9 LIÇÃO 1 TRI 2022 AS HISTÓRIAS E AS POESIAS FALAM AO CORAÇÃO

 

 

9 LIÇÃO 1 TRI 2022 AS HISTÓRIAS E AS POESIAS FALAM AO CORAÇÃO

 

 

TEXTO ÁUREO

“Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra. ” (SI 119.107)

 

 

VERDADE PRÁTICA

 

Os livros históricos e poéticos mostram a soberania e a sabedoria divinas. O relato dessas verdades produz fé e esperança em nossos corações.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda – Js 21.45 Deus controla o curso da história humana

 

Terça – 2 Tm 2.13 Deus é fiel o tempo todo

 

Quarta – Jó 28.28 A sabedoria requer ações práticas

 

Quinta – Pv 31.30 A pessoa temente a Deus recebe honra

 

Sexta – Mt 10.29,30 Nada acontece fora da vontade divina

 

Sábado – Pv 4.23 Do coração procedem as fontes da vida

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Deuteronômio 6.20-25; Salmos 119.105-108

 

Deuteronômio 6

 

20 – Quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que significam os testemunhos, e estatutos e juízos que 0 Senhor nosso Deus vos ordenou?

 

21 – Então dirás a teu filho: Éramos servos de Faraó no Egito; porém 0 Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito;

 

22 – E o Senhor, aos nossos olhos, fez sinais e maravilhas, grandes e terríveis, contra 0 Egito, contra Faraó e toda sua casa;

 

23 – E dali nos tirou, para nos levar, e nos dar a terra que jurara a nossos pais.

 

24- E o Senhor nos ordenou que cumpríssemos todos estes estatutos, que temessem os ao Senhor nosso Deus, para o nosso perpétuo bem, para nos guardar em vida, como no dia de hoje.

 

25 – E será para nós justiça, quando tivermos cuidado de cumprir todos estes mandamentos perante o Senhor nosso Deus, como nos tem ordenado.

 

Salmos 119

 

105 – Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.

 

106- Jurei, e o cumprirei, que guardarei os teus justos juízos.

 

107 – Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra.

 

108 – Aceita, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca, ó Senhor; ensina-me os teus juízos.

 

 

Hinos Sugeridos: 342, 390, 580 da Harpa Cristã

 

 

PLANO DE AULA

INTRODUÇÃO

 

 

Estamos prosseguindo em nosso estudo bíblico sobre as Sagradas Escrituras. Nesta lição, temos a finalidade de apresentar uma visão panorâmica dos livros históricos e poéticos. Os alunos devem compreender que as narrativas presentes nos livros de Josué às Crônicas apresentam a experiência de Israel com o seu Deus. Nos dilemas, conflitos e milagres veem-se provas do cuidado e da providência de Deus. Já a literatura poética e sapiencial aponta para a sabedoria e verdade divinas.

 

 

APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

 

A) Objetivos da Lição:

I) Destacar as narrativas de Josué e Juízes e apresentar as histórias dos reis de Israel e Judá;

II) Conhecer a estrutura e características da literatura bíblica poética e de sabedoria;

III) Mostrar os princípios práticos para a vida cristã.

B) Motivação: É necessário uma postura de submissão diante da mensagem bíblica. As narrativas da experiência do povo de Israel com Deus nos ensinam acerca da soberania e sabedoria do Senhor.

C) Sugestão de Método: Elabore no quadro (ou em outro recurso disponível) uma tabela com duas colunas: Livros Históricos e Livros Poéticos. Correlacione todos os livros do Antigo Testamento que se enquadre em cada categoria. A partir dessa exposição explique a diferença entre o texto em prosa e o texto em poesia.

 

 

CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Incentive seus alunos a crer que Deus é soberano e age na História. Reforça a importância de seguirmos os exemplos da sabedoria divina e não da humana. Desafie-os a desenvolverem um coração adorador.

 

 

SUBSÍDIO AO PROFESSOR

 

A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “ Conheça um pouco mais dos Salmos da Bíblia” traz uma introdução sobre 0 livro de Salmos, que lhe ajudará no desenvolvimento do segundo tópico;

2) O texto “ O Ensino de Qualidade na Escola Dominical”, localizado ao final do terceiro tópico, aponta para o desenvolvimento de um ambiente educacional saudável e de práticas pedagógicas eficientes para a docência cristã.

 

 

INTRODUÇÃO COMENTÁRIOS

 

 

A Bíblia faz uso de gêneros literários para expressar a revelação divina. Para contar as histórias do povo de Deus, os livros históricos servem -se da literatura chamada de “narrativa”. Os livros poéticos e de sabedoria recorrem ao “texto lírico” com o propósito de despertar sentimentos. Em vista disso, na lição de hoje, estudaremos as experiências e as instruções relatadas nesses livros, cuja mensagem fortalece os nossos corações.

 

 

COMENTÁRIOS

 

 

Bíblia Sagrada faz uso de gêneros literários para expressar a revelação divina. Para contar as histórias do povo de Deus, os livros históricos servem-se da literatura chamada de “narrativa”. As experiências do povo de Deus na conquista e posse da Terra Prometida apontam para a soberania divina. Os livros poéticos e de sabedoria recorrem ao “texto lírico” com o propósito de despertar sentimentos. Os escritos bíblicos em prosa e poesia revelam a sabedoria divina, que deve ser aplicada em nosso viver diário.

Essas mensagens servem de bom remédio e conservam saudável o nosso espírito, alma e corpo (Pv 17.22). Em vista disso, neste capítulo, estudaremos as experiências e as instruções relatadas nesses livros, cujas verdades produzem fé e esperança em nossos corações.

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

 

Palavra Chave: CORAÇÃO

 

 

I – AS HISTÓRIAS DO ANTIGO TESTAMENTO

 

 

   1.   Os livros históricos.

 

Após a morte de Moisés, Deus chamou Josué para liderar o povo na conquista da Terra Prometida (Js 1.1,2). As gerações seguintes, para assegurar a herança, disputaram o espaço com outras nações. Os registros dessa experiência com Deus, e da posse da terra, são chamados de “ livros históricos”. São um total de 12 volumes, que retratam a história de Israel desde a entrada em Canaã (cerca de 1400 a.C.) até o tempo de Esdras e Neemias (cerca de 400 a.C.). Nesse período, Israel experimentou a providência, a proteção e o juízo divino. Esses relatos demonstram que Deus controla o curso da história (Js 21.45).

 

 

COMENTÁRIOS

 

 

A narrativa é um tipo literário que abrange mais de 40% do Antigo Testamento. O termo narrativa é preferido no uso técnico para o registro da história. Toda a narrativa é constituída de enredo, trama e personagens. Contudo, ao contrário das narrativas humanas que, por questões ideológicas, tendem a impor o falso como verdadeiro, a narrativa bíblica é divinamente inspirada, totalmente verídica, Deus é o autor e personagem principal. Gordon Fee enfatiza que elas não são meramente histórias das pessoas que viveram no período da Antiga Aliança. As narrativas “são, antes de tudo, histórias acerca daquilo que Deus fez para aquelas pessoas e através delas”.

Na estrutura e classificação literária da Bíblia Sagrada, os registros da experiência dessas pessoas com Deus, e da posse da Terra Prometida, são chamados de “livros históricos”. Refere-se à segunda seção do Antigo Testamento, imediatamente após o encerramento do Pentateuco. São um total de 12 volumes, que retratam a história de Israel desde a entrada em Canaã (cerca de 1400 a.C.) até o tempo de Esdras e Neemias (cerca de 400 a.C.).

Após a morte de Moisés, Deus chamou Josué para liderar o povo na conquista da Terra Prometida (Js 1.1,2). Desse modo, o livro de Josué faz abertura do grupo dos “livros históricos”.

Josué pertencia ao grupo dos doze líderes escolhidos para espiar a Terra Prometida. Ele era da tribo de Efraim e, juntamente com Calebe, exortou o povo a confiar nas promessas (Nm 13.8,16; 14.6-9). Josué foi comissionado para ser o general do Exército de Israel (Êx 17.8,9); esteve junto no Sinai quando Moisés recebeu as tábuas da Lei (Êx 24.13; 32.17); quando jovem foi encarregado do Tabernáculo (Êx 33.11); e, era o aprendiz e o servidor leal de Moisés (Êx 24.13; Nm 11.28). Foi um oficial comandante vitorioso (Êx 17.13), e um exemplo de fé, confiança, ousadia e coragem (Nm 14.36-38; Nm 32.11,12). Em sua trajetória, Josué foi forjado e aprovado, e, assim, tornou-se o legítimo sucessor de Moisés (Dt 31.23; 34.9)

A narrativa de seu livro relata a história da nação, desde a travessia do Jordão (Js 3.14-17) até a sua morte aos 110 anos de idade (Js 24.29). Durante os 30 anos de sua liderança, Josué alocou uma porção de terra para as tribos de Israel, exceto aos levitas (Js 13.14; 21.43). Contudo, ainda muitíssima terra ficou para possuir (Js 13.1-7). As gerações seguintes, para assegurar a herança, disputaram o espaço com outras nações. Nesse período, Israel experimentou, dentre outros, a fidelidade divina ao desfrutar da promessa feita aos patriarcas (Gn 17.3-8; Êx 3.13-17); a providência divina como na travessia do Jordão e na queda de Jericó (Js 4.7; Js 6.20), a repreensão e o juízo como no caso do anátema (Js 7.5;11;24-25), a proteção e a vitória sobre os inimigos (Js 24.1). Tais relatos demonstram que Deus controla o curso da história (Js 21.45).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Os Livros Históricos. Embora todos os livros que fazem parte do Antigo Testamento contenham alguma história, os chamados Livros Históricos consistem, essencialmente, em história. Esses livros históricos são em números de doze, a saber: Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. Depois deles aparecem os chamados Livros de Sabedoria e, finalmente, os Livros Proféticos. Para os hebreus, a história era uma questão muito importante; e muitas de suas proposições teológicas estavam alicerçadas sobre os eventos históricos. Grande quantidade de evidências arqueológicas confirmam a exatidão dos escritos históricos dos hebreus.

“A narrativa dos Livros Históricos é a história da ascensão e queda da comunidade de Israel, ao passo que os profetas predisseram a restauração e a glória futura daquele povo, nos dias do Rei Messias” (Scofield Reference Bibie, em sua introdução ao livro de Josué).

Podemos dividir a história de Israel em sete períodos distintos, a saber:

De Abraão ao Êxodo (Gên. 12 — Êxo. 22).

Do Êxodo à morte de Josué (Êxodo, Josué).

O período dos juízes, da morte de Josué ao chamado de Saul (Juí. 1.1—1 Sam. 10.24).

O período dos reis, de Saul aos cativeiros (I Sam. 11.1 – II Reis 17.6).

Os cativeiros (Ester e as porções históricas de Daniel).

O período da comunidade restaurada de Israel, sob a hegemonia gentílica, o fim dos setenta anos de exílio na Babilônia, o retomo do remanescente, até 70 D. C., quando os romanos destruíram Jerusalém. Então começou o cativeiro romano, em 132 D. C., através de Adriano. Esse cativeiro estendeu-se até o nosso próprio século, e está começando a ser revertido (em maio de 1948, teve inicio o Estado de Israel).

A era futura do reino, no milênio (livros proféticos).

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 902.

 

 

O livro de Josué toma o nome do protagonista dos fatos nele contidos. Moisés, libertando o povo da escravidão dos egípcios, organizou-o na península do Sinai e o conduziu até às margens do Jordão. Para continuar a mesma missão de Moisés, sucede-lhe Josué. Tinha na sua frente duas tarefas: ocupar a terra de Canaã ou Terra Prometida, expulsando os antigos habitantes, e dividir, o país entre as várias tribos de Israel. O livro de Josué é a narração, ora pormenorizada e viva, ora esquematizada, desta grande empresa. Daí a divisão lógica do livro em duas partes: ocupação da Terra Prometida e sua partilha; segue-se um apêndice sobre os últimos fatos de Josué.

Os fatos resumidos no livro abrangem um período de cerca de 30 anos, como se pode inferir de dois indícios oferecidos pelo próprio livro. Josué, sendo quase da mesma idade de Caleb (Núm 13.6-8; 14.6-38), tinha, no tempo do Êxodo, aproximadamente 40 anos (Jos 14.7); morreu com 110 anos. Tendo em conta os 40 anos passados no deserto, resulta que empreendeu a ocupação da Palestina aos 80 anos, sobrevivendo mais trinta.

NOME – JOSUÉ, no hebraico, quer dizer “Deus é salvação”, e no grego, Josué toma a forma de IESOUS ou Jesus.

AUTOR – A tradição judaica afirma que Josué escreveu todo o livro, com exceção dos últimos versículos, atribuídos à Finéias, neto de Arão (Js. 24.26, 33 e Nm. 25.7)

DATA DA ESCRITA – Aproximadamente 1.380 a.C.

TEMPO DA AÇÃO – Da morte de Moisés (1.406 a.C.) à morte de Josué (1380 a.C.) –

Portanto o livro abrange um período de 24 anos.

VERSO CHAVE – 1.2 – “Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te agora e passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.

TEMA – A CONQUISTA E A DIVISÃO DA TERRA DE CANAÃ,

A fidelidade de Deus dando posse da herança prometida a Abraão cerca de 700 anos após ele ter feito a promessa.

CONTEÚDO

Após a morte de Moisés, Josué assume a liderança do povo e entram na posse de Canaã através de muitas lutas.

Os habitantes de Canaã, são inimigos hostís, idólatras, pervertidos, os quais ocuparam a terra enquanto o povo esteve no Egito e no deserto.

A terra lhes fora dada por Deus, mas os inimigos deviam ser desalojados e destruídos, O livro de Josué nos conta o cumprimento das promessas de Deus (Js. 21:45). Enfim o povo liberto do Egito chegara à terra de Canaã, agora tomava posse e instalava-se.

Josué é um tipo de Cristo, e até o nome é o mesmo, Josué-Jesus. É ele quem nos leva à terra prometida celestial, dando-nos posse nela. Ele é o nosso general conquistador.

DIVISÃO – O livro de Josué pode didaticamente ser dividido em:

a) A preparação para a entrada na terra – caps. 1 a 5

b) A coquista da terra – caps. 6 a 12

c) A divisão da Terra – caps. 13 a 22

d) A despedida de Josué – caps. 23 e 24

COMENTÁRIOS

1 –A partir deste livro de Josué, Deus introduz um novo método de ensino ao seu povo. Até aqui Ele falava através de sonhos, visões, teofanias (aparição de Deus em forma humana); através de seus líderes, mas agora também aponta o Livro da Lei (o Pentatateuco) o qual fora escrito por Moisés, sob orientação de Deus, e estava nas mãos do povo. Veja Js. 1. 7 e 8 e 23:6.

2 – Assusta-nos a forma como Deus mandou que os Judeus exterminassem os inimigos cananeus sem Ihes dar chances ou oportunidades de conversão. Isto pode ser melhor compreendido com os seguintes adendos:

a) Deus é um Deus de vida, de paz, de amor, mas também de santidade e de justiça.

Ele é imutável.

b) Os cananeus eram um povo idólatra, cujas divindades eram deuses sanguinários, cruéis, de sensualidade e promiscuidade desenfreados, para os quais os sacerdotes eram homossexuais, sodomitas e prostitutas, e em cujos cultos, crianças eram sacrificadas.

c) Tornam-se semelhantes aos seus deuses que cultuam, aqueles que assim o fazem. (Salmo 115.8)

d) Aquela terra que pertencia a Deus já havia sido dada a Abraão e sua descendência, e agora estava inapropriadamente ocupada pelos cananeus, Os judeus retomando a terra e destruindo os cananeus eram a manifestação do juízo de Deus contra um povo ímpio, promíscuo, idólatra, regidos por um sistema inspirado e dirigido por Satanás.

3 – A travessia do rio Jordão para entrada na terra de Canaã, em muito se pareceu com a passagem pelo Mar Vermelho. Compare Êxodo 14.21 a 25 com Josué 3. Isto:

a) Confirmava o poder de Deus num momento tão importante para o povo quanto o da libertação do cativeiro egípcio. Lembre-se que esta geração não esteve no evento do mar!

b) Confirmava a liderança de Josué,

c) Demonstrava o poder da arca do Senhor, que significava a presença do Senhor entre eles.

4 – Raabe a prostituta, embora com um passado condenável, aceitou, a mensagem da presença do Senhor Jeová, e acolheu os espias, fazendo parte do plano de tomada de Jericó por Israel. Gentia e prostituía, contudo tomou-se ancestral direta do Messias. Ver Js. 2 e ainda Hb. 11.31 e Mt 1.5.

Há belos simbolismos neste trecho de Josué 2:

a) Os espias, mensageiros do Senhor, ocultam-se do inimigo sobre as canas de linho (vs. 6).

Jesus não foi destruído pelo seu inimigo Satanás porque sem pecado esteve inacessível sob o linho da justiça (Ap. 19.8).

b) A vida dos espias respondeu pela vida de Raabe (vs.14).

Jesus se identificou conosco. Sua vida respondeu pela nossa, e sua morte respondeu pela nossa eternidade.

c) Por fim, os espias estiveram no monte escondidos por três dias, proclamando a vitória final sobre os inimigos (vs. 16 e 22).

Jesus após sua morte na cruz esteve oculto no túmulo por três dias até que ao terceiro dia ressurgiu decretando sua vitória completa e definitiva.

d) O sinal de que Raabe estava comprometida com Deus, com os espias, com o plano, e sob a proteção deles era o cordão de fio escarlate preso à janela.

É pelo sangue escarlate de Jesus, vertido na cruz, que temos a garantia da salvação.

5 – “O sol que se deteve” em Gibeon (Js. 10. 12 e 13) foi manifestação do poder do Deus criador e este evento foi recentemente confirmado por cientistas da NASA nos EUA.

6 – O povo de Israel não entrou logo em luta contra todos os povos que habitavam Canaã. Primeiro fizeram a divisão da terra, crendo pela fé que tomariam posse de toda ela. Então as tribos de Israel uniram-se para que passo a passo, guerra a guerra, fossem desalojando os inimigos e assenhorando-se das terras. (Js. 13.1) Só no período do reinado de Davi, 400 anos depois, eles retomaram a posse completa da terra.

7 – A exortação do Josué em 23.11-13, foi profética e cumpriu-se logo depois, no período dos Juizes.

