as ordens (1Sm 14.24), e, nos tratados e alianças, esse reforço era algo bem característico (Gn 26.28; Ez 17.13). A maldição que se fazia nesses juramentos não era irrevogável (1Sm 14.45), mas ficava dependendo da decisão soberana e livre do Senhor (1Rs 18.31).

Historicamente, sabe-se que a prática do juramento era algo bem antigo e anterior à Lei. Ele será posteriormente incorporado ou adotado pela lei civil, pois se considerava imprescindível (Êx 22.11).

Quando nos deparamos com Êxodo 20.7 e Levítico 19.12, compreendemos que há da parte da Lei mosaica uma ênfase forte sobre a gravidade dos juramentos (Lv 6.1).

O posicionamento de Jesus sobre o juramento não é contrário a Lei, mas se opõe à forma como os seus opositores desprezam o princípio nele estabelecido, cometendo grandes abusos, conforme os outros casos anteriormente expostos. Por isso nosso Mestre foi bem categórico e disse:

“De modo nenhum jureis…”. Em texto extraído do Novo Comentário da Bíblia entendemos o que realmente se podia dizer quanto à lei juramento:

A proibição foi contra o juramento falso, isto é, usar o nome de Deus para atestar uma declaração mentirosa. Também pode incluir juramentos frívolos. Tão séria era essa ofensa que de modo algum podia ser perdoada sem punição. “O Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. Este mandamento não exclui o uso do nome de Deus em juramentos verazes e solenes.

No que diz respeito à lei do juramento, os escribas buscavam consubstanciar seus ensinos nas porções veterotestamentárias.

Podemos dizer que eles recorriam aos seguintes textos: Êx 20.7; Dt 6.13; Lv 19.12. Mas o que se pode entender é que, com o passar do tempo, houve da parte dos escribas adulteração de tais palavras, de modo que o Senhor Jesus procurou fazer a correção e mostrar o real propósito da Lei: levar em consideração a honra da glória do nome de Deus.

Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 108-110.

 

 

Em todo o Novo Testamento, vemos que os líderes espirituais faziam juramentos. O apóstolo Paulo, por exemplo, quando escreve aos romanos e de- clara o desejo ardente que seu coração tinha de ver a redenção de Israel, faz um juramento para se certificar de que as pessoas entendiam a sinceridade de sua afirmação. O próprio Senhor Jesus, quando foi julgado no final da vida, testemunhou perante as autoridades sob juramento. Assim, independentemente do modo como entendemos este texto, devemos fazê-lo à luz não somente do contexto imediato, mas também de todo o contexto da Escritura Sagrada. Não podemos tomar uma simples declaração de Jesus e chegar a uma conclusão sem considerar tudo o que ele ensina sobre o assunto.

Sproul., RC. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017. Editora Cultura Cristã. pag. 99.

 

 

Nunca deve ser dada uma sentença com base no testemunho de uma única pessoa. A falsa testemunha deve sofrer o mesmo castigo que pensou infligir há quem acusou. Nenhuma lei poderia ser mais justa. Que todos os cristãos não somente sejam cautelosos ao dar testemunho em público, mas também tenham o cuidado para não se unirem às calúnias; e que tudo o que for acusado por sua consciência de ter cometido delitos, fuja sem tardança e refugie-se na esperança que está posta diante de si em Jesus Cristo.

HENRY. Matthew. Comentário Bíblico Matthehw Henry. Deuteronômio.  Editora CPAD. 4 Ed 2004. pag. 31.

 

 

 

2- O propósito da Lei do Juramento.

 

O propósito do juramento antes era benéfico, tinha o objetivo de descobrir a verdade. Tratava-se de um apelo solene que o adorador fazia a Deus, tendo consciência de que Ele era o grande juiz onisciente e onipotente, dono de tudo, que esquadrinhava os corações de todos os homens (1Cr 28.9; Jr 17.10) e que revelava o íntimo de cada um, a verdade e a sinceridade presentes no espírito do homem. Os juramentos nas Escrituras são de dois tipos, aqueles feitos por Deus e aqueles feitos pelos homens.

 

 

COMENTÁRIO

 

 

Talvez o querido leitor possa interpelar: por que é necessária uma lei de juramento? Entendemos que desde que o pecado entrou no mundo a natureza humana carnal e decaída sempre pende para aquilo que não é verdadeiro, diante disso podemos crer que essa ordenança divina surgiu da parte de Deus como um tipo de freio para as mentiras dos homens.

Um segundo propósito da lei era limitar os juramentos que envolviam as questões sérias, pois muitos, querendo legalizar suas verdades em alguns negócios importantes do dia a dia, procuravam fazer isso usando o nome de Deus para jurar. Tal prática os levaria a procedimentos inconsistentes, é claro. Em momentos solenes e reservados, o nome de Deus poderia ser usado, contudo, cada israelita deveria entender que as demandas que envolvem o viver diário são vistas por Deus e devem ser feitas por aqueles que o servem com verdade, sinceridade, porque seus olhos a tudo e a todos contemplam, como bem disse o escritor aos Hebreus: “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4.13, ARA).

O real propósito da lei do juramento não era que qualquer judeu saísse por aí usando o nome de Deus para confirmar algo, mas que procedessem em tudo com sinceridade e santidade (Lv 11.44), pois eles eram o povo de Deus, com o qual mantinha comunhão. Nos negócios, no trabalho, nos diálogos, em nada poderiam jurar com falsidade, pois deveriam ser conscientes de que Deus os estava vendo constantemente.

Nos dias de Jesus Cristo, a prática de fazer promessas, votos e juramentos era algo normal, mas os escribas e os fariseus sabiam que a Lei de Moisés levava isso muito a sério. Ciente disso, os líderes judeus inventaram manobras para a Lei de Deus com o objetivo de não a cumprirem conforme estava estabelecido. Jesus esclarece aos futuros cidadãos do Reino que em hipótese alguma deveriam proceder como eles, procurando justificar suas palavras, ou seja, bastaria que suas palavras fossem verdadeiras, visto que já tinham corações puros (Mt 5.8).

Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 110-111.

 

 

Juramentos divinos

Toda a fé cristã está enraizada e fundamentada no princípio bíblico da aliança, e as alianças não poderiam ser realizadas sem um elemento essencial: o juramento. Meredith Kline, um falecido estudioso do Antigo Testamento, juntamente com George Mendenhall, da Universidade de Michigan, analisaram a estrutura de alianças antigas de várias nações e descobriram que, em todas elas, havia juramentos. Eles eram feitos não apenas pelas partes subordinadas da aliança, mas também pelas partes superiores. Nossa fé repousa no fato de que 0 Senhor Deus onipotente, ao iniciar uma aliança com seu povo, fez um juramento para selá-la. Conforme o autor de Hebreus nos diz, “visto que não tinha ninguém superior por quem jurar, jurou por si mesmo” (Hb 6.13). Ele colocou sua própria pessoa em jogo para enfatizar a credibilidade das promessas que fez ao povo.

Sproul., RC. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017. Editora Cultura Cristã. pag. 98-99.

 

 

Qual era a finalidade dessas diversas afirmações no tocante a essa questão dos juramentos?

O principal intuito delas era pôr um freio às inclinações humanas para a mentira, resultantes da queda no pecado e do próprio pecado. Um dos piores problemas que Moisés teve de enfrentar foi a tendência do povo para mentirem uns aos outros, dizendo deliberadamente coisas que não correspondiam à verdade. A vida estava se tomando caótica, pois os homens não podiam confiar nas palavras e declarações uns dos outros. Portanto, um dos principais propósitos da lei, quanto a esse particular, era o de refrear essa tendência, controlando-a e, por assim dizer, tornando possível a vida diária.

Outra finalidade deste preceito da lei de Moisés era a de restringir os juramentos quanto a questões sérias e importantes. Aquela gente demonstrava forte inclinação por fazer juramentos acerca de qualquer questão trivial. Ao menor pretexto, juravam em nome de Deus.

Essa determinação bíblica tinha por fim relembrar o povo acerca da seriedade de todos os aspectos da vida diária; relembrar aos filhos de Israel, acima de tudo, o seu relacionamento com Deus; e, finalmente, salientar que tudo quanto eles fizessem estava sob os olhares de Deus, porquanto Deus estava acima de tudo, e cada aspecto das vidas deles teriam de ser vividos para Deus.

O que Jesus quis ensinar com essas palavras:

1º – Proibir o uso indiscriminado do nome sagrado de Deus, na questão dos juramentos e das declarações blasfemas.

2º – Proibir fazermos juramentos por qualquer criatura ou coisa criada, porquanto tudo pertence a Deus.

