8 LIÇÃO 4 TRI 2021 PAULO, O DISCIPULADOR DE VIDAS

  8 LIÇÃO 4 TRI 2021 PAULO, O DISCIPULADO DE VIDAS

8 LIÇÃO 4 TRI 2021 PAULO, O DISCIPULADOR DE VIDAS

 

TEXTO AUREO

“E, Paulo tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus. E passou pela Siria e Cilicia, confirmando as igrejas.” (At 15.40-41)    

VERDADE PRATICA

O discipulado cristão forma discípulos de Cristo para que o imitem de forma que Deus seja glorificado na sociedade.  

LEITURA DIARIA

  Segunda – Mt 28.19-20 O discipulado é uma ordem do Senhor

Terça – At 2.14-41 A pregação como ponto de partida

Quarta – At 2.42-47 O discipulado como formação na Igreja Primitiva

Quinta – Fp 4.8-9 O discipulado nos faz pensar nas coisas mais elevadas

Sexta – Cl 3.21 O discipulado nos faz buscar as coisas que são de cima

Sábado – 1Co 10.31 Discipulados a fim de viver para glória de Deus    

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Atos 2.42-47; 20.1-4

  Atos 2   42- E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. 43- E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. 44- Todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. 45- Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. 46- E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, 47- Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.   Atos 20   1- Depois que cessou o alvoroço, Paulo chamou a si os discípulos e, abraçando-os, saiu para a macedônia. 2- E, havendo andado por aquelas terras, exortando-os com muitas palavras, veio à Grécia. 3- Passando ali três meses, e sendo-lhe pelos judeus postas ciladas, como tivesse de navegar para a Síria, determinou voltar pela macedônia. 4- E acompanhou-o, até à Ásia, Sópater, de Beréia, e, dos de Tessalônica, Aristarco, e Segundo, e Gaio de Derbe, e Timóteo, e, dos da Ásia, Tíquico e Trófimo.    

HINOS SUGERIDOS: 15, 391, 465 da Harpa Cristã

 

OBJETIVO GERAL

Revelar a missão integral da Igreja no Discipulado: pregar e ensinar.    

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  I Relacionar o apóstolo Paulo com o discipulado bíblico;

Il Salientar a integralidade da missão no Discipulado: pregar e ensinar;

III Ponderar o discipulado com pessoas de outras culturas.    

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

  Esta lição revela a importância de a igreja conjugar com equilíbrio pregação evangelística com o ensino cristão. Este forma enquanto aquela chama. O pastor Antônio Gilberto, saudoso mestre das Assembleias de Deus no Brasil, sempre ponderou a respeito de ensinar sistematicamente a Bíblia para a igreja local. O melhor espaço para isso é a Escola Dominical. Nesse espaço, ensinamos os que foram chamados pela pregação do Evangelho. O ministério do apóstolo Paulo revela essa integralidade da missão: pregação da Palavra e ensino formativo. O apóstolo pregava o Evangelho e, também, discipulava, ensinava o povo de Deus a guardar os mandamentos do Senhor.      

PONTO CENTRAL: A Missão da Igreja é pregar e ensinar

 

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO

  Nesta lição, veremos os aspectos gerais do discipulado, com destaque para o papel de Paulo no processo do discipulado nas igrejas que plantou. Perceberemos que esse foi o meio pelo qual nosso Senhor nos concedeu para que os recém-nascidos na o caráter de Cristo.    

Comentário

    Todo esse texto das narrações de Lucas é a base deste capítulo que revela uma caraterística ministerial de Paulo: a de ter sido um discipulador formidável. Os vários nomes que aparecem no texto foram discipulados por Paulo para serem os obreiros a levarem adiante a obra quando ele não estivesse naqueles lugares. Paulo investiu tanto na confirmação da fé de todos os crentes nas igrejas por onde passava como em pessoas escolhidas por ele para continuar a obra. Não muito depois do Pentecostes, um personagem surgiu no cenário da história da Igreja Primitiva. Era Paulo, que, sendo discipulado por algumas pessoas, como Áquila e Priscila e, depois, Barnabé, prepararam-no no conhecimento dos rudimentos da doutrina de Cristo. Ele, consciente do chamado divino para ser apóstolo, logo depois de sua conversão no caminho de Damasco, veio posteriormente se tornar o apóstolo dos gentios. Não somente evangelizava por onde quer que fosse, mas também fazia discípulos para Cristo. Ele não apenas convencia as pessoas acerca de Cristo, como também lhes mostrava como serem seguidores de Cristo (At 17.1-9; 1 Ts 1.2-10). Queremos, neste capítulo, destacar o papel de Paulo no discipulado por onde plantava igrejas. Cabral. Elienai,. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

 

Em Mateus 28.19, Jesus disse: “Fazei discípulos”. Trata-se de uma das poucas vezes que essa expressão aparece no Novo Testamento. Em contrapartida, a palavra “discípulo”, tanto no singular como no plural, pode ser encontrada inúmeras vezes, especialmente nos evangelhos e em Atos. Em verdade, os termos discípulo e discipulado foram tão profundamente associados ao ministério de Jesus que, como observa Edward L. Smither, para os primeiros cristãos, o termo “discípulo” tornou-se, basicamente, sinônimo de “cristão”. Ser cristão, portanto, é ser discípulo de Cristo. Todavia, Jesus não somente fez discípulos, como também os encorajou a fazer outros discípulos, não tomando a si mesmos e suas ideias como modelo, mas, pelo contrário, espelhando-se em Jesus e em suas ideias, ou seja, imitando a Cristo. Em geral, no contexto cristão, a palavra “discipulado” tem dois sentidos. Um refere-se ao ato de seguir Jesus (imitar Cristo); o outro, ao ato de ajudar alguém a seguir Jesus (ajudar outros na imitação de Cristo). Contudo, para complicar ainda mais a situação, há uma relação entre os dois sentidos de discipulado. Ou seja, um pressupõe o outro: o ato de ajudar alguém a seguir Jesus pressupõe o ato de seguir Jesus. Isso quer dizer que quem não segue Jesus não pode ajudar pessoas a seguirem Jesus. Madureira. Jonas,. O Custo do discipulado a doutrina da imitação de Cristo. Editora Fiel. Ed. 1. 2019.    

 

A VISÃO DO DISCIPULADO   1) A VISÃO GERAL:

  1. a) É ordem de Cristo (Mateus 28:19), e foi cumprida pela Igreja (Atos 14:21).
  2. b) Há dois níveis de discipulado:

de Cristo – “batizando-os”… do cristão – “ensinando-os”…

  1. c) O significado da palavra discípulo é: “Aprendiz; Seguidor; Servo”.

(Esta palavra aparece mais de 260 vezes no N.T.) 2) FAZENDO UM DISCÍPULO DE CRISTO: Há qualificações:

  1. a) Disposição de pagar o preço: Lucas14:25-33.
  2. b) Compromisso de Aliança: João 6:53-56 e 60-68.
  3. c) Obediência total à Palavra: Lucas 6:46.

3) FAZENDO UM DISCÍPULO DO CRISTÃO (de nós mesmos): Embora o Mestre por excelência seja o Senhor Jesus Cristo, temos o nosso papel no discipulado das pessoas que assumem um compromisso com o evangelho:

  1. a) Somos modelo – Mt.10:24,25; I Co.4:15,16 e 11:1; II Co.12:18.
  2. b) Estar juntos – Fala da comunhão e aprendizado informal.
  • Mc.3:14 – Jesus chamou seus discípulos para “estarem com Ele”;
  • At.28:30-31 – Receber em casa as pessoas;
  • Os cooperadores de Paulo viajavam (e às vezes moravam) com ele.
  • Tanto Elizeu como Josué foram discípulos que preencheram estes requisitos.
  • Há uma ordem: O discípulo segue o mestre e não vice-versa… Jesus disse aos seus discípulos: “Vem e segue-me!”
  1. c) Não dominar – Jesus disse: “ensina-os”, não: “obriga-os”…

Todo relacionamento de liderança deve ter esta marca: I Pe.5:2,3.

  1. d) Reprodução – II Tm.2:2 diz que devemos discipular discipuladores que ensinem o mesmo aos seus discípulos para que não se interrompa a ciclo de reprodução.
  • At.19:8-10 – Paulo gastou seu tempo em Éfeso da seguinte maneira: 3 meses pregando… e 2 anos de discipulado diário.
  • Quem evangelizou a Ásia? Paulo ou seus discípulos?
  • Um discípulo não se forma da noite para o dia… E nem na Escola de Líderes! É trabalho árduo e pessoal.

 

I – PAULO E O DISCIPULADO BÍBLICO

 

   1.  O discipulado bíblico.

  O princípio do discipulado na Igreja Primitiva baseava-se na ordem da Grande Comissão que Jesus deu aos discípulos por ocasião de seu aparecimento e despedida (Mt 28.19,20). Após o Pentecostes, quando a Igreja nasceu historicamente, o cuidado com os recém-nascidos na fé precisava ser bem estruturado. Em Atos 2.42-47, vemos claramente que as Escrituras (doutrina), a oração, a prática da comunhão e do serviço faziam parte do programa de discipulado da Igreja. Assim, o Paulo onde fazia discípulos, não somente convencia-os a respeito de Cristo, mas mostrava-lhes como imitá-lo (At 17.1-9; 1 Ts 1.2-10).    

