4 LIÇÃO 1 TRI 2022 A ESTRUTURA DA BÍBLIA

 

4 LIÇÃO 1 TRI 2022 A ESTRUTURA DA BÍBLIA

4 LIÇÃO 1 TRI 2022 A ESTRUTURA DA BÍBLIA  

 

TEXTO ÁUREO

“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.” (Lc 24.44)  

 

VERDADE PRÁTICA

A Bíblia se divide em Antigo e Novo Testamentos, totalizando 66 livros, divinamente inspirados. Toda ela é nossa única regra de fé e prática.  

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ap 22.18,19 Nada pode ser acrescentado ou retirado das Escrituras canônicas  

Terça – Rm 1.2 Os textos inspirados são chamados de Santas Escrituras  

Quarta – Jz 3.4 O Antigo Testamento é dotado de veracidade e de autoridade  

Quinta – 1 Co 2.4,13 Os livros inspirados e autorizados são chamados de canônicos  

Sexta – Ef 2.20 A Igreja Primitiva reconheceu e preservou os livros canônicos  

Sábado – Mt 24.5 A Palavra de Deus é atemporal e imutável    

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE  

Lucas 24.44-49.  

44 – E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.  

45 – Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.  

46 – E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos;  

47 – E, em seu nome, se pregasse o ar­rependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.  

48 – E destas coisas sois vós testemunhas.  

49 – E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai: ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.      

 

Hinos Sugeridos: 185, 354, 603 da Harpa Cristã    

 

PLANO DE AULA INTRODUÇÃO

Conhecer a estrutura da Bíblia é importante para manejá-la bem. Memorizar as Escrituras e amá-las não são opções excludentes. Muito pelo contrário, os antigos decoravam as Escrituras porque a amavam. Inclusive, a etimologia da palavra “decorar” tem como fonte a palavra “coração”. Por isso, a importância de conhecer a estrutura do livro que amamos. Quem ama a Bíblia procura manejá-la muito bem.

APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Mostrar como a Bíblia está organizada e que ela se divide em dois testamentos;

II) Esclarecer como os livros do Antigo Testamento são classificados;

III) Expor a classificação dos livros do Novo Testamento.

B) Motivação: “ Passear” pela Bíblia com desenvoltura deve ser objetivo de todo estudante sério das Escrituras. Saber identificar os livros e encontrá-los sem dificuldades são habilidades que não podem ser desprezadas. Por isso é nosso papel encorajar os alunos a usar habilidosamente a Bíblia.

C) Sugestão de Método: Elabore um documento em que a estrutura da Bíblia, conforme consta na presente lição, esteja presente. Distribua para os alunos, instando-os a revisarem sistematicamente durante a semana e o mês. Motive-os a treinar a habilidade de manejar a Bíblia.

  CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Ao final da lição, faça perguntas aos alunos sobre os livros da Bíblia e suas respectivas classificações. Dê oportunidade para eles classificarem os livros bíblicos em classe. É uma maneira motivadora de sedimentar o conhecimento.

 SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “Alguns Fatos e Particularidades da Bíblia ” traz informações a respeito da estrutura moderna da Bíblia para expandir o primeiro tópico;

2) O texto “ Implicações para o Professor Cristão ”, localizado após o terceiro tópico, tem o propósito refletir a respeito da aplicação do ensino da Bíblia no dia a dia do (a) professor (a).      

 

INTRODUÇÃO COMENTÁRIO

 

A Bíblia Sagrada foi escrita majoritariamente em hebraico e grego, em um período aproximado de 1.600 anos, por cerca de 40 homens, e se estrutura em Antigo e Novo Testamentos. Seus livros são divinamente inspirados e formam o cânon bíblico. Nesta lição, veremos como a Bíblia está organizada, a classificação de seus livros, a canonicidade e as particularidades dos Testamentos.    

 

COMENTÁRIO    

 

Bíblia Sagrada foi escrita majoritariamente em hebraico e grego, em um período aproximado de 1.600 anos, por cerca de 40 homens, e se estrutura em Antigo e Novo Testamento. Seus livros são divinamente inspirados e constituem o cânon bíblico. O conjunto dos 66 livros forma um único livro: a Bíblia Sagrada. Os critérios para avaliação da canonicidade são a inspiração, o reconhecimento e a preservação dos livros como Palavra de Deus. A comprovação desses critérios revela que as Escrituras foram aceitas e preservadas como livros autorizados por Deus. O testemunho do próprio autor divino no coração das pessoas é quem provoca o reconhecimento de que a Escritura é a Palavra de Deus. Toda ela é nossa única regra de fé e prática. Neste capítulo, veremos como a Bíblia está organizada, a classificação de seus livros, a canonicidade e as particularidades dos Testamentos. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

Nome geral dado às Escrituras Sagradas da Igreja cristã. Uma discussão sobre este assunto deve necessariamente abranger uma grande variedade de aspectos, mas num verbete como este só será possível fazer uma análise geral do seu conteúdo, história, unidade e outras questões afins. MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 776-777.     Palavra-Chave: ESTRUTURA    

 

I – COMO A BÍBLIA ESTÁ ORGANIZADA  

 

   1.   Definição do termo Bíblia.

  A palavra “Bíblia” tem origem tanto no vocá­bulo grego como no latim. O termo grego biblos significa “ livro” e tem conotação de qualidade sagrada. A palavra bíblia no latim é um substantivo feminino singular que igualmente exprime a ideia de “ livro”. Por volta do ano 150 d.C., os cristãos passaram a usar o termo em grego a bíblia (os livros) para referir-se ao conjunto de livros inspirados por Deus. O Dicionário Bíblico Wycliffe explica que o singular bíblia em latim revela uma unidade de pensamento e uma pureza. Por isso, a coleção dos livros sagrados forma um único livro: a Bíblia Sagrada, chamada também por Paulo de “as Santas Escrituras” (Rm 1.2).    

 

COMENTÁRIO    

 

A palavra “Bíblia” tem origem tanto no vocábulo grego como no latim. O termo grego “biblos” significa “livro” e tem conotação de qualidade sagrada. A palavra “bíblia” no latim é um substantivo feminino singular que igualmente exprime a ideia de “livro”. Por volta do ano 150 d.C., os cristãos passaram a usar o termo em latim “ta bíblia” (os livros) para referir-se ao conjunto de livros inspirados por Deus. O Dicionário Bíblico Wycliffe explica que o singular biblia em latim testemunha que os 66 livros (39 no AT e 29 no NT) revelam uma unidade de pensamento e uma pureza. Por isso, a coleção dos livros sagrados forma um único livro. O erudito F. F. Bruce esclarece que o uso da expressão “a Bíblia” entre os cristãos foi inaugurado por Clemente de Roma.

Essa declaração é referendada pela chamada segunda epístola escrita por Clemente (150 d.C.), em que o bispo redigiu: “os livros (ta bíblia) e os apóstolos declaram que a igreja existiu desde o princípio”. Porém, antes disso, o profeta Daniel, por volta do ano 538 a.C., já havia se referido às Escrituras do Antigo Testamento como sendo “os livros” (Dn 9.2). No Novo Testamento, termos sinônimos são utilizados para identificar “os livros sagrados”. O vocábulo mais comum e mais conciso empregado pelo Senhor Jesus é “as Escrituras” (Mt 21.42; Jo 5.39). Paulo também usa as expressões “as Santas Escrituras” e “as sagradas letras” (Rm 1.2; 2 Tm 3.15).