3º – Jesus afirmou que nenhum juramento ou protesto exagerado jamais se fazem necessários. Todas as nossas afirmativas devem limitar-se a um sim ou a um não. não. Jesus requeria de seus seguidores a verdade pura, palavras sempre verdadeiras em toda a comunicação comum, conversação ou fala. Na qualidade de crentes, sempre deveríamos falar como quem vive na presença de Deus. Nunca, nenhum tipo de circunstância justifica a mentira.

Viviane Adelar Coutinho. Meditações no Sermão do Monte: Ã Constituição do Reino de Deus. 1. ed. 2021. PLUS Simplíssimo.

 

 

3- Não jureis nem pelo Céu nem pela Terra.

 

O estratagema dos escribas e fariseus quanto ao juramento pode ser notado quando eles diziam que qualquer voto que o adorador fiz esse usando o nome de Deus estaria vinculado àquele juramento, mas um voto feito sem que fosse pronunciado o nome de Deus era de menor valor, e nesse caso não precisava ser cumprido. Foi contra esse procedimento dissimulado e hipócrita que Jesus os confrontou (Mt 23.16-18). Essa tenuidade de classificações feitas pelos escribas e fariseus, entre os votos obrigatórios e não obrigatórios, não tinha qualquer base. Para Jesus, quem jurasse pelo céu teria de cumprir seu juramento, pois eles foram feitos por Deus (Gn 1.1), e a terra era o estrado dos seus pés (Is 66.1), e Jerusalém era a cidade do grande Deus (SI 48.3).

A conclusão é que qualquer juramento feito, usando alguns desses elementos, teria de ser cumprido, pois neles o nome de Deus estava envolvido. Um cristão verdadeiro e sincero, que tem o coração transformado pelo Evangelho, não precisa invocar qualquer elemento como céu e terra para afirmar que o que está dizendo é a verdade, posto que na essência a verdade está no íntimo do seu coração, no qual não há mentira, engodo ou engano (Sl 15.2; 24.4; Pv 8.7; Ml 2.6; Mq 6.8).

 

 

COMENTÁRIO

 

 

O grande problema dos escribas e dos fariseus é que eles desprezaram o real espírito da Lei para criarem suas manobras legalistas, e fizeram isso distorcendo realmente o que foi dito da parte de Moisés. Assim, por meio de suas novas interpretações, flexibilizaram a Lei, possibilitando a prática de muitas coisas sem que fossem considerados culpados, ou melhor, não estariam quebrando a Lei.

Na interpretação dos escribas, o perjurar, ou seja, o falso juramento, estaria totalmente isolado, restrito somente a essa questão da Lei, sendo visto por eles como algo pecaminoso e terrível, e de imediato denunciavam quem os praticava. Para os judeus, alguém poderia fazer qualquer tipo de juramento sem quebrar a Lei, desde que não houvesse perjúrio.

Jesus entra com sua interpretação e diz: “Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus” (Mt 5.34, ARA). Um juramento não seria errado quando alguém o fizesse com verdade e buscando reverência para com o nome de Deus. Seu erro consistira na mera superficialidade, o que era feito pelos judeus em quase todas as situações. Jesus esclarece que, vivendo a nova política do seu Reino, o cristão não precisava ficar confirmando suas palavras por meio de juramentos em qualquer situação. Antes mostra que os que vivem em Deus e são dominados pelo seu Espírito Santo não precisam jurar por nada, pois, como bem ensina Tiago, os que fazem isso caem em condenação (Tg 5.12). Um simples sim ou não seria suficiente.

Na artimanha dos judeus, na forma como interpretavam a Lei, eles faziam classificações dos mandamentos, tendo uns como mais importantes do que outros. Isso envolvia o objeto sobre o qual tal juramento seria feito. A prática dos juramentos envolvia o céu, a terra, Jerusalém, a cabeça do corpo, o Templo, a sinagoga e o mais elevado: o nome de Deus.

Nas palavras de Champlin, havia esperteza por parte dos judeus na questão dos juramentos envolvendo o nome de Deus, mudavam, por vezes, o som do seu nome ou então queriam dar outro sentido, de maneira que havia diversas fontes às quais recorriam para fazer tais juramentos; em certos momentos, até faziam uso do nome dos deuses dos gentios. Diante de tal situação, todos passavam a ser condenados porquanto estavam profanando o nome de Deus.

Na visão e interpretação dos escribas judeus, apenas o juramento que fosse feito em nome de Deus era o que deveria ser cumprido, pois esse sim se tratava como o mais importante. Caso houvesse um juramento em nome do céu, da terra, do Templo, da sinagoga, de parte do corpo, não era muito importante e nem obrigatório. Essa interpretação dada pelos judeus tornou-se muito agravante, pois gerou no povo falta de sinceridade, verdade, honestidade e comprometendo sua moral, e, na prática, de tão abundantes juramentos aparentes, a mentira estava presente.

Nessa questão dos juramentos precisamos entender que Jesus não está sendo contra a sua prática, pois eles eram permitidos pela Lei, e nota-se que em muitas partes do mundo se faz uso de juramentos.

Ainda há que se dizer que em momento algum a Bíblia é contra o juramento, pois, caso assim o fosse, estaria sendo contra ela mesma, visto que em alguns momentos isso era feito (Gn 14.22,23; 21.23,24; 24.3,9; Jz 9.15; Mt 26.63,64).

Na verdade, Jesus confronta os judeus sobre a maneira como a maioria deles fazia esses juramentos, os quais eram marcados pela falsidade, hipocrisia e profanação, visando apenas impressionar e chamar a atenção dos outros, e, para ratificarem suas palavras, recorriam ao Santo Nome e aos lugares que tinham relação com Ele, como acima foi mencionado. Quando se usava o nome de Deus com palavras falsas, já estavam cometendo a profanação.

Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 112-114

 

 

Nesta passagem do sermão do monte, há pelo menos dois mandamentos em uma perspectiva mais ampla. Jesus diz: Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus; nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto (v. 34-36). No Antigo Testamento, os juramentos deviam ser feitos em nome de Deus. Os fariseus alteraram isso para que, em promessas menores, não precisassem jurar pelo seu nome. Em vez disso, juravam pelo templo, pela terra, pela cidade de Jerusalém e por todas as coisas sagradas.

Na infância, aprendemos a fazer votos sagrados: “Juro de pé junto!”. Quando queríamos subir um nível, dizíamos algo assim: “Juro pelo túmulo da minha mãe.” Não nos dávamos conta de que uma declaração como essas viola, pelo menos, dois dos Dez Mandamentos. O segundo mandamento proíbe a idolatria, e o terceiro proíbe o uso em vão do nome de Deus. Se eu juro pelo túmulo de minha mãe, estou dizendo que, caso eu não cumpra minha promessa, ele servirá de testemunha contra mim. Todavia, não há nada no túmulo nem em minha mãe falecida capaz de ver o que eu faço. Mesmo se minha mãe pudesse ver 0 que faço com minhas promessas, ela seria totalmente impotente para zelar pela integridade delas. Quando juramos pelo céu, pelo túmulo de nossa mãe ou por qualquer outra coisa, estamos atribuindo a coisas criadas o poder e a autoridade que pertencem somente a Deus. Atribuir onipotência e onisciência ao túmulo de minha mãe é transformá-lo em um ídolo, o que desonra a Deus.

Existem ocasiões corretas para se fazer votos e juramentos. O que Jesus está querendo dizer é que, além de circunstâncias muito especiais, devemos ser conhecidos por nossa palavra, pois somos cristãos. Nossa palavra não deveria exigir sequer um aperto de mão. Seja qual for a promessa, devemos cumpri-la. Não somos obrigados a fazer promessas, entretanto, e devemos estar cientes disso. Se alguém nos pedir, podemos dizer que faremos o melhor para ajudar, mas que não podemos prometer; afinal, com a promessa vem o peso da responsabilidade para cumpri-la, mesmo que não seja algo apropriado. Portanto, sejamos pessoas da Palavra, as quais, por causa da Palavra de Deus e de sua fidelidade a ela, podem refletir esse tipo de integridade que possibilita aos outros confiarem naquilo que dizemos.

Sproul., RC. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017. Editora Cultura Cristã. pag. 101-102.