Comentário

    O Ponto de Partida da Grande Comissão Parece repetitivo o que estamos dizendo nesse ponto, mas é importante ressaltar que a expansão da igreja de Cristo teve seu ponto de partida na tarefa que Jesus deixou no fim do seu ministério terreno (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20). Durante quase quatro anos, Jesus investiu em seus discípulos e deu-lhes a tarefa de pregar e ensinar o evangelho em todo o mundo, começando por Jerusalém. Jesus prometeu que os enviaria ao mundo e que os revestiria de poder do Espírito para o cumprimento da missão (At 1.4-8). Dez dias depois da sua ascensão ao Céu, cumpriu-se o dia em que o Espírito Santo seria derramado sobre os discípulos no cenáculo em Jerusalém, e, a partir de então, a igreja germinou e frutificou espalhando-se por todo o mundo. À medida que a igreja ia crescendo em número, também se fez necessário o ensino da doutrina de Cristo mediante o discipulado. A chama acesa do Pentecostes iluminou o mundo com a mensagem do evangelho, e os seguidores de Jesus começaram a plantar igrejas (At 2.37) nas casas, nas aldeias e cidades, como se fossem células vivas que se multiplicavam. Cabral. Elienai,. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

 

O LUGAR DO DISCIPULADO NA IGREJA À luz do Novo Testamento, o discipulado deve ocupar lugar de destaque em toda e qualquer comunidade cristã, pelo que devemos nos orientar pelos exemplos deixados pelos apóstolos e principalmente por Jesus, senão vejamos: No início de Seu ministério, Jesus chamou doze homens que se constituíram em seguida em seus discípulos. Quer dizer, Jesus estava iniciando um trabalho em que Ele iria “discipular”, “preparar” e “equipar”, para a obra que o próprio Jesus estava anunciando ao mundo que era o estabelecimento de um Reino que jamais teria fim (Dan 2:44; Mat. 4:17). A partir daí Jesus começou a ensinar aos seus discípulos todas as coisas -”Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido…Vós sois a luz do mundo…(Mat. 5:13-14)”, de modo que Jesus se tornou um expositor do evangelho, ensinando em todos os momentos aos seus discípulos, desde assuntos relacionados com a Lei e os Profetas, até o novo mandamento “…Um novo mandamento vos dou: Que vós ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (João 13:34-35)”. O princípio do discipulado filosófico nos dá a ideia de que o discípulo de hoje será o mestre de amanhã. De onde se deduz que o verdadeiro discipulado somente se encerra quando o discípulo se torna igual ao seu mestre ou até mesmo, ir além do conhecimento e sabedoria daquele que o discipulou. No texto acima, Jesus afirma explicitamente, uma das formas de todos reconhecerem que os seus discípulos eram verdadeiramente seus discípulos, se eles amassem uns aos outros como Ele os havia amado. Ainda exortando a unidade dos discípulos em amor, Jesus orou ao Pai por eles e assim se expressou: ¾ “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste (João 17:21). Assim, Jesus dá mais um exemplo da personalidade e caráter que deve envolver o seu discípulo, de modo a parecer-se com Ele, (Jesus, Mestre) à Sua própria semelhança, à semelhança de amor que estava em Jesus. A outra forma de testemunhar para o mundo que Deus enviou Jesus, é que seus discípulos sejam um, como Deus é um em Jesus e Jesus é um em Deus. Diante destes textos verificamos que os discípulos ao apresentarem as características de seu Mestre (Jesus) serão identificados com Ele de tal modo, que levará todos em primeiro lugar a reconhecerem que são discípulos autênticos de Jesus. E, em segundo lugar, a unidade em Cristo fará com que todos acreditem que Deus enviou a Jesus. Logo, quando um discípulo de Jesus deixa de parecer-se com Ele, na verdade, deixa de ser seu discípulo, isto é – não é reconhecido como discípulo de Jesus e em segundo lugar está negando que Deus o enviou. O amor de Deus manifesto em Cristo Jesus é o princípio fundamental de todo o Novo Testamento e das Boas Novas do Evangelho (João 3:16). Todo o discipulado é primordial para a vida da Igreja de Cristo, assim precisamos fazer com que os neófitos, cresçam e a cada dia se pareçam mais e mais com Cristo que é o nosso Mestre, nosso Senhor e nosso Salvador. À medida que uma pessoa está sendo discipulada, ela também está sendo doutrinada à luz dos conceitos teológicos daquele que a discípula. Assim, os primeiros convertidos a fé cristã relatados no Novo Testamento, perseveravam na doutrina dos apóstolos (Atos 2:42). O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo diz: — “Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência…” (II Tim. 3:10). O ensino doutrinário está inserido no próprio contexto do discipulado. Discipular, doutrinar e equipar, devem ser atividades constantes no corpo de Cristo. Augusto Bello de Souza Filho    

 

A palavra está relacionada a ideia de disciplina. Isso é muito instrutivo, porque acima de tudo, dos verdadeiros discípulos requer-se disciplina. Jesus não chamava homens meramente para que o seguissem. Ele exigia que eles renunciassem a tudo. Isso é assim, porque o discipulado envolve questões de vida e morte, porquanto o alvo do mesmo é a vida eterna (que vide). A própria vida cristã é uma disciplina. Quando os homens a reduzem a algo menor do que isso. O cristianismo deixa de ser a religião que foi fundada por Jesus possível a existência de uma sociedade religiosa na qual as pessoas se reúnem e desfrutam da companhia umas das outras, e até mesmo cumprem algumas boas obras, sem reterem a natureza de um verdadeiro discipulado. Suponho que muitos aspectos da maioria das denominações evangélicas refletem essa situação em nossos dias. A palavra portuguesa discípulo vem do latim discípulos, que significa «aluno», «aprendiz» A raiz verbal é discere, «ensinar». A palavra grega pondente é mathetés de onde também se deriva palavra que significa «aprender», O termo hebraico Ialmld vem de telmad, «aprender», conforme se vê em I Crônicas 25:8, ao referir-se aos alunos da escola de música do templo de Jerusalém. Natural mente, a aprendizagem necessariamente subentende a prática daquilo que alguém aprende; e é então que temos o disclpulado. De acordo com o uso posterior entre os hebreus, a palavra talmidim (discípulos) veio a ser usada para indicar aqueles que seguiam algum rabino especifico e a sua escola de pensamento. Houve também o desenvolvimento do Talmude (erudição), os escritos que serviam para aclarar e expandir as Escrituras do Antigo Testamento. Esse documento em uma certa alusão aos talmidim ou discípulos de Jesus. CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. pag. 180-181.    

 

   2.   Paulo, o discipulador.

  O apóstolo dos gentios foi um discipulador distinto. Após a sua conversão, ele sentiu a necessidade de conhecer a Cristo mais profundamente (Gl 1.15-17). Paulo sabia do desafio ao defender o nome de Jesus diante dos judeus. Ao longo de suas cartas, vemos um compromisso profundo com a doutrina exposta e a sua aplicabilidade na vida do discípulo. Há doutrina no discipulado, mas há também prática coerente com a doutrina. Isso faz com que o discípulo cresça e chegue à maturidade. Conhecer de maneira teórica apenas, não basta. Para isso, a formação cristã deve apresentar uma integração entre doutrina e prática.    

Comentário

 

    O AGENTE MISSIONÁRIO: O MELHOR, MAS AO MESMO TEMPO, UM SERVO Nesta passagem, o agente missionário é o apóstolo Paulo (ou, em última análise, o próprio Deus — v. 15). Embora, logicamente, Paulo mesmo não diga aqui que ele representa o melhor da liderança da igreja, sabemos disso pelo testemunho de Lucas. Paulo já tivera seu ministério aprovado como um dos mestres e profetas em uma igreja local altamente comprometida com missões — a igreja de Antioquia (At 13.1-3). Que contraste com alguns missionários de menor preparo e talento que, como consequência, em quase todos os sentidos, recebem apoio inferior ao apoio dado ao pastorado! O trabalho missionário exige o melhor da liderança de nossas igrejas. Ao mesmo tempo, representando o melhor da liderança, o agente missionário entende seu papel não como superior, mas como servo. Paulo, em sua missão entre os gentios, considera-se ministro (leitourgos) ou servo (v. 16) que, à semelhança dos sacerdotes, apresenta uma oferta no altar de Deus. Neste caso, a oferta é a obediência dos gentios a Deus (v. 18). A missão de Paulo é um culto prestado ao Senhor para sua aceitação e santificação. Não há lugar, na presença do Altíssimo, para atitudes de superioridade ou domínio missionário. O melhor líder possui uma atitude de servo e entende seu serviço missionário como culto e sacrifício prestados a Deus.   O OBJETIVO MISSIONÁRIO: A OBEDIÊNCIA Paulo descreve o objetivo de seu trabalho missionário com a expressão “conduzir os gentios à obediência” (v. 18). Isto é muito mais do que uma decisão inicial de “aceitar a Cristo”. Inclui o discipulado da igreja até o ponto de obediência por fé (16.26). Alguns fazem separação entre “conversão” e “discipulado”, sendo o primeiro elemento tarefa de “missões” e o segundo, da “edificação da igreja”. Paulo não fazia tal distinção. Seu objetivo não era levar as pessoas a uma decisão inicial, mas conduzi-las à obediência. Não é este também o objetivo da grande comissão, em Mateus 28.18-20?   OS INSTRUMENTOS DO TRABALHO MISSIONÁRIO: DECLARAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO Como Paulo realizou seu trabalho missionário? No final do v. 18, ele diz literalmente: “… por palavra e por obras”. É evidente que Paulo não estabelecia prioridade entre a proclamação do evangelho e sua demonstração por obras. As duas coisas faziam parte integral e inseparável de sua maneira de testemunhar.   O OBJETO MISSIONÁRIO: AS NAÇÕES Tanto “gentios” quanto “nações” traduzem uma única palavra grega, ethnos. A ideia de ethnos está muito mais próxima da ideia de povos ou grupos étnicos do que países. O objeto com o qual as missões lidam são as diversas etnias. Paulo teve ideia semelhante, e isto se percebe pelo fato de ele ter atuado dentro dos limites de um só governo, o Império Romano, enquanto fazia distinção entre os povos deste império. Timothy Carriker. Missões na Bíblia. Editora: Vida Nova. pag. 40-42.    

 

O DISCIPULADOR 1) QUEM PODE DISCIPULAR?

  1. a) Há diferentes níveis espirituais – I Jo.2:12-14
  • Filhinhos – Os recém-nascidos espiritualmente. Precisam de cuidado o tempo todo.
  • Jovens – Os que já ganharam um pouco de maturidade. Já conseguem “se virar” sozinhos em muitas questões da vida cristã.
  • Pais – Os que cresceram a ponto de gerar filhos em Jesus. São os que estão frutificando, levando vidas a Cristo.
  1. b) Quem gera filhos deve cuidar deles
  • A Igreja se tornou um grande orfanato espiritual.
  • Diferença entre “pais” e “aios” – I Co.4:14-16
  • Quem tem maturidade suficiente para gerar, também o tem parar cuidar. Contudo, para melhor desenvolvermos esta responsabilidade, equipamos os discipuladores com o treinamento deste Encontro, e o consideramos indispensável para reconhecer alguém como discipulador em sua célula.