Livros Históricos. Escola Superior de Teologia do Espírito Santo.

 

 

   2.   As histórias dos Juízes.

 

Depois de Josué, os juízes governaram Israel até ao profeta Samuel (At 13.20). São cerca de 400 anos de história com a atuação de doze líderes (Jz 3.11-16.30). Nessa época não havia rei em Israel (Jz 18.1); e cada um andava como queria (Jz 21.25). Por essa razão, a nação entrou em declínio espiritual e fez “o que parecia mal aos olhos do Senhor” (Jz 3.7). Como resultado, os israelitas foram subjugados pelas nações vizinhas (Jz 3.8,12; 6.1; 10.7). Apesar disso, mediante o arrependimento do povo, Deus levantava libertadores para resgatar Israel da opressão (Jz 3.9,15; 6.7; 10.10). Essas histórias apontam para a fidelidade e a misericórdia divina (2 Tm 2.13).

 

 

COMENTÁRIOS

 

 

O título hebraico desse livro em hebraico é “shõphetim” e “kritai” em grego, ambos os termos têm o significado de “juízes”. Refere-se ao modelo de governo adotado pelos israelitas no interlúdio da morte do líder Josué e a coroação de Saul como primeiro rei da nação.

Gleason Archer anota que “o tema básico do livro é a falha de Israel como teocracia, no sentido de não ter conseguido lealdade à aliança mesmo sob a liderança de homens escolhidos por Deus, os quais libertavam a nação da opressão do mundo pagão ao derredor”.

Séculos depois, as sucessivas falhas em manter fidelidade a Deus e a Lei de Moisés conduziram Israel a instituir um governo monárquico.

Após Josué, os juízes governaram Israel até ao profeta Samuel (At 13.20). Esse período abrange cerca de 400 anos de história com a atuação de doze líderes (Jz 3.11–16.30). Josué, antes de falecer, exortou a nação para não servirem outros deuses, mas cumprir a aliança com Deus (Js 24.14,15). Em resposta, o povo jurou solenemente: “Nunca nos aconteça que deixemos o Senhor para servirmos a outros deuses” (Js 24.16). Esse juramento foi cumprido enquanto viveram os anciãos conterrâneos de Josué (Js 24.31).

Passada essa geração, por rebeldia e pela inexistência de uma liderança forte (Jz 18.1), cada um fazia o que achava reto a seus próprios olhos (Jz 21.25).

Por essas razões, a nação entrou em declínio espiritual. Os israelitas não expulsaram todos os povos da terra de Canaã e passaram a coabitar com eles (Js 3.5); em desobediência à Lei, realizavam casamentos mistos com os estrangeiros e serviam os seus deuses pagãos (Js 3.6). A narrativa do livro informa que se esqueceram do seu Deus e “fizeram o que parecia mal aos olhos do Senhor” (Jz 3.7). Como resultado da rebelião, a mistura com os ímpios e a idolatria, os israelitas eram subjugados pelas nações vizinhas (Jz 3.8,12; 6.1; 10.7). Porém, mediante o arrependimento do povo, Deus levantava libertadores para resgatar a Israel da opressão (Jz 3.9,15; 6.7; 10.10).

William Lasor avalia que existe um padrão de comportamento do povo que pode ser observado na história de todos os juízes: “o povo faz o que é mau, servindo a outros deuses. Javé envia uma nação para oprimi-lo. O povo clama a Javé. Javé levanta um libertador. O opressor é derrotado. O povo tem descanso”. Esse padrão é como um círculo vicioso em Israel. A terra sossegava por um determinado tempo, e depois “os filhos de Israel [tornavam] a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor” (Jz 3.12) e todo o processo começava novamente. Essas histórias apontam para a fidelidade e a misericórdia divina; embora o povo fosse infiel, Deus permanecia fiel (2 Tm 2.13).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Caracterização Geral

O título “juízes” é conferido às 15 pessoas que presidiram os israelitas durante um período de 350 anos (ou pouco menos), entre o falecimento de Josué e a subida de Saul ao trono, como primeiro rei de Israel. Há estudiosos que pensam que esse período consistiu em apenas 200 anos. As diferenças nos cálculos devem-se quase totalmente à possibilidade de justaposição entre os períodos em que os juízes governaram Israel. Esses períodos têm deixado perplexos os cronologistas. Juízes é o sétimo livro do Antigo Testamento. Israel havia escapado da servidão no Egito e conquistado, com sucesso, a Terra Prometida, mas muitos adversários permaneceram instalados em derredor, e gostariam de expelir os israelitas dali. Assim, Israel esteve em turbulência constante, e sob ameaça de extinção. Os juízes, pois, foram, entre outras coisas, libertadores de várias opressões estrangeiras. O livro de Juízes foi incluído entre os Profetas Anteriores, no cânon hebraico. Esse livro narra um período crítico da história de Israel.

O livro de Juízes consiste em três blocos bem definidos de materiais: a. um breve repasse da ocupação de Canaã pelos israelitas (Juí. 1.1—2.5); b. a história dos juízes (2.6—16.31); c. e, finalmente, um apêndice que fala sobre a migração dos danitas e o conflito interno contra os benjamitas (Jui. 17—21). Este livro está envolvido na controvérsia sobre a teoria J.E.D.P.{S.) (ver o artigo com esse título no Dicionário), que trata da questão das supostas fontes informativas dos primeiros livros da Bíblia. Aqueles que advogam essa teoria supõem que o bloco principal do livro (Juí. 2.6—16.31) tenha procedido da escola deuteronômica de historiadores, que teriam tido acesso a informes históricos mais antigos, relacionados a um período muito antigo, e que seriam as fontes informativas J e E. Presumivelmente, os relatos sobre os juízes teriam sido preservados em uma espécie de arcabouço estereotipado. Esse material informativo teria sido manipulado e incluído no relato geral do livro. Em cada um dos casos, temos a história de alguma opressão estrangeira, o clamor dos israelitas a Yahweh pedindo livramento e, então, o próprio livramento. Os autores envolvidos encaram a história de Israel como uma série ou ciclos de apostasias e livramento, devido ao julgamento divino contra a transgressão, seguido pelo arrependimento do povo e sua restauração ao favor divino.

Os eruditos que defendem a teoria J.E.D.P.(S) supõem que a introdução do livro de Juízes (1.1—2.5) tenha sido adicionada posteriormente, derivada de material informativo mais antigo, paralelo de certos trechos do livro de Josué, especialmente em seus capítulos 15 a 17. Presumivelmente, o apêndice do livro de Juízes também estaria alicerçado sobre tal material. Além disso, eles creem que o relato sobre Abimeleque (Juí. 9) e sobre certos juízes menores (Juí. 10.1-5; 12.8-15), que seriam não-deuteronômicos, foram uma adição posterior. Uma porção especial do livro seria o cântico de Débora (cap. 5). Essa é uma obra-prima da poesia hebreia primitiva, que mostra consideráveis habilidades literárias.

Os juízes foram líderes militares e religiosos, usualmente em defesa de tribos (uma ou duas), e nunca da nação inteira. Pois, até então, não havia nenhum governo centralizador em Israel. O livro está permeado pela crença, comum aos livros históricos do Antigo Testamento, de que Israel prosperava quando obedecia à lei de Deus, mas caía em desgraça, decadência e destruição quando não obedecia a essa lei. Muitos historiadores consideram simplista esse ponto de vista teológico da história. Seja como for, esse é um conceito fundamental que persiste tanto nos livros canônicos do Antigo Testamento quanto em seus livros apócrifos.

Muitos estudiosos supõem que o livro de Josué dê um relato muito otimista a respeito da conquista da Terra Prometida, sugerindo uma completa conquista daquele território. Na verdade, porém, foram feitos muitos inimigos ferozes, que nunca perderam certos territórios, como também até tentaram apossar-se novamente dos territórios que haviam perdido. O primeiro capítulo do livro de Juízes deixa claro que a conquista militar, por parte de Israel, teve sucesso apenas parcial. Talvez os relatos de como Israel se defendeu dos ataques posteriores desses vários inimigos, antes de se tornar um reino unido sob Saul, tenham sido preservados como tradições das tribos envolvidas nos conflitos. O livro de Juízes, nesse caso, reuniria as histórias de como certos heróis locais derrotaram os vários adversários, tendo de enfrentar grandes dificuldades. Historicamente, é muito difícil determinar até que ponto Israel se sentia como uma única nação, e não um grupo de tribos frouxamente relacionadas, antes que houvesse um governo centralizador representado pelo rei.

O livro de Juízes reveste-se de capital importância para entendermos esse período de transição, dentro da história de Israel. O comentário dos editores finais do livro de Juízes, acerca dos frouxos laços que unificavam o povo de Israel, com suas doze tribos, é o seguinte: “Naqueles dias não havia rei em Israel: cada um fazia o que achava mais reto” (Juí. 21.25). Não tivessem surgido aqueles heróis locais, que se levantaram para defender o que a conquista da Terra Prometida havia ganho, e Israel, como nação, bem poderia ter desaparecido durante aquele período. Para piorar ainda mais a situação, as tribos de Israel com frequência entraram em conflito interno, umas contras as outras. O livro de Juízes é a história da sobrevivência de um pequeno e ameaçado povo, que gradualmente se solidificou para formar uma nação que deixou uma marca perpétua na história da humanidade.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 993.

 

 

Juízes foram chamados certas personagens insignes que, depois da morte de Josué até à constituição do reino – isto é, desde o século XII ao XI a.C. – libertaram, em várias circunstâncias, o povo de Israel dos inimigos.

Não formaram uma série ininterrupta, mas eram chamados pelo Senhor segundo as necessidades. Era uma espécie de “ditadores” que, cumprida a missão libertadora, continuavam a exercer autoridade sobre o povo pelo resto da vida. Não dominavam sobre todo o povo, mas só nas tribos que libertavam do inimigo; desta forma não é impossível que alguns juízes exercitassem ao mesmo tempo sua função.

O livro dos juízes narra as empresas desses beneméritos libertadores do povo eleito.

Em vez de uma história propriamente dita, da época, é uma coleção de memórias dos diversos heróis. São doze ao todo, classificados em maiores e menores, não tanto pela diferente importância dos empreendimentos e dos heróis, quanto pelo modo de serem apresentados. Dos menores, o autor contenta-se com citar o nome, alguma notícia da família, a duração de sua atividade e o lugar da sepultura, sem especificar o empreendimento; ao passo que dos maiores narra a história com mais particularidades, segundo um esquema fixo, que comporta quatro momentos: o pecado do povo (práticas idolátricas), o castigo (dominação estrangeira), o arrependimento e a libertação por obra de um juiz.

NOME – No hebraico “Sophetim” que significa “Juízes” ou “líderes executivos”.

No grego é “kritai”, que tem o mesmo significado.

O livro tem este nome, pois foi o tipo de governo que Israel experimentou durante o período nele descrito. (Jz.2.7 e 16 e Js. 24.31).

AUTOR – É desconhecido, porém a maioria dos estudiosos credita a Samuel sua

autoria.

DATA DA ESCRITA – Provavelmente em torno de 1000 a.C.

TEMPO DA AÇÃO – Abrange desde a morte de Josué (1.380 a.C.) ao início da magistratura de Samuel (1.060 a.C.). Um período aproximado de 300 – 350 anos.

VERSO-CHAVE -17.6 ou 21.25 – “Naqueles dias não havia rei em Israel: cada um fazia o que achava mais reto.”

TEMA – OPRESSÃO E LIVRAMENTO

O livro relata sete apostasias, sete opressões e sete libertações.

CONTEÚDO

O relato do livro de Juízes começa depois da morte do líder Josué e alcança seus primeiros 300 – 350 anos em Canaã sem um outro líder que sucedesse Josué. O povo além da falta de liderança e total independência, tribal e individual, esqueceu-se de duas mensagens fundamentais do Senhor para eles: 1º – Que eles erarn um povo peculiar ao Senhor. Deus lhes tinha um propósito: anunciar ao mundo através deles

a existência do Deus único e verdadeiro; 2º – Que eles deviam exterminar os inimigos que habitavam aquela terra (ver Dt. 7:2-8.).

Ao contrário, o povo de Israel, misturou-se e contaminou-se com os idólatras e o resultado da desobediência foram opressões dos inimigos, seguidos cativeiros, que se intercalavam com períodos de arrependimento e clamor quando então o Senhor lhes suscitava um juiz, libertador militar e magistrado civil, para reconduzi-los aos caminhos corretos. O capítulo 2 de Juízes é uma súmula de todo o livro, e explica porque o Senhor mesmo não expulsou os inimigos por eles.

Santidade, não por extermínio do mal, mas por separação voluntária dele.

A mensagem do livro é fundamental: maior do que a persistente rebeldia do homem é a graça e a misericórdia de Deus.

DIVISÃO – Podemos dividir o livro de Juízes em três partes:

a) Período pós-morte de Josué – caps. 1 e 2

b) Período das apostasias, opressões e libertações – caps. 3 a 16

c) Período de confusão e anarquia – caps. 17 a 21

Este período não é cronologicamente sucessivo aos anteriores, mas como um apêndice, que apresentado após o capítulo 16, relata o estado de caos e anarquia em que a nação vivia.

Seus fatos descritos podem ser concomitantes aos descritos nos capítulos anteriores.

Note as instruções, repetitivas em 17.6; 18.1; 19.1 e 21.25.

COMENTÁRIO

O caráter moral e espiritual dos israelitas decaíra muito desde os últimos dias da

liderança de Josué (vide suas últimas palavras de exortação – Js. 23 e 24). Talvez a grande extensão da terra e a separação das tribos, onde cada um lutava por isoladamente estabelecer-se e prosperar, tenha agravado a situação. O sentimento nacional perdeu-se assim como o zelo religioso.

Decidiram que era mais vantajoso escravizar os inimigos que expulsá-los, e neste convívio adquiriram costumes, hábitos e ritos indesejáveis, vieram os casamentos mistos e alianças espúrias (Js. 16.10 e 17.12-13; Jz. 3.5-6).

Fortaleceram-se os antigos habitantes da terra e num descuido ou fraqueza,

aconteceram os cativeiros e opressões.

Esta é a lista de opressões e livramentos:

– Primeira Opressão – Jz, 3:7-11 -Mesopotâmïa – a causa: idolatria – oito anos de

opressão – Juiz libertador: Otniel – 40 anos de paz.

– Segunda Opressão – Jz. 3:12-31 – Moabitas e Filisteus – a causa: imoralidade e idolatria -18 anos de opressão – Juízes libertadores: Eude a Sangar – 80 anos de paz.

– Terceira Opressão – Jz. 4 e 5 – Cananeus – a causa: abandonara O Senhor – 20 anos de opressão – Juiz: Débora – 40 anos de paz.

– Quarta Opressão – Js 6 a 8 – Midianitas – a causa; abandonaram o Senhor – sete anos de opressão – Juiz: Gideão – 40 anos de paz.

– Quinta Opressão – Jz. 8 a 10 – Rei usurpador – a causa: abandonaram o Senhor – 3 anos de opressão e uma guerra civil Juízes: Tola e Jair – 45 anos de paz.

– Sexta Opressão – Jz. 10 a 12 – Filisteus e Amonitas – a causa: idolatria – 18 anos de opressão – Juízes: Jefté, Ibsã, Elom e Abdom – 31 anos de paz.

– Sétima Opressão – Jz. 13 a 16 – Filisteus – a causa: abandonaram o Senhor – 40 anos de opressão – Juiz: Sansão – 20 anos de paz.

Se somarmos todos estes anos de cativeiros e livramentos, alcançaremos um número de anos maior do que 300-350 anos de período estimado para o período dos Juizes.

A explicação é que muitos cativeiros eram localizados, e alguns juízes Julgaram concomitantemente em regiões diferentes de Canaã.

3 – O livro de Juízes termina com as histórias tristes das tribos de Dã e Benjamim, porém elas são contemporâneas aos mandatos dos primeiros juízes. Estão datados após o capítulo 16 apenas por uma arrumação do autor, o qual a tradição acredita ser Samuel, pois já conhecia o tempo do governo monárquico sobre Israel (17.6; 18.1; 19.1; 21.25).

4 – O caso de Jefté (Jz. 11:29-40) merece uma explicação: Seu voto era oferecer ao Senhor quem lhe primeiro saísse ao encontro, e complementou: “e oferecerei em holocausto”.

Quem primeiro lhe saiu ao encontro foi sua filha única.

Ele cumpriu sua palavra e a entregou ao Senhor, porém não cremos que literalmente como um sacrifício humano em holocausto, mas entregou-a para servir ao Senhor definitivamente no tabernáculo, Porque cremos assim?

a) Não era costume do povo de Deus oferecer sacrifícios humanos.

b) Em especial, um voto deste tipo não seria feito por um homem de Deus.

c) Ela chorou sua virgindade, e não sua vida (vs. 37), pois dedicava-se exclusivamente ao serviço do Senhor.

d) Fez-se conforme o voto de seu pai: “ela jamais foi possuída por varão” (vs. 39).

Registra-se, contudo que há muitos autores que acreditam ter a filha de Jefté sido ofertada mesmo em sacrifício de holocausto. Jefté era meio cananeu (Jz. 11:1), embora piedoso, ignorante quanto às formas corretas de agradar ao Senhor,

5 – Pelo realce e maior espaço que o livro de Juízes dá às repetidas quedas de Israel, temos a impressão que a maior parte do tempo, nestes 300-350 anos de Juizes, foram vividos no pecado e na opressão, isto não é verdade, pois apenas cerca de 100 anos o povo viveu desta forma.

Livros Históricos. Escola Superior de Teologia do Espírito Santo.

 

 

   3.   As histórias dos Reis.

 

Por volta do ano 1050 a.C., Deus constituiu Saul como rei em Israel (1 Sm 8.5; 9.17). Porém, Saul fracassou (1 Sm 16.1). Então, Davi foi escolhido e recebeu a promessa de um reino que não teria fim (2 Sm 7.16). Salomão lhe sucedeu, e após a sua morte, o reino se dividiu: Israel no Norte; e Judá no Sul. Ambos os reinos, rebelaram-se contra Deus, e foram para o exílio. Em 722 a.C., Israel foi conquistado pelos Assírios. Em 586 a.C., Judá caiu diante da Babilônia. Contudo, em 539 a.C., cumprindo sua promessa, Deus restaurou o trono de Davi. E, do reino de Judá, a esperança messiânica se cumpriu em Jesus (Lc 1-3 2 ,33). Essas narrativas mostram que os planos do Senhor não podem ser frustrados (Jó 42.2).