 

 

Ele começa argumentando que a pergunta sobre a fórmula usada para se fazer votos é totalmente irrelevante e, particularmente, que a diferença feita pelos fariseus entre a fórmula que menciona Deus e aquelas que não o mencionam é inteiramente artificial. Contudo, por mais que vocês tentem, disse Jesus, não podem evitar alguma referência a Deus, pois o mundo todo é mundo de Deus e vocês não O podem eliminar, de modo algum. Se vocês jurarem pelo “céu”, é o trono de Deus; se pela “terra”, é o estrado dos seus pés; se por “Jerusalém”, é a sua cidade, cidade do grande Rei. Se vocês jurarem por sua cabeça, na verdade é sua no sentido de não pertencer a qualquer outra pessoa, mas ainda assim é criação de Deus e está sob o seu controle. Você não pode sequer mudar a cor natural de um simples fio de cabelo, preto na juventude e branco na velhice. Portanto, sendo irrelevante o enunciado preciso de uma fórmula para fazer votos, então a preocupação com as fórmulas não é ponto importante da lei. Na verdade, considerando que todo aquele que faz um voto deve cumpri-lo (seja qual for a fórmula usada para sua confirmação), falando estritamente todas as fórmulas são supérfluas, pois a fórmula nada acrescenta à solenidade do voto. Um voto é obrigatório, independentemente da fórmula utilizada. Sendo assim, a verdadeira implicação da lei é que devemos cumprir as nossas promessas e ser pessoas de palavra. Então os votos se tornam desnecessários. De modo algum jureis (v. 34), seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não (v. 37). Como diria mais tarde o apóstolo Tiago: “Seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não.” E o que disto passar, Jesus acrescentou, vem do maligno, tanto da maldade dos nossos corações com o seu grande engano, como do maligno, que Jesus descreveu como “mentiroso e pai da mentira”. Assim como o divórcio é devido à dureza do coração humano, os juramentos se devem à falsidade humana. Ambos foram permitidos por lei; nenhum foi ordenado; nem seriam necessários.

STOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 47.

 

 

SINOPSE I

O seguidor de Jesus não jura pelo céu nem pela terra. Suas palavras têm o peso da Verdade

 

 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

“Juramentos (5.33-37). A lei mosaica dizia: Não perjurarás (33; Lv 19.12; Nm 30.2; Dt 23.21), isto é, ‘jurar falsamente’ – no Novo Testamento, este verbo só é encontrado aqui. Mas Jesus disse: De maneira nenhuma jureis (34). Ele proibiu especificamente jurar pelo céu, pela terra, por Jerusalém, ou pela nossa própria cabeça (34-36). Os judeus defendiam que jurar pelo nome de Deus vinculava aquele que fazia o juramento, mas jurar pelo céu não trazia nenhum vínculo. Assim, os itens acima eram substituídos como uma forma de subterfúgio, para não se dizer a verdade. Bengel cita o ditado rabínico: ‘Como o céu e a terra passarão, assim também o juramento passará, pois os conclamou como testemunhas’. 36 Jesus defendeu que Deus está sempre presente quando os homens falam; por esta razão, todos devem falar honestamente (CHILDERS, Charles L.; EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood (Eds.) Comentário Bíblico Beacon: Mateus a Lucas. Vol.6. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.60).

 

 

II – NOSSAS PALAVRAS DEVEM SER “SIM” E “NÃO”

 

 

1- Como deve ser o nosso falar.

 

Tomar cuidado com o que se fala é valioso demais. Esta atitude declara que tipo de pessoa nós somos. Um cristão verdadeiro sempre procura falar com verdade e sabedoria. Com muita propriedade, o sábio rei Salomão falou que a morte e a vida estão no poder da língua (Pv 18.21). Jesus foi bem categórico quando afirma que pelas palavras alguém pode ser justificado ou condenado (Mt 12.37), o que nos impele a ter cuidado no nosso falar. Um cristão cheio das verdades divinas terá um falar verdadeiro e reagirá contra todo tipo de falsidade e mentira. Jesus exige honestidade o tempo todo, seja um homem sob juramento ou não. Não há padrão duplo para o cristão.

 

 

COMENTÁRIO

 

 

Não precisamos fazer muito rodeio para dizer como devem ser nossas palavras. Vivendo em Cristo a nova vida, o cristão é sincero no que diz, por isso um simples sim ou não é o suficiente em tudo o que faz, dado que tem consciência de que não pode ser de outra maneira, o que contrariaria seu procedimento verdadeiro e santo. Um viver sincero e honesto não parte da base de um juramento, mas resulta de sua comunhão com Deus, pois, ciente de que Jesus vive em seu ser, jamais será um mentiroso, no demais, dizer sim e não é o recomendável por meio da Palavra (Tg 5.12; 2Co 1.17,18).

Não é preciso juramento no seu falar, porque quando isso acontece já é quase um sinal de que a fala não é verdadeira. Ainda podemos dizer que um juramento feito por uma pessoa que não seja transformada não valerá de nada, já que não vem marcado pela verdade. Dizer um sim ou um não é questão de coração, não de juramento, pois, caso o indivíduo não seja realmente transformado, sempre a inverdade prevalecerá, em destaque o falso testemunho (Mt 15.19).

Amados irmãos, Jesus requer de cada um de nós sinceridade, tanto em nossos atos como em nossas palavras. Não podemos em conversas diárias levar as pessoas a crerem no que estamos dizendo fazendo juramento; o simples sim e não é o suficiente, posto que temos uma nova vida em Cristo Jesus, o dono da verdade (Jo 14.6).

Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 114-115.

 

 

Justificado ou condenado

Por fim, Jesus disse algo muito estranho: porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado (v. 37). Eu en- sino e prego incessantemente a doutrina bíblica da justificação somente pela fé. Isso significa que ninguém é justificado por aquilo que venha a fazer ou dizer. Mas aqui Jesus disse que nós seremos justificados ou condenados por nossas palavras. O que ele quis dizer?

Seria possível que ele estivesse falando sobre nossa profissão de fé nele? Paulo escreve: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com 0 coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação (Rm 10.9-10). É verdade que nós devemos professar nossa fé, mas ninguém jamais é justificado por uma profissão de fé. Qual- quer um pode dizer: “Eu creio em Jesus. ” Como vimos quando estudamos o sermão do monte, Jesus disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus” (Mt 7.21a). Ele deixou claro que é possível proferir palavras sem acreditar nelas.

Jesus não estava falando sobre a doutrina da justificação. Ele estava falando sobre a manifestação daquilo que está no coração. Quando estivermos diante de Deus no juízo final, ele reproduzirá gravações daquilo que saiu de nossa boca. Se, nesse registro, houver um fluxo contínuo de palavras vãs, elas nos condenarão. Por outro lado, se as palavras que saíram do tesouro de nosso coração revelarem nossa afeição por Cristo e nosso amor pelas coisas de Deus, nós seremos abençoados naquele dia.

Sproul., RC. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017. Editora Cultura Cristã. pag. 345.

 

 

Quão rígido será o julgamento sobre esta prestação de contas (v. 37): “Por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado”; uma regra comum nos julgamentos dos homens, e aqui aplicada ao juízo de Deus. Observe que o teor constante do nosso discurso, se for gracioso ou não, será uma evidência a nosso favor ou contra nós naquele grande dia. Aqueles que parecem ser religiosos, mas não dominam a sua língua, precisam atentar para as seguintes palavras: “Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua língua, antes, engana o seu coração, a religião desse é vã” (Tg 1.26). Alguns pensam que aqui Cristo se refere ao que disse Elifaz (Jó 15.6): “A tua boca te condena, e não eu”; ou, ainda, ao que disse Salomão (Pv 18.21): “A morte e a vida estão no poder da língua”.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 157.

 

 

2- O sim e o não na vida de Paulo.

 

Há situações em que empregamos nossa palavra e, por algum motivo, não conseguimos nos realizar o que dissemos ou planejamos. Em 2 Coríntios 1.12-24, há o relato de um episódio que ocorreu com o apóstolo Paulo. Ele fez planos de visitar os irmãos da Igreja de Corinto, porém, por diversas vezes, foi impedido e as coisas não saíram como havia planejado (2Co 1.6; Rm 1.10; 15.22; 1Ts 2.18). Por isso, seus acusadores se valeram da situação para fazer graves e sérias acusações contra Paulo, dizendo que ele não era confiável. Paulo refuta seus opositores dizendo que não era o tipo de pessoa que diria “sim” quando na realidade queria dizer “não”.

O apóstolo toma Deus como sua fiel testemunha e explica o motivo pelo qual não tinha ido logo fazer essa visita, que era para poupar os irmãos (2 Co 1.23). Deus, que conhecia o seu coração, disse o apóstolo, sabia do seu verdadeiro sentimento e da grande vontade de ir visitá-los, e declarou a todos que sua vida era de simplicidade e sinceridade, tanto diante da Igreja como do mundo (2 Co 1.12). Da mesma maneira que os coríntios podiam confiar que Deus manteria suas promessas, também podia confiar que Paulo, como representante de Deus, manteria as suas. Ele ainda os visitaria, mas em uma ocasião melhor.