2) A VIDA DO DISCIPULADOR Deve ser exemplar. Tratamos este assunto na próxima lição. 3) ATITUDES DO DISCIPULADOR

  1. a) O discipulador desenvolve relacionamento íntimo:
  • tem atividades extra-igreja (lazer, visita, comunhão, etc.);
  • ouve o discípulo em seus problemas;
  • aconselha áreas diversas da vida do discípulo;
  • confronta os erros em amor;
  1. b) O discipulador intercede:
  • Paulo agia assim em relação aos gálatas – Gl.4:19.
  • João falou sobre interceder por quem vemos pecar. A palavra “ver” sugere proximidade, e aplicamos isto ao discipulado – I Jo.5:16.
  1. c) O discipulador ensina – Mt.28:19.

Além de seu exemplo e conselhos práticos, usa os materiais de ensino no discipulado, como:

  • o livro “A VIDA DA IGREJA”;
  • e outras apostilas que tratam do caráter do discípulo.
  1. d) O discipulador determina o ritmo:

O novo convertido será facilmente moldado pelo comportamento dos que o cercam. Devemos aproveitar esta influência para determinarmos o ritmo de busca do Senhor na vida do discípulo. O discipulador não é uma figura passiva que espera o discípulo determinar seu próprio ritmo. Ele deve impor (com respeito) o seu ritmo de vida cristã.

  1. e) O discipulador envolve o discípulo com outros cristãos:

O discipulador deve integrar o discípulo não apenas na vida da célula, mas deve envolvê-lo com outros cristãos. Assim, ele terá mais amizades e aprenderá pelo contato com outros, embora continue sob o cuidado do discipulador.    

 

   3.   A metodologia de Paulo para o discipulado.

  O primeiro passo para o discipulado de Paulo era pregar o Evangelho e, pelo poder do Espirito Santo, convencer as pessoas acerca de Cristo. Então, a partir dos primeiros convertidos, ele plantava uma igreja na Ao plantá-la, o apóstolo ficava ali o tempo suficiente para firmar os passos dos novos convertidos. Como seu ministério envolvia itinerância, ele não ficava muito tempo no mesmo lugar e, logo, deixava ou enviava alguém experimentado na fé continuidade ao discipulado dos novos para dar convertidos (At 13.1-4; 15.39,40). Em seu ministério, vemos discípulos especiais que ajudaram muito o trabalho de Paulo: Timóteo, Tito, Silas, Lídia, Áquila e Priscila e outros mais (At 15.40; 16.1). Além de fortalecer a fé dos novos convertidos, o apóstolo mantinha uma relação de comunhão e amizade com eles e seus cooperadores. Uma lição importante, aqui, é destacar que a obra do discipulado envolve pessoas que sejam crentes de verdade, idôneas, que amem o Senhor e sua Igreja, ao ponto de se doar inteiramente em favor de um novo convertido.    

 

Comentário

 

    ENSINANDO PELO EXEMPLO 1) PARA REFLETIR: DISCIPULADO É TRANSMITIR VIDA – (Autor desconhecido.) Prefiro antes ver a ouvir um sermão. Prefiro que a pessoa ande comigo, a meramente mostrar-me o caminho. O olho é aluno melhor, e muito mais disposto do que o ouvido. O bom conselho é confuso, mas o exemplo é sempre claro. O melhor de todos os mestres é o que vive o que ensina. Ver as coisas boas postas em ação é o que todo mundo precisa. Logo aprenderei como fazê-lo, se você me deixar ver como é que se faz. Posso ver suas mãos sem ação, mas sua língua pode correr demais. E as palestras que você faz podem ser muito sábias e verdadeiras, mas prefiro aprender a minha lição observando o que você faz, pois eu posso entender mal os sublimes conselhos que você dá, porém não há mal entendidos quanto à maneira que você age e vive. 2) DISCIPULADO É EXEMPLO:

  1. a) Como discípulos de Cristo devemos seguir Seu exemplo – I Pe.3:21; I Jo.2:6.
  2. b) Logo, nossos discípulos também devem seguir nosso exemplo!
  3. c) O que Paulo ensinou sobre o exemplo: I Co.4:16; Gl.4:12; Fl.3:17; I Ts.1:6; II Ts.3:7 e 9; Hb.13:7.

3) COMO JESUS ENSINOU OS SEUS DISCÍPULOS*

  1. a) Dando exemplo – Jesus chamou os doze afim de estarem com ele (Mc.3:14). O que eles viram durante os anos em que andaram com Jesus não lhes poderia ter sido comunicado apenas por meio de discurso. As curas e milagres, o tempo investido na oração, as conversas espontâneas com Ele, suas atitudes… tudo isto se tornou um modelo a ser seguido – Jo.13:15.
  2. b) Momentos de ensino – o Dr.Ralph Neighbour Jr. define momentos de ensino como “aqueles momentos específicos quando o discípulo está pronto para receber ajuda” e cita como exemplo Mt.17:14-20, onde os discípulos estavam totalmente abertos à correção de Jesus por terem fracassado.
  3. c) Experiências em comum – Ao chamar um grupo para andar consigo, Jesus proporcionou que os discípulos aprendessem não apenas por meio de O observar, mas também por observar as atitudes dos que compunham o grupo. O discipulador deve saber que os membros da célula irão impactar um discípulo novo. Às vezes, essa interação pode ser muito significativa.
  4. d) Aprendizado mútuo – Algumas vezes, Jesus intencionalmente fazia os discípulos discutirem entre si algum assunto e chegarem a suas próprias conclusões antes que Ele mesmo se pronunciasse sobre aquilo – Mt.16:13-15.

4) NOS DIAS DE HOJE…

  1. a) A prática independe da teoria – Em Mc.4:26-28 Jesus ensinou que não importa quanto conhecimento a pessoa tenha acerca de como germina uma semente, o que faz com a semente brote é o ato do plantio. Assim também é na vida espiritual, o novo convertido não tem que entender como as coisas funcionam para que possa frutificar; basta praticar os princípios e eles darão resultados por si. E ele aprenderá imitando a prática de outros cristãos bem-sucedidos.
  2. b) E o entendimento teórico dos princípios seguirá a prática!

PATERNIDADE ESPIRITUAL 1) A RESTAURAÇÃO A Palavra de Deus mostra a importância do relacionamento de pai e filho na vida do ser humano e também na Igreja. O próprio Senhor Jesus estabeleceu e viveu um relacionamento íntimo com o Pai e revelou o valor deste relacionamento em sua vida e ministério. Este relacionamento tem sofrido muito nos lares e também na igreja em nossos dias. Praticamente não se vê mais a figura de pais e filhos espirituais, o que tem nos roubado muitas bênçãos. Mas Deus está restaurando na Igreja a visão da paternidade espiritual! 2) PAIS ESPIRITUAIS

  1. a) Este termo foi bastante usado pelo apóstolo Paulo:
  • Em relação à descendência de Abraão – Gl.3:7,29.
  • Em relação aos que geram filhos no Senhor – I Co.4:14-16.
  • Em relação aos seus discípulos – I Tm.1:2.

3) O PAPEL DO PAI

  1. a) Ser mentor:
  • Deus ordenou que os pais ensinassem as Escrituras aos seus filhos – Dt.11:18,19.
  • Os pais devem ensinar princípios de vida aos seus filhos. O livro de Provérbios contém muitas afirmações que nos mostram este nível de ensino: Pv.1:8; 2:1; 3:1,11,21; 4:1,10,20; 5:1,20; 6:1,20; 7:1,25; 13:1.
  1. b) Ser exemplo – deixarem pegadas que possam ser seguidas – Rm.4:12.
  2. c) Ser líder –

4) O PAPEL DO FILHO

  1. a) Ser submisso e obediente – Os recabitas foram recomendados por Deus pela sua obediência e compromisso com seu pai Jonadabe – Jr.35:1-19.
  2. b) Honrar e respeitar o pai – Gn.9:20-27; Ml.1:6.
  3. c) Ser ensinável – Jeoás, rei de Israel, se deixa ser ensinado por Eliseu – II Re.13:14-19.
  4. d) Seguir seu pai – Eliseu foi um exemplo de perseverança em seguir seu pai espiritual, Elias – II Rs.2:1-12
  5.  

    CUIDADO COM O RECÉM-CONVERTIDO

Nenê não crescem automaticamente. Para isso, eles carecem de receber um sem-número de cuidados: precisam de ser alimentados, protegidos e treinados. A criança, no processo de crescimento, precisa de: — Alimentação adequada — Cuidados de higiene — Observação de sua saúde — Ajuda para começar a andar — Ajuda para aprender a falar — Ajuda para alimentar-se só — Despertar sua vocação escolar — Despertar sua vocação profissional Observando essas etapas, a criança tem um desenvolvimento satisfatório e marcha para a idade adulta. O mesmo acontecerá com o novo convertido que for envolvido pela Igreja, em um trabalho de integração normal. — Antes alimentava-se com as “bolotas” do pecado. Agora com leite racional (1 Pe 2.2) — Antes sem cuidado de higiene; agora templo do Espírito Santo (1 Co. 3.17). — Antes sem cuidado de saúde; agora, encontrou o Novo e Vivo Caminho. (Hb 10.19,20). — Antes eram as palavras desagradáveis; agora só palavras boas (Ef. 4.29) — Antes na escola do mal; agora aprende as Sagradas Letras (2 Tm 3.14,15). — Antes trabalhava para o mal; agora, rei e sacerdote para Deus. (Ap 1.5,6) O recém-nascido espiritual tem que aprender, saber e viver tudo diferente do que era antes do aceitar a Jesus. Ele precisa ser integrado à Igreja. Quem o fará? O Pastor? Sim, com a Igreja, bem orientada. Santos., Gilmar,. O Discipulado. Integrando o novo Convertido. Editora S&R Encadernadora. pag. 9-10.    

 

ESTRUTURAS DA ESCOLA PAULINA

Antes de sua missão independente, Paulo foi marcado em intensidade diversificada por tradições de escolas, de modo que a fundação de uma escola própria deve ser considerada apenas lógica. Argumentos em favor da existência de tal escola paulina são as observações que seguem.