 

 

COMENTÁRIOS

 

 

Passado o período dos juízes, ocorreu a transição para a monarquia. A história da era dos reis é narrada nos livros de 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas. Os livros de Samuel, dentre outros relatos, mostram a ascensão de Saul e de Davi ao trono de Israel. Os livros de Reis registram o reinado de Salomão, e os reis que se sucederam tanto no Reino do Norte como no Reino do Sul.

Os livros das Crônicas, escritos após o retorno de Judá do exílio babilônico, retratam especialmente os sucessivos reis de Judá, mencionando os reis de Israel esporadicamente. Essas narrativas enfatizam que apenas os reis obedientes a Deus eram por Ele abençoados.

A monarquia tem seu início por volta do ano 1050 a.C., quando Deus constituiu a Saul como rei em Israel (1 Sm 8.5; 9.17). Até esse tempo, Israel tinha sido governado diretamente por Deus por meio de seus porta-vozes: Moisés, Josué e os juízes. O último porta-voz do governo teocrático foi Samuel (1 Sm 8.7). A partir da instituição do governo monárquico, os reis passaram a liderar Israel. A designação de um rei não encerrava a aliança de Deus com Israel, embora a motivação do povo estivesse errada (1 Sm 8.20).

Contudo, Deus já tinha feito provisão para a monarquia na Lei de Moisés e, assim, manteve o pacto com a nação. Os reis deveriam obedecer à Lei, sujeitar-se à palavra profética de Deus e reinar com justiça (Dt 17.14-20).6

Porém, Saul não observou esses preceitos e o seu reinado fracassou (1 Sm 13.13; 16.1). Então, Deus o substituiu por “um homem segundo o seu coração” (1 Sm 13.14). Davi foi escolhido e recebeu a promessa de um reino que não teria fim (2 Sm 7.16).

Essa promessa é conhecida como aliança davídica. Salomão lhe sucedeu no trono e, após a sua morte, o reino se dividiu: Israel no Norte; e Judá no Sul (1 Rs 12.16,17). As histórias do reino dividido enfatizam a atitude de cada rei em seu relacionamento com Deus e sua postura dentro da aliança mosaica. A frase “fez o que era reto” ou o seu oposto “fez o que era mau” é empregada para avaliar o reinado e diferenciar os bons reis dos reis ímpios.

Por fim, ambos os reinos quebraram a aliança com Deus. A lista de pecados cometidos é enorme: idolatria, sincretismo religioso, imoralidade sexual, violência, litígio, injustiça social e jurídica dentre tantos. Como consequência, os dois reinos foram levados para o exílio. Em 722 a.C., Israel foi conquistado pelos assírios. Em 586 a.C., Judá caiu diante da Babilônia. Contudo, em 539 a.C., cumprindo sua promessa, Deus restaurou o trono de Davi. E, do reino de Judá, a esperança messiânica se cumpriu em Jesus (Lc 1.32,33). Essas narrativas mostram que os planos do Senhor não podem ser frustrados (Jó 42.2) e que o bem-estar de uma nação depende da fidelidade com Deus (Sl 33.12).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Caracterização Geral

Os livros de I e II Reis, que formavam um único livro de acordo com o cânon hebreu, são livros históricos do Antigo Testamento, incluídos entre os profetas anteriores, ou seja, os livros de Josué até II Reis, que se seguem ao Pentateuco. Esses livros narram a história de Israel desde a conquista da terra de Canaã (século XIII A.C.) até a queda de Jerusalém, em 586 A.C, A história sempre foi importante para os hebreus. Nesses livros há um autêntico material histórico, conforme admitem até mesmo os mais liberais eruditos. Os livros de I e II Reis fornecem-nos a história de Israel desde os últimos dias de Davi e da ascensão de Salomão (cerca de 970 A.C.) até o aprisionamento do rei Jeoaquim, em uma prisão na Babilônia, por Amel-Marduque, em cerca de 561 A.C. Muitos estudiosos creem, que esses livros, conforme os temos atualmente, incorporam duas edições, a primeira das quais teria sido publicada em cerca de 600 A.C., escrita por um historiador deuteronômio e a segunda, que conteria material suplementar, relativo principalmente à nação do norte, Israel, que teria sido produzida cerca de cinquenta anos mais tarde (ver sobre Data, abaixo). Esses livros mencionam várias fontes informativas, pelo que o autor sagrado, mesmo que tenha sido contemporâneo de alguns dos eventos históricos, foi, essencialmente, um compilador. Ver abaixo, sobre as Fontes Informativas. Os historiadores respeitam esses livros canônicos como obras sérias, embora supondo alguns que ali há um certo colorido, com propósitos pessoais e teológicos. Por serem complementares do livro de Deuteronômio, eles expõem os grandes ideais da doutrina deuteronômica, como a centralização de toda a adoração sacrificial no templo de Jerusalém, ou como a doutrina da retribuição divina segundo os feitos humanos, bons ou maus.

Esses livros recebem seu nome devido à palavra inicial, no texto hebraico, do livro de I Reis, wehammelek, isto é, «e o rei» bem como devido ao fato de que essa porção das Escrituras trata principalmente da descrição dos feitos e do caráter dos monarcas de Israel e de Judá.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1338.

 

 

Aos livros de Samuel, que narram a fundação da monarquia hebraica seguem-se Reis, cuja história continua até sua queda sob os assaltos dos poderosos impérios da Assíria e da Babilônia, isto é, desde os últimos dias de Davi (cerca de 970 a.C). até à tomada de Jerusalém em 587 a.C., uma duração de cerca de quatro séculos. A cisão política e religiosa, que se seguiu à ascensão ao trono do segundo sucessor de Davi, cindiu a nação em dois reinos rivais, o de Israel e o de Judá, e findou com o desaparecimento do primeiro na luta com a Assíria (721 a.C.), delimitando este lapso de tempo em três períodos, com reflexos análogos na composição da obra.

O livro é escrito à base de um esquema simples e transparente, sobretudo na segunda e maior parte, daquela dos reinos separados. Seu enredo é formado pelas notícias sobre cada um dos reis, quer de Judá, quer de Israel, redigido com um cunho uniforme e distribuído em três partes:

1) Introdução: sincronização do outro reino com o rei contemporâneo, duração do reinado no momento e para os reis de Judá também os anos de idade à elevação ao trono e nome da rainha-mãe.

2) Corpo: qualidades morais relativamente à religião e ao culto mosaico, e breves referências a algum fato mais relevante.

3) Epílogo: envio para notícias mais amplas, aos “anais dos reis” (de Judá ou de Israel, segundo o caso), morte e sepultura.

Nas linhas deste traçado, inserem-se os mais amplos e minuciosos relatos de coisas concernentes à religião e à atividade dos profetas, entre os quais avultam as grandiosas figuras de Elias e Eliseu. O interesse religioso, sobre o qual se fixa o olhar do autor sagrado, manifesta-se, inclusive nos poucos acontecimentos políticos narrados com abundância de pormenores fora do comum, como as ações de Acabe (1Rs cc. 20-22), a ascensão de Jeú ao trono (2Rs 9.1-7), o cerco e libertação de Jerusalém do exército de Senaquerib (2Rs 18.13-19.37). Essas notícias mais abundantes formam o fundo do livro, ao passo que os esquemáticos perfis dos reis, donde lhe vem o título usual, constituem-lhe como que a moldura e o enredo.

O valor histórico do livro dos Reis é incontestável. Garantido pela inspiração divina, é confirmado por documentos paralelos da história secular.

Não nos foi transmitido quem seja o autor de Reis nem a data da sua existência; seu nome permanecerá provavelmente para sempre ignorado, ao passo que a idade pode ser deduzida do próprio livro.

É visível o caráter essencialmente religioso desta história dos reis. Numerosos ensinamentos de doutrina e vida religiosa estão contidos especialmente na atividade dos profetas, que ocupam continuamente o centro da cena, e nas reflexões do autor sagrado sobre o procedimento dos reis e dos povos, que freqüentemente rematam o quadro.

Cumpre não deixar de notar o impressionante fato de que, enquanto no reino cismático de Israel houve em apenas dois séculos (930-730 a.C.), nada menos de oito mudanças de dinastia, no vizinho e politicamente mais fraco reino de Judá dominou, por mais de 4 séculos (1010-586 a.C.), constante e invariavelmente a descendência de Davi. Verificava-se assim o cumprimento da promessa divina feita a Davi por boca do profeta Natan em II Samuel capítulo 7.

NOME – Este nome foi dado no hebraico devido às suas primeiras palavras, “Wehammelek” em hebraico é “sendo o rei”.

No Cânon hebraico os livros de Samuel, Reis e Crônicas são sempre um só livro, e foram separados em I e II pela tradução grega, já que este idioma possui maior número de letras e necessitava dois rolos para cada um destes livros.

O título foi mantido no grego por resumir bem o assunto de que o livro trata.

CONTEÚDO

Os dois livros de SamueI e os dois livros de Reis formam na Bíblia um conjunto de livros sobre o reino de Israel e, na verdade, devem ser lidos juntos. l e II Reis são uma compilação de crônicas sobre os reis de Israel onde, provavelmente o profeta Jeremias tinha o objetivo de mostrar que o bem estar do povo dependia de sua fidelidade ao Senhor, e que o sucesso político dos reis estava diretamente ligado à observância da lei mosaica e à obediência à aliança entre Davi e Jeová. Salomão substitui seu pai no trono (971 a.C.), cumprindo-se a promessa de Deus (II Sm 7:12) e mantendo a linhagem davídica.

Torna-se o homem mais sábio e rico que já se conheceu (IRs 3:12 e 13; 4:29 – 31), tudo porque fez a escolha certa diante de Deus (I Rs 3:5 e 9). Compôs Cânticos e Provérbios. O maior empreendimento do reinado de Salomão foi a construção do templo; era o que o seu pai empreendera fazer. Era a mais bela e luxuosa construção da antiguidade, uma das sete maravilhas do mundo.

A Salomão Deus repete a aliança feita com seu pai Davi (l Rs. 9:4 -9), tornando a adverti-lo quanto ao nefasto futuro de Israel, previsto por Moisés na entrada da terra de Canaã, caso houvesse desobediência do povo ao Senhor (Dt 28:36 – 42).

Salomão, assim como Saul e Davi, reinou por 40 anos, e a princípio tudo foi bem até que o poder, o luxo, a riqueza, a sabedoria, pareçe terem lhe subido à cabeça e daí surgiram sérios problemas. Aumentou em muito a carga de impostos, para fazer frente aos seus gastos, e sufocou o povo. Para agradar suas 1000 mulheres estrangeiras, construiu altares pagãos e entregou-se à idolatria (I Rs. 11), pelo que Deus se indignou contra ele. Talvez tenha sido neste tempo de declínio, juízo e reflexão que escreve Eclesiastes.

Havia rixas e ciúmes entre as tribos, em especial Efraim contra Judá, pois de Efraim vieram grandes líderes como José e Josué e agora Judá estava no trono com um momentâneo mau rei.

Ao morrer Salomão, seu filho Roboão assume o trono e por aumentar ainda mais os impostos, num clima já de rixa e revolta, as doze tribos separam-se cindindo o reino em dois. O reino do Norte, sob a liderança de Efraim, entrega seu trono a Jeroboão e o reino do Sul, com Judá e Benjamim, mantém o trono com Roboão, da linhagem davídica (931 a.C. – I Rs 12).

Daqui em diante todo o relato dos livros de Reis, Crônicas e mesmo dos profetas, apresentará os reis e reinos do Norte (Israel) e do Sul (Judá) bem como seu caráter, decadência moral e espiritual. A fidelidade dos reis ao Senhor sempre será comparada a Davi ou Jeroboão (l Rs 15:2 e 3, 9 – 11, 33 e 34). Vinte reis da mesma família de Davi sucedem-se no trono de Judá, dos quais somente oito foram justos (destaquem-se Asa e Josafá em I Reis, e Ezequias e Josias em II Reis); enquanto dezenove reis, de diversas dinastias, todos eles maus, sucedem-se no trono de Israel.

Este período de reis é o período mais rico do ministério profético e Elias aparece como o mais ilustre deles, em especial ministrando no período descrito em I Reis.

DIVISÃO – O I Reis pode ser dividido didaticamente em três blocos de capítulos:

a) O reinado de Salomão – caps. 1 a 11.

b) A divisão dos reinos – caps. 12 a 16.

c) O ministério de Elias – caps. 17 a 22

COMENTÁRIOS

1 – No cânon hebraico, os livros de Reis são considerados proféticos e crê-se que Jeremias foi seu autor. A visão destes livros é mais espiritual do que biográfica, pois pouco tempo é gasto com o relato das vidas de reis como Onri, Azarias, etc., enfatizando-se por outro lado, os reinados de Acabe, Ezequias os quais são ricos em lições espirituais.

2 – Há algumas dificuldades cronológicas quando somamos todos os anos descritos na Bíblia da duração dos Reis em Judá e comparamos esta soma com o tempo histórico decorrido entre a morte de Salomão e a queda de Jerusalém. Isto, contudo, se explica pelo fato de se ter coroado algumas vezes o filho antes da morte de seu pai.

Vide o próprio Salomão e Davi (1:32-39 e 2:11 e 12).

3 – O rei Acabe não gostava de consultar o profeta Micaías, o único em seu reinado que permanecia fiel ao Senhor.

Qual a razão disto?

Ele nunca profetiza de mim o que é bom, mas somente o que é mau” (Rs. 22:8).

Ainda hoje há muitos ”Acabes”, que só gostam de ouvir o que a eles é agradável e aprovação.

4 – O conteúdo relatado em l Reis 1 a 10 está correlacionado com o conteúdo de II Crônicas 1 a 9, assim como I Reis 11 a 22 e todo II Reis, aparecem correlacionados com o conteúdo de II Crônicas 10 a 36.

5 – A Bíblia nos dá conta de três templos:

a) O de Salomão, que levou sete anos para ser construído, e era o mais belo e luxuoso (966 – 959 a.C.). Foi destruído pelos babilônios em 586 a.C.

b) O de Zorobabel, reconstrução feita na volta do cativeiro babilônico, ( 536 – 516 a.C.) não tinha nem de perto a mesma beleza do 1º templo. (Ed, 3, 4, 5 e 6:15).

c) O de Herodes, erigido entre 20 a.D, e 64 a.D., era maior que os dois primeiros, mas não tão belo. Foi destruído por Tito em 70 a.D.

Hoje a mesquita de Omar, centro religioso dos maometanos, ergue-se nesse local.

6 – A luxuosa, majestosa construção do templo de ouro de Salomão bem como a organizadíssima e linda cerimônia de culto, não foram por si só suficientes para impedir a idolatria entre o povo de Israel. O mal vem do coração do homem que se afasta de seu Deus.

7 – Quando houve a divisão dos reinos (93I a.C. – I Reis 12), Jeroboão visando impedir que o povo descesse para cultuar Jeová em Jerusalém, no templo, levantou altares e cultos alternativos em Betel e Dã, com bezerros de ouro. Infrigiu o 1º e 2º mandamentos do Senhor, bem como a sucessão do trono fugindo da linhagem davídica. As conseqüências foram terríveis, bem como a destruição total do reino em 722 a.C. sob mão dos assírios.

8 – Elias aparece em Israel durante o reinado de Acabe e sua mulher Jezabel adoradora de Baal, deus da chuva e da agricultura.

Todo Israel, (ou quase todo) já adorava e servia a Baal, assim seu primeiro milagre foi fechar o céu pura chuvas por 3 anos e depois desafiar Baal no monte Carmelo (I Rs 17 e I8).

9 – Há algumas semelhanças entre o ministério de João Batista e Elias (Lc. l:l7 e Mt. 1:10- 13).

a) Ambos profetizam a um Israel decaído moral e espiritualmente,

b) Ambos assemelham-se na aparência. (II Rs 1:8 e Mt 3:4)

c) Ambos pregavam o arrependimento. (I Rs 18:21 e Mt 3:2)

d) Ambos repreenderam reis malvados. (I Rs 18:18 e Mt 14:3 e 4)

e) Ambos foram perseguidos por rainhas perversas. (I Rs. 19: 1 e Mt l4:8)

f) Os sucessores de Elias (Eliseu) e de João (Jesus) receberam unção do Espírito no rio Jordão.

g) Ambos tiveram um período de desânimo. (I Rs 19:4 e Mt. 11:2-6)

h) Ambos foram cheios do mesmo Espírito Santo. (Ml 4:5; Mt 11:l4; Mt 17:10-13)

Livros Históricos. Escola Superior de Teologia do Espírito Santo.

 

 

SINÓPSE I

As histórias presentes na Bíblia são verdadeiras e dão testemunho da fidelidade e misericórdia divinas.

 

 

II – OS LIVROS POÉTICOS (E DE SABEDORIA) DO ANTIGO TESTAMENTO

 

 

   1.   Os livros sapienciais e poéticos.

 

Cinco livros do Antigo Testamento são chamados de “escritos sapienciais” e “poéticos” porque ensinam a sabedoria por meio da poesia ou da prosa, são eles: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão. Eclesiastes foi escrito quase todo em prosa e os outros livros foram redigidos, em sua maioria, em forma de poesia. De modo geral, a prosa retrata o modo como normalmente falamos. E a poesia expressa sentimentos e pensamentos mediante versos que atingem o intelecto e as emoções. Na Bíblia, esse gênero literário trata da aplicação da verdade divina à experiência humana, refere-se à sabedoria prática mais do que teórica (Jó 28.28; Sl 19.7; Pv 23.12; Ec 7.12, Ct 8.7).

 

 

COMENTÁRIOS

 

 

Os livros sapienciais são conhecidos como “livros de sabedoria”. Os livros poéticos são conhecidos como “livros de poesia”. Trata-se de estilo literário empregado na redação do terceiro grupo dos livros do Antigo Testamento. Nesse aspecto, convém esclarecer que essa composição literária não desqualifica a inspiração divina, nem a autoridade ou canonicidade desses escritos bíblicos. A mensagem poética traz sabedoria para o relacionamento com Deus e o viver diário em qualquer época.