 

 

COMENTÁRIO

 

 

Quando lemos 2 Coríntios 1.12-24, pelas expressões contidas nessa seção, nota-se um Paulo humano, com sentimentos, pois, diante das acusações que lhe foram feitas, sentiu-se profundamente abalado, isso porque sua sinceridade foi atacada, razão pela qual prontamente teve de reagir. A questão surge por causa dos planos de viagem que o apóstolo havia feito (2Co 1.15-24), porém, Paulo fala aos irmãos de Corinto que seu ministério tinha como base a nova aliança e todos os sofrimentos que vivia por causa da obra de Cristo eram suas credenciais.

Paulo era um obreiro sincero, verdadeiro, isso ele não somente deixa claro para os coríntios, mas perante Deus, por isso invoca sua própria consciência como prova do que estava falando. O que motivava Paulo a desempenhar bem seu ministério era o chamado que o Senhor lhe fizera e a autoridade recebida dEle. Além disso, vivia plenamente em santidade, o que se confirmaria na sua prática ministerial como um apóstolo. Por meio de seu ministério entre os coríntios, todos poderiam confirmar as verdades que esse apóstolo estava falando, porque vivia para eles (1Co 4.15; 9.2). No demais, esses crentes eram a própria carta de Paulo (2Co 3.3). Quanto às outras coisas, na eternidade tudo revelaria o real motivo que levava esse obreiro a fazer a obra, é isso que diz Paulo (1Co 1.31).

Os que fizeram acusações contra Paulo por causa da mudança de planos na viagem fizeram com que o apóstolo se sentisse extremamente triste e decepcionado, isso porque enfraqueceram a sua imagem de líder perante os irmãos de Corinto. Sendo assim, ele busca se justificar diante de todos sobre essas mudanças de planos.

Segundo alguns estudiosos bíblicos, a viagem projetada não aconteceu. Paulo narra tudo o que ocorreu desde o início em relação aos seus planos e quais fatos levaram a modificá-los. Ele fez isso para que não se fizesse julgamento precipitado quanto ao seu caráter, especificamente para que não achassem que ele era um mentiroso.

Era propósito do apóstolo Paulo estar em Corinto por duas vezes.

A primeira seria quando estivesse de passagem a caminho da Macedônia, e quando voltasse ficaria lá por mais um tempo (1Co 16.6,7). Isso faria antes que prosseguisse de viagem pela Judeia. As acusações que fizeram ao apóstolo machucaram-no grandiosamente, pois era um homem fiel em sua palavra; afinal, um verdadeiro homem de Deus só tem sim, sim, e não, não, no que diz. É bem possível que desse modo estivesse fazendo menção da injunção de Cristo de não se fazer juramento, mas ser sincero no que diz.

Paulo queria que os irmãos de Corinto tivessem entendimento para não se abalarem com as acusações de seus opositores, que procuravam atingir sua honra e desmoralizá-lo perante todos como um mentiroso, e que eles mesmos fossem conscientes de que um homem de Deus não procede dois tipos de conversa. No demais, tanto Silvano como Timóteo, que eram seus cooperados, sabiam de sua sinceridade e verdade quanto à pregação e ao ensino do evangelho de Cristo, e foi com esse ensino e pregação que os coríntios também foram ensinados. Portanto, não havia motivo algum para esses crentes não acreditarem em Paulo.

Além de ser um homem sincero, um apóstolo verdadeiro, sem engodo, mentira, inverdades, os irmãos de Corinto puderam confirmar seu apostolado (1Co 9.2). Tanto ele como os demais irmãos que viviam em Cristo diziam amém no culto (1Co 14.16), não poderia Paulo ser falso, por isso que tais acusações machucaram-no, mas ele esperava uma reconciliação com todos.

Por meio dos esclarecimentos feitos pelo apóstolo, ficou claro que sua palavra era digna de confiança, e as mudanças que aconteceram foram por amor aos próprios irmãos de Corinto. Isso se confirma muito bem pela frase final do versículo 24 do capítulo 2. Quando intencionou visitá-los, sentiu que iria no espírito de querer dominar-lhes a fé, por isso desistiu de imediato da viagem, pois não queria estar entre eles como dominador, mas no sentimento de comunhão e igualdade, pois o que desejava a eles era a alegria e que estivessem firmes na fé (Fp 1.3.8).

Paulo disse para sermos seus imitadores, como ele foi de Cristo (1Co 11.1). Como ele era um líder sincero, honesto em suas palavras, não tendo sim e não ao mesmo tempo, também devemos proceder de modo semelhante. É triste dizer, mas muitos homens que se dizem servos de Deus, obreiros, apóstolos, mas faltam com a verdade, com isso comprometem sua vida e a mensagem que pregam. Fujamos de tal procedimento.

Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 115-118.

 

 

A Integridade dos Seus Planos de Viagem (1.15-22)

Como ele não tinha cumprido o seu itinerário anunciado (1 Co 4.19; 16.5-6), alguns dos coríntios desafiaram a integridade de Paulo. Antes de explicar a verdadeira razão para a sua mudança de planos, Paulo primeiramente nega a acusação de inconstância e passa a fundamentar a sua integridade como ministro de Cristo na integridade do próprio Deus. “Deus é fiel” (18, ASV, KJV).

Com base na confiança (15) que Paulo expressou em 12-14, ele quis visitá-los tanto a caminho da Macedônia como na sua volta (16) e ser ajudado por eles na sua viagem7 à Judéia (veja o mapa 1).. Ele desejava que eles tivessem “o benefício de uma segunda graça” (15, NEB, lit. – ou seja, “os benefícios de uma segunda visita”).8 A expressão é peculiar. Wendland observa que “uma tremenda consciência de poder se ressalta nestas palavras. O apóstolo é quem traz a divina graça, e a sua presença na igreja significa uma ocasião em que a graça está em ação (veja Rm 1.11; 15.29)”.9 Paulo queria ser uma bênção para eles tanto na ida quanto na volta da sua viagem.

No entanto, para que não ocorresse uma visita “em tristeza” (2.1, RSV; cf. 13.1-2) à igreja, Paulo achou que seria melhor mudar os seus planos. Tal mudança de planos, de acordo com os seus críticos em Corinto, era evidência da leviandade (“inconstância”,

10) do caráter de Paulo (17). O apóstolo julga esta conclusão como inacreditável. E [apelando novamente para essa confiança, v. 15], deliberando isso, usei, porventura, de leviandade? (17). A forma {meti) desta pergunta e a pergunta mais abrangente que se segue antecipam uma resposta negativa. Ele não discute o fato de que modificou os seus planos. Mas nega enfaticamente que faça os seus planos “como um homem mundano poderia fazê-los, de modo a dizer sim e não ao mesmo tempo” (Barclay; cf. Mt 5.37; Tg 5.12). Tomar estas decisões segundo a carne (5.16; 10.2; 11.18) estaria em oposição direta com a vida “segundo o Espírito” (Rm 8.4-8, RSV) ou “na [era] graça de Deus” (12) que ele professa, e que a igreja experimentou nele. Assim, Paulo faz do seu apelo final pela integridade das suas relações com os coríntios um apelo à integridade do próprio Deus. “Antes, como Deus é fiel,11 a nossa palavra para convosco não foi12 sim e não” (18).

Paulo continua, nos versículos 18 a 20, a defender o seu caráter com um argumento, escreve Denney, que “poderia ser repetido por um hipócrita, mas nenhum hipócrita jamais poderia tê-lo inventado”.13 A sua suposição básica é que o caráter de um homem é transformado por aquilo a que ele dedica a sua vida. Foi o Filho14 de Deus, Jesus Cristo,15 que foi pregado (19) entre os coríntios, não somente por Paulo, mas também por Silvano (At 15.22, 27; 1 Ts 1.1; 2 Ts 1.1; 1 Pe 5.12), e Timóteo. Este Cristo provou estar no meio deles de uma vez por todas igegonen) para ser o grande “Sim” de Deus (Hb 13.8). Paulo, o servo, deve ser como o seu Mestre, e o Mestre é o verdadeiro Filho do Seu Pai, o Deus fiel. Assim, a palavra de Paulo (18) para eles dificilmente seria indigna de confiança.

E o “Sim” de Deus que Paulo proclama em Cristo Jesus (cf. Rm 15.18), pois Ele é o “Sim” a todas quantas promessas há de Deus (20). Todas as promessas messiânicas do Antigo Testamento são cumpridas na pessoa de Cristo. “Por ele”16 (ASV) é o Amém17 (Ap 3.14) que os coríntios pronunciam na sua adoração pública18 (1 Co 14.16), para glória de Deus por meio do ministério de Paulo e dos seus colaboradores. É devido ao ministério de Paulo que eles, pela sua experiência com Cristo, são capazes de louvar a Deus abertamente pela prova da fidelidade do apóstolo para com eles em Jesus Cristo. Como Hughes diz: “Enquanto o ‘Amém’ deles comprova a fidelidade de Deus, é ilógico suspeitar da fidelidade do apóstolo que os ensinou a fazer isso!”19 Paulo, de uma maneira muito sutil, confronta os coríntios com a própria incoerência deles.