O Dicionário Bíblico Wycliffe, também anota que vários outros termos descritivos são encontrados no Novo Testamento para referir-se aos escritos do Antigo Testamento, tais como “a Lei” (Mc 5.18; Lc 16.17; Jo 12.34); “Moisés e os Profetas” (Lc 16.29; 24.27); “a Lei e os Profetas” (Mt 22.40; Lc 16.16); “a Lei de Moisés, os Profetas e os Salmos” (Lc 24.44). Nesse aspecto, é importante ressaltar que a designação de uso mais frequente no texto bíblico é o termo “as Escrituras” (plural) ou “a Escritura” (singular), e refere-se tanto aos livros inspirados do Antigo como do Novo Testamento (2 Tm 3.16; 2 Pe 3.16). E, pelo fato de a Bíblia ser a única revelação escrita de Deus dada pelo Espírito Santo, ela ainda é identificada como a “Palavra de Deus” (Mc 7.13; At 12.24; Ef 6.17). Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

A palavra BÍBLIA, “livro”, afirma ao mesmo tempo a sua unidade e a sua proeminência. Empregamos o singular, livro, e não o plural livros, e sem nenhum adjetivo característico. A Bíblia é um livro, e em certo sentido é o “único” livro. A propriedade do termo “Bíblia” pode-se dizer que é indiscutível. A unidade ressaltada através das suas partes, unidade na diversidade, tem sido aceita pela consciência cristã e tem produzido maravilhosa influência. Ε curioso que tenha sido devido em parte a um engano o uso de tal termo. “Bíblia”é o mesmo nome que se dá às Escrituras em latim, Bíblia. Ε também uma palavra que está no singular, mas então é a forma latina da palavra grega Βιαλία, que já não é o singular, mas o plural de αιαλίον, livro, um diminutivo de αίαλος, nome dado à entrecasca do papiro.

Pelo uso que se fez do papiro é que αίαλος veio a significar livro, e αιαλίον um livro pequeno. (Também em latim “liber” significa primeiramente casca, e depois livro; o diminutivo “libellus” é um livro pequeno). No Novo Testamento os termos αιαλίος e αίαλον aplicam-se ou a um só livro do Antigo Testamento, ou a um grupo deles, tal como o Pentateuco. Ε nos livros apócrifos5 aparece a expressão os santos livros, referida ao Antigo Testamento. O plural assim empregado passou para a Igreja Cristã: desde o final do século segundo são as Escrituras conhecidas pelas designações “os livros”, “os livros divinos”, “os livros canônicos”.

Os Pais da Igreja latina também lhe chamaram “Biblioteca divina”. Mas uma vez que o nome grego αιαλία do plural foi adotado em latim, esqueceu.se o valor da primitiva significação. Bíblia na sua forma gramatical tanto pode ser um plural neutro, como o singular feminino. O fato de serem as Escrituras um todo harmônico fez que do plural bíblia, significando livros, derivasse o singular bíblia, significando “o livro”. No estudo da Bíblia havemos ainda de recorrer à primitiva e própria significação, considerando as diversas partes de preferência ao todo. Mas não deixa l de ser maravilhoso que das diversas palavras de Deus, reveladas ao homem, proviesse concepção de uma só, a Palavra de Deus! A Bíblia é ao mesmo tempo uma biblioteca e um livro. Revised. Joseph Angus., História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.    

 

Termos descritivos. A palavra “Bíblia” deriva-se diretamente do termo grego (“livro pequeno”), o qual, por sua vez, se deriva da palavra que designa a casca do papiro, que era amplamente usada como material de escrita. A forma plural (“livros”) a princípio foi empregada para a coleção de escritos sagrados, mas visto que a forma plural neutra é igual ao feminino singular, foi traduzida erroneamente como uma forma singular, de onde “livros” acabou sendo “livro” [Bíblia — feminino singular]. Em virtude da crescente convicção em relação à unidade do conjunto, o equívoco referente à direção gramatical do nome não foi inadequado. Na época de Jerônimo, a coleção completa era conhecida como biblioteca divina (Bibliotheca), o que chama atenção para a diversidade dentro do todo. A Bíblia é simultaneamente “o livro” e “os livros”, sendo um único volume e uma biblioteca.

O termo “Escrituras”, usado no Novo Testamento e nos escritos dos Pais da Igreja, representa a palavra grega (“escritos”). Também é usada no singular, mas neste caso em geral denota uma passagem em particular. Fica claro, pela maneira como o Novo Testamento emprega essas formas, que uma autoridade especial era atribuída ao AT. Pode-se ver isso pelo significado da expressão “está escrito”, usada com tanta frequência na introdução de importantes testimonia do Antigo Testamento. Visto que o plural é usado para a coleção toda, “Escrituras” corresponde ao uso inicial de “livros”, embora posteriormente o singular fosse usado também num sentido coletivo. Outro termo importante na descrição dos escritos sagrados é “Testamento”, derivado do latim Testamentum, mas que corresponde ao grego.

A despeito do fato de que o termo grego em geral significa “testamento” no sentido de “última vontade”, ele é empregado na LXX para traduzir o termo hebraico ma, “aliança”. Quando usada como título para o Antigo ou o Novo Testamentos, a palavra é interpretada neste último sentido. O AT contém os livros da Antiga Aliança, enquanto o NT contém os livros da Nova Aliança. Uma vez que foi o Senhor que usou o termo “Nova Aliança” na Última Ceia, daí foi apenas um passo pensar em todo o processo de salvação sob a figura de uma aliança ( cp. Epístola aos Hebreus), que naturalmente sugere que, por comparação, a primeira aliança era antiga. É nesse sentido que os adjetivos descritivos “antigo” e “novo” devem ser compreendidos. MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 777.    

 

    2.   O Cânon da Bíblia.

  A expressão “ cânon” procede do hebraico qãneh com o sentido de “ vara de medir”. O termo correspondente em grego é kanõn que significa “ régua”. Desse modo, na teologia o vocábulo “cânon” é empregado como “ norma” de avaliação para identificar os livros sagrados. Em vista disso, o termo “canônico” passou a designar os 66 livros aceitos como divinamente inspirados (39 livros no A.T., e 27 no N.T.). Isso quer dizer que o Espírito Santo guiou o seu povo a reconhecer a autoridade desses escritos como regra de fé e prática. Nesse sentido, o cânon bíblico está completo. Nada pode ser acrescentado ou retirado das Escrituras canônicas (Ap 22.18,19).    

 

COMENTÁRIO    

 

A expressão “cânon” procede do hebraico “qãneh” com o sentido de “vara de medir”. O Dicionário Vine elucida que “a cana” abalada pelo vento (Mt 11.7; Lc 7.24) e a “cana” quebrada (Mt 12.20) citadas por Jesus são referência a essa palavra hebraica que representa uma das várias canas do Antigo Testamento (Is 42.3; Jó 40.21; Ez 29.6).

O termo correspondente em grego é kanõn, que significa “régua”. Aparece no Novo Testamento com o sentido de regra moral (Gl 6.16) e também é traduzido como “medida” (2 Co 10.13,15). Quanto ao emprego entre os cristãos, Esequias Soares esclarece que: Nos três primeiros séculos do cristianismo, o termo se referia ao conteúdo normativo, doutrinário e ético da fé crista. A partir do quarto século, os pais da igreja aplicaram as palavras “cânon” e “canônico” aos livros sagrados, para reconhecer sua autoridade como textos inspirados por Deus e instrumentos normativos para a vida e a conduta dos cristãos, portanto separados de outras literaturas.

Desse modo, na teologia o vocábulo “cânon” é empregado como “norma” de avaliação para identificar os livros sagrados. Em vista disso, o termo “canônico” passou a designar os 66 livros aceitos como divinamente inspirados (39 livros no A.T., e 27 no N.T.). Isso quer dizer que o Espírito Santo guiou o seu povo a reconhecer a autoridade desses escritos como regra de fé e prática. Nesse sentido, o cânon bíblico está completo. Nada pode ser acrescentado ou retirado das Escrituras canônicas (Ap 22.18,19). Com o propósito de aprofundar essa compreensão, Norman Geisler enfatiza a diferença entres os livros canônicos e outros escritos religiosos: Os livros canônicos fornecem o critério para a descoberta da verdade, mediante o qual todos os demais livros (não-canônicos) devem ser avaliados e julgados. Nenhum artigo de fé deve basear-se em documento não canônico, não importando o valor religioso desse texto.

Os livros divinamente inspirados e autorizados são o único fundamento para a doutrina. Nessa perspectiva, apenas os livros inspirados ou canônicos são os que constituem a regra e a autoridade final de fé para os cristãos. Isso não significa dizer que outros textos e literaturas cristãs, tratados, sermões e estudos teológicos não possuam algum valor devocional ou que não sirvam à edificação espiritual. Porém, todo e qualquer texto ou ensino não canônico jamais deve ou pode ser usado para definir ou delimitar as doutrinas cristãs. Assim sendo, nossa Declaração de Fé ratifica que, no encerramento do cânone divino, o Senhor Jesus chancelou a integridade e a completude da Bíblia Sagrada (Ap 22.18,19). Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

Cânon ou Escrituras canônicas é a coleção completa dos livros divinamente inspirados, que constituem a Bíblia. Cânon é palavra grega, e significa, literalmente, “vara reta de medir”, assim como uma régua de carpinteiro. No Antigo Testamento, o termo aparece no original em passagens como Ezequiel 40.5: “Vi um muro exterior que rodeava toda a casa e, na mão do homem, uma cana de medir, de seis côvados, cada um dos quais tinha um côvado e um palmo; ele mediu a largura do edifício, uma cana, e a altura, uma cana.” No sentido religioso, cânon não significa aquilo que mede, mas aquilo que serve de norma, regra.