  1. a) Paulo aparece como receptor de revelação (cf. ICor 9,1; 15,8; G1 1,1.12.15s), modelo normativo (cf. lTs l,6s; ICor 4,16; 7,7s; 11,1; 2Cor 4,2; 6,11-13; G1 4,12; F1 4,9) e mestre inspirado (cf. ICor 2,12-16; 4,17; 7,40; 14,6.19.37s; G1 l,8f; F1 3,15)42. Como mediador do evangelho, o apóstolo é um exemplum gratiae (cf. ICor 9,23); seu serviço é parte da atuação reconciliadora de Deus (cf. 2Cor 5,19s)43.
  2. b) Cooperadores sustentavam e marcavam, numa parte notável, a missão paulina.44 As cartas protopaulinas mencionam em torno de 40 pessoas que devem ser consideradas como cooperadores do apóstolo.

Pertenciam ao círculo mais íntimo dos colaboradores de Paulo primeiramente Barnabé, com o início da missão independente Silvano e Timóteo, e depois Tito. Silvano (lTs 1,1) e Timóteo (lTs 1,1; ICor 1,1; 2Cor 1,1; F11,1; Fm 1,1) constam como remetentes de cartas (cf., além disso, Sóstenes em ICor 1,1), um fato que documenta sua corresponsabilidade pelo trabalho nas diversas comunidades paulinas. Particularmente Timóteo e Tito se apresentaram como missionários autônomos que, enviados por Paulo, resolviam problemas nas comunidades missionárias (cf. I Cor 4,17; 2Cor 8). Ao lado de Paulo existiam também missionários e mestres e mestras, independentes, com as quais o apóstolo colaborava temporariamente. Aqui devemos mencionar principalmente Apoio (cf. I Cor 1-4; At 18,24) e o casal cristão Prisca e Aquila (cf. I Cor 16,9; Rm 16,3s; At 18,2.26). A maioria dos colaboradores mencionados nas cartas de Paulo eram pessoas enviadas pelas comunidades. Provinham das comunidades fundadas por Paulo e participavam então do trabalho missionario como delegados dessas comunidades (por exemplo, Erasto, Gaio, Aristarco, Sosipatro, Jasao, Epafras e Epafrodito). Eles mantinham o contato com suas comunidades de origem, apoiavam Paulo de muitas maneiras e evangelizavam autonomamente nas regiões em torno das comunidades fundadas por Paulo. Diante do trabalho missionario em expansão, o próprio Paulo podia manter apenas contato ocasional com as comunidades. Suas cartas permitem perceber a grande insatisfação das comunidades com a pouca atenção que consideravam receber e a dificuldade de Paulo em abafar essas reclamações com explicações razoáveis (cf. l Ts 2,17-20; I Cor 4,18).

  1. c) O grande número de pessoas enviadas pelas comunidades tinha um motivo causal no novo método missionario de Paulo. Ele não deu continuidade a missão itinerante até então praticada, mas desenvolveu uma missão centrada autônoma. Enquanto outros missionários ou profetas cristão-primitivos viajavam de lugar para lugar, Paulo procurava fundar uma comunidade, isto e, concretamente uma ou mais comunidades domesticas, nas respectivas capitais de províncias.

Ele ficava até que a comunidade domestica desenvolvesse estruturas próprias de lideranca45 e já não precisasse de sua presença. Da missão centrada de Paulo cresciam comunidades autônomas que, por sua vez, formavam a base para a missão paulina mais ampla e assumiam responsabilidade pelo trabalho missionario (cf. lTs 1,6-8).

  1. d) Dentro do grande círculo de colaboradores, o trabalho de Paulo dificilmente se limitou a meras questões organizatórias. Os auvepyoi (“cooperadores”) de Paulo não eram pessoas encarregadas por Paulo, mas chamadas e incumbidas por Deus (cf. I Cor 3,9). Como Paulo, também elas trabalham em prol da mesma “obra” do anuncio do evangelho entre as nações (cf. lTs 3,2; ICor 3,5-9; 16,10.15-18; 2Cor 8,16-23; Fl 2,22). Especialmente no círculo de colaboradores mais íntimos devemos supor um trabalho teológico intensivo46. Essa suposição e confirmada por textos nas cartas paulinas que se destacam claramente devido a sua forma, teologia e posição; por exemplo, ICor 13 apresenta somente uma ligação muito solta com o contexto, e a passagem direta de ICor 12,31 para ICor 14 não apresenta nenhuma dificuldade. Particularidades manifestam-se também em termos de conteúdos, pois os carismas da fe, da esperança e do amor estão acima de todos os outros dons da graça. Parece que ICor 13 já fora concebido antes da redação da Primeira Carta aos Corintios; trata-se de um testemunho do trabalho teológico na escola de Paulo. Textos comparáveis encontram-se em ICor l,18ss; 2,6ss; 10,lss; 2Cor 3,7ss; Rm l,18ss; 7,7ss. Todos os textos distinguem-se por seu caráter não polemico, sua coesão temática e seu enraizamento histórico-traditivo no judaísmo helenista. A grande proximidade a literatura sapiencial leva a supor que Paulo retoma aqui também elementos de seu tempo pré-cristão.
  2. e) As cartas deuteropaulinas (Cl, Ef, 2Ts, Cartas Pastorais) confirmam enfaticamente a existência de uma escola de Paulo que continuou a existir depois da morte do apostolo. Esse legado de quatro discípulos de Paulo mostra como a herança da teologia paulina continuou sendo cultivada e aplicada numa situação modificada. Chama a atenção que a doutrina paulina da justificação exclusiva, presente nas cartas aos Galatas e aos Romanos, passou em todas as cartas deuteropaulinas ao segundo plano. Também os motivos apocalipticos na criptologia perdem importância; o predominante e uma escatologia iminente.

Passam ao centro problemas éticos e do direito eclesiástico, que surgiram devido a situação modificada da historia eclesiástica (atuação de hereges, solução para o enfraquecimento da expectativa da parusia iminente). Nesta situação, o Paulo sofredor (Cl, Ef, 2Tm alegam ser cartas escritas na prisão) torna-se a autoridade por excelência do tempo inicial. Surge a atitude de recorrer a Paulo e de tentar fazer uma releitura de sua teologia sob as condições modificadas. Embora as cartas deuteropaulinas divirjam em pontos essenciais da teologia paulina genuina, elas permitem perceber uma familiaridade com os pensamentos do apostolo. Particularmente o autor da Carta aos Colossenses está fortemente marcado pela tradição da escola paulina, especialmente pela Carta aos Romanos. Ele deve ter adquirido seus conhecimentos básicos da teologia de Paulo na escola paulina, para dar-lhes depois um maior desenvolvimento autônomo, segundo as exigências de seu tempo. Também os Atos dos Apóstolos devem ser considerados um testemunho da tradição da escola paulina. O herói verdadeiro da narração e Paulo, e ele aparece e atua repetidamente de maneira programática como mestre (cf. At 11,26; 13,12; 15,35; 17,19; 18,11; 20,20; 21,21. 28; 28,31!)51. Como sede da escola paulina oferece-se Efeso52. Essa cidade marcada pelas mais variadas correntes (templo de Artemis, religiões de mistério, importante comunidade judaica, culto ao imperador, filosofia helenista) era o centro da missão crista-primitiva53.

Aqui atuavam o casal cristão Prisca e Aquila (cf. At 18,19-21; ICor 16,19), o alexandrino Apoio (cf. At 18,24-28; ICor 16,12) e o próprio Paulo a partir do verão do ano 52 até a primavera do ano 55. Em nenhuma outra cidade, Paulo permaneceu tanto tempo como em Éfeso, onde ele reuniu uma grande equipe de colaboradores em torno de si e, segundo At 19,9s, pregava ao longo de dois anos na escola do retórico Tirano. Em Éfeso foi escrita não só a Primeira Carta aos Coríntios, mas ali surgiram provavelmente também algumas das cartas deuteropaulinas (Cl, Ef [?], Pastorais). Paulo fornecia a seus colaboradores e comunidades soluções para questões polêmicas, reflexões teológicas que determinavam os rumos e orientações éticas; ao mesmo tempo, ele mesmo era fortemente influenciado em seu pensamento por colaboradores e por transformações nas situações das comunidades. Finalmente, a suposição de uma escola paulina oferece uma ideia acerca do processo da formação de teologia, assim como ele se reflete nas cartas paulinas através da interação de argumentação situava, instrução de validade geral e tradição fundamental. Udo Schnelle. Paulo vida e pensamento. Editora Paulus. pag. 177-181    

SÍNTESE DO TÓPICO I

O apóstolo Paulo foi discipulador com um método de, primeiramente, pregar e, em seguida, ensinar de maneira mais sistematizada.

 

SUBSÍDIO PEDAGÓGICO

    A aula sempre é um ponto de encontro entre o professor e o aluno. Ou melhor, deve ser entre mestre e Segundo a Bíblia, vemos claramente que a relação entre Jesus e os discípulos, bem como dos apóstolos com os discípulos, era de mestre e discípulo. O mestre aplica o que ensina na própria vida, ou seja, ele ensina pelo exemplo. Já o discípulo deseja imitar o que aprendeu, aplicando o ensino na vida concreta. Não esqueça de que o objetivo da Escola Dominical é gerar imitadores de Cristo. Conscientize a classe a respeito disso.    

II – O DISCIPULADO E A MISSÃO INTEGRAL DE PREGAR E ENSINAR

 

   1.   A pregação: o ponto de partida.

  Pregar o Evangelho é o meio que o Espírito Santo leva pessoas à salvação. É preciso pregá-lo com seriedade, intensidade e ousadia. A Igreja de Cristo se expandiu assim. Ela tinha como ponto de partida a tarefa que Jesus deixou aos seus discípulos, como vimos anteriormente. Nada pode substituir a dimensão proclamatória da Igreja. Para isso, ela foi revestida do poder do Espírito Santo para cumprir a missão (At 1.4-8). Quando os discípulos foram cheios do Espírito Santo no cenáculo em Jerusalém, a igreja se espalhou por todo o mundo. Assim, os discípulos de Cristo plantaram igrejas nas casas, nas aldeias, nas cidades. E a Igreja se multiplicava dia após dia (At 2.47).    