A seguir, vemos a frase final da defesa que Paulo faz da integridade dos seus planos de viagem. E um apelo a uma experiência presente e progressiva, confirmada por três atos decisivos e simultâneos do Espírito Santo na sua vida (21-22). Na prática, Paulo fundamenta a sua confiabilidade como apóstolo na sua união dinâmica com Cristo: é em (eis) Cristo (21) que Deus confirma (ou estabelece; 1 Co 1.8; Cl 2.7) continuamente o ministério de Paulo com os coríntios. Como membros do corpo de Cristo, as qualidades pessoais do Senhor são transmitidas a eles e, por sua vez, eles são capazes de reproduzir em suas próprias vidas as ações de Jesus.20 Confirma (bebaion) é um termo legal que significa um relacionamento como sendo legalmente indiscutível ou indestrutível.

Paulo aplica a ação decisiva do Espírito, expressa pelos três verbos no aoristo ungiu… selou… deu, primariamente, mas não de modo exclusivo, ao seu próprio chamado e comissionamento (At 9.15-18). Ele foi ungido pelo Espírito como Cristo o foi (lit., o Ungido; Is 61.1-3; Mc 1.10-11; Lc 4.18-19; cf. At 26.17-18), com poder e para dar um testemunho efetivo (At 1.8; 5.32; veja Jo 3.34; 15.26-27). No Antigo Testamento, profetas (1 Rs 19.16), sacerdotes (Lc 16.32) e reis (1 Sm 15.1) eram ungidos para desempenharem os seus cargos. A unção traz consigo os conceitos da autenticidade e da confiabilidade (cf. 1 Jo 2.20, 27). Paulo foi selado (22) pelo Espírito de Cristo (3.17; Rm 8.9), que deixa gravada a sua própria imagem (Rm 8.29; Cl 1.15) na personalidade humana. Este selo do Espírito Santo garante a autenticidade do seu relacionamento com Deus (Ef 1.13; 2 Tm 2.19; Ap 9.4; cf. Rm 4.11; 1 Rs 21.8) e preserva-o neste relacionamento (Ef 4.30; veja Dn 6.17). O selo é a marca de identificação e de segurança (Ed 9.4; Et 3.12; Jr 32.10-14).

Em terceiro lugar, Paulo recebeu o penhor22 do Espírito no seu coração. Ele fala do dom do Espírito (At 2.38; 15.8-9) sob a figura legal do primeiro pagamento, o que é garantia do pagamento total. E uma bênção “da mesma espécie”,23 as “primícias do Espírito” (Rm 8.23; cf. 5.5). Uma parte do futuro já se faz presente e, assim, toma-se a garantia do futuro. Pelo uso da palavra penhor Paulo conecta o Espírito ao cumprimento das promessas de Deus (22), à vida ressuscitada dos redimidos (5.5), e à herança da redenção (Ef 1.14).24 Lightfoot sugere que a metáfora penhor contém outra ideia correlata.

O destinatário do dinheiro do penhor não apenas assegura a si mesmo o cumprimento do pacto por parte de quem paga, mas também garante que ele mesmo cumprirá sua parte no pacto. Pelo próprio ato da aceitação do pagamento parcial, ele se obriga a uma determinada reciprocidade. O dom do Espírito não é apenas um privilégio, mas também uma obrigação… o Espírito tem, podemos dizer, uma garantia sobre nós.26

A defesa feita por Paulo da integridade das suas intenções como ministro de Deus agora está concluída. A fidelidade de Deus (18) comprovada por Cristo (19-20) pode ser verificada na sua vida e no seu ministério pelo Espírito (21-22),26 que os coríntios também já experimentaram. A vista da integridade de Deus assim percebida, certamente podem entender quão infundadas eram as suas acusações.

Frank G. Carver. Comentário Bíblico Beacon. II Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 408-411.

 

 

15-24. O apóstolo se defende da acusação de leviandade e inconstância por não ir a Corinto. Os homens bons devem ter o cuidado de manter a sua reputação de sinceridade e constância; eles não devem resolver, senão baseados na reflexão cuidadosa. E eles não mudarão, a menos que haja razões que o justifiquem.

Nada pode tornar as promessas de Deus mais certas; o fato de serem dadas por meio de Cristo nos assegura que são suas promessas. Assim como as maravilhas que Deus realizou na vida, na ressurreição e na ascensão de seu Filho confirmam a fé. O Espírito Santo firma os cristãos na fé do Evangelho. O despertar do Espírito é o começo da vida eterna; os consolos do Espírito são primícias do gozo eterno.

O apóstolo desejava poupar-se da culpa que temia ser inevitável, se tivesse ido a Corinto antes de saber que efeito a sua carta anterior havia produzido. Nossa força e habilidade se devem à fé; e o nosso consolo e gozo devem fluir da fé. Os temperamentos santos e os frutos da graça que ajudam a fé, asseguram contra o engano em um assunto tão importante.

HENRY. Matthew. Comentário Bíblico Matthehw Henry. II Coríntios.  Editora CPAD. 4 Ed. 2004. pag. 2-3.

 

 

 

3- O que passar disso é uma procedência maligna.

 

Como o caso que aconteceu em Corinto, em que Paulo conhece a importância da honestidade e da sinceridade nas palavras e ações, Deus quer que sejamos verdadeiros e transparentes em todos os nossos relacionamentos. Se não for assim, poderemos nos rebaixar, passando a divulgar rumores, fofocas e a ter segundas intenções, ou seja, daremos lugar a situações de procedência maligna.

 

 

COMENTÁRIO

 

 

Que, portanto, em todas as nossas comunicações, devemos nos contentar com ” sim, sim, não, não” (v. 37). Nas conversas normais, se afirmamos alguma coisa, devemos somente dizer: “Sim”, é assim; e, se for necessário, para evidenciar a nossa certeza de alguma coisa, podemos nos manifestar dizendo: “Sim, sim”, realmente é assim. “Na verdade, na verdade” era o “sim, sim” do nosso Salvador. D a mesma forma, para negar uma coisa, é suficiente dizer: “Não”, ou, se for necessário, repetir a negação e dizer: “Não, não”; e se a nossa fidelidade for conhecida, que isto seja suficiente para termos crédito; e se ela for questionada, reforçar o que dizemos com juramentos não será nada além de torná-lo mais duvidoso.

Aquele que é capaz de engolir um juramento profano, não conseguirá discernir uma mentira. E uma pena que isto que Cristo coloca na boca de todos os seus discípulos precise se r fortalecido, segundo alguns, por outras maneiras, quando (como diz o Dr. Hammond) qualquer coisa além de sim e não nos é proibido, e não somos orientados a fazer uso de outras palavras.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 57.

 

 

Sim, sim… não, não·. Ver Tia . 5:12; IICor. 1:17,18. A repetição da palavra é a confirmação ou não da verdade. A garantia da honestidade do indivíduo deve ser a confiança na sua simples palavra. Provavelmente Jesus insistiria que tal honestidade deve ser inspirada pela consciência da presença de Deus e a relação do homem para com o Senhor. O homem cônscio da presença de Deus e que sente responsabilidade para com Deus, não m ente. Tal honestidade não requer a confirmação de qualquer juramento. E o juramento feito—pelo homem desonesto— não tem valor. A desonestidade de nossa natureza se expressa não apenas na tendência em nos desviarmos da verdade pura, mas também na esperança de que nossos semelhantes façam a mesma coisa. A prática dos juramentos apenas agrava essa situação, porque o próprio juramento é usado para enganar, confirmando de maneira séria uma desonestidade.

Vem do maligno. Alguns interpretam do diabo, que é o ser maligno (Eut., Zig, Cris,., Teof., Beza, Zwfnglio, Fritzche. Meyer e outros,.

Ninguém negaria que, segundo as ideias básicas do N.T., todo mal deu origem na pessoa do diabo, direta ou indiretamente; mas a referência aqui é à perversidade dos homens que empregam o juramento como fito de enganar e cumprir propósitos desonestos, profanando o nome de Deus nesse processo. Dificilmente tais homens usam de juramentos sem algum tipo de maldade. O próprio juramento tende a provocar a maldade. Não jures.

Aquele que jura, mente. Aquele que mente, rouba. Que mais não faria o homem?

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 316.

 

 

Jesus ensina que nossas conversas devem ser tão honestas e nosso caráter tão verdadeiro que não haja necessidade de usar qualquer outro recurso para fazer as pessoas acreditarem em nós. As palavras dependem do caráter, e juramentos não são capazes de compensar a falta de caráter.