Com este sentido, a palavra cânon aparece no original em vários lugares do Novo Testamento: “E a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus” (Gl 6.16). “Nós, porém, não nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos o limite da esfera de ação que Deus nos demarcou e que se estende até vós” (2 Co 10.13). “Não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios, e tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos sobremaneira engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação” (2 Co 10.15). “Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos” (Fp 3.16). A Bíblia, como o cânon sagrado, é a nossa norma ou regra de fé e prática. Diz-se dos livros da Bíblia que são canônicos para diferençá-los dos apócrifos. O emprego do termo cânon foi primeiramente aplicado aos livros da Bíblia por Orígenes (185-254 d.C.) Silva, Antônio Gilberto da, A Bíblia através dos séculos. Editora: CPAD. 15 Edição 2004    

 

 

Essa palavra é uma forma latina da palavra kanon, que, no grego, significa cana. Tratava-se de uma planta usada de várias maneiras para medir e pautar. Assim sendo, o termo passou a significar «regra» ou “pauta”, e, mais tarde, uma lista de coisas ou itens escritos em uma coluna. O vocábulo «kanon», por extensão, passou a significar «regra» ou «padrão», quando falamos sobre o cãnon das Escrituras (e, neste caso o N.T.) referimo-nos à lista de livros aceitos pela igreja em geral como livros que foram escritos sob a inspiração divina, os quais, por isso mesmo, são usados como regra de fé e da experiência prática da religião cristã. CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 633.    

 

O Cânon Os vinte e dois livros das Escrituras hebraicas, ou os trinta e nove da nossa versão, constituem o que se chama o Cânon do Antigo Testamento. Diz-se a respeito de cada livro que ele é canônico para o distinguir dos considerados apócrifos. Estas mesmas designações são aplicadas aos livros do Novo Testamento. Em consequência, o Cânon das Sagradas Escrituras significa a completa coleção dos livros escritos sob inspiração divina. A palavra cânon é grega (κανώνΛ e significa literalmente uma regra, ou medida, ou varinha direita. A ideia essencial da palavra é a da linha reta, ou direita, facilmente compreensível em outras palavras da mesma raiz, tais como: — cana, canal, canhão. O termo cânon empregado em sentido metafísico significa não a regra ou a medida, mas o que é conforme a regra ou a medida. Assim cônego da Igreja vem a significar aquele que tem de seguir na vida uma certa regra de fé e de conduta.

 

No seu principal sentido metafísico de regra de fé aparece a palavra cânon no Novo Testamento: “a todos quantos andarem conforme esta regra (κανών), paz e misericórdia sobre eles”. Parece ter sido neste sentido, na verdade muito apropriado, que no quarto século a palavra cânon principiou a ser aplicada às Escrituras, como contendo a regra autorizada pela qual a vida do homem deve ser moldada. Mas foi a Igreja que, guiada por Deus, formou o Cânon, determinando, depois de largos debates, que livros deviam ser recebidos como sagrados, e quais deviam ser rejeitados. A Igreja, pois, é que primeiramente canonizou os livros santos, que ficaram depois sendo canônicos, isto é, conforme ao cânon, à regra. Revised. Joseph Angus., História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008. pag. 22.    

 

   3.   Os dois Testamentos bíblicos.

  O termo “ testamento” vem do latim testamentum que é tradução da palavra grega diatheke e da hebraica berith. Ambos os termos têm o sentido de “aliança”, “ pacto” ou “concerto” de Deus com a humanidade. A expressão “Antigo Testamento” foi inaugurada por Paulo (2 Co 3.14) e refere-se aos livros dos judeus reconhecidos por Jesus como “ as Escrituras” (Mt 22.29), “ a Lei, os Profetas e os Salmos” (Lc 24.44). O termo “ Novo Testamento” foi usado para se referir ao cumprimento profético de Jesus como o Mediador da Nova Aliança (Jr 31.31; 1 Co 11.25, Hb 8.6-13; 12.24). Essa expressão também passou a designar os escritos inspirados dos cristãos igualmente reconhecidos como “ as Escrituras” (2 Pe 3.15,16).    

 

COMENTÁRIO    

 

O termo “testamento” vem do latim “testamentum”, que é tradução da palavra grega “diatheke” e da hebraica “berith”. Ambos os termos têm o sentido de “aliança”, “pacto” ou “concerto” de Deus com a humanidade. O Dicionário Bíblico Wycliffe reforça que o substantivo significa a obrigação auto imposta por Deus à reconciliação dos pecadores consigo mesmo (Gn 17.7; Dt 7-6-8; Sl 89.3,4). O Dicionário Vine esclarece que, no ato de “fazer concerto”, era habitual o sacrifício de uma vítima (Gn 15.10; Jr 34.18,19).9 O autor aos Hebreus revela que “um testamento tem força onde houve morte” (Hb 9.17); por isso, os dois testamentos bíblicos foram consagrados com sangue (Hb 9.18); o primeiro com sangue de animais (Hb. 9.19), e o segundo com o sangue do próprio Cristo (Hb 9.11-22). A expressão “Antigo Testamento” foi inaugurada por Paulo (2 Co 3.14). Essa expressão paulina é traduzida como “Velho Testamento” (ARC); e “Antiga Aliança” (NAA).

 

Embora outras passagens tenham ideia similar (Gl 4.24; Hb 9.25,26), essa expressão ocorre somente aqui em todo o Novo Testamento, e refere-se aos 39 livros canônicos dos judeus reconhecidos por Jesus como “as Escrituras” (Mt 22.29), “a Lei, os Profetas e os Salmos” (Lc 24.44). Esses livros revelam que Deus estabelecera uma aliança com Israel, porém a nação falhou em obedecer aos termos desse pacto (Jr 31.32). Por essa razão, o profeta Jeremias anunciou que um dia Deus estabeleceria uma aliança diferente. A promessa era que Deus realizaria um concerto no lado dentro das pessoas: “porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo (Jr 31.33).

Nessa direção, o termo “Novo Testamento” é usado nas Escrituras para se referir ao cumprimento profético de Jesus como o Mediador da Nova Aliança (1 Co 11.25, 2 Co 3.6; Hb 8.6-13; 12.24). Essa expressão também passou a designar os 27 livros inspirados dos cristãos igualmente reconhecidos como “as Escrituras” (2 Pe 3.15,16). Como já mencionado, a palavra grega “diatheke” utilizada no texto bíblico pode significar tanto “aliança” como “testamento”. A preferência pelo emprego da expressão “testamento” deve-se à versão da Vulgata Latina. Desse modo, as designações “Antigo e Novo Testamento” como divisões principais da Bíblia, tal qual a conhecemos em nossos dias, teve início ao tempo de Tertuliano (150 d.C) e compreende os 66 livros canônicos que integram as Escrituras Sagradas. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

A palavra “testamento”, nas designações “Antigo Testamento” e “Novo Testamento”, para as duas divisões da Bíblia, remonta através do latim testamentum ao termo grego diathéke, o qual na maioria de suas ocorrências na Bíblia grega significa “concerto” em vez de “testamento”. Em Jeremias 31.31, foi profetizado um novo concerto que iria substituir aquele que Deus fez com Israel no deserto (cf. Ex 24.7,8). “Dizendo novo concerto, envelheceu o primeiro” (Hb 8.13). Os escritores do Novo Testamento veem o cumprimento da profecia do novo concerto na nova ordem inaugurada pela obra de Cristo. Suas próprias palavras ao instituir esse concerto (1 Co 11.25) dão autoridade a esta interpretação. Portanto, os livros do Antigo Testamento são assim chamados por causa de sua estreita associação com a história do “antigo concerto”.