Stanley Ellisen informa que “os hebreus identificavam três grandes livros poéticos: Jó, Salmos e Provérbios. Na classificação da Vulgata estão também incluídos os livros didáticos, Eclesiastes e Cantares, perfazendo um total de cinco livros”. Quanto aos livros sapienciais, Jó, Provérbios e Eclesiastes são considerados tanto poéticos como de sabedoria. A poesia veterotestamentária abrange também grande parte dos ditos proféticos ou da literatura sapiencial.

Em relação à importância desses livros, transcrevemos o seguinte: Esses livros continuam sendo importantes para os cristãos hoje. Seus principais temas — louvor e oração, orientação para uma vida santa, nosso relacionamento com Deus e com as pessoas ao nosso redor — e sua linguagem forte, evocativa, continuam a moldar o coração e a mente do povo de Deus. Ao lermos Salmos, meditarmos em Provérbios, nos comovermos com a beleza de Cantares de Salomão e nos esforçarmos para entender tópicos difíceis de Jó e Eclesiastes, o Espírito Santo transforma e renova nosso coração e nossa mente.

Em suma, esses escritos ensinam a sabedoria por meio da poesia ou da prosa. Eclesiastes foi escrito quase todo em prosa, e os outros livros foram redigidos, em sua maioria, em forma de poesia.

De modo geral, a prosa retrata o modo como normalmente falamos. E a poesia expressa sentimentos e pensamentos mediante versos que atingem o intelecto e as emoções. Na Bíblia, esse gênero literário trata da aplicação da verdade divina à experiência humana, refere-se à sabedoria prática mais do que teórica (Jó 28.28; Sl 19.7; Pv 23.12; Ec 7.12, Ct 8.7).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Os livros Poéticos

Os livros Hagiógrafos do Antigo Testamento são para os judeus o que nós chamamos de Livros Poéticos e compreendem: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, e Cantares, alguns dos nossos estudiosos incluem neste grupo as Lamentações de Jeremias.

No cânon hebraico tradicional, contudo, apenas Jó, Salmos, e Provérbios são chamados de “poesia”. Eclesiastes e Cantares fazem parte do grupo de livros chamados “os rolos”, lidos anualmente por ocasião das 5 festas sagradas dos judeus.

Estes livros não são chamados poéticos por romancearem seus relatos ou por tratarem de assuntos imaginários ou irreais, mas este nome se deve à forma literária em que foram escritos, à elegância do estilo e das expressões usadas e ao Paralelismo de ideias.

Paralelismo

O Paralelismo é o nome dado à principal característica da poesia hebraica, onde há correspondência ou no pensamento ou na linguagem de uma frase com a outra. Esta correspondência pode ser por repetição, ênfase ou contraste de ideias, assim o ritmo não se obtém pela repetição de sons semelhantes (rima) e nem pela métrica.

“A poesia hebraica enfatiza o ritmo da ideia e não o ritmo do som, pois a mente oriental está mais interessada no conteúdo da ideia do que nos meros artifícios literários”.

Staniey Eilisen

Tipos de paralelismo

Eles são de muitos tipos:

  1. a) Sinônimo: Uma frase encontra expressão sinônima na frase seguinte.

Ex.: SI. 24:1 – “Ao Senhor pertence a terra, e tudo o que nela contém; o mundo e os que nele habitam”.

Sl. 19:1 – “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos”.

19:2 – “Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite”.

b) Antitético: Uma frase expressa ideia contrária à outra frase. O realce é pelo contraste. Ex.: SI. 1:6 – “Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá”.

c) Sintético ou Construtivo:

As frases vão se completando e correspondendo, como uma construção.

Ex.: Pv. 15:17 – “Melhor é um prato de hortaliças onde há amor, do que o boi cevado e com ele ódio”.

19:7 – “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma, o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos simples”.

Pv. 10:22 – “A bênção do Senhor enriquece, e com ela não traz desgosto”.

d) Há certos tipos de paralelismo menos importantes como: Analítico (SI. 23:1), climático (SI. 29:1), emblemático (SI. 103:1), quiasmo (SI. 51:1).

O valor do PARALELISMO está em que:

a) A correspondência de uma frase do período com outra, quer pelo sinônimo ou pela antítese, muitas vezes ajuda o leitor na interpretação de uma idéia difícil ou ambígua do texto.

b) Ele realça e amplia o brilho do texto.

c) Como independe de métrica ou rima, a beleza do texto e da mensagem não se perde nas traduções e versões para outros idiomas, como acontece com a Bíblia.

Acrósticos

Por vezes os versos hebraicos estão escritos em ordem alfabética, sendo a primeira letra de cada linha ou verso, as letras do alfabeto hebraico na devida ordem.

Ex.: Salmos 9, 10, 25, 34, 37, 111, 112, 119, 145. (Veja também as Lamentações de Jeremias).

Isto tinha como finalidade para eles facilitar a memorização, mas para nós este valor se perde na tradução.

Os livros são escritos por homens de Deus, inspirados pelo Espírito Santo, os quais vivem uma variedade de experiências do cotidiano, semelhantes às nossas, e que nos são úteis na medida em que apareceram no texto sagrado interpretadas. São aplicadas a nós pelo mesmo Espírito Santo que produziu estas experiências e inspirou os autores sagrados a registrarem-nas.

Livros Poéticos e Proféticos. Escola Superior de Teologia do Espírito Santo.

 

 

Os Salmos, Jó e os Provérbios, nas Bíblias hebraicas, formam um grupo à parte, com a denominação de Livros poéticos. No uso comum, cristão e moderno, porém, acrescentam-se-lhes também o Eclesiastes e Cântico dos Cânticos; e é frequente entre os estudiosos gregos bem como entre os autores modernos, estender a todos o nome de Livros poéticos. E com razão; pois o Cântico dos Cânticos e Eclesiastes são escritos em versos como os Provérbios.

Eclesiastes possui forma poética, embora menos rigorosa.

Trata-se, portanto, de um elemento comum a todos esses livros.

São também chamados livros didáticos ou sapienciais, por falarem muito de sabedoria; os salmos são na máxima parte de gênero lírico, sem, todavia, lhes faltar o elemento didático; o gênero do Cântico dos Cânticos é exclusivamente o lírico. De resto, lírico e didático são os dois gêneros de poesia cultivada pelos hebreus.

O que caracteriza toda a poesia hebraica é o chamado paralelismo. Ordinariamente, o verso compõe-se de dois membros ou hemistíquios, que repetem ideias e palavras que se correspondem quando ao sentidos (paralelismo sinonímico), como, por exemplo: “Quando Israel saiu do Egito, e a casa de Jacó do meio dum povo bárbaro, Judá ficou sendo o santuário de Deus, e Israel o seu domínio” (Sl 114.1-2).

Outra forma de paralelismo é paralelismo antitético que destaca o mesmo conceito por meio de contrastes, como, por exemplo: “Um filho sábio é a alegria de seu pai, porém um filho insensato é a tristeza de sua mãe” (Pv 10.1).

O segundo hemistíquio não é, às vezes, a repetição, e sim o complemento do primeiro (paralelismo sintético ou progressivo), como, por exemplo:

“Com a minha voz clamei ao Senhor, e ele ouviu-me do seu santo monte” (Sl 3.4).

A observância dos paralelismos ajuda a compreensão do verso, visto que a segunda parte repete e, muitas vezes, esclarece obscuridades ou figuras contidas no primeiro hemistíquio.

Deve-se notar de maneira especial que frequentes vezes os dois hemistíquios paralelos apresentam cada um uma parte e aspecto da idéia, e unidos formam um só conceito.

O citado Pv 10.1 quer significar que o filho sábio é a glória dos pais, ao passo que o insensato causa-lhes tristeza.

A poesia do Velho Testamento é a mais significativa contribuição do povo hebreu à literatura universal, tal e qual outro qualquer povo, sua literatura primitiva era poética. Não dispomos, no Velho Testamento, de um conjunto completo dos escritos poéticos israelitas; apenas alguns poemas de significação religiosa foram incluídos nos livros sagrados e nem todos estão no cânon. Diz-se que “Salomão produziu mais de três mil provérbios e mil e cinco odes ou cantos”.

Comentaristas bíblicos destacam algumas produções literárias das coleções de poesias conhecidas como “As guerras de Yahweh” (Nm 21.14) e “O livro de Jasar” (Js 10.13).

Essa poesia lírica era essencialmente popular no antigo Israel, o que atesta o número de sinônimos em hebraico nos “hinos”, dos quais há pelo menos treze. Somente as ideias comuns admitem muitas e diferentes palavras para expressá-las. A existência em hebraico – língua pobre de sinônimos – de treze palavras para indicar hino ou canto, sugere o largo cultivo da poesia no antigo Israel.

As linhas da poesia hebraica são vigorosamente agrupadas. Em alguns poemas, as estrofes são facilmente distinguidas. Ocasionalmente, o estribilho ou “coro” vem ao fim de cada estrofe (Ver Salmo 107.8,15,21,31). Há poucas ocorrências de rimas na poesia hebraica. Em Juízes 16.24 temos o que se chamou “um hino formado de uma rima única”.

Há uma rima repetida no primeiro verso do Salmo 14. o autor de Isaías 40-66, ocasionalmente, faz alguma rima. Em outras palavras, a poesia de Israel omite essa característica, tão essencial à nossa ideia de poesia. C. C. Torrey sugere que talvez a poesia secular hebraica usasse mais a rima do que a canônica, e os escritores sagrados a tinham como “demasiado vulgar para ser empregada em composições sérias”. Seja essa a razão ou não, a poesia bíblica emprega, de preferência, os chamados “versos livres”, mais do que qualquer outra forma.

A efetividade da poesia hebraica é grandemente devida à sua liberdade de abstrações. Sempre apela aos sentimentos fundamentais. No intuito de expressar seu desespero, o Salmista designa as sensações que o caracterizam, com as expressões “minha garganta está seca”, “meus olhos falham”, “eu mergulho em profundas dificuldades e não encontro lugar firme”. O terror da noite é expresso por Elifaz (Jó 4.12-17), com o tremor dos ossos, silêncio mortal e a visão de objetos indefinidos.

Quando o autor do Salmo 65.9-13 apresenta o que Deus está fazendo com a terra que criou, o faz em termos de uma ardente sensação num dia quente de primavera. Não há resultado mais trágico do que a interpretação de uma passagem poética por um teólogo prosaico. Nunca tiveram melhor aplicação no caso, as palavras de Paulo: “… a letra mata, mas o Espírito vivifica…” (2Co 3.6). “o poeta deve ter a liberdade de dizer as coisas da maneira que quiser e, muitas vezes, lida com sentimentos e aspirações que se perdem no realismo da linguagem. Como Jacó, que lutou com um anjo.

Isto deve ser lido com simpatia espiritual e cooperação. Suas palavras simples não devem ser consideradas como corte etimológicas, nem suas afirmativas isoladas como fórmulas teológicas.

É muito fácil perceber-se o absurdo de uma interpretação literal da poesia. Sabem todos que isso não deve ser feito. Quando se lê no Cântico de Débora: “… dos céus lutaram as estrelas, de suas órbitas lutaram contra Sísera…”, o leitor verifica logo que as estrelas não brandiram suas espadas e entraram em luta. É apenas uma figura poética, de imaginação, que apresenta o fato de que todo o universo de Deus estava aguerrido contra tal homem maligno. Outra vez, quando o livro de Jó se refere ao tempo da criação “…quando as estrelas da manhã cantaram juntas…” (Jó 38.7), o leitor não deve imaginar uma reunião de estrelas cantando um hino, mas admitir que o poeta deseja apresentar-nos a alegria do universo de Deus na linguagem da imaginação. O autor do Salmo 114, descrevendo a libertação dos israelitas do Egito, assim se expressa: “O mar o viu e transbordou; o Jordão voltou a sua correnteza. As montanhas pularam como carneiros, as colinas, como cordeiros”. Nada mais jocoso seria tomar-se esse quadro literalmente. Interpretar-se as passagens poéticas do Velho Testamento de qualquer outra forma além da exaltação como se apresentam é ignorar o método divino que escolhe poetas acima de todos os outros, a fim de acenar aos homens do passado e do futuro, ao qual nenhum estranho tem acesso.

Leite. Vicente,. FACULDADE TEOLÓGICA IBETEL. pag. 13-16.

 

 

   2.   Eclesiastes, Provérbios e Jó.

 

O tema de Eclesiastes está na frase “é tudo vaidade” (Ec 1.2), indicando a efemeridade da vida humana. Por isso, ao final, o autor declara que o sentido da vida é “ teme a Deus e guarda os seus mandamentos” (Ec 12.13). O tema de Provérbios afiança que “o temor do Senhor é o princípio da ciência [sabedoria]” (Pv 1.7), ensinando que observar os princípios divinos nos faz pessoas sábias. Portanto, ao concluir, o escritor enfatiza que uma pessoa temente a Deus é digna de ser honrada (Pv 31.30). O tema de Jó é o sofrimento (Jó 1.21), mostrando que a dor não é racional e que é preciso sempre confiar no Senhor.

 

 

COMENTÁRIOS

 

 

O título de Eclesiastes é uma tradução grega do hebraico qôhelet, significando “aquele que convoca uma congregação” a fim de pregar para ela. Por isso, a expressão “pregador” usada por alguns é perfeitamente adequada (Ec 1.1). O livro afirma “que sua sabedoria vem do ‘único pastor’, e que ao ultrapassar os limites de tal sabedoria, o pretendente a sábio deve exercer o máximo de cuidado (Ec 12.11ss)”. Essa declaração reivindica sua inspiração divina. A expressão “único pastor” é referência a um dos títulos divinos. O tema de Eclesiastes está na frase “é tudo vaidade” (Ec 1.2). Indica a efemeridade e a futilidade da vida humana. O pregador convida seus leitores a abandonar a confiança na visão secular da vida.

Por isso, ao final, o autor declara que o sentido e o verdadeiro significado da vida é “teme a Deus e guarda os seus mandamentos” (Ec 12.13).

O título de Provérbios é uma tradução grega do hebraico mãshãl, que deriva de uma raiz que significa “ser como” ou “comparado com”. Desse modo, entende-se que o propósito do autor é apresentar o contraste existente em uma vida de sabedoria e uma vida de insensatez. Corrobora com essa compreensão a introdução do livro quando o autor estabelece seu objetivo: “para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem as palavras da prudência” (Pv 1.2). Provérbios oferece aos seus leitores a oportunidade de fazer a escolha pela sabedoria. Em vista disso, o tema de Provérbios afiança que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pv 9.10). Ensina que observar os princípios divinos nos faz pessoas sábias. Portanto, ao concluir, o escritor enfatiza que uma pessoa temente a Deus é digna de ser honrada (Pv 31.30).

O título de Jó é tradução do hebraico `iyyôb, que parece significar “onde está meu pai?”. O livro narra a experiência de um personagem real. O escritor registra que Jó alcançou o testemunho de ser um servo “íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal” (Jó 1.8, NAA). Apesar de sua vida justa, Jó experimentou muita dor e sofrimento. Inexplicavelmente, ele perdeu todas as suas posses (Jó 1.13-17); tragicamente perdeu todos os seus filhos (Jó 1.18,19) e inesperadamente foi atingido por uma dolorosa doença (Jó 2.7,8). Portanto, o tema de Jó é o sofrimento do justo (Jó 1.21).

Mostra que a dor não é racional, que o sofrimento nem sempre é resultado de algum pecado. Por isso, se faz necessário sempre confiar na sabedoria do Senhor. Em última instância, Jó reconheceu que a aflição o aproximou de Deus (Jó 42.5).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

NOME – Assim como Ester, o nome do livro não é o nome do seu autor, mas do seu personagem principal.

No hebraico Jó “IYYOB” que pode significar “o perseguido”, enquanto no árabe quer dizer “arrependimento”. Como a história parece se dar na parte norte da Arábia, o significado mais plausível é o segundo.

AUTOR – O livro é anônimo, e vários são os cogitados como autores: Jó, Eliú (Jó 32:6), Jeremias, e mais fortemente, Moisés ou Salomão. A tradição hebraica crê ser Moisés, o qual conheceu a história durante o período de sua vida que esteve em Midiã. Outros estudiosos, comparando o estilo e o conteúdo de Eclesiastes com Jó, afirmam ser Salomão o seu autor.

DATA DA ESCRITA – Como não se conhece com precisão seu autor, não se conhece, por conseguinte sua data de escrita.

Se foi Eliú a data é o XXII século a.C.; se Moisés, em torno de 1450 a.C.; se Salomão, em torno de 950 a.C..

TEMPO DA AÇÃO – Embora não se saiba ao certo quando este livro foi escrito, parece haver, no entanto poucas dúvidas de que Jó foi realmente um personagem histórico e não alguém fictício criado para fins de lições morais e espirituais (Ez. 14:14; Tg. 5:11), habitou a cidade de Uz (Jó 1:1), cidade à sudeste da Palestina, norte da Arábia, vizinha de Edom; e que esta história verídica se deu no período patriarcal antes de Moisés e Abraão, mas apôs o dilúvio (portanto entre Gênesis 11 e 12). As razões para que se creia nisto são: a) Jó vive com sua família numa organização de clãs, no estilo patriarcal.

b) Jó não faz nenhuma referência ao povo de Israel ou à lei Mosaica.

c) Jó cumpre as funções de pai e sacerdote (Jó 1:5).

d) Jó teve longa vida, como era comum aos homens do antigo patriarcado (Jó 42:16). Alguns poucos questionam se este Jó era o mesmo 3° filho de Issacar (Gn. 46:13).

VERSO-CHAVE – É o 23:10 – “Mas Ele sabe o meu caminho; se Ele me privasse, sairia eu como o ouro.”

Mas também poderia ser o 1:21 – “Nú saí do ventre de minha mãe, e nú voltarei; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!”

TEMA: “POR QUÊ O JUSTO SOFRE?”

CONTEÚDO

Este livro nos mostra as diferentes facetas interpretativas, humanas e teológicas, que compõem a discussão do problema do sofrimento humano, em especial, do sofrimento do justo.

Aqui aparecem a perspectiva satânica, a do piedoso sofredor, a de seus amigos de fora do problema, e a de Deus.

Dentre muitos objetivos, o livro destaca como a soberania de Deus está acima do poder de Satanás, e pode usá-lo para que através do sofrimento, amadureça, purifique e estimule a fé de seu povo.