 

Comentário

 

    As testemunhas de Cristo são por ele mesmo designadas «…minhas testemunhas…» «Eram suas por uma relação pessoal direta». (Knowling, citado por Robertson, in loc.). As restrições próprias ao ministério do evangelho, impostas durante 0 ministério público de Jesus, antes de sua crucificação, conforme observamos, por exemplo, em Mat. 10:5, são aqui removidas. As únicas limitações que permanecem são as de um coração temeroso, de uma vida infiel, bem como do egoísmo pessoal, por parte dos discípulos. Esse ministério só poderia ser eficazmente realizado mediante o recebimento do Espírito Santo, o qual haveria de capacitar e orientar aos discípulos, porque a vinda do Espírito Santo seria o equivalente a Cristo conosco e em nós, tendo vindo a fim de cumprir o ministério iniciado pelo Senhor Jesus durante a sua missão terrena. O grande objetivo dessa vinda seria capacitar os crentes a levarem a mensagem de Cristo até aos confins da terra, cobrindo o mundo com o anúncio de sua morte vitoriosa e de sua ressurreição triunfante a fim de que a plena salvação de Deus pudesse ser levada à humanidade. É patente que tal obra jamais poderia ser realizada a menos que 0 Espírito de Deus se fizesse presente a fim de dirigir a atuação da igreja, capacitando os crentes com 0 seu poder. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 28.    

 

Jesus redireciona os olhos dos discípulos para a ação missionária e dá-lhes um esboço geral da obra que deveriam fazer. David Stern diz que este versículo serve como uma espécie de índice para o livro de Atos. O período de testemunho e missão deve anteceder a volta de Jesus. Em vez de conhecer tempos ou épocas, eles seriam revestidos com o poder do Espírito para serem testemunhas (2.33). Não lhes bastaria o poder do intelecto, da vontade ou da eloquência humana. Era preciso que o Espírito agisse neles, dentro deles e através deles. James Hastings destaca no oitavo versículo três pontos importantes: a) o poder; b) a fonte do poder; c) o uso do poder. Há na língua grega duas palavras para poder: exousia e dunamis. A primeira refere-se ao poder no sentido de governo e autoridade; e a segunda significa habilidade e força. O poder que a igreja recebe não é político, intelectual ou ministerial, mas um poder espiritual, pessoal e moral. A fonte desse poder é o Espírito Santo, e esse poder é da dopara que a igreja seja testemunha de Cristo até aos confins da terra. LOPES. Hernandes Dias. Atos. A ação do Espírito Santo na vida da igreja. Editora Hagnos. pag. 37-38.    

 

Que o poder que os discípulos receberão para a execução deste trabalho será suficiente. Eles não tinham força própria, nem sabedoria ou coragem suficiente. Eles faziam parte inata das coisas loucas e tolas deste mundo (1 Co 1.27). Eles não possuíam a petulância de comparecer como testemunhas de Cristo em seu julgamento, nem agora seriam capazes disso. “Mas vós recebereis o poder do Espírito Santo que vem sobre vós” (assim pode ser lido), “e vós sereis incentivados e movidos por um espírito melhor do que o vosso próprio. Vós tereis poder para pregar o evangelho e prová-lo pelas Escrituras do Antigo Testamento” (o que, depois que foram cheios do Espírito Santo, cap. 2.4, admiravelmente fizeram, cap. 18.28) “e confirmá-lo com milagres e sofrimentos.” Veja que as testemunhas de Jesus receberão poder para o trabalho para o qual Ele as chama. Aqueles a quem Ele emprega no seu serviço, os capacita e os confirma nesse empreendimento. Que a influência que os discípulos exercerão será grande e muito extensa: “Vós sereis testemunhas de Jesus, e promovereis a sua causa”. (1) “Vós começareis em Jerusalém, e muitos receberão o vosso testemunho. Aqueles que não o aceitarem ficarão indesculpáveis.” (2) “Com isso, a luz que vós tendes brilhará em toda a Judéia, onde outrora vós labutastes em vão.” (3) “Em seguida, vós passareis para Samaria, ainda que em vossa primeira missão vós tivésseis sido proibidos de pregar em cidades samaritanas.” (4) “Vossa utilidade alcançará até aos confins da terra, e vós sereis bênçãos para o mundo todo.” HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 7.    

 

   2.   O Ensino: “fazer discípulos”.

 

  Discipulado começa quando pessoas aceitam a Jesus como Salvador de suas vidas. Logo, a conversão a Cristo é a semente da Igreja. Quando cuidada pelos discipuladores, essa semente germina e dá frutos. Não foi assim que aconteceu no dia de Pentecostes? Pedro se levantou dentre as 120 pessoas cheias do Espírito Santo e começou a pregar com autoridade sobre quem era Jesus (At 2.14-35). Resultado: quase três mil pessoas se converteram (At 2.41). E agora? O que fazer? Ensinar, ensinar e ensinar. Os apóstolos entenderam que deviam discipular esses recém-convertidos com a doutrina que receberam de Cristo (At 2.42-47). Ao longo do seu ministério, o apóstolo observou rigorosamente esse princípio e o aplicava nas vidas das pessoas que ele alcançava.    

Comentário

 

    A tradução da Nova Almeida Atualizada foi muito feliz quando traduziu o texto de Mateus 28.19, que diz: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações”. O verbo ensinar de “ensinai todas as nações” (ARC) subentende-se como “fazer discípulos”. O discipulado começa com as pessoas que aceitam a Jesus como Salvador de suas almas. A conversão a Cristo é o ato milagroso que o Espírito opera fazendo germinar a semente que se reproduzirá em muitas outras sementes e esse processo gera a igreja. A semente do evangelho germina e frutifica quando cuidada pelos discipuladores, que devem pregar e ensinar com clareza a verdade do evangelho. O discipulado é o trabalho de todos os crentes. Segundo David Cornfield: Discipulado é uma relação comprometida pessoal onde um discípulo mais maduro ajuda a outros discípulos de Jesus Cristo a aproximarem-se dEle e assim, reproduzirem o caráter cristão. Os verdadeiros discípulos não apenas crescem, mas também reproduzem (multiplicam) o caráter de Cristo em outras vidas. No dia de Pentecostes, tudo começou quando Pedro levantou-se dentre as 120 pessoas cheias do Espírito Santo e começou a pregar com autoridade e conhecimento sobre quem era Jesus (At 2.14). Pedro fez um sermão, inspirado pelo Espírito Santo, centrado no Cristo crucificado e ressuscitado para convencer as pessoas de que não anunciava uma religião, mas uma Pessoa gloriosa (At 2.14-36). Com a inspiração do Espírito, o apóstolo Pedro respondeu ao povo de Jerusalém sobre o movimento do derramamento do Espírito Santo naquele dia. Pronunciou um dos maiores sermões que se conhece na era neotestamentária.

A graça, a unção e o conhecimento revelado por Pedro deixou a multidão perplexa, e quase três mil pessoas reconheceram a Jesus como o Salvador e Senhor enviado por Deus (At 2.37-41). Imagine um número de quase 120 pessoas, e, de repente, agregam-se quase três mil almas sedentas de saber mais sobre Jesus Cristo. Imediatamente, os apóstolos entenderam que o trabalho de discipulado deveria começar ensinando aquelas pessoas com a doutrina que receberam de Cristo (At 2.42-47). Neste capítulo, Paulo é o nosso personagem histórico. A despeito de ter sido contemporâneo de Jesus, nunca esteve com Ele em vida física. Não muito depois do Pentecostes, Paulo converte-se e tornasse um dos mais ardorosos pregadores de Cristo. Precisou de um tempo aproximado de quatro a cinco anos, depois da sua escola no deserto da Arábia, para que, ao voltar, reiniciasse seu ministério de “embaixador de Cristo”, pregando o Seu nome.

Porém, cedo entendeu que, na comissão que Jesus deixou com seus discípulos, havia a missão de pregar o evangelho e convencê-los acerca da salvação, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a guardar a doutrina de Cristo em seus corações. Paulo entendeu que não bastava anunciar Jesus e convencer as pessoas da necessidade de salvação, mas, sim, que precisavam ser discipuladas acerca das verdades do evangelho. Um dos pontos vitais para que a igreja tivesse um crescimento sadio e livre de amarras doutrinárias era fazer com que a pregação e o discipulado não se restringissem aos judeus, mas que alcançassem todas as nações pelo imperativo de Jesus, que disse: “ensinai todas as nações” (Mt 28.19). Cabral. Elienai,. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

 

Ide, portanto, fazei discípulos …. Algumas traduções dizem ·ensinai todas as nações». Porém, «fazei discípulos tradução melhor, embora em Mat. 13:52 seja usada essa expressão com o sentido de «instruir». O fazer discípulos envolve, em p rim e iro lugar, a necessidade do evangelismo ou da pregação do evangelho; mas também subentende um exercício de treinamento e orientação, de forma que esses discípulos sejam melhor firmados e instruídos na plenitude da mensagem das Escrituras Sagradas. A palavra «portanto·, provavelmente é uma glosa, pois é omitida pelos mss Aleph, A E FH KM SU V, Gamma e outros. Todavia e porção muito antiga do texto, por causa do Códex do Vaticano, como também dos mss Delta e Fam Pi. Aglosa é excelente, conforme a maioria dos intérpretes concorda prontamente, porque mostra que essa ação de fazer discípulos dentre todas as nações, repousa na autoridade universal de Cristo.

Por conseguinte, sem importar o que aconteça, algum sucesso está garantido; e o que parece ser fracasso, cm realidade não pode sê-lo. Se tragédias acontecerem se mártires surgirem, se um tratamento vergonhoso for dado aos pregadores, se desumanidades forem perpetradas contra os discípulos, devemos saber que tudo será por causa de Jesus, e que a vitória e o sucesso final estão plenamente assegurados. Se males forem cometidos contra os discípulos de Cristo o que parece não ter remédio, todavia. Deus curará a tudo, porque cm Cristo está toda a autoridade, não somente neste mundo, mas também no céu. E, assim sendo, dessa promessa flui um rio de paz e de segurança. Da mesma maneira como a horrenda crucificação de Jesus foi prontamente sarada, final e completamente, pela ressurreição, assim também todos os recuos e derrotas dos verdadeiros discípulos serão sarados, porquanto a autoridade de Jesus Cristo garante isso. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 654.    