E os livros do Novo Testamento são desse modo designados porque se tratam dos documentos do estabelecimento do “novo concerto”. Uma semelhança ao nosso uso comum do termo “Antigo Testamento” encontra-se em 2 Coríntios 3.14: “Na lição do Velho Testamento”, embora Paulo provavelmente queira aludir à lei, a base do antigo concerto, em vez de todo o volume da Escritura hebraica. Os termos “Antigo Testamento” e “Novo Testamento”, nomeados para as duas coleções de livros, entraram no uso geral entre os cristãos na última parte do século II. Tertuliano traduziu diathéke para o latim por instrumentum (um documento legal) e também por testamentum. Infelizmente, foi a última palavra que vingou, considerando-se que as duas partes da Bíblia não são “testamentos” no sentido ordinário do termo. Philip Wesley Comfort. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag.15-16.     

 

TESTAMENTO

No grego, diathéke, um vocábulo que figura por trinta e três vezes no Novo Testamento: Mal. 26:28; Mar. 14:24; Luc. 1:72; 22:20; Atos 3:25~ 7:8; Rom. 9:4~ 11:27 (citando Isa. 59:21); I Cor. 11:25; lICor. 16,14; Gál. 3:15,17; 4:24; Efé. 2:12; Heb. 7:22; 8:6,8 (citando Jer. 31:31); 8:9 (citando Jer. 31 :32); 8:10 (citando Jer. 31:33); 9:4,15-17,20 (citando Exo. 24:8); 10:16,29; 12:24; 13:20 e Apo. 11:19. Na tradução da Septuaginta, do hebraico para o grego, terminada em cerca de 200 a.C., o termo hebraico berith, “acordo”, “pacto”, foi comumente traduzido pelo termo grego diathéke, “testamento”, o que mostra que aqueles tradutores judeus compreenderam que o Antigo Testamento era mais do que um simples acordo ou aliança entre duas partes: entre Deus e o povo de Israel; antes, seria a publicação da soberana vontade de Deus, visando à salvação do homem.

Nos dias do Novo Testamento, o sentido primário da palavra grega diathéke havia chegado a uma evidência tal que a ideia secundária de “acordo” quase havia desaparecido. De fato, na literatura grega não-bíblica, esse vocábulo grego dava a entender única e tão-somente como “última vontade”, “testamento”. Paulo usou essa palavra com esse sentido, em Gál, 3:15~17: “Irmãos, falo como homem”. Ainda que urna aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga, ou lhe acrescenta testificado por Ele no mundo. Testemunha fiel porque tudo quanto ouviu do Pai, tornou-o fielmente conhecido de seus discípulos. Testemunha fiel porque Ele ensinava o caminho de Deus em verdade, não mostrando respeito humano. Testemunha fiel porque Ele anunciou condenação contra os réprobos e salvação para os eleitos. Testemunha fiel porque confirmou, por meio de milagres, a verdade que ensinava com suas palavras. Testemunha fiel porque não negou, nem mesmo diante da morte, o testemunho do Pai a seu respeito. Testemunha fiel porque Ele dará testemunho, no dia do julgamento, a respeito das obras boas e más” (Richard of St. Victor). CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 6. pag. 403-404.      

 

SINÓPSE I

A Bíblia divide-se em dois testa­mentos divinamente inspirados: o Antigo e o Novo Testamentos.    

 

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

 

“Alguns Fatos e Particularidades da Bíblia Antes, a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi feita no ano de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão em versículos foi feita duas vezes. O AT em 1445, pelo Rabi Nathan; o NT em 1551, por Robert Stevens, um impressor em Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555 – O AT tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O NT tem 260 capítulos e 7.959 versículos. A Bíblia toda tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos. O nú­mero de palavras e letras depende do idioma e da versão. O maior capítulo é o Salmo 119, e o menor o Salmo 117. O maior versículo está em Ester 8.9; o menor, em Êxodo 20.30. (Isso, nas versões portuguesas e com exceção da chamada ‘Tradução Brasileira ’, onde o menor é Lucas 20.30). Em certas línguas, o menor é João 11.35. Os livros de Ester e Cantares não contêm a palavra Deus, porém a presença de Deus é evidente nos fatos neles desenrolados, mormente em Ester. Há na Bíblia 8.000 menções de Deus sob vários nomes divinos, e 177 menções do Diabo, sob seus vários nomes” (GILBERTO, Antônio. A Bíblia através dos Séculos: A história e a formação do Livro dos livros. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, pp.28-29).      

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Estrutura “Adotamos o Cânon Protestante e ensinamos, pois, que a Bíblia contém somente 66 livros inspirados por Deus, estando dividida em duas partes principais, Antigo e novo Testamento, ambos escritos por ordem de Deus num período de 1600 anos aproximadamente e por cerca de 40 homens […] os quais escreveram em lugares e em épocas diferentes […]” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, CPAD, p.26.      

 

II – O ANTIGO TESTAMENTO    

 

   1.   Os Livros do Antigo Testamento.

A classificação dos livros do Antigo Testamento, tal qual a conhecemos hoje, se divide nos seguintes grupos:

a) Pentateuco (Lei): constituído por 5 livros de Gênesis a Deuteronômio;

b) Históricos: formado por 12 livros de Josué a Ester;

c) Poéticos: composto de 5 livros de Jó a Cantares de Salomão; e,

d) Proféticos, que se subdividem em Profetas Maiores com 5 livros de Isaías a Daniel; e, Profetas Menores com 12 livros de Oséias a Malaquias.

A divisão utilizada pelos judeus era tripartida:

a) a Lei,

b) os Profetas, e,

c) os Salmos ou Escritos (Lc 24.44).

Apesar de a cultura judaica fazer uma categorização diferente, o conjunto do Antigo Testamento soma os mesmos 39 livros divinamente inspirados, tanto para os judeus como para os cristãos.    

 

COMENTÁRIO    

 

A classificação dos livros do Antigo Testamento, tal qual a conhecemos e utilizamos nos dias de hoje, se divide em 39 livros. A divisão utilizada pelos judeus é diferente da adotada pela Igreja cristã. A coletânea dos judeus somava 24 livros porque o agrupamento usava critérios distintos. Observe essa diferença e consequente correspondência nas tabelas abaixo:      

Como observado na tabela 1, a divisão utilizada pelos judeus era tripartida: a) a Lei, b) os Profetas e c) os Salmos ou Escritos. O Senhor Jesus fez menção da Bíblia tripartida dos judeus quando disse: “convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Conforme visto na tabela 2, a divisão adotada pelos cristãos protestantes constitui-se de quatro partes e baseia-se na disposição dos livros por tópicos, com origem na tradução das Escrituras Sagradas para o grego, a versão da septuaginta iniciada por volta do III século a.C.11 Apesar de a cultura judaica fazer uma categorização diferente, o conjunto do Antigo Testamento soma os mesmos 39 livros divinamente inspirados, tanto para os judeus como para os cristãos protestantes. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

 

Na Bíblia hebraica, os livros estão dispostos em três divisões: a Lei, os Profetas e os Escritos. A Lei abrange o Pentateuco, os cinco “livros de Moisés”. Os Profetas desdobram-se em duas subdivisões: os “Primeiros Profetas”, compreendendo Josué, Juízes, Samuel e Reis; e os “Últimos Profetas”, abarcando Isaías, Jeremias, Ezequiel e “O Livro dos Doze Profetas”. Os Escritos contêm o restante dos livros: primeiro, Salmos, Provérbios e Jó; depois, os cinco “Rolos”, a saber, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações de Jeremias, Eclesiastes e Ester; e, finalmente, Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas. O total é tradicionalmente computado em 24, mas esses 24 correspondem exatamente ao nosso cômputo comum de 39, visto que no último cálculo os Profetas Menores são contados como 12 livros, e Samuel, Reis, Crônicas e Hsdras-Neemias, como dois livros cada. Na Antiguidade, havia outras maneiras de contar os mesmos 24 livros.

Em uma dessas maneiras (atestada por Josefo), o total descia para 22; em outra (conhecida por Jerônimo), subia para 27. A origem da organização dos livros na Bíblia hebraica não pode ser rastreada. Acredita-se que a divisão em três partes corresponda às três etapas nas quais os livros receberam reconhecimento canônico, mas não há evidências diretas sobre isso. Na Septuaginta, os livros estão arranjados de acordo com a similaridade de assuntos.