A história começa com a apresentação de Jó como um homem íntegro e temente a Deus (Jó 1:1), próspero e feliz (Jó 1:2-3).

Satanás aparece diante de Deus entre os seus anjos, e claramente é descrito não como “uma força impessoal” ou um “espírito mau”, mas uma pessoa angelical, poderosa, inimiga de Deus e do homem, que observa atentamente o ser humano procurando uma brecha para derrotá-lo (compare: Jó 1:6-11 e 2:1-5; com II Co. 2:11; 11:14; Ef. 2:2; I Pe. 5:8).

Satanás acusa (Ap. 12:10) Jó de ser interesseiro e mercenário, pois sendo rico e feliz não podia servir de exemplo de amor e temor a Deus. Deus permite a Satanás tirar-lhe os seus bens materiais e a saúde sem, contudo tirar-lhe a vida (compare: Jó 1:12 e 2:6 com I Co. 10:13).

Ao lhe sobrevir terríveis sofrimentos, Jó é incentivado por sua néscia esposa a maldizer e abandonar Deus (Jó 2:9), porém Jó permanece fiel ao Senhor crendo que Deus era o Senhor de todas as coisas (Jó 2:10).

É neste ponto que surgem três amigos (Elifaz, Zofar e Bildade) os quais possuem a virtude de não abandoná-lo na dor, de condoerem-se, de chorarem com ele, e de uma forma ou outra tentarem ajudá-lo (Jó 2:11-13).

Em que seus amigos foram maus conselheiros? Na aplicação de sua “teologia insensível da prosperidade” ou “lei da causa e efeito do Deus que retribui o bem com o bem e o mal com o mal.”

Eles criam, como muitos ainda em nossos dias, que por serem ricos e saudáveis, eram justos, e que doença e pobreza eram sinais de impiedade castigada. Era um legalismo insensível. Deus estaria sempre disposto a abençoar o homem com bênçãos materiais, espirituais e de saúde, desde que o homem merecesse, não havendo outra forma de Deus revelar sua graça.

Transmitiram isto a Jó, concluindo que ele estava em pecado, portanto merecedor de castigo, e o não reconhecer isto, além de ser blasfêmia contra Deus, o impediria de ser abençoado.

Jó reage a esta teologia, e o livro todo é uma resposta a esta terrível “teologia insensível da prosperidade”, de um Deus “toma-lá-dá-cá”, de um “Deus monótono” em sua ação abençoadora. Jó buscou a verdadeira teologia que pudesse firmar-lhe a fé, vendo a graça de Deus em meio ao sofrimento.

Há justos que sofrem e são pobres, enquanto há ímpios prósperos e felizes (ver Sl. 37 e 73).

Quando lemos os discursos dos três amigos de Jó, devemos nos lembrar que a Palavra de Deus ali é o registro inspirado dos discursos, servindo-nos como ilustrações e não propriamente o conteúdo de suas argumentações (o mesmo princípio se aplica às palavras de Satanás que aparecem na Bíblia).

Em meio a estes debates surge Eliú, o qual não é citado no prólogo (Jó 2:11) porque aparece quando os discursos já iam adiantados. É ele quem mais se aproxima da verdade, enaltecendo a perfeita justiça de Deus e o caráter educacional do sofrimento na vida do justo (Jó 32 a 37). No entanto também Eliú não traz a verdade completa e não apresenta soluções concretas.

O fim dos debates é marcado por dois grandes discursos do Senhor, o qual antes de discutir com Jó as razões do sofrimento e as respostas às questões a Ele feitas, discorre sobre Seu grande poder criador e controlador de todo o Universo, visando propósitos bem definidos seus, e incalculáveis pela limitada mente de Jó (Jó 38 a 41).

O Senhor condena a auto-piedade e justiça-própria, reclamados por Jó (Jó 29).

Na conclusão do livro, Jó alcança os propósitos de Deus para a sua provação. Jó reconhece a soberania, o poder e a sabedoria de Deus. Vendo mais realmente a Deus, Jó viuse melhor. É como a experiência de Isaías 6:1-5. Jó viu suas limitações e fraquezas, sua total dependência de Deus. Este atual, experiencial e profundo conhecimento de Deus, contrastasse com o anterior teórico conhecimento quando em meio à prosperidade (Jó 42:1-6).

Deus então lhe restaura em dobro tudo o que ele tinha antes das provações (Jó 42:10). DIVISÃO – Há duas formas distintas de dividirmos didaticamente o livro de Jó:

1a) Jó é um poema com duas prosas no prólogo e epílogo, intermediados por um diálogo.

Dividiríamos o livro então:

a) Prólogo – caps. 1 a 2:10 – A vida de Jó e os ataques satânicos contra ele.

b) Diálogo – caps. 2:11 a 42:6 – Jó com seus amigos e Deus.

c) Epílogo – caps. 42: 7 a 17 – Deus restaura a vida e os bens de Jó.

2a) Poderíamos dividi-lo também, segundo a presença dos personagens que surgem na história:

a) Jó – cap. 1:1-6

b) Deus e Satanás – cap. 1:6-2:10

c) Jó e seus amigos – cap. 2:11-37

d) Deus e Jó – caps. 38 a 42

COMENTÁRIOS

1 – “As perspectivas para o sofrimento dos justos que aparecem no livro de Jó, são as seguintes”:

a) a de Satanás: ele usa o sofrimento para forçar o justo a abandonar Deus (1:11 e 2: 4 e 5).

b) a de Bildade, Zofar e Elifaz – o sofrimento é a recompensa do pecado (4:7-9; 8:3-6; 11:13-15).

c) a de Eliú: o sofrimento tem fins disciplinares (33:13-17 e 29).

d) a de Jó: – o sofrimento é para o iníquo e não para o justo (6:24 e 7:20). – o sofrimento é um processo refinador como se produz ouro (23:10).

e) a de Deus: – o sofrimento é um privilégio que Deus dá ao seu povo, para ajudá-lo a cumprir algum propósito, tal como refutar Satanás (1:8 a 12).

– o sofrimento é um apelo para confiar, mesmo quando não entendemos o propósito (13:15).

– o sofrimento pode ser um meio de Deus trazer alguém a um ponto em que ele já não saiba mais o que fazer, e de tal forma indefeso, faça de Deus seu único possível defensor (42:3-7).

2 – As causas do sofrimento humano são basicamente quatro:

a) o mundo, decaído junto com o homem, tornou-se imperfeito e foi condenado a produzir cardos, abrolhos, suor e tristezas até o dia de sua transformação (Gn. 3:17- 19; Rm. 8:19-23; Jo. 16:33).

b) Nossa desobediência às leis naturais e espirituais que regem a terra. Deus criou este mundo e o faz existir sob leis naturais. Da mesma forma, relaciona-se com o homem sob leis espirituais. O infringir tais leis, trará sobre nós inevitavelmente sofrimentos.

c) Satanás – Ele é o príncipe deste mundo que alimenta o ódio contra Deu e contra o homem, em especial contra aqueles que buscam aproximar-se de Deus (I Pe. 5:8; II Tm. 3:12; Lc. 22:31).

d) Os propósitos de Deus – Na vida do homem. Deus é quem permite e controla a ação do que podem produzir Satanás e o mundo como agentes de sofrimento, e o faz sempre visando propósitos gloriosos para o homem e para próprio Deus (I Co. 10:13; II Co. 12:7-10; II Co. 4:16-18; II Co. 4:7-10; II Co. 1:6-7; Rm. 8:18; Rm. 5:3-5; Hb. 12:3-13; Tg. 1:2-4; I Pé. 1:5-9; I Pé. 2:19-21; I Pé. 4:12-19).

3 – Em oposição clara aos argumentos dos amigos de Jó, de que sofrimento sempre significa pecado ou distanciamento de Deus temos:

a) Os textos listados acima que revelam os propósitos de Deus na vida dos seus servos, através do sofrimento.

b) Os ímpios que, em contrapartida, prosperam.

c) O testemunho de Jó, Estêvão (At. 7:59), Paulo (II Co. 12:7) e Jesus (I Pé. 2:21; Hb. 5:8).

4 – Jó é o livro mais antigo da Bíblia junto com o Gênesis, no entanto fala de conhecimentos modernos da ciência, como a pressão barométrica (Jó 28:24 e 25), a evaporação e hidrometria (Jó 36:27 e 28).

Traz ainda uma série de revelações teológicas como: atividades angelicais (Hb. 1:14), o caráter satânico (Ap. 12:10; Lc. 22:31; I Pé. 5:8) o ministério do Messias (Jó 16:19), a ressurreição dos mortos (Jó 19:26 e 27), a ressurreição de Jesus (Jó 19:25), e o combate à reencarnação (Jó 7:9 e 10; 10:19-22; 14:7-14).

5 – O nome de Deus mais citado em Jó é “Shaddai” que significa “Onipotente”, “Todopoderoso”, aparecendo neste livro 32 vezes, ou seja, duas vezes mais que em todos os outros livros da Bíblia juntos.

6 – Este é o terceiro livro do cânon, que embora apareça em sequência aos demais, no entanto contém fatos concomitantes a outros livros precedentes. Veja: Rute é concomitante aos Juízes, Ester é concomitante ao relato de Esdras e Jó está situado cronologicamente entre Gênesis 11 e 12.

7 – Staniey Eilisen em seu livro “Conheça melhor o Antigo Testamento” – Ed. VIDA faz as seguintes e interessantes comparações entre Jó e Ester:

a) Ambas as histórias são dramas – Em Ester o herói passa da pobreza à riqueza a fim de servir a Deus e ao seu povo. Em Jó o herói passa da riqueza à pobreza para servir a Deus e ao seu povo.

b) Ambas ressaltam a maneira sutil do diabo procurar a destruição do povo de Deus: Em Ester o povo é preservado durante os ataques satânicos.

c) Ambos descrevem a derrota de Satanás.

8 – Apenas como curiosidade, Jó 3.2 é o menor versículo da Bíblia.

 

Provérbios

NOME – No hebraico é “Mishle Shelomoh” ou “Provérbios de Salomão”.

Provérbios são expressões curtas e concisas contendo lições morais. São princípios de vida por analogias, máximas que expressam uma verdade de forma sucinta, sentenças curtas extraídas de longas experiências de vida.

Esta era uma forma de ensino muito comum no antigo Oriente por chamar a atenção, despertar a reflexão no ouvinte, e facilitar a memorização.

AUTOR – Salomão foi o autor e compilador da maioria dos provérbios (Pv. 1:1; I Reis 4:32), apresentados entre os capítulos 1 ao 24. Foi também o autor dos provérbios que estão contidos nos capítulos 25 ao 29 (Pv. 25:1), os quais foram, no entanto, compilados pelos escribas do rei Ezequias (profetas Isaías e Miquéias?). Agur e o rei Lemuel foram os autores dos capítulos 30 e 31, mas são pessoas desconhecidas para nós.

Quando analisamos a disposição do livro, ele parece apresentar uma conclusão no capítulo 24, provérbios estes que precedem o período do reinado de Ezequias. Este rei provavelmente reuniu então provérbios adicionais, durante o período de avivamento espiritual experimentado em seu reino.

DATA DA ESCRITA – Segundo o relato de I Rs. 4:32, Salomão durante o seu reinado (971-931 a.C.) compôs cerca de 3000 provérbios, porém o livro só apresenta 400 destes.

Quando e como, estes foram selecionados? Quando foram acrescentadas as composições de outros sábios (Pv. 22:17), Agur e Lemuel?

Uma resposta precisa não se tem, mas o próprio livro de Provérbios declara ter havido uma seleção de provérbios feita pelos sábios do tempo do rei Ezequias (± 700 a.C.), crendo-se então girar em torno desta data a compilação final do livro de Provérbios.

Coincide este fato com o período de reformas implantadas pelo rei Ezequias. (II Cr. 29:25-30)

TEMPO DE AÇÃO – Como já vimos, este livro cobre vários séculos de produção literária.

São quase 300 anos, pois há composições de Salomão (971 a.C.), seleção dos sábios de Ezequias (700 a.C.) e obras de prováveis contemporâneos de Ezequias como Agur e Lemuel.

VERSO-CHAVE – É o 1:7 ou 9:10 – “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”.

TEMA – A SABEDORIA PRÁTICA FUNDAMENTA-SE NO TEMOR DO SENHOR.

CONTEÚDO

Salomão foi o homem mais sábio que já viveu sobre a terra (I Rs. 4:29-32), e esta sabedoria foi recebida de Deus, a qual também está ao nosso alcance (Tg. 1:5 e 6).

O tema central deste livro é a sabedoria de forma prática, não apenas para viver uma “boa vida”, mas para viver no temor do Senhor. Deus é a sua fonte, e o princípio dela é o próprio temor do Senhor. Todas as máximas apresentadas no livro objetivam gerar homens saudáveis e redimidos, bem-sucedidos na vida, segundo o projeto de Deus para nós.

Os princípios de vida são divinamente inspirados e apresentados sob a forma de ditados, que por contraste ou comparação, retraíam as experiências, características e o caminhar do sábio e do tolo, do justo, do preguiçoso, do bom e do mal, do insensato, da mulher virtuosa, etc.

Esta sabedoria atravessa gerações e deve ser a base para nosso viver diário, bem como parâmetro para avaliação de nossa conduta.

Os provérbios não são princípios infalíveis de sucesso, mas normas gerais de Deus trabalhar. As exceções, por exemplo, um justo que não goza paz, felicidade ou longevidade devem-se a projetos e propósitos particulares de Deus para aquelas vidas.

É ampla a gama de assuntos no livro abordado: o uso das riquezas, o tratamento para com os pobres, amigos e vizinhos, o controle da língua, a honestidade, a justiça, a obediência aos pais, etc.

Poderíamos dizer de forma prática, que os Provérbios no A.T. corresponde ou equivale ao Tiago no N.T..

DIVISÃO – Adotamos a divisão que é aceita pela maioria dos estudiosos:

a) Exortação aos jovens – caps. l a 9. O valor da sabedoria e como adquiri-la.

b) Provérbios variados de Salomão – caps. 10-24.

c) Provérbios de Salomão colecionados pelos sábios de Ezequias -caps. 25-29.

b) Embora esta reflexão acima seja necessária, no entanto os provérbios não devem ser “retirados” individualmente e aplicados sem a cuidadosa observação de seu contexto.

2 – Jesus muito amava o livro de Provérbios, é o que demonstram suas aplicações parabólicas.

Veja: Jo. 3:13 e Pv. 30:4; Lc. 14:8-10 e Pv. 25:6 e 7; Mt. 7:24-27 e Pv. 14:11; Lc. 16:19-31 e Pv. 27:1.

Talvez tenha sido com o Mestre amado, que Pedro os aprendeu a amar também: I Pe. 2:17 e Pv. 24:21; I Pe. 3:13 e Pv. 16:7; I Pé. 4:8 e Pv. 10:12; I Pe. 4:18 e Pv. 11:31; II Pe. 2:22 e Pv. 26:11.

3 – Stanley Ellisen, em seu livro “Conheça melhor o Antigo Testamento” – Ed. VIDA, diz que Provérbios nos apresenta três níveis de insensatez:

a) O simples ou néscio – É o ingênuo, o inocente, que se deixa levar facilmente.

b) O louco ou insensato – os que rejeitam a verdade, desprezam a sabedoria, odeiam o conhecimento.

c) O escarnecedor – O desordeiro que deliberadamente zomba da integridade e ridiculariza qualquer tipo de correção.

4 – O objetivo do livro de Provérbios é apresentar-nos a Sabedoria, suas vantagens e origem, cremos que faz referência a Jesus em seus textos:

cap. 1:20-23; cap. 8; cap. 9:1-6. Jesus é a Palavra eterna de Deus, o “como” e “para quem” tudo foi criado. Veja I Co. 1:24 e 30; Cl. 2:3; Jo. l:2e3;Hb. 1:2; Cl. 1:16 e 17.

5 – O belíssimo texto da mulher virtuosa está descrito em acróstico (Pv. 31:10-31).

6 – Entendemos melhor o paralelismo contrastante de Pv. 26:4 e 5 desta forma:

a) No verso 4 o texto significa: “Não converse com o insensato com semelhante estultícia, fazendo-se do seu mesmo nível”.

b) No verso 5 a abordagem é diferente: “Responda ao insensato de acordo com a estultícia de sua pergunta, ou seja, reprovando-o por meio da sabedoria”.

 

Eclesiastes

NOME – No hebraico é “Qoheleth” que significa “o pregador” (em uma assembleia). No grego é Eclesiastes ou “palavras do pregador”. Talvez este material tenha sido discursado publicamente, com finalidades instrutivas, aos seus ouvintes.

AUTOR – Como o próprio livro, a autoria é enigmática. Alguns creem ser Salomão, baseando-se para isto nos versos 1:1, 12 e 16 e 12:9. Mas outros contestam questionando: Como ser Salomão se ele afirma em 1:12, “Fui rei” (no hebraico), e “a sabedoria estava longe de mim” em 7:23?

Os argumentos a favor e contra a autoria de Salomão são os seguintes:

A FAVOR

a) O autor ao identificar-se apresenta-se como o sábio rei de Israel, filho de Davi (1:1, 12 e 16; 2:9).

b) Compôs e reuniu muitos provérbios (12:9).

c) A tradição judaica afirma ser Salomão o autor.

d) O autor do livro é sábio, rico, vitorioso, que passou por momentos de queda espiritual e ao final se levanta novamente. Como a história de Salomão.

CONTRA

a) O nome de Salomão não aparece neste livro, tal como aparece em Cantares e Provérbios.

b) A linguagem, o estilo, algumas palavras não se adequam ao tempo contemporâneo a Salomão, e sim ao período pós-exílio.

c) Muitos dos estudiosos de hoje descreem da autoria de Salomão.

DATA DA ESCRITA – Aceitando Salomão como autor do Eclesiastes, a data da escrita deve ter sido ao final de seu reinado, aproximadamente 935 a.C.

TEMPO DA AÇÃO – Este livro seria um discurso reflexivo de arrependimento ao final de sua vida, o que solucionaria a questão deixada em I Reis 11 sobre a apostasia de Salomão.

VERSO-CHAVE – É o 2:11 – “Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento e nenhum proveito havia debaixo do sol”.

TEMA – A FUTILIDADE DA VIDA HUMANA SEM DEUS.