“No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente” (Pv 10:19). Quanto mais palavras alguém usa para nos convencer, mais desconfiados devemos ficar.

WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. N.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 27.

 

 

SINOPSE II

As palavras dos seguidores de Jesus devem ser precisas e assertivas

 

 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

A pura honestidade

“Maldizer não é o assunto aqui. Ao contrário, Jesus comenta sobre a prática de obrigar-se a manter uma promessa ao fazer um juramento. No século I, todo um sistema havia se desenvolvido para diferenciar entre os juramentos que se comprometem e os que não com promessas. Assim, uma pessoa ficava comprometida ao jurar “em relação a Jerusalém, mas não se jurasse “por Jerusalém”. Uma pessoa ficava comprometida ao jurar “pelo ouro do altar”, mas não se jurasse “ pelo altar” propriamente dito. Jesus descarta isso como sendo um sofisma. Uma pessoa poderia ser tão honesta que o seu sim significasse sim e o seu não significasse sempre não. O próprio hábito de fazer juramentos fornece uma prova de que a pessoa que jura é desonesta e não se poderia confiar que ela iria manter a sua palavra! Deus não fica satisfeito com a discussão sobre juramentos que comprometem ou não. Deus fica satisfeito com a pura honestidade” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário: Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.26).

 

 

III – HONESTIDADE COM NOSSAS PALAVRAS

 

 

1- A palavra honestidade.

 

Honestidade é uma virtude de alguém que é correto, sincero. Do hebraico, tem os o adjetivo yashar, “reto, honesto, correto, direito, plano, certo, justo”. Jó foi descrito como um homem honesto (Jó 1.8). Em Atos, temos a descrição de Cornélio como um homem reto, honesto (At 10.22). Aquele que tem um viver reto, honesto, jamais permitirá que saiam de sua boca palavras falsas, mentirosas, enganadoras.

 

 

COMENTÁRIO

 

 

O apóstolo Pedro disse que o comportamento do cristão deve ser honesto e cheio de temor (1Pe 3.2). Interessante é que para descrever esse adjetivo ele usa a palavra grega hagnós, respeitável, santo, puro, limpo, puro de sensualidades, casto, recatado, em relação ao procedimento da mulher cristã para com o esposo que não seja crente.

O salvo em Cristo sabe que tudo em sua vida como cristão precisa ser feito com honestidade e honra (At 6.3; Rm 12.17). Na definição que se faz desse adjetivo expressa que uma vida honesta exclui o dolo, a mentira, o engano, tanto nos atos praticáveis do dia a dia como no seu caráter pessoal. Um ditado bem conhecido por todos é: aquele que mente, rouba. Quem não tem pureza de caráter não irá se preocupar com a honestidade no cotidiano, mas os que realmente são transformados pelo evangelho de Jesus Cristo desenvolvem a honestidade constantemente — primeiro, por causa da mudança que sofreu; em segundo lugar, por ter conhecimento da Palavra de Deus, a qual com veemência alerta sobre um proceder honesto, evitando a mentira, o roubo, a fraude comercial e tudo o que for condenado pela Lei (Lv 19.35,36; Dt 25.13-16).

Talvez o leitor pergunte: a palavra honestidade cabe no ensino de Cristo em Mateus 5.33-37? Sim, cabe. Ele fez isso para mostrar que na vida pessoal envolvendo o caráter a exigência é total. Quando proibiu o uso dos juramentos, fazendo destaque das palavras sim e não, queria dizer que o sim deveria ser realmente sim, e o não realmente não, sem qualquer resquício de mentira ou hipocrisia.

Não há como não ser um servo de Deus honesto neste mundo. É por meio da aliança firmada com Deus que somos incentivados a ter um viver honesto, ela não é produto de um mero esforço nosso, mas brota de um coração transformado, da nova natureza que foi implantada no nosso interior. Assim, ela passa a fazer parte do nosso íntimo (Sl 51.6), e por meio dela amamos os nossos irmãos, não desejando qualquer mal (Rm 13.9,10; 1Co 6.8; Ef 4.15).

Na ética cristã o servo de Cristo não age com uma desonestidade destruidora, querendo ver o seu irmão destruído (Ef 4.25-28; Cl 3.9); pelo contrário, ele desenvolve atos de justiça, promove um social fundamentado no amor e no querer bem, não na busca de reconhecimento ou popularidade.

Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 118-120.

 

 

HONESTIDADE

Esboço:

Definições e Palavras Bíblicas Empregadas

A Honestidade como Qualidade Ética

III. Tipos de Honestidade

Definições e Palavras Bíblicas Empregadas

Honestidade vem do latim honos ou honor, que significa «honra», «honroso», «distinção». A forma adjetiva, honestus, significa “honroso.., “de. Boa reputação», «glorioso», “excelente», “digno de ser honrado». A palavra hebraica mais comum, traduzida por «honra», nas traduções, é kabed, que envolve o sentido básico de “pesado», «rico», «honorável». O Novo Testamento grego tem kalôs, «bom», mas que é traduzido por ..honesto» em trechos como Luc, 8:15; Rom. 12:7; 11 Cor. 8:21; 13:7 e I Ped. 2:12. Esse vocábulo grego significa “livre de defeitos.., ..belo», «nobre». Aquele que é honesto possui um bom e nobre caráter, isento dos defeitos que enfeiariam o seu caráter.

Um homem honesto é aquele que é justo, cândido, veraz, equitativo, digno de confiança, não fraudulento.

Caracteriza-se pela franqueza, pelo respeito ao próximo, pela sua veracidade. As pessoas desonestas são enganadoras, falsas, infiéis, desleais, fraudulentas, hipócritas, mentirosas e sem escrúpulos.

Um outro termo grego traduzido por «honesto», nas páginas do Novo Testamento, é sem notes, “grave», «venerável». Ver I Tim. 2:2; 3:4 e Tito 2:7, onde figuram suas únicas três ocorrências.

A Honestidade como Qualidade Ética

Uma sociedade na qual os valores e as verdades estejam sob constante ataque, subitamente descobrirá que carece muito dos valores que tanto degrada. Sem a honestidade, não há base para mais nada. Se não houver a verdade, também não haverá a honestidade.

Se não houver a honestidade, não haverá a integridade, e nem personalidades bem formadas. ]

«Um homem honesto é a obra mais nobre de Deus» (Alexandre Pape).

“A honestidade é a melhor norma» (Cervantes).

“Torna-te um homem honesto, e terás a certeza de que haverá um safado a menos no mundo» (Thomas Carlyle).

«…pois o que nos preocupa é procedermos honestamente, não só perante o Senhor, como também diante dos homens» (11 Cor. 8:21).

Honestidade. Esse é um termo geral que indica uma virtude salientada em todos os códigos éticos.

Denota a disposição e a prática da equidade, da veracidade e da franqueza, no trato com nossos semelhantes. Em particular, aponta para a atenção do indivíduo aos direitos e às propriedades alheias, respeitando os principias de conduta de outras pessoas, mantendo-se leal aos acordos assumidos, e procurando manter-se isento de toda fraude e impostura» (E)

III. Tipos de Honestidade

Honestidade Intelectual. Os pesquisadores devem chegar a conclusões que condigam com as descobertas que se podem fazer com base nas evidências colhidas. O mesmo se aplica no caso da pesquisa bíblica. Coisa alguma deve ser forçada para ajustar-se àquilo que queremos ver. Não podemos manipular os fatos.

A Ética da Honestidade. A psiquiatria tem provado os efeitos prejudicais, emocionais e físicos, da desonestidade moral. No tocante ao bem-estar físico e mental do indivíduo, na verdade, «a honestidade é a melhor norma».

Honestidade Espiritual, Todas as modalidades de hipocrisia foram condenadas pelo Senhor Jesus (ver Mar. 6:14; 23:25-28). Assim sendo, o filósofo estava certo, quando declarou: Precisamos de pessoas que estejam resolvidas a falar diretamente, sem qualquer engano, que permaneçam fiéis ao que dizem» (Camus). A honestidade, no sentido espiritual, envolve mais do que aquilo que dizemos. Antes de tudo, relaciona-se aquilo que somos. Uma pessoa espiritualmente sã, livre de defeitos morais, haverá de querer falar e agir com honestidade.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 159.

 

 

HONESTIDADE Três palavras são traduzidas como honestidade:

Gr. kalos, aquilo que é excelente e, neste sentido, bom. Devemos nos esforçar para fazer o bem, agindo honestamente à vista dos homens (Rm 12.17), e de Deus e dos homens (2Co 8.21), cuidando para que a nossa conduta (ou modo de falar) seja excelente diante dos não-salvos (1Pe 2.12).