O Pentateuco é seguido pelos livros históricos, que são sucedidos pelos livros poéticos e sapienciais, vindo por último os livros proféticos. E essa ordem que, em suas características essenciais, foi perpetuada (via Vulgata) na maioria das edições cristãs da Bíblia. Em certos aspectos, essa sequência é mais condizente com a ordem cronológica dos conteúdos da narrativa do que com a da Bíblia hebraica. Rute, por exemplo, aparece imediatamente depois de Juízes (visto que relata fatos ocorridos “nos dias em que os juízes julgavam”), e o trabalho do cronista aparece na sequência Crônicas-Esdras-Neemias. A divisão em três partes da Bíblia hebraica está refletida na redação de Lucas 24.44 (“na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos”). Mais comum ente, o Novo Testamento refere-se à “Lei e os Profetas” (vide Mt 7.12) ou a “Moisés e os Profetas” (vide Lc 16.29). Philip Wesley Comfort. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 16-18.    

 

Os livros do Antigo Testamento estão divididos em vários grupos que não correspondem às divisões que adotamos em nossas Bíblias. As Escrituras hebraicas acham-se assim divididas: — A Lei (Torah), Os Profetas (Nebiim), Os Escritos (Ketubim). Esta última divisão foi chamada pelos tradutores gregos, em uma paráfrase perdo- ável, Hagiógrafa, os escritos sagrados. Entre os profetas são colocados em classe separada alguns dos livros históricos.

Note-se que o número de livros na Bíblia hebraica é consideravelmente menor que no nosso Antigo Testamento, vinte e quatro para trinta e nove. Isto porque são considerados como um só livro cada grupo dos seguintes: – os dois de Samuel, os dois dos Reis, os dois das Crônicas ou Paralipômenos, Esdras e Neemias, os doze profetas menores.  

Os cinco volumes ou rolos (Magilloth) são assim chamados porque cada um deles foi escrito em um rolo para ser lido nas festividades judaicas: o Cântico dos Cânticos na Páscoa, Rute na festa de Pentecostes, Eclesiastes na festa dos Tabernáculos, Ester na festa de Purim ou das Sortes, e as Lamentações eram recitadas nos aniversários da destruição de Jerusalém. Havia também uma coleção autorizada de vinte e dois livros, ordenada por Josefo e adotada por Jerônimo. O livro de Rute aparece com o dos Juízes, formando um só, e o mesmo acontece com as Lamentações e o de Jeremias, parecendo corresponder o número às vinte e duas letras do alfabeto hebraico.

Nós seguimos o agrupamento da vulgata latina, que por sua vez se baseia no da Versão grega dos Setenta, nome que lhe advém dos seus setenta tradutores. Faz-se a divisão, segundo o assunto principal, desta maneira: Lei (cinco livros), história (doze livros), Poesia (cinco livros), e Profecias (dezessete livros). Na coleção hebraica vê-se bem que a divisão não está claramente fundamentada. Provavelmente obedece esta ao processo seguido no colecionamento dos sagrados escritos, isto é, à história do Cânon, marcando três períodos. A primeira Bíblia judaica foi a Lei, — os cinco livros de Moisés, ou o Pentateuco. Mais tarde foi aumentada, e era já a “Lei e os Profetas”.

E, havendo sido reconhecido no decurso dos anos como tendo autoridade divina um derradeiro grupo de livros, ficou o Cânon completo: “a Lei, os Profetas, e os Hagiógrafos”. As referências do Novo Testamento a essa antiga divisão das Escrituras judaicas são interessantes. Ε mencionada “A Lei” nos lugares onde se faz uma alusão clara ou uma citação do Pentateuco. Mas, em conformidade com a reverência particular dos judeus a esta porção das Sagradas Escrituras, o termo “Lei” torna-se geralmente uma designação do Antigo Testamento, e é assim usado com referência a citações dos Salmos e de Isaías. Um título mais completo para designar o Antigo Testamento é o de “A Lei e os Profetas”}

Uma só vez se faz referência especial às três divisões da coleção hebraica: “Convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas, e nos Salmos”. Aqui os Salmos compreendem a terceira divisão, ou são acrescentados por Jesus à “Lei e os Profetas”, como sendo o livro mais familiar e precioso, rico de predições a respeito do Messias. Revised. Joseph Angus., História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.    

 

 

   2.   Canonicidade do Antigo Testamento.

  Existem três fatores basilares na avaliação de um livro canônico, a saber:

a) a inspiração divina, que atesta-se o livro é inspirado pelo Espírito Santo (Ne 9.30; Zc 7.12; 2 Pe 1.21);

b) reconhecimento do povo de Deus, que atesta se o livro era aceito como autêntico por seus primeiros leitores (Êx 24.3,7; Dn 9.2); e

c) preservação pelo povo de Deus, que atesta se o livro era conservado como Palavra de Deus (Dt 31.24-26; Dn 9.2).

Por conseguinte, a confirmação desses elementos revela que, desde o início, os livros do Antigo Testamento foram recebidos e guardados como inspirados e autorizados por Deus, dotados de veracidade e de autoridade (Jz 3.4).  

 

  COMENTÁRIO    

 

Muito se discute acerca dos critérios utilizados para a admissão dos livros sagrados no cânon do Antigo Testamento. Algumas propostas — como considerar como teste de canonicidade a antiguidade do livro, se foi escrito na língua hebraica e se havia algum valor de cunho religioso — foram ideias sugeridas e rejeitadas.

A conclusão da erudição bíblica é de que os livros canônicos foram divinamente revelados e que, na sua boa providência, Deus fez que seu povo reconhecesse e recebesse sua Palavra. Nessa perspectiva, existem três fatores basilares na avaliação de um livro canônico, a saber: (a) a inspiração divina, que atesta se o livro é inspirado pelo Espírito Santo (Ne 9.30; Zc 7.12; 2 Pe 1.21). Acerca desse critério, R. T. Beckwit afirma que “o que qualifica um livro para um lugar no cânon do Antigo ou do Novo Testamento não é simplesmente o fato de ser antigo, informativo ou útil, e de fazer muito tempo que é lido e valorizado pelo povo de Deus, mas sim que tenha autoridade de Deus para o que diz”. Significa dizer que o livro tinha de ser testado como divinamente inspirado por meio de provas irrefutáveis de sua veracidade.

O teólogo Gleason Archer Jr. assevera que este é o único teste de canonicidade que permanece de pé, isto é, o testemunho que Deus o Espírito Santo dá à autoridade da sua própria Palavra. (b) reconhecimento do povo de Deus, que atesta se o livro era aceito como autêntico por seus primeiros leitores (Êx 24.3,7; Dn 9.2). Esse critério está relacionado com a inspiração divina. Nesse aspecto, Norman Geisler enfatiza que “Deus dá autoridade divina a um livro, e os homens de Deus o acatam. Deus revela, e seu povo reconhece o que o Senhor revelou.

A canonicidade é determinada por Deus e descoberta pelos homens de Deus”.15 Para exemplificar, citam-se os livros de Moisés (Êx 24.3), os de Josué, sucessor de Moisés (Js 24.26), os livros do profeta Samuel (1 Sm 10.25), dentre outros, que foram imediatamente reconhecidos pelo povo de Deus. Acrescenta-se a isso o reconhecimento autenticado pelo próprio Senhor Jesus nos Evangelhos (Lc 24.44). (c) preservação pelo povo de Deus, que atesta se o livro era conservado como Palavra de Deus (Dt 31.24-26; Dn 9.2).

Nem todos os escritos de cunho religioso foram aceitos e conservados como inspirados pelo povo de Deus. Por exemplo, Tobias, Judite, Baruque, Macabeus I e II, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico e outros foram rejeitados e considerados apócrifos. Eles foram recusados por seus erros teológicos e históricos. Não obstante, a lei de Moisés foi preservada na Arca (Dt 31.26) e dentro do Templo nos dias de Josias (2 Rs 23.24). Os ensinos de Samuel foram escritos “num livro e [colocados] perante o Senhor” (1 Sm 10.25). O profeta Daniel e Esdras possuíam uma coletânea com cópias dos livros de “Moisés e os Profetas” (Dn 9.2,6,13; Ne 9.14,26-30).