CONTEÚDO

O livro do Eclesiastes é sem dúvida nenhuma um dos mais difíceis de análise e interpretação em toda Bíblia. Sua construção é complexa, onde intercala testemunhos pessimistas, apáticos, quase pagãos (1:13; 1:16-18; 2:3; 2:8-11; 2:24; 4:2 e 3) com confissões de fé piedosa (12:1, 13 e 14).

É um sermão dialético onde dois pontos de vista intercalam-se sucessivamente até o fim.

Ao final de sua vida, depois de grandes obras e de usar santamente a sabedoria e os recursos materiais dados por Deus, Salomão desviou-se do Senhor (I Rs. 11:1-8) passando a viver na idolatria e no pecado (Ec. 2:1-11) e aí aplicando sua sabedoria na busca do significado da vida humana, agora sem a perspectiva de Deus.

Há 4 frases-chave no livro e elas nos ajudam, por sua frequência de repetições, a compreender o estado de Salomão e seus propósitos.

“Eu vi” “debaixo do sol”, retraíam a limitação em que ele se encontrava sem a presença de Deus e a perspectiva que tinha da vida e de tudo sem olhar para cima, descrendo dos propósitos e da intervenção de Deus na existência humana. Como resultado desta situação, deste estado, ele conclui que “tudo era vaidade” e “correr atrás do vento”, tudo era futilidade, vazio.

As conclusões apresentadas no livro, deste tempo distante de Deus, não são inspiradas por Deus, porém o registro delas sim, servem-nos para nossa reflexão quanto à visão da vida, e a interpretação dos fatos, para um homem sem Deus. Eclesiastes é um discurso de Salomão ante uma assembleia, após novamente cair em si e arrepender-se, e em meio às suas perplexas lembranças do seu tempo de pecado, ele acaba concluindo suas palavras e compartilhando a seus ouvintes, fortes afirmações piedosas, (caps. 11 e 12)

DIVISÃO – O livro pode ser dividido em três partes:

a) A experiência do pregador – caps. 1 a 4. A vaidade das coisas terrenas.

b) Exortação à luz desta experiência – caps. 5 a 10

c) Conclusão do pregador – caps. 11 e 12.

COMENTÁRIOS

1 – Neste livro o nome de Deus, Jeová, aquele com o qual o Senhor se apresenta e trata com o homem em missão redentora, não aparece.

Entretanto a sabedoria de Deus e seu poder criador são enfatizados pelo nome de Deus, Elohim, que aparece mais de 40 vezes.

2 – Eclesiastes também enfatiza a eternidade da vida e o juízo de Deus através dos textos (3:11 e 17; 11:9; 12:5,7 e 14).

3 – Henrietta Mears, em seu livro “Estudo Panorâmico da Bíblia” – Ed. VIDA, nos diz que o problema de Salomão era: como achar felicidade e satisfação longe de Deus? (Ec. 1:1- 3).

Ele busca na ciência (1:4-11), e na filosofia (1: 12-18), mas em vão.

Descobre que o prazer (2:1-11), a alegria (2:1), a bebida (2:3), a construção (2:4), as possessões (2:5-7), a riqueza e a música (2:8), são todos vazios.

Em termos de correntes filosóficas, ele experimentou o materialismo (2:12-26), o fatalismo (3:1-15), o deísmo (3:1-4:16), mas também eram vãos. A religião (5:1-18)), a riqueza (5:9 – 6:12) e até a moralidade (7:1 – 12:12), são igualmente inúteis. Sua conclusão é 12:13: “teme a Deus e guarda seus mandamentos”.

4- O livro do Eclesiastes é lido anualmente na Festa dos Tabernáculos.

5 – Se compararmos os dois livros da sabedoria de Salomão, Provérbios e Eclesiastes, concluiremos que Provérbios foi escrito no período em que ele estava próximo de Deus e fala da sabedoria humana aliada ao temor do Senhor, enquanto Eclesiastes reflete o período de sua distância de Deus, tratando da sabedoria humana sem a perspectiva de Deus.

Livros Históricos. Escola Superior de Teologia do Espírito Santo.

 

 

   3.   Salmos e Cantares de Salomão.

 

Salmos em hebraico significa “louvor” e sinaliza que a mensagem principal do livro é louvor, oração e adoração. Também é um livro de instruções, porque nos mostra como servir ao Senhor. E ainda fala profeticamente acerca do Messias. Nesses aspectos, considera-se como verso-chave o Salmos 29.2: “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor na beleza da sua santidade”. O livro de Cantares ilustra o compromisso, a intimidade e o amor que deve existir no casamento. Refere-se ao plano original de Deus acerca do relacionamento conjugal. O versículo-chave sintetiza o ideal da fidelidade entre marido e a sua mulher: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (Ct 6.3).

 

 

COMENTÁRIOS

 

 

O título de Salmos reflete o grego Psalmoi, que designa o nome do livro na Septuaginta (LXX). Outro título grego por vezes empregado é Psalterion, que, na forma aportuguesada, é transliterado como “Saltério”. Ambos os termos entraram em nossas Bíblias pela Vulgata latina, que transliterou o grego. O termo Psalmoi descreve “um cântico ou um louvor”, e o Psalterion indica “uma coleção de cânticos ou louvores”. No Novo Testamento, o evangelista e historiador Lucas utiliza o título grego completo — “livro de Salmos” (Lc 20.42; At 1.20). A obra completa é uma coletânea de 150 poemas distribuídos em cinco livros: Livro 1 (Sl 1–41); Livro 2 (Sl 42–72); Livro 3 (Sl 73–89); Livro 4 (Sl 90–106); Livro 5 (Sl 107–150).

A autoria dos salmos é atribuída a vários escritores distintos. Dentre eles, citam-se os setenta e três salmos que são reputados ao rei Davi, o que equivale a quase metade deles; dois salmos são de autoria do rei Salomão (Sl 72 e 127); ao menos um salmo é de Moisés (Sl 90); doze salmos são atribuídos a Asafe (Sl 50; 73–83); dez salmos são dos filhos de Coré (Sl 42; 44–45; 47–49; 84–85; 87–88). Os tradutores da LXX atribuíram a profetas a autoria de alguns dos Salmos, tais como Jeremias (Sl 137), Ageu (Sl 146), Zacarias (Sl 147), e outros salmos são de ilustres anônimos chamados de “salmos órfãos”. Não obstante, reitera-se que a diversidade de autores não invalida a autoridade dos ensinos e nem a inspiração divina da totalidade do livro de Salmos.

Outro aspecto a frisar é que o título hebraico para “Salmos” é tehillim, com o significado de “louvores” ou “cânticos de louvor”. E era com essa finalidade utilizado pelos israelitas em suas liturgias. O cântico sempre esteve presente na história de Israel. A nação cantava em todas as situações, por vezes acompanhada por algum instrumento musical (Êx 5.20; Nm 21.17, 27; Jz 5.1; 2 Sm 1.17; Am 5.23). Assim sendo, a mensagem principal dos Salmos é o louvor, a oração e a adoração. Também é um livro de instrução, porque nos mostra como servir ao Senhor. E ainda fala profeticamente acerca do Messias. Nesses aspectos, considera-se como verso-chave Salmo 29.2: “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor na beleza da sua santidade”.

O livro de Cantares de Salomão ou “Cântico dos Cânticos” significa o cântico que supera todos os outros cânticos. O Guia Cristão de Leitura da Bíblia o considera como “um comovente e dramático poema sobre o desenvolvimento de um relacionamento”. Ilustra o compromisso, a intimidade e o amor que deve existir no casamento. Refere-se ao plano original de Deus acerca do relacionamento conjugal. O versículo-chave sintetiza o ideal da fidelidade entre o marido e a sua mulher: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (Ct 6.3). Teologicamente, esse amor é entendido “como uma tipificação do caloroso relacionamento pessoal que Deus deseja ter com a sua noiva espiritual, composta de todos os crentes redimidos que deram o seu coração a Ele”.

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Salmos

NOME – O nome que usamos é derivado do grego “PSALMOI” que significa poemas cantados com instrumentos musicais”, e no hebraico o título do livro é Sefer Tehillim ou “livro de louvores”.

É uma característica do livro de Salmos, dar nomes ou títulos também a muitos de seus capítulos, títulos estes, que parece terem sido dados não originalmente, mas antes da versão da Septuaginta.

Ex.: Mizmor (canção para ser acompanhada com instrumentos de corda) – SI. 76 Shiggayon – (salmo penitenciai) – SI. 7

Ao mestre de canto (instrução musical) – SI. 75

Estes títulos na Bíblia hebraica foram incorporados ao texto, tornando-se os primeiros versos destes capítulos.

AUTOR – São muitos os autores, os quais são conhecidos pelos títulos apostos aos salmos, já que em si mesmos os salmos não declaram sua autoria.

Os salmos são muitas vezes chamados de “Salmos de Davi” porque ele foi o autor da maioria deles, mas há entre títulos apostos e informações da tradição judaica, cerca de 12 autores:

– Davi compôs 73 salmos.

– Asafe (I Cr. 6:39, I Cr. 16:4 e 5 e II Cr. 29:30) era diretor de louvor no templo e também profeta, compôs 12 salmos – o 50 e os de 73 a 83.

– os filhos de Coré (I Cr. 26:1 e I Cr. 9:19) eram cantores e porteiros do templo, compuseram 12 salmos – os de 42 – 49, 84, 85, 87 e 88.

– Salomão, compôs os 72 e 127.

– Hemã (I Cr. 6:33 e I Rs. 4:31), o 88.

-Etã (ICr. 15:19), o 89.

– Moisés, o 90.

– Jeremias, o 137.

– Ageu, o 146.

– Zacarias, o 147.

– Esdras, o 119.

– e há cerca de 48 salmos anônimos.

DATA DA ESCRITA – A data da composição é diferente da data da organização do livro, pois a maioria dos autores não pensava estar compondo para uma futura coletânea que serviria à liturgia do templo.

As datas de composição são tão distantes quanto. Moisés em tomo de 1440 a.C. (o SI. 90) e (talvez) Esdras em tomo de 450 a.C. (o SI. 119), ou ainda os de n° 126 e 137.

A história da organização final do saltério poderia ser resumida da seguinte maneira:

a) Era comum ao povo judeu, manifestar-se em ocasiões especiais de grande gozo, com poemas cantados em adoração ao Senhor. Exemplo – Êx. 15, Jz. 5, I Sm. 2 e o SI. 90.

b) Davi, o rei poeta e músico, dedicou-se à organização do serviço litúrgico para o 1° templo. Compôs 73 salmos, alguns de caráter muito íntimo (51) e outros para louvor público (67, 115), mas quase sempre retratando nos livros alguns acontecimentos de sua vida (3, 18, 34, etc.).

Certamente ele foi o primeiro a arrumar um hinário para ser usado nos cultos, é o que nos revela o texto de SI. 72:20.

c) Salomão constrói o templo, compõe seus salmos assim como Asafe, os filhos de Core, Etã e Hemã.

4000 cantores entoavam os Salmos sob a direção dos diretores de música Asafe, Hemã e Jedutum (I Cr. 23:5 e 25:1).

d) Alguns salmos foram compostos no período do cativeiro e pós-cativeiro, quando seria reerguido o 2° templo. (Já que o 1° de Salomão fora destruído por Nabucodonosor).

Parece ter sido Esdras o colecionador, e organizador final do saltério com os 150 salmos que hoje temos.

TEMPO DA AÇÃO – Os Salmos são sempre expressões de acontecimentos vivenciados pelos seus próprios autores, e assim o tempo da ação do livro de Salmos percorre cerca de 1000 anos, indo de Moisés no ano 1440 a.C. a Esdras em torno de 450 a.C.

VERSOS-CHAVE – São 150:1 e 2.

“Aleluia! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento, obra do seu poder.

Louvai-o pelos seus poderosos feitos;

Louvai-o consoante a sua muita grandeza!”

TEMA – LOUVOR A DEUS EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS DA VIDA.

CONTEÚDO

Este é o livro da Bíblia mais lido, conhecido e citado, por homens e pelos próprios outros livros das Escrituras Sagradas. Isto se deve sem dúvida alguma à abrangência, utilidade, pragmatismo, beleza e profundidade que há em seu conteúdo.

São todas as nossas situações cotidianas encontrando explicações, soluções e curas. São expressões de ações de graça, adoração, quebrantamento, perplexidade, dúvidas, clamor por libertação, lágrimas e júbilo, traduzidos sob forma de louvor diante do Senhor.

Traz-nos, em seu conteúdo, confissão de pecados, a recordação da atuação divina na história de Israel com poder e misericórdia, profecias sobre o Messias em seu poder, obras, vida, morte e ressurreição, e ainda teologia a respeito do caráter, vontade e atributos de Deus.

DIVISÃO – Há uma divisão existente no próprio livro que divide os Salmos em cinco livros.

Na opinião de muitos estudiosos eles foram assim divididos para corresponderem ao Pentateuco, terminando sempre cada um dos livros com uma doxologia. Desta forma teríamos:

a) Livro I – SI. 1 ao 41 – Corresponde ao Gênesis, e seu tema principal é o homem, seu estado de bem aventurança, queda e restauração. Exemplo: Salmo 8. Quase a totalidade destes salmos pertence a Davi.

b) Livro II – SI. 42 a 72 – Corresponde ao Êxodo, e seu tema principal é o cativeiro de Israel, sua redenção e o Redentor.

Exemplo: SI. 42 e 68. Alguns destes salmos são dos filhos de Coré, mas a maior parte é de Davi.

c) Livro III – SI. 73 a 89 – Corresponde ao Levítico, e seu tema principal é o santuário.

Exemplos: SI. 73 e 84. Alguns salmos são dos filhos de Core, porém a maioria é de Asafe.

d) Livro IV – SI. 90 a 106 – Corresponde a Números, e seu tema principal é a peregrinação na terra, o deserto. Exemplos: Sl. 106 e 90. A maioria destes salmos é anônima.

e) Livro V – SI. 107 a 150 – Corresponde a Deuteronômio e seu tema principal é a Palavra de Deus. Exemplo: SI. 119. Muitos deles são de Davi, mas a maioria é anônima.

COMENTÁRIOS

1 – Os autores sagrados citam os salmos 112 vezes em seus escritos, abrangendo 97 dos 150 Salmos. Damos aqui alguns poucos exemplos: Ef. 4:26 e SL 4:4; I Pe. 2:3 e SL 34:8; Lc. 1:53 e SL 107:9; Ap. 5:9 e SL 144:9; SL 14:1-3 e Rm. 3:10-18.

2 – A palavra “Selá” (Sl. 66:15) que aparece cerca de 70 vezes nos salmos pode ter vários significados:

a) Mudança na melodia do acompanhamento.

b) Pausa musical com descanso para as vozes.

c) Uma exclamação de louvor, como: Glória a Deus!

d) Início de uma nova estrofe.

e) Sinal para elevação da voz.

3 – A palavra “Aleluia” deve ser traduzida como “Louvai ao Senhor”. Ela é uma palavra composta de duas outras: hallel (louvar) e Yah (abreviatura de Yahweh-Senhor).

4 – Muitos encontram dificuldades no entendimento dos Salmos imprecatórios, onde o salmista pede a Deus que derrame sua ira sobre os seus inimigos, chegando mesmo a usar expressões violentas. Alguns estudiosos do assunto nos dizem que:

a) Na maioria das vezes o inimigo focalizado no Salmo não deve ser visto como um indivíduo pessoal que guerreia com outro indivíduo, mas o simbolismo de inimigos do próprio Deus, como sejam Satanás ou sistemas sobre os quais realmente recaem terríveis maldições.

b) Nem sempre é possível distinguir no hebraico o significado das expressões “que isto aconteça” e “isto acontecerá”. Desta forma o que é expresso como um desejo do salmista, pode ser na verdade um anúncio profético.

c) Os salmistas não estão vivendo sob o espírito do evangelho, mas sob a antiga lei da retribuição de Lv. 24:17-20.

5 – Staniey Elissen, em seu livro “Conheça melhor o Antigo Testamento” Ed. VIDA nos diz que os cinco salmos finais (146-150) dão ao livro de Salmos seu clímax de encerramento e síntese. Cada um desses capítulos começa e termina com “Aleluia” ou “Louvai ao Senhor”.

146 – Quando louvar ao Senhor? – “Enquanto eu viver”.

147 – Por quê? – “Porque é bom e amável cantar louvores ao nosso Deus”.

148 – Quem? – ” Toda a criação, todos os povos”.

Si. 149 – Onde? – “No santuário, nas festas, nos leitos, nas guerras”.

Si. 150 – É o resumo: quem, onde, por quê, como e por quem será dado o louvor.

6 – Uma outra divisão do livro dos Salmos, citada por Henrietta Mears em seu livro “Estudo

Panorâmico da Bíblia” – Ed. VIDA é:

a) Livro I – SI. 1 a 41 – o Homem, sua bem-aventurança, queda e restauração.

b) Livro II – SI. 42 a 72 – Israel.

c) Livro III – SI. 73 a 89 – o santuário.

d) Livro IV – SI. 90 a 106 – a terra.

e) Livro V – SI. 107 a 150 – a Palavra de Deus.

7 – Há algumas diferenças de correspondência entre os números dos Salmos de nossa Bíblia protestante e a Bíblia católica. Isto se deve a:

a) Na Septuaginta, versão grega, de onde procedem a Vulgata Latina e a Bíblia católica, os Salmos 9 e 10 foram reunidos em um só, e desta forma até o Salmo 114, o número dos Salmos da Bíblia católica é inferior em um número aos nossos Salmos.

b) Na Septuaginta, o Salmo 114 foi unido com o 115 formando um só, tendo na Bíblia católica, portanto esta união o salmo de número 113. A diferença numérica é, portanto agora de dois números, mas…

c) Nosso Salmo 116 é dividido em dois Salmos na Septuaginta, correspondendo então aos de número 114 e 115 da Bíblia católica.

d) Da mesma forma o nosso Salmo 147 foi desmembrado nos Salmos 146 e 147 da Bíblia católica, encerrando os dois saltérios, o protestante e o católico com 150 salmos.

 

Cantares de Salomão

NOME – No hebraico o nome do livro é “Cântico dos Cânticos” pois as primeiras palavras do livro são: Cântico dos Cânticos de Salomão, e representam o principal dos 1005 cânticos compostos por Salomão (I Rs 4:32).