 

As implicações da grande comissão (28.19). Há duas implicações no cumprimento da grande comissão. A primeira delas é a integração dos novos convertidos. Fazer discípulo implica integrar o indivíduo à igreja, por meio do sacramento do batismo em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo. David Stern é oportuno quando escreve: “O Novo Testamento não ensina o triteísmo, que é a crença em três deuses. Ele não ensina o unitarismo, que nega a divindade de Jesus, o filho, e do Espírito Santo. Não ensina o moralismo, que diz que Deus aparece às vezes como o Pai, às vezes como o filho, e às vezes como o Espírito Santo, como um ator trocando as máscaras”. Embora a palavra “Trindade” não apareça nas Escrituras, o conceito dela está por toda a Bíblia. Todo convertido deve ser batizado e integrado à igreja. A igreja é importante. Não existe crente isolado, “desigrejado”, fora do corpo. Uma ovelha fora do rebanho é presa fácil do devorador. Uma brasa fora do braseiro logo se cobre de cinzas. A igreja foi instituída por Cristo, e os novos crentes devem ser integrados a ela pelo batismo. A segunda implicação é que a grande comissão envolve ensino aos novos convertidos. Três coisas merecem destaque nesse ensino. Primeiro, ensinar o que Jesus mandou (28.19). Não se trata de ensinar doutrinas de homens, modismos, tradições humanas e legalismo, mas ensinar o que Jesus ordenou. Segundo, ensinar todas as coisas (28.19). Ensinar não apenas as coisas mais agradáveis. Devemos ensinar toda a verdade, toda a Palavra, e dar não apenas o leite, mas também o alimento sólido. Terceiro, ensinar a guardar (28.19). LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 822.    

 

   3.   Pregação e ensino.

 

  A igreja local é um lugar onde a Palavra de Deus deve ser proclamada com autoridade, em que pessoas sejam atraídas pelo Espirito Santo a Cristo. Mas a igreja também é um local de formação por meio do ensino da Bíblia. Por isso que as reuniões de Escola Dominical e os cultos de ensino da Palavra são instrumentos importantes para forjar o caráter cristão e formar pessoas (crianças, adolescentes, jovens e adultos) que imitem a Cristo em suas vidas. Essa é uma das nobres missões da Igreja de Cristo,    

Comentário

 

    Evangelizar é ensinar as pessoas A primeira vez que ouvi o evangelho de Jesus Cristo, não havia nada demais naquela apresentação. Não havia máquina de fumaça, nada de fundo musical e nenhum apelo feito do púlpito; apenas uma ordem para que eu me arrependesse num centro missionário no sul da Inglaterra. Testemunhas fiéis me ensinaram as boas-novas; homens e mulheres abriram suas Bíblias e me explicaram o evangelho. O evangelho é uma mensagem de conteúdo objetivo, e as pessoas precisam entender esse conteúdo para irem a Cristo e serem salvas. Aqueles que desconhecem o evangelho precisam que alguém lhes ensine a verdade; aqueles que têm um falso evangelho precisam que alguém corrija a falsa“verdade”. Em sua essência, o evangelismo diz respeito a ensinar as pessoas sobre sua condição espiritual perigosa sem Jesus e então apresentar as boas novas de que existe uma saída para essa condição arriscada. Independentemente das outras coisas que fizermos em lugares difíceis, nosso propósito primário deve ser o de ensinar a mensagem da Bíblia a homens, mulheres e crianças. Não existe atalhos ou substitutos para o ensino do evangelho. Pessoas como John precisam saber que o evangelismo não se resume à entrega de folhetos. Evangelismo vai além de um convite para o culto de domingo. Ana precisa compreender que evangelismo vai além de ser gentil e permanecer sentada em reuniões. A Bíblia precisa ser aberta e explicada. Douglas precisa saber que a pessoa carente precisa mais de professores bíblicos do que de assistência social. Mez McConnell e Mike McKinley; Igreja em Lugares Difíceis, como a igreja local traz vida ao pobre e necessitado. Editora Fiel. Ed. 1, 2016.    

 

ENSINO

  1. A importância do Ensino Cristão
  2. Ensinemos por meio de palavras, pela mensagem dos hinos, pela força do exemplo. O ensino faz parte da Grande Comissão (ver Mat. 28:20).
  3. Os dons espirituais existem para servir de auxilio no ministério do ensino, e o alvo de tudo é a maturidade espiritual, o crescimento e o aperfeiçoamento dos santos (ver Efé. 4:11 e ss).
  4. Os verdadeiros mestres são dádivas divinas à igreja, para seu benefício (ver Efé. 4:11). E o dom do «conhecimento é dado especialmente aos mestres, a fim de que sejam eficazes em seu ministério (ver I Cor. 12:8).
  5. O ensino tem um efeito codificador. Portanto, é importante, se a igreja tiver de ser edificada», O ensino é vital para esse propósito.
  6. As Escrituras Sagradas nos foram transmitidas nessa forma escrita a fim de que o ministério do ensino fosse facilitado e se tomasse mais eficaz.
  7. Acima de tudo o mais, Cristo foi o Mestre supremo. Se seguirmos o exemplo que nos deixou, sem dúvida haveremos de ensinar.
  8. Aqueles que somente evangelizam, negligenciando o ensino cristão, terão de contentar-se com uma igreja infantil, carnal, com disputas e cisões na igreja local. Um povo faminto espiritualmente, será um povo infeliz.
  9. A ausência de ensino cristão arma o palco para a apostasia. (ver Heb. 6:1 e ss).
  10. Chega um tempo, na vida de cada crente, que se espera que ele se tome um mestre, e não um aprendiz (ver Heb. 5:12).
  11. Observemos a importância emprestada por Paulo à necessidade de haverem homens bons que sejam mestres de outras pessoas na fé cristã, para que esta possa passar de uma geração à outra (ver 11 Tim, 2:2).

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. pag. 390.    

 

 

A Igreja recebeu a ordem de evangelizar o mundo. Antes de subir aos céus, o Senhor deixou a ordem mais importante aos Seus discípulos: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15); Ide… fazei discípulos de todas as, nações (Mt 28.19). Está bem claro que o propósito de Deus para a sua igreja é a evangelização do mundo. Fica claro que o povo de Israel do Antigo Testamento é a Igreja do Novo Testamento; portanto o plano de Deus para o Seu povo, no nosso caso, a Igreja, é a evangelização do mundo. Deus não tem outro meio para espalhar a mensagem do evangelho e salvar vidas no mundo, a não ser a Igreja. Mas, infelizmente o que está acontecendo sejas, hoje, tem demonstrado claramente que do mesmo modo que o povo de Israel, ela perdeu sua visão dos propósitos sitos e seus. Quantas igrejas estão egoistlcamente concentradas apenas em si mesmas, como verdadeiros clubes sociais, realizando reuniões sem saber qual o objetivo delas, e quando estabelecem tarefas, estas não estão de acordo com o plano de Deus para a Igreja.

Quantos pastores sem visão estão levando a igreja para a execução de atividades que nada têm a ver com a obra missionária! Às vezes, eu pergunto a algumas pessoas: “Qual a tarefa da Igreja?” E ouço muitas respostas, sendo que todas caem no objetivo final que é a evangelização do mundo. Por isso, missões mundiais devem ocupar o primeiro lugar no planejamento global de nossas igrejas. Infelizmente, em muitas igrejas, missões é apenas parte de um programa, outras nem falam sobre missões, outras colocam-na sobre os ombros das mulheres, outras ainda são contra a obra de missões. O diabo está cegando o entendimento de muitos pastores e líderes; consequentemente, muitas igrejas estão cegas quanto o seu verdadeiro papel no mundo. Mez McConnell e Mike McKinley; Igreja em Lugares Difíceis, como a igreja local traz vida ao pobre e necessitado. Editora Fiel. Ed. 1, 2016.    

SÍNTESE DO TÓPICO II

O discipulado compreende a missão de pregar o Evangelho e ensina-lo como caráter formativo.

    UBSÍDIO TEOLÓGICO “O ministério da igreja inclui equipar um grupo de pessoas que vivem em mútua comunhão, capacitando as a crescer até formarem uma entidade morosa, equilibrada e madura. Paulo diz claramente em Efésios A 11-16 que equipagem dos santos para o serviço compassivo em nome de Cristo deve acontecer numa comunidade. O cresci- mento espiritual e o contexto em que ele ocorre de modo mais eficaz não surgem por mera coincidência. O amadurecer do crente não poderá acontecer fora da comunidade da fé. O discipulado não possui nenhum outro contexto que não seja a igreja de Jesus Cristo, porque não se pode seguir fielmente a Jesus à parte de uma participação cada vez mais madura com outros crentes na vida e no ministério de Cristo (KLAUS, Byron D. A Missão da Igreja. 19.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 603).    

III – O DISCIPULADO COM PESSOAS DE OUTRAS CULTURAS

 

   1.   A pregação para os seus irmãos.

  No livro de Atos, percebemos que a pregação dos apóstolos era primeiramente direcionada aos judeus. Eles pregavam no Templo, nas sinagogas e os judeus recebiam a Palavra, outros, porém, a rejeitavam (3.1-10; 6.9: 7.51-53). Os apóstolos desejavam que seus irmãos recebessem a Palavra da Verdade. Entre tanto, o desafio diante da Lei de Moisés com o fenômeno da conversão entre os gentios se revelaria complexo, conforme nos mostra a questão cultural entre os judeus hebreus e helênicos (At 6.1-6). O derramamento do Espirito na casa de Cornélio (At 10.44-48) e a concilio de Jerusalém (Ar 15). O Evangelho entre os gentios trouxe um grande desafio para a igreja que crescia.    

Comentário

 

    Havia na mente dos apóstolos, mesmo depois de terem ouvido do próprio Senhor Jesus, que o evangelho seria restrito aos judeus. Entendiam aqueles homens escolhidos pelo Senhor para serem seu representante no mundo inteiro que, em primeiro lugar, o mundo judeu deveria ser evangelizado, depois os gentios. Inicialmente, a ideia que prevalecia na mente dos apóstolos era a pregação para os judeus. Foi isso o que os apóstolos fizeram a princípio. Eles pregavam aos judeus e dizia-lhes: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38). Eles entravam nas sinagogas, e muitos judeus recebiam a palavra; no entanto, a curiosidade dos gentios levou-os a pensar de forma diferente (At 2.38; 3.19; 7.51-53). Havia um sentido de discriminação dos judeus para com os gentios, mas os apóstolos esqueceram que o ministério deles não podia ser exclusivista, porque, acima deles, quem opera o poder do evangelho é o “ministério do Espírito Santo” (At 1.8; 2.38,39; 9.37).