Por conseguinte, a confirmação desses elementos revela algumas verdades cruciais: (i) não se pode afirmar que é a Igreja que determina a canonicidade de um livro por meio de regras de reconhecimento; (ii) desde o início, os livros do Antigo Testamento foram recebidos e guardados como inspirados e autorizados por Deus, dotados de veracidade e de autoridade (Jz 3.4); (iii) talvez não saibamos explicar totalmente como Deus implantou essa convicção no coração de seu povo; e (iv) podemos confiar na autoridade do Antigo Testamento, pois a sua canonicidade é irrefutavelmente atestada pelo Senhor Jesus e pelos apóstolos (Mt 5.17,18; Lc 24.27; Rm 5.12, 1 Co 10.1-5). Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

Com relação ao seu lugar na Bíblia cristã, o Antigo Testamento, em essência, é introdutório: o que Deus antigamente falou aos pais pelos profetas esperou por seu cumprimento naquilo que nos foi falado pelo Filho (Hb 2.1,2). Não obstante, nos primeiríssimos dias do Cristianismo, o Antigo Testamento era a Bíblia que os apóstolos e outros pregadores do Evangelho levavam consigo quando saíam para proclamar Jesus como o Messias, o Senhor e Salvador divinamente enviado: encontraram em suas páginas testemunho claro sobre Jesus (Jo 5.39) e uma descrição natural do modo de salvação mediante a fé nEle (Rm 3.21; 2 Tm 3.15). Para usar o Antigo Testamento, tinham a autoridade e o exemplo do próprio Jesus. E, desde então, a Igreja sempre tem obtido sucesso, quando segue o precedente estabelecido por Ele e seus após tolos e reconhece o Antigo Testamento como Escritura cristã. “O que era indispensável para o Redentor, sempre deve ser indispensável para os redimidos” (G. A. Smith). Philip Wesley Comfort. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 19-20.    

 

Levanta-se agora esta questão: Como se reuniram os livros? Quais as provas relativas ao tempo em que o Cânon foi formado e quanto à autoridade que determinou a inclusão ou a exclusão de determinados escritos? Ε o Cânon no seu estado completo devido a uma só época e a uma única decisão da Igreja, ou podemos distinguir os diferentes períodos da sua formação? Ε importante averiguar isso dentro dos seus próprios limites históricos.

Ε tal averiguação não põe de lado a autoridade divina; apresenta-a, pelo contrário, em todo o seu relevo; mas, de outro modo imediato, a questão se relaciona com os fatos humanos. Cada um dos livros canônicos possui uma qualidade que determinou a sua aceitação. Não é elevado à dignidade e autoridade de Escritura somente porque a Igreja o aceitou; mas foi aceito porque na verdade se percebeu ser ele de origem divina e essa mesma percepção, pelo menos teoricamente, pode ainda guiar ao alargamento ou à redenção do Cânon. Conservemos por enquanto num plano inferior as questões sobre autenticidade e inspiração.

Um Mo histórico permanece diante de nós quanto à formação do Cânon do Antigo Testamento: a nossa tarefa é agora, se isso puder ser, datar esse Mo e traçar os períodos históricos em que se dá o seu desenvolvimento. Ver-se-á que a evidência não se apresenta no todo, mas por partes. Alguns Mos salientes devem ajuntar- se numa firme narrativa com o auxílio de indicações dispersas: e isto nos deve merecer confiança somente quando Mta o testemunho direto. Há certas considerações gerais que nos devem auxiliar na interpretação das provas para a formação do Cânon. Io O Cânon é o resultado de um acrescentamento gradual.

Não foi a autoridade eclesiástica que o criou; o que ela fez foi formalmente sancionar e fixar aquela coleção de escritos, que vinham sendo reconhecidos como divinos. Várias indicações existem dessa probabilidade natural de formação gradual. a. Temos de considerar a tríplice divisão do Cânon. Vem primeiramente a Lei, não somente porque ela trata dos princípios da história judaica, mas porque o Pentateuco formava a primeira coleção de livros reconhecidos como de autoridade divina.

O grupo conhecido pelo nome de Escritos ou Hagiógrafos deve o seu título geral e o caráter variado da sua matéria ao fato de representar o período final na canonização dos livros sagrados dos judeus. b. Ε certo que Esdras teve alguma parte na formação do Cânon. Mas como o Cânon inclui os Livros de Esdras e Neemias, deve tê-lo deixado incompleto. c. Esdras deu ao povo “O Livro da Lei de Moisés”,25 O título e outras indicações na narrativa mostram que provavelmente se trata apenas do Pentateuco.

Esta prioridade da Lei num processo gradual de canonização é confirmada pela reverência excepcional que, em todos os tempos, os judeus dedicaram a esta parte dos seus sagrados escritos. O Salmo 119 é um notável exemplo de quão grande era a veneração dos judeus pela Lei. O último dos profetas admoesta o povo quase nas suas derradeiras palavras da seguinte maneira: “Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo”. Quanto ao Novo Testamento, nele achamos geralmente citado o Antigo Testamento como sendo a Lei.

As dúvidas dos saduceus quanto à ressurreição, e a escolha que Jesus fez do texto probatório, se compreendem mais facilmente se lembrarmos que aquela seita rejeitava a autoridade da tradição oral e afirmava a superioridade da Lei sobre os outros escritos do Antigo Testamento. e. O Templo Samaritano foi fundado no Monte Geriam porManassés, neto de Eliastbe, um sacerdote judaico renegado, expulso por Neemias. Ainda hoje a Bíblia Samaritana consta somente do Pentateuco. Uma explicação do jato seria que, por ocasião da ruptura, as únicas Escrituras judaicas que tinham sido formalmente “canonizadas” eram os cinco livros da Lei. Isto é confirmado pelos caracteres arcaicos em que o Pentateuco Samaritano está escrito (Vide capítulo 2, item V, letra B, Versões). 2°. O princípio do Cânon não se deve confundir como princípio da literatura sagrada hebraica.

Os escritos hebraicos conservaram-se sem classificação até que se principiou a fazer uma seleção dos mesmos, que havia de dar origem a um Cânon de Escrituras como autoridade religiosa. Canonizar um livro (a palavra pertence ao tempo cristão, mas o fato da canonização é do Antigo Testamento) significava-Io. O reconhecimento de que o seu ensino era divino; 2o. a conseqüente aceitação do mesmo, como possuindo autoridade religiosa, por uma comunidade ou pelos seus dirigentes. Vide capítulo 1, item III. É muito provável que escritos dessa natureza existissem por séculos numa comunidade, ou abandonados ou mesmo esquecidos, até que o povo, despertado por alguma crise nacional, discernisse de novo o seu valor e proclamasse a necessidade de os separar, e de pôr sobre eles o selo da autoridade divina. 3. Um livro pode ter tido uma grande história literária antes da sua admissão no Cânon, isto é, talvez, evidente com respeito ao Livro dos Salmos.

Muitos desses cânticos inspirados foram certamente considerados de autoridade divina, antes de todos eles terem sido escritos, e, portanto, antes de estar “canonizado”, como um todo, o Saltério. Em outros livros poderemos claramente discernir a inclusão de porções diversas, veneráveis pela antiguidade. No Pentateuco estão incrustados códigos distintos de lei que com toda a probabilidade são mais antigos do que os livros em que eles aparecem. Porções da poesia religiosa nacional estão no cântico de Débora, no Cântico de Moisés e dos filhos de Israel depois da travessia do Mar Vermelho, e no Canto fúnebre de Davi após a morte de Saul. Os títulos de duas coleções são preservados: “O livro das guerras do Senhor” em Números 21.14, e “O livro de Jaser”, “O Justo”, em Josué 10.13 e no 2. livro de Samuel 1.18.

A História foi conservada do mesmo modo: os livros históricos contêm referências a crônicas dos tempos anteriores, como “A história de Samuel, o vidente; a história de Natã, o profeta; e a história de Gade, o vidente”, citadas no livro 1°. das Crônicas 29.29; “O Livro dos Atos de Salomão”, citado no 1 livro dos Reis 11.41, “As histórias de Semaías, o profeta, e de Ido, o vidente”, citadas no 2 livro das Crônicas, 12.15 e outros documentos.

Os livros proféticos são evidentemente coleções de diversos discursos separadamente conservados. Nos livros do Antigo Testamento podemos frequentemente discernir as primitivas memórias da vida e da fé nacionais nos cânticos, na lei, na história e na profecia. Ε podemos reconhecer na confecção de um livro do Antigo Testamento três fases: o material primitivo, a sua publicação na atual forma literária, e a sua aceitação como Escritura canônica. Será necessário acrescentar apenas que reconhecer este princípio do desenvolvimento literário, nem diminui a autoridade divina dos livros, nem importa na aceitação das extravagantes análises de uns tantos imaginosos críticos modernos.