Gr. semnos, ‘Venerável ou provado pelo tempo”, “reverente”. Paulo exorta o cristão a ter a mente repleta com tudo que é puro e que tem “a reverência da idade (ou com o que é “honesto”, Fp 4.8), e viver uma vida pacifica com “toda piedade e honestidade [ou respeito]’’ (1Tm 2.2).

Gr. euschemonos, “decente”, “decoroso”. O cristão deve sempre agir de modo decoroso, assim como faria à luz do dia (Rm 13.13), e o que ele fizer deve ser decente e decoroso à vista dos não-salvos (1Ts 4.12).

PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 936.

 

 

2- É possível ser honesto com nossas palavras neste mundo?

 

Na vida daquele que o Evangelho já entrou, houve transformação plena, pois o mesmo busca não apenas curar os sintomas da doença do pecado, mas também prevenir. Não há como negar, que nesse mundo, muitos já adotaram a mentira como um hábito. É normal para aquele que não vive as bem-aventuranças de Cristo dizer uma mentira, com a desculpa de mentir para apoiar uma causa nobre. Quem sustenta isso está comprometendo o caráter humano e um valor importante, que é o respeito pela verdade. O verdadeiro discípulo de Cristo, que faz parte do seu Reino, é honesto em suas palavras, íntegro no seu caráter, e jamais usa de meias-verdades, através das quais grandes mentiras têm sido ditas, sendo influenciados pelo pai da mentira, o Diabo. Jesus é a verdade em essência (Jo 14.6), e os que vivem nEle são honestos em tudo, e seu falar é sim, sim; não, não.

 

 

COMENTÁRIO

 

 

Parece que no mundo em que vivemos os homens e as mulheres, em sua maioria, estão esquecendo da palavra honestidade, e o mais lamentável hoje é que muitos crentes e alguns teólogos defendem o que é chamado de “mentiras piedosas”, em que uma pessoa pode se valer dela para o bem da família, dentre outras áreas. Alguns, de modo racional, tentam argumentar que as mentiras de emergências, situacionais, podem ser levadas em consideração quando se visa suprir uma determinada necessidade, porém, à luz da ética rigorosa, seguindo a verdade da Bíblia, nada disso tem fundamento. A leitura de Salmos 15.1-5 alerta sobre esse posicionamento.

Ainda que pareça impossível ser honesto com nossas palavras nesse mundo em que a plataforma é construída com ardis mentirosos, é possível sim viver com honestidade em nossas palavras, mas somente para os que realmente vivem em Cristo e têm a Palavra no seu coração. As Escrituras Sagradas mostram que nosso Deus é justo (Ap 15.3), e as três pessoas da Trindade vivem nessa verdade (Jo 14.6; 15.26).

Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 120-121.

 

 

Qualificações dos Adoradores:

Vive (anda) com integridade. De acordo com a teologia hebraica, o andar do homem santo era obedecer à lei de Moisés. Ver sobre o estatuto eterno em Êxo. 29.42; 31.16; Lev. 3.17; 16.29. Quanto à designação tripla da lei, ver Deu. 6.1. Quanto à vida através da lei, ver Deu. 4.1; 5.33 e Eze. 20.1. Quanto a Israel como nação distinta entre as nações, porque tinha a lei, ver Deu. 4.4-8.

O que anda em integridade será salvo, mas o perverso em seus caminhos cairá logo. (Provérbios 28.18)

Assim é o homem que é o oposto daquele que tem coração dúplice (ver Sal. 12.2).

Pratica a justiça. Isso aponta positivamente para as boas obras, em consonância com os ditames da lei, especialmente no amor a Deus e ao próximo, a maior de todas as leis (ver Deu. 6.3 ss.). E também fala negativamente, evitando as coisas condenadas pela lei, sobretudo os atos de perversidade contra outros seres humanos. Ver o capítulo 31 de Jó quanto a todas as coisas que o homem justo não faz, o que lhe empresta reputação inculpável. Ver também Jó 30.25 e Mat. 23.23.

Não difama com sua língua. Já podemos observar (ver Sal. 5.9; 10.7 e 13.19) que o homem bom controla a língua, falando coisas que beneficiam, além de evitar coisas que prejudicam a outros. Se o coração de um homem estiver correto, também estarão corretas as suas palavras.

Não faz mal ao próximo. Isso porque a segunda maior lei da legislação mosaica, na qual todas as outras se cumprem, consiste em amar ao próximo e fazer-lhe o bem (Mat. 22.39; Rom. 13.8 ss.).

Nem lança injúria contra o seu vizinho. O homem bom não fere o próximo mediante palavras ou atos, nem participa de campanhas de malefícios. Ele mesmo não é detrator nem caluniador, e não participa de maledicências. As calúnias assacadas pelo homem mau desnuda o homem bom de seu verdadeiro caráter e veste-o de vilanias. Dessa forma, o homem reto é transformado no que não é. Aqueles que se alimentam de calúnia são como as moscas que depositam ovos nojentos nas feridas abertas. O homem bom não encoraja o caluniador, envolvendo um ouvido simpático na sua direção. Antes, vê a questão conforme ela realmente é: um jogo doentio. Por isso mesmo notou Adam Clarke, in loc.: “O receptador é tão mal quanto o ladrão”.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2096-2097.

 

 

Salmo 15

Um Homem Segundo o Coração de Deus

Este padrão de pergunta e resposta pode ter como modelo o que acontecia em certos santuários do mundo antigo, com o adorador perguntando as condições de admissão, e o sacerdote dando a resposta.

Embora, entretanto, a resposta esperada poderia ter sido uma lista de exigências rituais (cf. Êx 19:10-15; 1Sm 21:4-5), aqui a resposta do Senhor, de modo notável, examina a consciência. A mesma coisa acontece outra vez em 24:36, e em Is 33:14-17, cujo clímax magnífico antecipa de perto, como também faz este salmo de modo geral, a bem-aventurança com respeito aos limpos de coração.

15:1. Deus, o Anfitrião do Homem.

A palavra tabernáculo dá duas ideias: uma de adoração formal e sacrifício (Êx 29:42), enfatizada pela frase, teu santo monte, e a outra, de simples hospitalidade, trazida pelas palavras habitará (será hóspede, RSV) e morar. Os salmos frequentemente unem as duas ideias, vendo o adorador como um hóspede ansioso, sua peregrinação sendo uma vinda ao lar (e.g. 23:6; 27:4s.; 84:lss.).

Mas isto faz a pergunta Quem… habitará? ainda mais profunda, uma vez que o encontro ê pessoal, e o mal não pode ser teu convidado (5:4, NEB). Veja mais detalhes em 5c abaixo. 15:2*5. O Homem Como Hóspede de Deus.

Este quadro não é uma lista exaustiva; outros aspectos emergem nas respostas de e.g., 24 e Is 33, mencionados acima, sem dizer nada das Bem-aventuranças ou de 1 Co 13. Este homem é, acima de tudo, um homem de integridade.

Seu caráter: íntegro. A expressão com integridade traduz o hebraico tãmim, que dá a entender aquilo que ê inteiro, sincero e sadio.

O substantivo seguinte, justiça, é fundamental à moralidade do Antigo Testamento. Dizer isto não é banalidade, pois há sistemas éticos que não se baseiam nisto, mas naquilo que promove a felicidade ou realização da própria pessoa.

Na frase final, verdade significa aquilo que é seguro e digno de confiança, e não meramente correto. O que este homem diz está de acordo com aquilo que é (contrastar 12:2; Is 29:13).

Suas palavras: comedidas. A palavra traduzida difama tem um pano de fundo de “ir em derredor”, para espionar as coisas ou divulgá-las (e.g. o heb. de Gn 42:8ss.; cf., com outras palavras, Lv 19:16).

Parece mais perto de maledicência do que de calúnia. Próximo traduz uma palavra hebraica cujo significado varia com o contexto; aqui não significa mais do que outra pessoa em geral (e não “amigo” RSV); esta imparcialidade é mais apropriada ao quadro total do que uma lealdade mais limitada. Na cláusula final, lança injúria pode também ter o sentido de ofender com palavras (cf. Gelineau), “pegar algo desonroso” para remexer nele de modo desnecessário (cf. Kirkpatrick). O versículo inteiro expõe o tema de Pv 10:12: “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões. ”

Sua lealdade: definida. O que, à primeira vista, parece ser uma atitude farisaica em 4a, é, na realidade, nada mais do que a lealdade.

Este homem não está se comparando com os outros, está apenas lançando seu voto: declara o que admira e qual é a sua posição. As atitudes de Abraão para com os dois reis em Gn 14:17-24 ilustram esta questão, e seu custo potencial.