No texto de Atos 19.1-7, Lucas mencionou ocasiões em que os apóstolos oravam para que pessoas recebessem o Espírito Santo, e muitos gentios receberam-no em suas vidas (At 8.15; 19.1-7). Sem a manifestação do Espírito Santo, a Igreja teria sido impotente para expandir-se. Inicialmente, Jesus ordenou a seus discípulos que ficassem em Jerusalém até que recebessem o Espírito Santo (At 1.4). Dez dias depois, no Dia de Pentecostes, o Espírito Santo veio e manifestou-se poderosamente sobre as 120 pessoas que aguardavam a sua chegada no cenáculo. A igreja nasceu no Pentecostes e continua viva e poderosa cumprindo sua missão. Cabral. Elienai,. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

 

Pregue a Bíblia O trabalho da igreja em locais carentes pode ser intimidador. Conforme discutimos ao longo deste livro, os desafios para esse tipo de ministério são inúmeros, e o progresso normalmente é lento. Enquanto estratégias e métodos para se alcançar comunidades podem parecer diferentes de um lugar para o outro, Mez e eu estamos convencidos de que o que as pessoas mais necessitam em áreas carentes é da Palavra de Deus. As pessoas nessas comunidades podem muito bem ter necessidades agudas de reabilitação de drogas ou de álcool, de educação, de alimento e de oportunidades profissionais, mas nenhuma dessas necessidades é tão primordial quanto a que têm da Bíblia. Afinal de contas, a Bíblia é o meio designado por Deus para levar vida espiritual ao homem. Desde a fala de Deus que trouxe o universo à existência, passando pelo chamado de Abraão, ao “assim diz o Senhor” dos profetas, a Palavra de Deus é o que cria, molda e fornece vida ao seu povo.

 

Não é sem motivo que Cristo vem como o Verbo em carne, a principal comunicação de Deus com o seu povo (Hebreus 1.1,2). E é por meio da Bíblia que Deus revela quem é, o que fez, e como devemos responder a isso. A Palavra de Deus é o meio pelo qual ele traz para si um povo (Romanos 10.17). Tenho de admitir que essa parece ser uma abordagem estranha. Que bem um livro antigo é capaz de trazer diante da pobreza generalizada, de ciclos de abuso sexual, de vício em drogas e de desesperança? Observe o que a Bíblia tem a dizer a respeito do poder da Palavra de Deus: Paulo aos líderes em Éfeso: “Agora, pois, encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça, que tem poder para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados” (Atos 20.32). Paulo à igreja em Roma: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Romanos 1.16). E novamente: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?… E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Romanos 10.14,17). O autor de Hebreus declara: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4.12). Muitas igrejas jamais tentam ministrar aos pobres, pois se sentem diante de uma batalha para a qual não estão equipados. Outros entram com tudo na batalha, mas usando as armas erradas. Eles vão com folhetos e programas sociais, entretanto com pouca mudança de vida ou fruto visível. Mas a Palavra de Deus é uma espada de dois gumes. Ela é capaz de penetrar qualquer coração. A Bíblia é onde encontramos a mensagem do evangelho, o poder de Deus para a salvação. Se temos a Palavra de Deus aplicada pelo Espírito de Deus, temos todos os recursos de que precisamos para ministrar em qualquer comunidade. Mez McConnell e Mike McKinley; Igreja em Lugares Difíceis, como a igreja local traz vida ao pobre e necessitado. Editora Fiel. Ed. 1, 2016.    

 

Deus reuniu gentios e judeus, e fez deles um novo povo.

Na carta aos efésios o apóstolo Paulo deixa claro que Deus está organizando um novo povo: “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derrubado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu na sua carne a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse em si mesmo um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade” (Ef 2.14-16). E fusão de judeus e gentios é a Igreja, que tem a responsabilidade missionária de tornar conhecida a sabedoria de Deus, conforme o verso 10 do capítulo 3: pela Igreja multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida agora dos principados e potestades nos lugares celestiais. Queiroz. Edison. A Igreja Local e Missões. Editora: Vida Nova. pag. 45.    

 

   2.  A expansão para os gentios.

 

  A Igreja não poderia fugir dos gentios pois alcançá-los era promessa de Cristo registrada em Atos 1.8. Os apóstolos seriam testemunhas de Cristo não só em Jerusalém, mas passariam por Judeia e Samaria para chegar aos confins da terra. Por isso, nosso Senhor levantou um homem tenaz e valente, separado para ser “apóstolo dos gentios” (Ar 9.1-9; 26.14-18). O apóstolo Paulo discipulou pessoas oriundas de diversas culturas e costumes religiosos.    

Comentário

 

    A promessa de poder para testemunhar de Cristo seria cumprida e, de fato, cumpriu-se. Em primeiro lugar, eles receberam poder para obedecer a ordem da missão. Segundo, eles seriam testemunhas de Cristo, de tudo o que viram e ouviram da parte de Jesus. Terceiro, depois eles iriam para Jerusalém, Judeia e Samaria e até aos confins da terra. Nessa promessa, a visão de Cristo não se restringia geograficamente, mas ia além de Jerusalém, porque alcançaria o mundo inteiro. Nos primeiros anos da vida da igreja, ela não ficou restrita aos judeus, porque Jesus escolheu um homem tenaz e valente chamado Saulo de Tarso, que era um temido inimigo de Cristo e da igreja. O Senhor interceptou-o no caminho de Damasco, fez com que ele caísse por terra mediante a poderosa luz resplandecente que o deixou cego por três dias, levando-o a entender que era Jesus que o interceptava, produzindo um novo sentimento em seu coração e convertendo-o para servir aos interesses dEle, como pregador e “apóstolo dos gentios” (At 9.1-9; 26.14-18). Não há nenhuma depreciação pelos 12 apóstolos, porque foram escolhidos pelo Senhor; pelo contrário, cada um deles deixou na História da Igreja o testemunho vibrante do ministério que tiveram ao espalharem-se pela Ásia, Europa, África e outras regiões do mundo. Cabral. Elienai,. O Apostolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apostolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

 

«…para os quais eu te envio…» Essas palavras poderiam significar, sobretudo nesta passagem, como é natural, que Paulo estava sendo enviado somente aos gentios. Isso tornaria tal declaração paralela à de Atos 22:21, que diz respeito à comissão apostólica que foi proporcionada a Paulo, imediatamente depois de sua visão inicial, quando Paulo recebeu um transe, estando a orar no templo de Jerusalém. Alguns intérpretes, porém, preferem pensar que essas palavras se referem tanto aos judeus como aos gentios, porquanto, como é evidente, isso é o que sucedia por onde quer que Paulo pregasse —ele pregava primeiramente aos judeus, e muitos de seus convertidos mais notáveis foram conquistados na sinagoga. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 517.    

 

A proteção espiritual sob a qual ele foi tomado, enquanto foi desse modo empregado como testemunha de Cristo: todos os poderes das trevas não poderiam prevalecer contra ele até que tivesse terminado seu testemunho (v. 17), livrando-o deste povo e dos gentios. Note: As testemunhas de Cristo estão sob seu cuidado especial, e, embora elas possam cair nas mãos dos inimigos, Ele cuidara para liberta-las de suas mãos, e Ele sabe como fazer isso. Cristo mostrou a Paulo nessa ocasião o quanto ele devia padecer pelo seu nome (cap. 9.16), e, no entanto, conta-lhe aqui que Ele o livrara desse povo. Note: Grandes sofrimentos são conciliáveis com a promessa da libertação do povo de Deus, porque não e prometido que ficarão livres de dificuldades, mas que serão guardados no meio delas; e algumas vezes Deus os entrega nas mãos dos seus perseguidores para que Ele possa ter a honra de liberta-los de suas mãos. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 279.    

 

   3.  O discipulado numa cultura diferente.

 

  O ministério do apóstolo Paulo nos mostra que o discipulado é o melhor método para ensinar o Evangelho às pessoas que vêm de culturas diferentes, religiões diversas e costumes, na maioria das vezes, incompatíveis com o Evangelho. Com Paulo, aprendemos que à proporção que absorvemos o Evangelho, nossa forma de pensar é alterada para desejar as coisas mais nobres e fazer o que glorifica a Deus (Fp 4.8.9: Cl 3.2; 1 Co 10.31). Portanto, “não por força, nem por violência, mas peto meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4.6).    

Comentário

 

    A história do cumprimento do mandato de Jesus de se fazer discípulos de todas as nações confunde-se com a história do Cristianismo. Como não poderia deixar de ser, ao fazer missões, a Igreja cresce. Ao logo da história, tivemos vários períodos distintos, e muitos nomes se destacaram como homens e mulheres de valor. O Pr. Bertil Ekström, em seu livro “História de Missões” nos cita uma longa lista deles. Também, segundo Bertil, os discípulos de Jesus tomaram o seguinte rumo:   João – na Ásia Pedro – em Ponto, Galácia, Bitínia e Capadócia Mateus – outras nações Bartolomeu – Índia Tomé – entre os partos (Iran, Iraque, Paquistão), Índia Marcos – no Egito Simão, o zelote – na Pérsia Tiago, o grande – na Espanha Tiago, o justo – na Arábia Filipe – na Frígia” Após a Reforma Religiosa de Martinho Lutero, surgiram alguns grupos que tentaram reiniciar missões protestantes:  

  1. OS PURITANOS – o nome é originado da vontade de purificar-se dos resquício católicos romanos. A ideia puritana expandiu-se também para a purificação da sociedade por parte dos seus seguidores. Um dos mais famosos puritanos é John Bunyan, autor de “O Peregrino”. Em termos missionários, apenas a influência puritana deixada a algumas Igrejas foi contribuição dos puritanos. Este movimento surgiu no século XVII.

 

  1. PIETISMO – Originou-se no meio da Igreja Luterana, no final de 1600, e propunha reformas à tradição protestante que já se acomodava. Phillip J. Spener (1631 – 1705) é considerado o Pai do Pietismo. Os pietistas influenciaram grandemente o trabalho missionário de sua época.

 

  1. A MISSÃO HALLE – Esta foi a primeira missão européia as enviar missionários. Nasceu de uma união com o governo dinamarquês e os pietistas.