Revised. Joseph Angus., História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.      

 

 

   3.   Particularidades do Antigo Testamento.

  Quase a totalidade dos livros foram escritos em hebraico, chamado na Bíblia de língua de Canaã (Is 19.18). Algumas porções foram inscritas em aramaico, uma espécie de dialeto que deu origem à língua árabe (cf: Gn 31-47; Ed 4.7-6.8; 7.12-26; Dn 2.4 -7.28; Jr 10.11). O último livro canônico foi o do profeta Malaquias que o concluiu antes do ano 430 a.C.; desde então, nada mais pode ser acrescido ao cânon do Antigo Testamento. E, conforme o teólogo Norman Geisler, para facilitar a tarefa de citar a Bíblia, em 1.227 d.C. o texto foi dividido em capítulos, e, por volta de 1.445 d.C., o Antigo Testamento foi dividido em versículos.    

 

COMENTÁRIO    

 

Quase a totalidade dos livros foi escrita em hebraico chamado na Bíblia de língua de Canaã (Is 19.18). Algumas porções foram escritas em aramaico, uma espécie de dialeto que deu origem à língua árabe.16 Destaca-se que as descobertas dos rolos do Mar Morto (entre 1947 e 1964 d.C.) confirmam a preservação e a suficiência dos textos do Antigo Testamento. Esequias Soares revela que, com exceção ao livro de Ester, todos os demais livros estão representados e confirmados pelos mais de 800 rolos encontrados nas 11 cavernas de Qumran, muitos deles vindo da Babilônia e do Egito, e alguns desses manuscritos ainda eram escritos com a grafia do hebraico arcaico.

Outra particularidade a destacar é que os judeus e os cristãos protestantes jamais aceitaram a inserção dos livros apócrifos no Antigo Testamento. Porém, o catolicismo romano os declarou canônicos no Concílio de Trento (1546). Desse modo, o Antigo Testamento católico possui os sete livros apócrifos acima citados, perfazendo um total de 46 livros.

Além disso, a Bíblia católica inseriu acréscimos em Ester (Et 10.4ss), oração de Azarias (Dn 3.34-90); Suzana (Dn 13), e Bel e o Dragão (Dn 14). Reitera-se que tais livros e acréscimos não são divinamente inspirados; eles são desprovidos de autoridade tanto espiritual como doutrinária. O último livro canônico foi o do profeta Malaquias, que o concluiu antes do ano 430 a.C.; desde então, nada mais pode ser acrescido ao cânon do Antigo Testamento. E, conforme o teólogo Norman Geisler, para facilitar a tarefa de citar a Bíblia, em 1.227 d.C. o texto foi dividido em capítulos e, por volta de 1.445 d.C., o Antigo Testamento foi dividido em versículos. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

O uso do Antigo Testamento é altamente importante; e basta uma simples exposição desse uso para nos mostrar a conexão entre o ele e o Novo Testamento. A Ainda que a maior parte do Antigo Testamento fosse dirigida a uma nação, contudo ele prescreve muita coisa para o homem como homem, contendo princípios de moralidade que são universais e eternos. Os preceitos dados a Adão e o Decálogo, e ainda as lições de todo o Livro, ilustram e reforçam a verdade moral.

Uma parte considerável da história do Antigo Testamento é a história do governo de Deus Nesse governo revela Deus o seu próprio caráter e o nosso. Ε por isso toda e qualquer utilidade que se possa tirar de uma narração desse gênero deriva dessa parte do volume sagrado.

Além disso, a impossibilidade de poder alguém salvar-se pela lei é claramente patenteada nessa primeira dispensação. A fé patriarcal com as suas comunicações imediatas ou tradicionais, terminou numa corrupção tal que nem mesmo pelo dilúvio pôde ser detida. As mais solenes instituições legais com seus ritos e sanções ao mesmo tempo instrutivos e solenes, não foram bastante poderosas para livrar o povo da idolatria, embora o grande Legislador tantas vezes interviesse com as suas divinas determinações; e quando, depois da volta do cativeiro, cessou a idolatria, apareceu então o formalismo e a infidelidade, predominando depois nos costumes judaicos.

Nesse meio tempo o poder da religião natural se experimentou entre os pagãos. Ε o resultado de tudo isso, o resultado da experiência feita sob todas as formas de governo nos diferentes graus de civilização e na posse das luzes próprias e dos conhecimentos tradicionais, é a demonstração clara de que em nosso estado de queda qualquer reforma pela lei é sem esperança, e que deveria perecer a nossa raça se outro plano de salvação não fosse introduzido.

O Antigo Testamento, foi, portanto, dado, em certo sentido, para nos mostrar o nosso estado pecaminoso, e para nos encerrar naquela fé que mais tarde se havia de manifestar (Gl 3.23).

Ε para esta nova fé, é a lei antiga uma introdução. Ensinava ela aos que eram humildes e espirituais, na primeira dispensação alguma coisa do plano da salvação, que na segunda devia ser revelado.

Ε por isso aparecem na lei os tipos, as profecias, os sacrifícios, com segurança do perdão ao penitente e a revelação de um Deus infinitamente misericordioso; embora a causa real do perdão, isto é, a determinação divina na manifestação da justiça com misericórdia, não fosse inteiramente compreendida até que a obra reparadora de Cristo teve a sua realização. A primeira dispensação teve, sem dúvida, outros fins em vista. Foi preservado o conhecimento do verdadeiro Deus, que poderia ter desaparecido; e também o efeito da verdadeira religião, mesmo nas suas formas menos perfeitas, foi esclarecido com belos exemplos. A relação que existe entre o Novo Testamento e os mencionados fins da lei antiga é óbvia.

O segundo, ou o novo pacto, é um duplo complemento do primeiro. Tendo sido o primeiro um pacto de tipos e predições, o segundo lhes dá cumprimento, pondo o fato no lugar da profecia, e a substância no lugar da sombra. E, como na primeira aliança era imperfeita a revelação acerca de Deus e do dever, a segunda completou o sistema de verdades e de preceitos, que apenas estavam parcialmente revelados, desenvolvendo-o e explicando-o com mais espiritualidade nas suas aplicações, tornando-o universal, e procurando a sua segurança de um modo mais elevado pela influência do Espírito Santo. Num duplo sentido, pois, o evangelho é o complemento κλήρωσις da Lei. Revised. Joseph Angus., História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.  

 

  SINÓPSE II

Os livros inspirados que inte­gram o cânon do Antigo Testamento são classificados como “ Lei, Históricos, Poéticos e Pro­féticos”.      

 

III – O NOVO TESTAMENTO  

 

   1.   Os livros do Novo Testamento.

  Es­ses livros foram reconhecidos pela Igreja após a morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo e estão classificadas em quatro grupos principais:

a) Evangelhos, que são os 4 livros de Mateus, Marcos, Lucas e João;

b) Histórico, formado pelo livro de Atos dos Apóstolos;

c) Epístolas, que se subdivide em Epístolas Paulinas com 13 cartas de Romanos a Filemom; as Epístolas Gerais com 8 cartas de Hebreus a Judas; e

d) Revelação, constituída pelo livro de Apocalipse.

O conjunto totaliza 27 livros inspirados e autorizados que são chamados de canônicos (1 Co 2.4,13).    

 

 

COMENTÁRIO    

 

Esses livros foram reconhecidos pela Igreja após a morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo e estão classificados em quatro grupos principais: a) Evangelhos, que são os quatro livros de Mateus, Marcos, Lucas e João; b) Histórico, formado pelo livro de Atos dos Apóstolos; c) Epístolas, que se subdividem em Epístolas Paulinas, com 13 cartas de Romanos a Filemom; as Epístolas Gerais, com 8 cartas de Hebreus a Judas; e d) Revelação, constituído pelo livro de Apocalipse. O conjunto totaliza 27 livros inspirados e autorizados que são chamados de canônicos (1 Co 2.4,13). Observe essa categorização na tabela abaixo. Nos primórdios do cristianismo, ainda no século I d.C., surgiram muitos falsos ensinos e falsos profetas conforme Cristo já tinha alertado a Igreja (Mt 7.15; Mc 13.22).