4c, 5. Seus tratos: honrosos. As primeiras duas cláusulas (4c, 5a) precisam de ser interpretadas por outros trechos bíblicos; a terceira (5b) é bem clara. A linha final (5c) resume a seção inteira, bem como o Salmo.

Quanto à promessa apressada (4c), a questão aqui é o dano próprio, e não o de outra pessoa (em contraste com os predicamentos de Jefté e Herodes); mesmo assim, Pv 6:1-5 ensina que, ao perceber o seu erro, a pessoa pode corretamente implorar sua desobrigação. A promessa não é repudiada; o que a recebe ainda pode insistir nela. Este curso médio, portanto, se pode seguir honrosamente, entre os extremos do caloteiro e o quixótico. Paulo desenvolve isto em 2Co 1: 15-23, distinguindo não apenas entre a vacilação e a reconsideração responsável, como também entre o cumprir a letra de uma obrigação, em certas circunstâncias, e conseguir o propósito real da mesma.

Dinheiro com usura (5a) ê condenado na Bíblia, não no sentido geral de “juros” (cf. Dt 23:20; Mt 25:27) , mas no contexto de tirar proveito das desgraças do próximo, conforme fica claro ao comparar-se – Dt 2 3:19 e Lv 25:35-38. Este último trecho também proíbe a venda de comida com lucros a tal pessoa. Dentro da família, o membro fraco era sustentado; fora dela, a lei permitia discrição, enquanto proibia a extorsão e encorajava a generosidade (cf. Êx 23:9; Lv 19:33-34). Neste salmo, não há sinal de uma distinção entre um irmão e um desconhecido necessitado.

5c. Seu lugar: garantido. O pensamento penetra além do limiar e das boas-vindas; na realidade, a pergunta do versículo 1 falava mais de habitar do que de obter admissão, pois as qualidades que o Salmo descreve são aquelas que Deus cria num homem, não as que Ele descobre neste. A ameaça da insegurança, que muitas vezes se expressa nos Salmos pela palavra abalado (cf. e.g., 10:6; 13:4, lit.) é enfrentada, não por aliar-se aos fortes, mas, sim, por firme confiança em Deus (e.g. 16:8; 46:5; 62:2, 6). É só assim que a última palavra hebraica do Salmo tem seu pleno sentido: “não será abalado, jamais.”

Kidner. Derek,. Salmos 1-72. Introdução e Comentário. Editora Mundo Cristão. pag. 87-89.

 

 

3- Dando testemunho.

 

Uma pessoa honesta revela dignidade de caráter, é honrada, digna, e procede rigorosamente dentro da regra. Salomão disse que tortuoso é o caminho do homem cheio de culpa, mas reto o proceder do homem honesto (Pv 21.8). O verdadeiro cristão procura ser honesto no que fala, mantendo-se longe da falsidade e da mentira, conservando a verdade no coração e na conduta, pois esse é o seu objetivo maior (3Jo 4). Você é conhecido por ser uma pessoa de palavra? Se dissermos a verdade durante todo o tempo, vamos nos sentir menos pressionados a apoiar nossa palavra em juramentos ou promessas.

 

 

COMENTÁRIO

 

 

No momento em que o cristão aceita a Cristo, é chamado não apenas para ter a verdade na mente e no coração, mas também para praticá-la (Jo 3.21), no demais, ele não pode mais mentir, pois seu pai não é o Diabo, o qual é o pai da mentira (Jo 8.44).

Devemos, portanto, ser honestos em nossas palavras em todos os sentidos, pois como comunidade de Cristo não podemos ser obstáculos para a vida de ninguém. Lembre-se de que pela Bíblia a maledicência é nivelada aos pecados de adultério e roubo, quem a pratica estará fora do seu Reino (1Co 6.10; Cl 3.8). Os que vivem na presença de Deus sabem que precisam andar em santidade, verdade, que dos seus lábios não podem sair palavras destruidoras, porque dessa forma estariam entristecendo o Espírito Santo de Deus (Ef 4.30).

Podemos ser exemplos neste mundo onde a honestidade já está quase em extinção. Para tal precisamos proceder como nosso modelo de vida maior, isto é, Cristo, do qual Pedro diz que em sua boca nunca se achou engano (1Pe 2.22).

Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 121.

 

 

“Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade.”

A maior alegria de João não era financeira, mas espiritual. Sua recompensa não era monetária. Ele não andava atrás do dinheiro dos crentes, mas se alegrava em vê-los andando na verdade. Os crentes não eram fontes potenciais de lucro, mas filhos espirituais a quem devotava a sua vida. A maior alegria de João não era ver seus filhos sendo ricos, mas vê-los andando na verdade.

Como diz John Stott: “João não considerava as questões teológicas como trivialidades sem importância”. Prosperidade sem fidelidade à verdade é motivo de tristeza, e não de alegria.

Simon Kistemaker está correto quando diz que João fala de “filhos” não no sentido físico de descendência, mas no sentido de nascimento espiritual. De maneira semelhante, Paulo escreve aos crentes de Corinto e diz: “Pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus” (ICo 4.15).

LOPES. Hernandes Dias. 1, 2, 3 JOÃO Como ter garantia da salvação. Editora Hagnos. pag. 254.

 

 

Os filhos de João eram os seus filhos espirituais, os membros das comunidades cristãs que ele servia. João escreveu sobre seus “filhos” porque ele era o pai espiritual de muitos, provavelmente incluindo Gaio.

A alegria de João vinha de saber que os crentes sob seus cuidados não estavam se afastando da mensagem do Evangelho, mas andavam na verdade (veja também 2 Jo 4). “Andar na verdade” significa viver de acordo com a verdade, expressando-a no seu comportamento. Gaio estava fazendo isto, e João não tinha maior gozo do que ver isto acontecendo na vida de um de seus filhos espirituais. Aparentemente, outras pessoas na igreja também estavam fazendo o mesmo.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2a Impressão: 2010. Vol. 2. pag. 803.

 

 

SINOPSE III

As palavras dos servidores de Jesus devem apresentar retidão e honestidade

 

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Juramento

[…] Os juramentos eram comumente feitos levantando-se a mão a Deus (Gn 14.22; Ez 20.5, Hb 3.18; 6.13; 7.21; Ap 10.5) e em casos excepcionais colocando-se a mão debaixo da ‘coxa’ […] daquele a quem o juramento era prestado (Gn 24.2; 47.29). Este era o modo solene de significar que, se o juramento fosse violado, a descendência da pessoa vingaria o ato de deslealdade. ” Amplie mais o seu conhecimento, lendo o Dicionário Bíblico Wycliffe, editado pela CPAD, pp.1119.

 

 

CONCLUSÃO

Devemos viver neste mundo como verdadeiros seguidores de Cristo, sendo honestos em tudo, em especial em nossas palavras, sem recorrermos a juramentos hipócritas, profanos e desnecessários, que buscam fundamentar as conversas do dia a dia. Antes, procuremos ser simples e objetivos dizendo sim, sim; não, não.

 

 

REVISANDO O CONTEÚDO

 

1- Quais são os dois tipos de juramentos citados na lição?

Os juramentos nas Escrituras são de dois tipos, aqueles feitos por Deus e aqueles feitos pelos homens.

 

2- No Reino de Cristo, o que elimina a necessidade de juramentos?

Um cristão verdadeiro e sincero que tem o coração transformado pelo Evangelho não precisa invocar qualquer elemento como céu e terra para afirmar que o que está dizendo é a verdade, posto que na essência a verdade está no íntimo do seu coração, no qual não há mentira, engodo ou engano.

 

3- De acordo com Provérbios 18.21, o que está no poder da língua?

Com muita propriedade, o sábio rei Salomão falou que a morte e a vida estão no poder da língua (Pv 18.21).

 

4- O que é honestidade?

Honestidade fala de alguém que é correto, que tem seriedade, do hebraico temos o adjetivo yashar, “reto, honesto, correto, direito, plano, certo, justo”.

 

5- Como devemos viver neste mundo?

Devemos viver neste mundo como verdadeiros seguidores de Cristo, sendo honestos em tudo, em especial em nossas palavras, sem recorrermos a juramentos hipócritas, profanos e desnecessários, que buscam condimentar as conversas do dia a dia.

 


ELABORADO: Pb Alessandro Silva.

 

Acesse mais:  Lições Bíblicas do 1° Trimestre 2022 

 

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Uma resposta para “6 LIÇÃO 2 TRI 22 EXPRESSANDO PALAVRAS HONESTAS”

  1. A Paz do Senhor Jesus… estes estudos tão cuidadosamente elaborados e à luz da Palavra e com auxílio de escritos de homens de Deus, muito tem me auxiliado no ensino da EBD.
    Vou fazer uma pequena contribuição (simbólica e embora pequena, mas de todo coração.

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