 

  1. OS MORÁVIOS – Talvez sejam os mais exemplares dos movimentos missionários até hoje. De cada 60 membros, 1 era missionário, que foram enviados a todos os cinco continentes. Seu Líder era o Conde Nicolau Ludwing Zanzerdof (1700 – 1760).

  Ao longo dos 1600 anos seguintes, a Igreja passou por muitas transformações, mas a partir do ano 1750, tem-se início o período de Missões Modernas, que resumimos assim: Os dois nomes mais famosos destas era, também chamada de 1º era de missões modernas são Willian Carey e Hudson Taylor.   Carey é conhecido com o pai das missões modernas. Em 1792 publicou um livro, “Uma inquisição sobre a responsabilidade dos cristãos usarem meios para a conversão dos pagãos”, que influencia vários líderes posteriormente. Foi ele que disse: “espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus”. Ele fundou a Sociedade Missionária Batista e seguiu para a Índia. Desenvolveu um dos mais expressivos ministérios missionários.   Hudson Taylor (1832-1905) – Filho de um farmacêutico, ainda na Inglaterra abdicou do conforto e, em 1853 viajou para China. Foi o pioneiro nas “missões de fé”. Organizou a Missão para o Interior da China. Taylor mudou dois conceitos até então não percebidos por seus antecessores: as necessidades dos povos no interior dos países e não apenas missões no litoral e, a vida pela fé no ministério. Destacou-se também pelo grande amor aos chineses e o intenso desejo de se identificar culturalmente com o povo. Outros nomes importantes são:  

  • Adoniram Judson (1788 – 1850) – Missionário nas Índia e na Birmânia.
  • Robert Moffat ( 1795 – 1883) – Pioneiro em missões na África do Sul.
  • David Livingstone (1813 – 1873) – Um dos mais famosos missionários ao interior da África.
  • Robert Morrison (1782 – 1834) – Na China, foi o primeiro a traduzir a Bíblia para Chinês.
  • John Paton (1824 – 1907) – Desenvolveu um belíssimo trabalho nas Ilhas do Pacífico.

  É importante destacar o trabalho dos jovens em missões em cerca de 200 anos, desde Zinzerdof até o Movimento Voluntário Estudantil.   Zinzerdof, líder dos Morávios foi aluno da Escola Paedagogium, em Halle, Alemanha. Lá organizou a Ordem Do Grão Mostarda, junto com os outros cinco jovens. Como resultado, em 1732, foram enviados os dois primeiros missionários morávios para a Ilha São Tomé, nas Antilhas.   Charles Wesley entrou para faculdade da Igreja de Cristo em 1726, onde seu irmão, John, formara-se no ano anterior. Ele organizou o “Clube do Santos” e oravam sobre as oportunidades para operações missionárias. Como consequência, John viajou para a colônia da Georgia (atual estado da Georgia no E.U.A) para evangelizar os índios. Charles Simeon foi outro estudante a organizar grupos com motivação a atividades missionárias na Universidade de Cambridge.   Samuel Mills foi o fundador de um dos mais expressivos movimentos do séc. XIX. A história formada por Mills tem sua origem no que ficou conhecido de “a oração do monte de feno”. Em 1806, Mills e mais quatro colegas foram orar, como de costume, quando foram pegos de surpresa por uma tempestade. Esconderam-se debaixo de um monte de feno e enquanto aguardavam a chuva passar, oraram ardentemente por um despertamento no interesse dos trabalhos missionários entre os estudantes. “ Foi a partir desta reunião do monte de feno que o movimento de missões estrangeira das Igrejas dos EUA tiveram seu impulso inicial” Ralph Winter – Missões Transculturais – vol III).   O Movimento Voluntário Estudantil – MVE tem suas raízes na oração do monte de feno, realizada no Willians College. Em 1886, 251 estudantes reuniram-se no Monte Hermon para uma série de estudos. Como consequência cem alunos se voluntariaram para missões no exterior. Durante os dois anos seguintes, Robert G. Wilder e John Forman visitaram 167 escolas e faculdades divulgando a visão do MVE, conseguindo sensibilizar 2106 estudantes que se decidiram com missionários. Cinco anos depois, os números eram: 6200 estudantes voluntários de 352 escolas; 321 voluntários partiram para o exterior; 40 faculdades e 32 seminários participavam do sustento dos voluntários.   Cameron Towsend, missionário fruto do MVE, foi enviado à Guatemala na primeira metade deste século XX. Lá deu início ao que hoje conhecemos como Evangelização dos Povos Ocultos. Towsend percebeu que cada país possui vários povos que o formam, com muitas características diferentes. História de Missões    

 

Evangelizar é persuadir as pessoas Em Atos 17.2–4, lemos: Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio. Alguns deles foram persuadidos e unidos a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos piedosos e muitas distintas mulheres. A conversão é obra do Espírito de Deus do começo ao fim, mas as pessoas ainda precisam ser persuadidas. Em nosso ensino, precisamos estar preparados para responder a qualquer pessoa que nos perguntar (1 Pedro 3.15). Meu primeiro esforço de persuasão foi num cemitério da igreja duas semanas após a minha conversão. Eu tentava persuadir uma amiga minha de que a vida era breve e que precisávamos cuidar da alma. Eu não sabia muito mais do que o fato de que Jesus morreu numa cruz, não tinha uma apologética inteligente ou argumentos teológicos perspicazes. Sabia apenas que Cristo era real e que algo dentro de mim havia mudado para sempre. Então levei minha amiga para o cemitério, apesar da grande frustração que tinha com minha incapacidade, a conduzi até a lápide mais próxima e lhe disse que se não se arrependesse de seus pecados morreria, seria enterrada e queimaria eternamente no inferno.

Ela se colocou de joelhos, aos prantos, e oramos juntos. Fico feliz em lhe dizer que me arrependi daquela forma de persuasão. Queremos persuadir as pessoas, e não manipulá-las com temor ou promessas de coisas boas. A propósito, usar o temor nos conjuntos habitacionais não funciona. A vida ali já é completamente miserável. A esperança de uma vida melhor funciona mais, pois isso é o que as pessoas dali desejam; é por isso que o evangelho da prosperidade é tão efetivo ali. O que queremos é persuadir com a declaração aberta da verdade (2 Coríntios 4.2), que é confirmada por uma vida atraente. Precisamos viver de tal forma que as pessoas se vejam forçadas a perguntar sobre a nossa fé. Não somos capazes de transformar pecadores; podemos apenas ensiná-los e persuadi-los acerca das verdades do evangelho conforme reveladas na Bíblia. O resto depende de oração e da soberana e eletiva graça do Espírito Santo de Deus. Mez McConnell e Mike McKinley; Igreja em Lugares Difíceis, como a igreja local traz vida ao pobre e necessitado. Editora Fiel. Ed. 1, 2016.    

SÍNTESE DO TÓPICO III

O discipulado de Paulo se deu entre seus irmãos, judeus, bem como entre os gentios.

 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O discipulado é mais que uma aula ou um conjunto de lições que transmitem conteúdo doutrinário. Discipulado é um trabalho árduo, longo e, às vezes até sacrificial. E um trabalho de acolhimento, integração, acompanhamento aconselhamento e orientação espiritual. Nesse Importante ministério, temos Jesus como nosso principal modelo. Além do conteúdo ético e doutrinários acerca do Reino de Deus transmitido por Jesus, que certamente nos serve de norte nesta questão, Ele destacou que o discipulado precisa enfocar es relacionamentos. Nos evangelhos, aprendemos que Jesus mantinha uma excelente organização em seus níveis de relacionamento: em primeiro lugar a multidão (Lc 5.1; 6.17; 7.12); em segundo lugar, os discípulos (Lc 6.1,17); e, terceiro lugar, os apóstolos (Lc 6.13); e, por último, os três mais próximos dentre os apóstolos (Mc 14.32; 33; Lc 9.28). Os apóstolos de Jesus também foram discípulos, pois eles aprendiam vendo, ouvindo e imitando o Mestre. É preciso lembrar que todos os após- os discípulos eram apóstolos” (SILVA, Rayfran Batista da. O Discipulado Eficaz e o Crescimento da Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.27).    

CONCLUSÃO

O discipulado leva em conta a pregação e o ensinamento. Ele nos apresenta um desafio grande para interagir com pessoas oriundas de culturas completamente opostas às nossas. Aqui, temos a promessa do Espírito Santo para apresentar o Evangelho com sabedoria e poder. Ele nos usa como instrumento e convence o ser humano de seu real estado.    

PARA REFLETIR

   

A respeito de “Paulo, o Discipulador de Vidas”, responda:

   

  • Em que se baseava o princípio do discipulado na Igreja Primitiva?

O princípio do discipulado na igreja primitiva baseava-se na ordem da Grande Comissão que Jesus deu aos discípulos por ocasião de seu aparecimento e despedida (Mt 28.19,20).  

  • O que vemos ao longo das cartas de Paulo?

Ao longo das cartas de Paulo, vemos um compromisso profundo com doutrina exposta e a sua aplicabilidade na vida do discípulo.  

  • Qual é o meio que o Espírito Santo leva pessoas à salvação?

Pregar o Evangelho.  

  • Quando o discipulado começa?

O discipulado começa quando pessoas aceitam a Jesus como Salvador suas vidas.  

  • O que o ministério do apóstolo Paulo nos mostra acerca do discipulado?

O ministério do apóstolo Paulo nos mostra que o discipulado é o melhor método para ensinar o Evangelho às pessoas que vêm de culturas diferentes, religiões diversas e costumes na maioria das vezes incompatíveis com o Evangelho.    

ELABORADO: Pb Alessandro Silva.                

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2 respostas para “8 LIÇÃO 4 TRI 2021 PAULO, O DISCIPULADOR DE VIDAS”

  1. Leitura muita rica em conhecimento, é muito importante aprendermos como discípular e como sermos discipulado até mesmo porque todos os dias adiquirimos conhecimento diferente.

  2. Muito boa a iniciativa de realizar um trabalho como este de excelente valor para o conhecimento daqueles que verdadeiramente querem aprender e viver para Cristo e trazer vidas ao encontro e conhecimento do Mestre. PARABÉNS E CONTINUE, POIS A RECOMPENSA VEM DAS MÃOS DO SENHOR

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