AUTOR – Salomão é o autor. (Ct.1:1)

Alguns estudiosos modernos tentam negar esta autoria afirmando haver no livro, palavras persas, aramaicas e gregas. Porém a autoria de Salomão é confirmada, pois:

a) Salomão era um rei com intensa relação exterior em seu reino e comércio, além de ter-se casado com várias esposas estrangeiras, explicando seu rico vocabulário.

b) Salomão era profundo conhecedor de plantas e animais (IRs. 4:33) e menciona em Cantares, vinte e uma espécies diferentes de plantas (rosa de sarom, lírios, macieiras, canela, etc.) e quinze espécies de animais (cervos, gazelas, pombas, etc…).

c) A tradição judaica afirma ser Salomão.

d) Semelhanças terminológicas com Provérbios e Eclesiastes.

e) Faz referências geográficas ao Sul e ao Norte de Israel, como uma nação ainda unida, já que após sua morte o reino foi dividido.

DATA DA ESCRITA – Provavelmente no início do reinado de Salomão -965 a.C.. TEMPO DA AÇÃO – Salomão já era rei, e já tinha expandido seu reino até Jezreel, porém seu harém ainda era relativamente pequeno (Ct. 6:8 e 9). Cantares parece corresponder ao início do reinado de Salomão, assim como Provérbios ao meio de seu reinado e Eclesiastes ao final. Em tomo de 965 a.C.

VERSO-CHAVE – É o 6:3 – “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios”.

TEMA – AS DELÍCIAS DO PURO AMOR CONJUGAL

CONTEÚDO

Este é talvez o principal cântico, dos cânticos de Salomão, contando a história do conhecimento, noivado e casamento de dois personagens: o rei Salomão (“Príncipe da paz”) e a Sunamita (“a pretendente da Paz”). O poema não tem pausas, é entrecortado subitamente por um coro de jovens, e traz a fala dos dois personagens passando da voz de um para a voz do outro de forma repentina.

Na história do poema (idílio lírico), uma camponesa da cidade de Suném, na encosta do monte Hermon, apascentava cordeiros e lavrava a vinha da família, que na verdade pertencia ao rei Salomão. Um dia, estando a cuidar do rebanho, encontrou-se com um formoso estranho (era Salomão disfarçado de pastor) ao qual se afeiçoou. Eles convivem durante um tempo, prometem-se em casamento até que um dia este estranho parte prometendo voltar. Ela esperou muito tempo crendo na promessa e sonhando com este dia.

Certo dia ele volta, e vem com grande séquito proclamando-a sua esposa, levando-a então para o palácio. E aí no palácio que o poema é cantado, fazendo-se recordações do passado.

O livro de Cantares em primeiro lugar, enaltece a beleza e pureza do casamento, permeio da história de Salomão e sua esposa; em segundo lugar, traz na história uma revelação figurada do amor de Deus para com Israel, o povo de sua aliança (Is. 54:5 e 6; 62:4 e 5; Os. 2:16-23); e em terceiro lugar, aqui os cristãos podem encontrar uma interpretação alegórica do relacionamento entre Cristo e sua noiva celestial, a Igreja (II Co.ll: I e 2; Ef. 5:25; Ap.19:7 e 8; 21:2 e 9).

DIVISÃO

É preciso conhecer bem o estilo de escrita de Cantares para que o possamos entender e dividir. As falas parecem por vezes confundirem os personagens e o desenvolvimento da história não é simples de se compreender.

Além das muitas metáforas na linguagem poética este poema é um idílio lírico, ou seja, uma história campestre, contada sob a forma de um poema onde o relato não segue uma sequência lógica cronológica, mas há “flash-backs” e coros entrecortando o relato.

Dividiremos o livro em cinco cenas:

a) A noiva nos jardins de Salomão – cap. 1:1 a 2:7.

b) As recordações da noiva – cap. 2:8 a 3:5.

c) As núpcias – cap. 3:6 a 5:1.

d) Os dois no palácio – cap. 5:2 a 8:4.

e) O lar da esposa – cap. 8:5 a 14.

COMENTÁRIOS

1 – Alguns estudiosos modernos analisam o texto não como um idílio lírico, mas como um drama onde a Sunamita seria noiva de um pastor como ela, em sua terra. Salomão a encontra em sua vinha e a leva para seu palácio em Jerusalém fazendo todo esforço para convencê-la a desposá-lo, ela, contudo permanece fiel ao seu noivo. Até que por fim, com a aprovação do rei, ela retorna à sua terra para desposar seu noivo, enaltecendo a fidelidade do amor.

Esta hipótese é rejeitada pela maioria porque:

a) O estilo da narrativa não é de um drama com um conflito, onde haveria uma sequência lógica e cronológica de narrativa.

b) Este é o cântico mais belo e importante de Salomão, e não um triste relato de um fracasso amoroso.

c) Considerar o belo amor de Salomão pela Sunamita justifica sua presença no Cânon Sagrado e a leitura anual do livro na festa da Páscoa dos Judeus.

É um lindo conto de amor conjugal, trazendo simbolismo para o relacionamento entre Deus e Israel, Cristo e a Igreja.

2 – O livro, tal como Ester, não traz uma vez sequer o nome de Deus. Não é um conto religioso, ou um estímulo à fé. Mas é tão belo, tão verdadeiro, tão sincero, que foi considerado sagrado pelos judeus porque este relacionamento amoroso é perfeita alegoria para o amor entre Deus e seu povo Israel.

Por este motivo, o livro é lido anualmente por ocasião da festa da Páscoa, a comemoração mais importante para os judeus.

3 – Podemos afirmar sem sombra de dúvida, que Cantares é o livro menos lido e menos pregado em nossas igrejas. É o livro mais deturpado pelos ascetas e pelos sensuais, sendo contudo de grande importância nos dias que vivemos.

A má interpretação dada ao livro divide os cristãos em dois grandes grupos:

a – Aqueles que acham o livro dispensável, vendo nele um conto erótico, que faz enrubescer, pela mera leitura.

b – Aqueles que o espiritualizam completamente, transcendentalizam-no, tornam seu relato sobrenatural. Creem que é uma história alegórica e tentam encontrar significados espirituais para cada detalhe da história, das palavras e dos acontecimentos.

Gostaríamos, no entanto de destacar o seguinte:

a) O livro é um belo poema, cantado na comemoração do casamento de Salomão com sua bela e apaixonada noiva (talvez a Abisaque de I Rs. 1:3).

Casamento real, entre duas pessoas reais e históricas, motivado por amor e paixão, e não por interesses políticos como era comum ao próprio Salomão. Este foi um amor diferenciado, puro.

Salomão expressa sua alegria, seu prazer, vendo a beleza de sua esposa e as delícias do casamento como uma dádiva alegre de Deus.

Enaltece a união conjugal e adverte quanto à necessidade de manter a castidade e a pureza sexual até o seu momento devido.

Só a visão da historicidade deste relato o pode tomar útil a uma interpretação típica ou alegórica.

b) Os judeus viram nesta história real uma bela figura alegórica para o relacionamento amoroso entre Deus e seu povo Israel. A igreja primitiva, entretanto relaciona a história de Cantares com Cristo e sua noiva, a Igreja.

c) A alegorização, no entanto, total do texto é absurda, difícil e por incrível quanto pareça, quase pagã.

Como a história é uma verdadeira história, pode servir-nos para alegorizar ou tipificar o relacionamento entre Deus e Israel, Cristo e a Igreja, nos seus pontos centrais, mas não em todos os detalhes como querem aqueles que veem no poema, uma mera e total alegoria.

Torna-se difícil e requer “mágica” encontrar significados espirituais para cada palavra do noivo, da noiva, ou detalhe físico destacado e enaltecido por um dos noivos, por exemplo.

E a visão grega do ascetismo, que condena o que é físico, carnal, material, a algo inferior, considerando sublime apenas o que é espiritual, que, foi assumida por grande parte dos cristãos ainda hoje. É pagã esta visão! O físico, criado por Deus também é belo, inspirador e deve ser cuidado, embelezado e enaltecido, sem pecaminosa vaidade. O corpo é tão importante que seremos eternamente espíritos com corpos glorificados, não corruptíveis, tal como Cristo é hoje.

Livros Históricos. Escola Superior de Teologia do Espírito Santo.

 

 

SINÓPSE II

Os livros poéticos e de sabedoria expressam de forma bela, singela e prática a verdade e a sabedoria de Deus.

 

 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

“[Conheça um pouco mais dos Salmos da Bíblia: O livro dos Salmos é uma coletânea de poesia hebraica inspirada pelo Espírito Santo; descreve a adoração e as experiências espirituais do povo de Deus no Antigo Testamento. É a parte mais íntima pessoal deste testamento, pois nos mostra como era o coração dos fiéis naquele tempo, e a sua comunhão com Deus. Nos livros históricos da Bíblia, Deus fala acerca do homem; nos livros proféticos, Deus fala ao homem, e nos Salmos, o homem fala a Deus. A alma do crente pode ser comparada a um órgão cujo executor é Deus. Nos Salmos, percebe-se como Deus toca todas as emoções da alma piedosa, produzindo cânticos de louvor, confissão, adoração, ações de graças, esperança e instrução. Até hoje, não foi achada linguagem melhor para que nós nos expressemos diante de Deus. As palavras dos Salmos são a linguagem da alma” (PEARLMAN, Myer. Salmos: adorando a Deus com os filhos de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2020, p.5).

 

 

III – UMA MENSAGEM AO CORAÇÃO

 

 

   1.   Uma mensagem de soberania.

 

A Bíblia descreve o que Deus fez na vida das pessoas e por meio delas. Por exemplo, Deus conduziu Josué na travessia do Jordão (Js 3.13). O feito favoreceu o acesso à Terra Prometida (Js 5.1). Deus levantou nações para punir a rebeldia de seu povo e ainda proveu o meio de escape, a fim de evitar a extinção da nação eleita (Rm 9.29). Ele resgatou da Babilônia o remanescente conforme a promessa feita a Davi (Ed 9-13). Foi Ele que conservou a nação de Judá e assim preparou o caminho para a vinda do Messias prometido (At 13.17-23). Assim sendo, nosso coração deve se aquietar, porque Deus é soberano, Ele age na história e nada acontece fora da sua vontade (Mt 10.29,30).

 

 

COMENTÁRIOS

 

 

A soberania indica o domínio absoluto de Deus sobre todas as obras criadas: a terra, os céus, a vastidão do universo, os seres espirituais, os animais, os homens, e sobre todo o curso da história: “Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl 24.1); “o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens” (Dn 4.25). A soberania é demonstrada, dentre outros atributos, pela sua Onipotência que executa o plano eterno e opera no controle de tudo e de todos (Rm 9.15-19).

As Escrituras apresentam o Senhor como “El-Shadday”, que significa o Deus Todo-Poderoso (Gn 17.1). Seu poder é ilimitado e jamais poderá ser resistido, impedido ou anulado, seja pelo ser humano, seja pela natureza ou por seres angelicais (Jó 42.2).

Somente Ele pode realizar ou fazer tudo, conforme o seu entendimento e o beneplácito da sua vontade. Contudo, Ele não faz nada que contrarie a sua natureza (Hb 6.18). A soberania divina é exercida para abençoar os piedosos e punir os rebeldes (Rm 11.22).

Lewis Chafer anota que a soberania divina “é discernida de maneira absoluta pela qual todas as coisas receberam os seus devidos lugares na criação, no assinalar aos homens sobre o dia deles e sobre a geração deles assim como os limites da habitação deles, e no exercício da graça salvadora”. Porém, a soberania não é arbitrária a ponto de tolher o livre-arbítrio. Todavia, a ação humana é limitada aos desígnios divinos. Dessa forma, a paciência de Deus Como já visto nesta obra, a sabedoria é a habilidade de aplicar o conhecimento para fazer escolhas certas no momento oportuno.

Refere-se à prática da prudência que ultrapassa o mero conhecimento intelectual ou acadêmico. A Bíblia Sagrada ensina que temer ao Senhor e observar os seus preceitos nos fazem viver como pessoas sábias (Ef 5.15) e os que rejeitam ao Senhor e sua Palavra vivem na ignorância (Sl 14.1).18 Nos chamados livros “sapienciais” ou ‘poéticos”, Deus inspirou seus autores para nos agraciar com uma mensagem de sabedoria a ser executada em nosso viver diário.

A fonte dessa sabedoria é o próprio Deus, portanto, a sabedoria é dada por Ele. Significa que quando alguém recebe a sabedoria foi porque Deus lhe deu (Pv 2.5,6). O propósito da sabedoria é agradar a Deus e confiar nEle (Pv 3.5). Os sábios não confiam em si mesmos, antes confiam no Senhor e na sua soberania que controla o Universo. Dessa forma, todo o conselho prático está subordinado à sabedoria divina. Dentre eles, citamos: andar retamente de modo ético e irrepreensível (Pv 2.7); fugir da luxúria e se conservar puro (Pv 2.16); não ser preguiçoso (Pv 6.6); e, manter boa reputação (Pv 22.1).

As orientações incluem tomar cuidado no falar. As palavras precipitadas e descuidadas são um erro a ser corrigido. O sábio pesa o que fala, mas o tolo se compromete na multidão das palavras (Ec 5.2,3). Uma pessoa sábia não deve amar ou confiar no dinheiro e nem depositar a sua esperança nas riquezas materiais (Ec 5.10-12). Ser sábio também denota viver em contentamento e não em murmuração. Em virtude da brevidade da vida, o homem deve se alegrar com o fruto de seu trabalho como parte da dádiva divina, (Ec 9.7-10). Igualmente somos aconselhados a remir o tempo, e lembrar-se de Deus antes de ser chamado para se encontrar com Ele (Ec 12.1-7).

A mensagem bíblica também enaltece a integridade. A integridade se relaciona com firmeza de caráter e conduta ilibada. Os ensinos no livro de Jó sobrepujam os padrões de integridade do mundo. O manter-se íntegro independe das circunstâncias (Jó 1.22). O sofrimento e a dor são uma realidade, mas Deus provê os meios de cura (Jó 5.17,18). Por conseguinte, somos exortados a confiar sempre no Senhor (Jó 19.25); e a desfrutar do verdadeiro amor (Ct 8.7). No entanto, essas ações não devem ser observadas de forma legalista para evitar o castigo; ao contrário, elas devem ser o resultado do toque divino no coração humano (Pv 4.23).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

O termo soberania, denota uma situação em que uma pessoa, com base em sua dignidade e autoridade, exerce o poder supremo, sobre qualquer área, em sua província, que esteja sob a sua jurisdição. Um “soberano” pois, exerce plena autonomia e desconhece imunidades rivais.

Quando é aplicado a Deus, o termo indica o total domínio do Senhor sobre toda a sua vasta criação. Como Soberano que é, Deus exerce de modo absoluto a sua vontade, sem ter de prestar contas a qualquer vontade finita. Conforme se dá com outras ideias teológicas, o termo não figura nas páginas da Bíblia, embora o conceito seja reiterado por inúmeras vezes. Para tanto, as Escrituras apelam para a metáfora de “governante e súditos”. Embora expresse essa ideia de outras maneiras, é principalmente nas doxologias ou atribuições de louvor que aparece o conceito. Poderíamos citar aqui uma passagem do Antigo e uma do Novo Testamentos, como prova disso. ” … até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer” (Dan. 4:25). “Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém” (I Tim. 1:25).

A soberania de Deus consiste em sua onipotência, expressa em relação ao mundo criado, mormente no tocante à responsabilidade moral das criaturas diante dele. Visando a um fim benfazejo, e executando o seu plano eterno para a criação inteira e para os homens Deus exerce autoridade absoluta, amoldando todas as coisas e todos os acontecimentos à semelhança do que o oleiro faz com o mesmo monte de barro amassado.

Embora, erroneamente, quanto aos seus motivos, o suposto objetar, postulado por Paulo, expressou uma verdade inconteste: Pois quem jamais resistiu à sua (de Deus) vontade?” (vs. 19). Além de mandar na sua criação sem que alguém possa intervir nas decisões divinas, a Bíblia nos ensina que essa soberania é exercida tendo em vista galadoar a piedade e castigar a rebeldia. E o que se vê em trechos como o de Romanos II :22, que diz: “Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus; para com os que caíram, severidade; mas para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte também tu serás cortado”. Isso nos permite chegar à conclusão de que Deus não age arbitrariamente, movido pelo capricho, quando determina todas as coisas segundo os ditames de sua soberana vontade.

Porém, se rebrilha mais intensamente esse governo de Deus sobre as questões morais do bem e do mal, nem por isso devemos esquecer que as próprias forças da natureza lhe estão sujeitas de maneira absoluta. Em sua vida terrena, Jesus mostrou a sua divindade, precisamente, exercendo total controle sobre as forças naturais. Acalmada a tempestade e tranquilizado o vendaval, os discípulos de Jesus perguntavam uns aos outros: “Mas quem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?” (Mat. 8:27).

Entretanto, a soberania de Deus cria problemas para nós, com a nossa limitada compreensão, quando a colocamos lado a lado com as atividades humanas. O homem agiria por compulsão divina ou agiria livremente?

No primeiro caso, temos o problema do determinismo (vide); e se o homem age livremente, sem qualquer controle divino, onde ficou a soberania de Deus? A solução é pensar que o homem atua como um livre a gente, mas sempre dentro dos limites estabelecidos pela soberania divina.

Deus, pois, refreia os excessos do livre-arbítrio, dirigindo os atos humanos de tal modo que cheguem a resultar naquilo que sua sabedoria tem por alvo. A liberdade de ação do homem só vai até onde Deus lho permitiu. Em Gênesis 2: 15, aprendemos que o homem recebeu domínio sobre a natureza terrestre. E os próprios monarcas da terra governam como delegados, por mandato divino (I Sam. 15: 11 e 11 Crô. 1:9). Por isso mesmo, os governantes podem ser destituidos de suas funções. Todavia, se, por uma parte, Deus limita o alcance das ações humanas, por outro lado ele mesmo se restringe quanto à sua soberania, quando isso se faz mister. De outra sorte, não haveria espaço para o livre-arbítrio humano. É nessa altura que entram em nossas cogitações a paciência de Deus, as renovadas oportunidades de arrependimento que Deus dá aos desobedientes, o adiamento dos castigos divinos contra o mal e até mesmo o aparente retardamento do retomo de Cristo a este mundo. É conforme diz o escritor sagrado: “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não, querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”, (11 Ped. 3:9) o problema do determinismo versus o livre-arbítrio humano tem causado perplexidades teológicas desde longa data.

Assim, ao refutar o erro de PaIágio, Agostinho inclinava-se tanto para o extremo direito (da soberania divina) que parecia negar qualquer liberdade humana. Em conflito com Erasmo de Roterdã, Calvino caiu no mesmo desequilíbrio.

Em seu afã por preservar a ideia da iniciativa divina, Calvino criou um sistema teológico, que vários de seus seguidores levaram a um ponto ainda mais extremado, que virtualmente nega que o homem tem vontade livre. Nesse caso, destituído de livre-arbítrio, seria uma injustiça o homem ser condenado, por praticar aquilo que estaria impossibilitado de evitar. Portanto, o calvinismo (especialmente quando radical), (vide), exprime, quando muito, uma meia-verdade. E o arminianismo cai precisamente no erro contrário, quando exalta o livre-arbítrio humano, sem levar em conta que este é, necessariamente, limitado pela vontade planejadora de Deus. Isso nos permite chegar à conclusão lógica de que tanto o calvinismo quanto o arminianismo são visões parciais da verdade, a qual se acha na correta relação entre a soberania de Deus e o livre-arbítrio humano. Deus usa o livre-arbítrio do homem sem destruí-lo, mas como não sabemos.

Tudo isso suscita o princípio teológico da polaridade (vide). Em outras palavras, existem verdades complexas, formadas pelo relacionamento entre duas verdades menores. Em nosso estudo, a soberania de Deus e o livre-arbítrio humano seriam os dois polos opostos de uma verdade espiritual maior.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 6. pag. 242-243.

 

 

 

 

   2.   Uma mensagem de sabedoria.

 

Deus é a fonte da sabedoria (Pv 2.6), e o propósito da sabedoria é agradar a Deus (Pv 3.5). Desse modo, todo o conselho prático está subordinado à sabedoria divina. Dentre eles, citam os: andar retamente (Pv 2.7); fugir da luxúria (Pv 2.16); não ser preguiçoso (Pv 6.6); manter boa reputação (Pv 22.1); tomar cuidado no falar (Ec 5.2); não confiar no dinheiro (Ec 5.10); viver com alegria (Ec 9.7); remir o tempo (Ec 12.1); manter a integridade (Jó 1.22); aceitar a repreensão (Jó 5.17); confiar no Senhor (Jó 19.25); e desfrutar do verdadeiro amor (Ct 8.7). No entanto, essas ações não devem ser observadas de forma legalista, elas devem ser o resultado do toque divino no coração humano (Pv 4.23).

 

 

COMENTÁRIOS

 

Como já visto nesta obra, a sabedoria é a habilidade de aplicar o conhecimento para fazer escolhas certas no momento oportuno. Refere-se à prática da prudência que ultrapassa o mero conhecimento intelectual ou acadêmico. A Bíblia Sagrada ensina que temer ao Senhor e observar os seus preceitos nos fazem viver como pessoas sábias (Ef 5.15) e os que rejeitam ao Senhor e sua Palavra vivem na ignorância (Sl 14.1).18 Nos chamados livros “sapienciais” ou ‘poéticos”, Deus inspirou seus autores para nos agraciar com uma mensagem de sabedoria a ser executada em nosso viver diário.

A fonte dessa sabedoria é o próprio Deus, portanto, a sabedoria é dada por Ele. Significa que quando alguém recebe a sabedoria foi porque Deus lhe deu (Pv 2.5,6). O propósito da sabedoria é agradar a Deus e confiar nEle (Pv 3.5). Os sábios não confiam em si mesmos, antes confiam no Senhor e na sua soberania que controla o Universo. Dessa forma, todo o conselho prático está subordinado à sabedoria divina. Dentre eles, citamos: andar retamente de modo ético e irrepreensível (Pv 2.7); fugir da luxúria e se conservar puro (Pv 2.16); não ser preguiçoso (Pv 6.6); e, manter boa reputação (Pv 22.1).

As orientações incluem tomar cuidado no falar. As palavras precipitadas e descuidadas são um erro a ser corrigido. O sábio pesa o que fala, mas o tolo se compromete na multidão das palavras (Ec 5.2,3). Uma pessoa sábia não deve amar ou confiar no dinheiro e nem depositar a sua esperança nas riquezas materiais (Ec 5.10-12). Ser sábio também denota viver em contentamento e não em murmuração. Em virtude da brevidade da vida, o homem deve se alegrar com o fruto de seu trabalho como parte da dádiva divina, (Ec 9.7-10). Igualmente somos aconselhados a remir o tempo, e lembrar-se de Deus antes de ser chamado para se encontrar com Ele (Ec 12.1-7).

A mensagem bíblica também enaltece a integridade. A integridade se relaciona com firmeza de caráter e conduta ilibada. Os ensinos no livro de Jó sobrepujam os padrões de integridade do mundo. O manter-se íntegro independe das circunstâncias (Jó 1.22). O sofrimento e a dor são uma realidade, mas Deus provê os meios de cura (Jó 5.17,18). Por conseguinte, somos exortados a confiar sempre no Senhor (Jó 19.25); e a desfrutar do verdadeiro amor (Ct 8.7). No entanto, essas ações não devem ser observadas de forma legalista para evitar o castigo; ao contrário, elas devem ser o resultado do toque divino no coração humano (Pv 4.23).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

A Sabedoria de Deus

A sabedoria de Deus é um de seus atributos (ver I Sam. 2:3 e Jó 9:4).

A sabedoria de Deus é descrita como perfeita (ver Jó 36:4 e 37: 16).

É poderosa (ver Jó 36:5).

É universal (ver Jó 28:24; Dan. 2:22 e Atos 15: 18).

É infinita (ver Sal 147:5 e Rorn, 11:3).

É insondável (ver Isa. 40:28 e Rom. 11:33).

É maravilhosa (ver Sal. 139:6).

Ultrapassa a compreensão humana (ver Sal 139:6).

É incomparável (ver Isa. 44:7 e Jer. 10:7).

Não é derivada (ver Jó 21:22 e Isa. 40:44).

11.O evangelho contém os tesouros da sabedoria divina (ver I Cor. 2:7).

A sabedoria dos santos é derivada da sabedoria de Deus (ver Esd. 7: 25).

Toda a sabedoria humana deriva da sabedoria divina (ver Dan. 2:2).

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 6. pag. 10.

 

 

«…e, sim, como sábios…» Neste ponto é empregada a palavra que usualmente significava «sábio», isto é, «sophos», ainda que em sentido espiritual. Essa palavra indica aqueles que foram espiritualmente iluminados, para que se tornem sábios, dotados de discernimento. Os atos de Deus são todos efetuados com base na sabedoria, conforme o trecho de Efé. 1:8, onde também tal termo é comentado. Notemos que viver no pecado é demonstração de loucura; e que viver na retidão é prova de sabedoria. A totalidade do N.T. é demonstração das razões pelas quais as coisas são assim. O texto presente vincula as «trevas» e a «morte» com a «insensatez do pecado», ao mesmo tempo que a «vida» e a «luz» são ligadas à «sabedoria da santidade». E nossa consciência também faz essa equiparação. E aquele que no homem interior testifica sobre essa verdade é o Espírito Santo. Cumpre-nos observar que este versículo é paralelo de Col. 4:5.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 623.

 

 

Andar em sabedoria (5.15-17)

Paulo apresenta várias razões para andarmos de forma sábia: 1) a vida é curta (5.16a); 2) os dias são maus (5.6b); 3) Deus nos deu uma mente (5.17a); e 4) Deus tem um plano para nossa vida (5.17b). Os versos 15-17 definem o andar da sabedoria em dois pontos:

Primeiro, as pessoas sábias tiram o maior proveito do seu tempo (5.15,16; ARA). “Portanto, vede prudentemente como andais; não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. ” O verbo “remir” quer dizer comprar de volta. Aqui, tem o sentido de tirar o maior proveito do tempo. “Tempo”, kairós, refere-se a cada oportunidade que surge.

Russell Shedd define a expressão ‘remir o tempo’ como aproveitar o tempo. O cristão deve usar o seu tempo (como pode usar seu dinheiro, sua capacidade, seu conhecimento, sua mente) para retirar de Satanás o tempo. Comprar “para libertar” do poder satânico aquilo que ele já escravizou no mundo. A característica do nosso século é gastar mais e mais tempo sem trazer benefício para o que é divino. Satanás tenta nos pressionar para que, pela falta de tempo, não pensemos nos valores reais. O Senhor deseja que resgatemos as horas para ele.

Com certeza, as pessoas sábias têm consciência de que o tempo é um bem precioso. Todos nós temos a mesma quantidade de tempo ao nosso dispor: 60 minutos por hora, 24 horas por dia. As pessoas sábias empregam seu tempo de forma proveitosa. Li algures sobre um aviso no boletim de uma igreja. O aviso era assim: 1) “PERDIDAS, ontem, nalgum lugar entre o nascer e o pôr do sol, duas horas de ouro, cada uma cravejada com sessenta minutos de diamante. Nenhuma recompensa é oferecida, pois foram-se para sempre!” 2) “RESOLVIDO: nunca perder um só momento de tempo, mas, sim, tirar proveito dele da maneira mais proveitosa que puder”.

Segundo, as pessoas sábias discernem a vontade de Deus (5.17). “Por isso, não sejais insensatos, mas entendei qual a vontade do Senhor.” O próprio Jesus orou: “Não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42); e ensinou-nos a orar: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). Nada é mais importante na vida do que descobrir e praticar a vontade de Deus. A coisa mais importante na vida é estar no centro da vontade de Deus. O jovem missionário Ashbel Green Simonton, pioneiro do presbiterianismo no Brasil, era o caçula de nove irmãos. Seu pai era médico, deputado federal e presbítero. Formado no Seminário de Princeton, esse jovem brilhante recebeu o chamado para vir para o Brasil ao ouvir um sermão de seu professor Charles Hodge. Muitos tentaram demovê-lo dessa arriscada empreitada, uma vez que precisaria renunciar ao conforto de sua casa, à riqueza da sua nação e vir para um país de muitas doenças endêmicas. Quando as pessoas lhe diziam que essa decisão era muito perigosa, ele sempre respondia: “O lugar mais seguro para um homem estar é no centro da vontade de Deus”. Simonton chegou ao Brasil no dia 12 de agosto de 1859. Em apenas oito anos de um profícuo ministério, ele deixou plantada uma igreja que hoje é uma forte denominação. Simonton morreu jovem, com 34 anos de idade, mas deixou em solo pátrio uma igreja que influencia a sociedade brasileira e é uma voz altissonante a proclamar o evangelho da graça.

LOPES, Hernandes Dias. EFESIOS Igreja, A Noiva Gloriosa de Cristo. Editora Hagnos. pag. 132-134.

 

 

   3.   Uma mensagem de adoração.

 

Os salmos possuem a peculiaridade de expressar as mais profundas emoções do coração humano, tais como: medo, angústia e tristeza (SI 116.3); força, segurança e alegria (SI 118.14). Também refletem o ideal divino da espiritualidade e adoração. Entre outros retratos da vida espiritual, destacam-se: o coração que confia (SI 3.3); o coração contrito (SI 6.1); o coração que glorifica (SI 8.1), o coração agradecido (Sl 30.1), e o coração arrependido (Sl 51.1). A fim de manter a verdadeira adoração em todas as circunstâncias da vida, o salmista descreveu a conduta por ele adotada: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.11).

 

 

COMENTÁRIOS

 

 

As Escrituras ensinam que somente o Deus único e verdadeiro deve ser adorado (Êx 20.1-5). A adoração faz parte do culto prestado a Deus tanto individual como coletivo. Em geral, os elementos da adoração compreendem a oração, o louvor, os cânticos, o meditar na Palavra de Deus, dentre outros. O Dicionário Vine esclarece que a palavra hebraica sãhãh ocorre mais de 170 vezes no Antigo Testamento sendo “usada como termo comum para se referir a ir diante de Deus em adoração (Jr 7.2)”. No Novo Testamento, o verbo grego proskuneõ é empregado 59 vezes com o significado de adorar (cf. Mt 2.2,8,11; 4.10; Jo 4.21-24; 9.38; 1 Co 14.25; Hb 1.6; Ap 4.10; 5.14; etc.).

Moisés recebeu o modelo de adoração com ofertas e sacrifícios (cf. Nm 28.3-8; Lv 23.1ss). Desenvolveu um sistema de adoração pública com vários elementos: sacrifícios especiais (2 Cr 7.5ss); cerimoniais específicos (1 Rs 8.14); ministrações de louvor (2 Cr 5.13); oração pública (Dt 26.15); e discursos públicos (Ne 9.3-38).

Na Nova Aliança, esses sacrifícios e ofertas foram abolidos (Hb 20.26), uma vez que Cristo tirou os pecados do mundo (Jo 1.29). No modelo cristão, a adoração pública envolve: salmos, doutrina, revelação, língua e interpretação (1 Co 14.26). Porém, exige-se que a adoração seja em espírito e em verdade (Jo 4.23). A verdadeira adoração é aquela que procede do interior, a que é do coração (Rm 2.29; Ef 3.16).

Nesse aspecto, os Salmos possuem a peculiaridade de expressar as mais profundas emoções do coração humano, tais como: medo, angústia e tristeza (Sl 116.3); força, segurança e alegria (Sl 118.14).

Assim, eles refletem o ideal divino da espiritualidade e da adoração.

Entre outros retratos da vida espiritual, destacam-se: o coração que confia (Sl 3.3); o coração contrito (Sl 6.1); o coração que glorifica (Sl 8.1); o coração agradecido (Sl 30.1); e o coração arrependido (Sl 51.1). A fim de manter a verdadeira adoração em todas as circunstâncias da vida, o salmista descreveu a conduta por ele adotada: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.11).

Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

 

Guardo no coração as tuas palavras. Qualquer criança que frequente a escola dominical conhece este versículo e qualquer crente adulto também o conhece, mas porventura nós o observamos? Este versículo é largamente usado para falar sobre a sabedoria da memorização da Bíblia e, embora provavelmente não seja esse o sentido pretendido, é uma boa aplicação.

Naturalmente, este versículo fala sobre a lei, empregando a terceira das dez palavras listadas no vs. 1.

Guardo. Isto é, “escondo” (conforme diz a Revised Standard Version), aludindo à metáfora de um tesouro escondido. O homem que tem o tesouro escondido em seu coração tem menor inclinação a ceder à tentação. “A palavra de Cristo deve habitar nele ricamente. Caso contrário, em breve ele pode ser surpreendido por algum pecado teimoso” (Adam Clarke, in loc.).

Habite ricamente em vós a palavra de Cristo, instrui-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão em vossos corações.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 2433.

 

 

O salmista se identifica com aqueles sobre quem ele já pronunciou uma bênção no versículo 2. Seu compromisso é sincero, e tem entesourado a palavra de Deus em seu coração a fim de poder guardar os caminhos da justiça. “Palavra”, neste caso, é um termo hebraico (’imrah) que, em muitas outras ocorrências, é amiúde traduzida corretamente por “promessa”. Esconder a palavra de Deus no coração é muito mais que apenas estar apto a recitá-la de memória. Ela é viva de acordo com as diretrizes que ele tem dado. Deixar de ouvir essa instrução leva alguém a “desviar-se das palavras do conhecimento” (Pv 19.27). Daí ele apelar para Deus a fim de o manter fiel.

Harman. Allan,. Comentários do Antigo Testamento. Salmos. Editora Cultura Cristã. 1ª edição 2011.

 

SINOPSE III

Os sentimentos do coração estão impressos na história, na poesia da Bíblia, que nos ensinam a respeito da verdadeira adoração.

 

 

AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

“[O Ensino de Qualidade na Escola Dominical] O ensino precisa ser centrado no aluno, e não no professor ou no conteúdo. Todas as nossas ações didáticas devem ser elaboradas pensando no aluno, visando à sua aprendizagem. […] Atualmente sabemos que a aprendizagem é um processo dinâmico que envolve uma infinidade de esquemas mentais. Por isso, o ensino deve ser participativo. É preciso abrir espaço para que os alunos questionem, pesquisem, manipulem, experimentem […]. É importante que o professor compreenda que o aluno chega à classe com um conhecimento prévio do assunto que será estudado. Logo, não podemos ignorar esse conhecimento, mas temos que partir do que eles já sabem a respeito do assunto para depois apresentar novos conteúdos. O ensino deve visar ao contato do aluno direto com a sua realidade, ou seja, deve haver aplicabilidade. Precisamos construir uma ponte entre o conteúdo ensinado e a nossa realidade. Atualmente os cristãos não são mais jogados na cova dos leões como no tempo de Daniel, mas quantos “ leões” não temos que enfrentar no nosso dia a dia (desemprego, enfermidade as, decepções, etc.). Temos que aplicar o ensino ao nosso tempo e à nossa realidade” (BUENO, Telma. Educação Cristã: Reflexões e Práticas. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.20).

 

 

CONCLUSÃO

A experiência do povo de Deus na conquista e posse da Terra Prometida aponta para a soberania divina. O texto bíblico em prosa e poesia revela a sabedoria divina, que deve ser aplicada em nosso viver diário. Essa mensagem alegra o nosso coração, serve de bom remédio, e conserva saudável nosso espírito, alma e corpo (Pv 17.22).

 

 

REVISANDO O CONTEÚDO

 

1- O que Israel experimentou no período dos livros históricos?

Israel experimentou a providência, a proteção e o juízo divino.

 

2- Para onde as histórias desses livros apontam?

Essas histórias apontam para a fidelidade e a misericórdia divina.

 

3- Cite os cincos livros que são classificados como livros sapienciais ou poéticos.

Eclesiastes, Provérbios E Jó, Salmos e Cantares de Salomão.

 

4- O que acontece quando observamos os princípios divinos?

Observar os princípios divinos nos faz pessoas sábias.

 

5- Quem conservou a nação e preparou o caminho para a vinda do Messias?

Deus

 

 

 

 

 

 

 

 

2 respostas para “9 LIÇÃO 1 TRI 2022 AS HISTÓRIAS E AS POESIAS FALAM AO CORAÇÃO”

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