Durante os séculos II e III, diversos livros heréticos foram escritos e receberam o nome de livros espúrios (pseudepígrafos e apócrifos). O conteúdo desses livros se resume em falsos ensinos permeados de erros gnósticos, docéticos e ascéticos acompanhados de desmedida fantasia religiosa.19 Faz-se ainda menção de livros que desfrutavam de algum prestígio histórico e devocional, tais como “o Pastor de Hermas” (c. 15-140 d.C) e “o didaquê” (c. 100-120 d.C). Contudo, os livros espúrios e não canônicos jamais foram reconhecidos como inspirados. Somente os 27 livros acima listados é que são aceitos como autênticos e fidedignos de integrar o cânon do Novo Testamento. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

O Novo Testamento está para o Antigo Testamento na mesma proporção que o cumprimento está para a promessa. Se o Antigo Testamento registra o que Deus falou no passado aos nossos pais pelos profetas, o Novo Testamento registra a palavra final que Ele falou por seu Filho, em quem todas as mais antigas revelações foram resumidas, confirmadas e transcendidas. As obras poderosas da revelação do Antigo Testamento culminam na obra redentora de Cristo. As palavras dos profetas do Antigo Testamento recebem seu pleno cumprimento nEle. Mas Ele não é apenas a coroa da revelação de Deus aos homens; é também a resposta perfeita do homem a Deus — o apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão (Hb 3.1).

Se o Antigo Testamento registra o testemunho daqueles que viram o dia de Jesus antes que começasse, o Novo Testamento registra o testemunho daqueles que o viram e o ouviram nos dias da sua carne, e que vieram a conhecer e proclamaram com maior profundidade o significado da sua vinda, pelo poder do seu Espírito, depois que ressuscitara dos mortos. Nos últimos 1.600 anos, o Novo Testamento tem sido aceito pela grande maioria dos cristãos como tendo 27 livros, dispostos naturalmente em quatro divisões: (1) os quatro evangelhos, (2) os Atos dos Apóstolos, (3) as 21 cartas escritas pelos apóstolos e “homens apostólicos”, e (4) o Apocalipse. Essa ordem não é apenas lógica, mas quase cronológica, à medida que se leva em conta os assuntos expostos nos documentos. Contudo, não há correspondência com a ordem cm que foram escritos.

Os primeiros documentos do Novo Testamento a serem escritos foram as primeiras epístolas de Paulo. Estas (junto, possivelmente, com a epístola de Tiago) foram compostas entre 48 e 60 d.C., antes mesmo que o mais antigo dos Evangelhos fosse escrito. Os quatro evangelhos pertencem às décadas entre 60 e 100 d.C., e é também a esse período que se atribui todos (ou quase todos) os outros escritos do Novo Testamento. Enquanto a composição dos livros do Antigo Testamento se estendeu por um período de mil anos ou mais, os livros do Novo Testamento foram escritos em menos de um século. Os escritos neotestamentários não foram reunidos na forma como hoje o conhecemos, imediatamente após terem sido escritos. Em princípio, cada um dos evangelhos teve uma existência local e independente nas respectivas comunidades para as quais originalmente cada um foi composto.

Entretanto, pelo início do século II, foram reunidos e começaram a circular como um registro quádruplo. Quando isso aconteceu, Atos foi separado de Lucas, com o qual fazia uma obra em dois volumes, e lançado em uma carreira solo, mas não desprovida de sua própria importância. As epístolas de Paulo foram primeiramente preservadas pelas comunidades ou indivíduos aos quais foram enviadas.

Mas encontramos evidências que, pelo fim do século I, sugerem que sua subsistente correspondência começou a ser reunida em um corpus paulino, o qual rapidamente passou a circular entre as igrejas — primeiro, como um corpus mais curto composto de dez epístolas e, logo a seguir, um maior, compreendendo 13 epístolas, aumentado pela inclusão das três epístolas pastorais. Dentro do corpus paulino, as epístolas parecem ter sido organizadas não em sua sequência cronológica, mas na ordem decrescente em termos de tamanho.

Esse princípio ainda hoje pode ser reconhecido na ordem encontrada na maioria das edições do Novo Testamento: as epístolas às igrejas vêm antes das epístolas pessoais, e dentro destas duas subdivisões estão arranjadas de maneira que as mais longas vêm por primeiro e as mais curtas por último (a única exceção a esse esquema é Gálatas, que vem antes de Efésios, embora Efésios seja a epístola ligeiramente mais longa entre as duas). Philip Wesley Comfort. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 20-22.    

 

Não se sabe quanto tempo decorreu antes da formação de um Cânon. Primeiramente apareceram os livros separados, em diferentes localidades, e espaçadamente; eram guardados cuidadosamente pelas diversas igrejas como apostólicos; e lidos, provavelmente com outros escritos, nas assembleias cristãs. Depois foram classificados em grupos: os Evangelhos formavam uma divisão, as Epístolas Paulinas outra, enquanto os Atos e as Epístolas Gerais constituíam também uma seção. A esses livros foi acrescentado o Apocalipse, estando pelos fins do segundo século praticamente completa a coleção.

Mas, a autenticidade de alguns livros ficou ainda como questão aberta por certo tempo. 1. Principiemos pelos evangelhos. Existiam na Igreja Primitiva muitos escritos que diziam tratar da vida e do caráter de Jesus Cristo. Pelo que lemos em Lucas 1.1,2 sabemos que muitos escritores tinham empreendido reproduzir o primitivo evangelho oral. Mas não tardou muito para que os Quatro Evangelhos absorvessem e substituíssem aquelas narrações, sendo universalmente reconhecidos pela igreja por causa da sua autoridade apostólica, levando-se em conta que os evangelhos de Marcos e de Lucas foram compostos, respectivamente, sob a influência de Pedro e de Paulo. A consideração da origem dos evangelhos pertence a outra parte desta obra. Basta dizer-se aqui que a cadeia de testemunhos é completa.

 

Os Pais Apostólicos, embora sem mencionar os autores, citam os evangelhos de tal maneira que indicam ser a sua autoridade inteiramente reconhecida pela igreja Taciano, o assírio, discípulo de Justino Mártir, fez a combinação dos Quatro Evangelhos numa “Harmonia”. Irineu, que quando jovem tinha conhecido Policarpo, discípulo do apóstolo João, reconhece distintamente a “santa quaternidade” de escritores, dando explicações místicas acerca do número quatro, explicações que mesmo sendo absurdas testificam a respeito da aceitação desses livros como inspirados por Deus. Vem depois testemunhos, de toda a parte da igreja: Tertuliano da África, Atanásio de Alexandria e Cirilo de Jerusalém unanimemente depõem a favor dos Quatro, e não de outros; como sendo as verdadeiras narrativas evangélicas. A estes foi acrescentado o Livro dos Atos, por consenso geral, como a segunda parte de Lucas.

Concluímos pois que estes livros foram escritos pelos apóstolos, a quem nosso Salvador especialmente prometeu o seu Espírito, a fim de os guiar em toda a verdade, trazendo à sua memória o que Ele próprio lhes tinha ensinado, e tornando-os aptos para levarem o seu evangelho a todo o mundo. O mesmo se pode dizer a respeito das Epístolas de Paulo. Treze destas epístolas têm o seu nome. Geralmente escreveu-as por meio de um amanuense, que ficou sendo uma testemunha da legitimidade dos seus escritos: nesses casos ele acrescentava a sua assinatura e saudações.

As suas epístolas foram mandadas por mensageiros particulares. Nove foram dirigidas a corporações públicas. A primeira que escreveu, recomendou que fosse lida na reunião pública; também foi lida em público a segunda, e indubitavelmente as restantes; e sabemos por Inácio, Policarpo, e Clemente que as cartas do apóstolo eram consideradas como Escrituras inspiradas, e lidas com a Lei, e os Profetas, e os Evangelhos. Uma prova ainda mais antiga aparece na segunda Epístola de Pedro, 3.15,16, onde é dado às Epístolas de Paulo o nome de “Escrituras”, termo este que, ocorrendo cinquenta vezes no Novo Testamento, se aplica apenas com essa única exceção, aos livros canônicos do Antigo Testamento.

2. Os demais livros Todas as partes do Novo Testamento mencionadas até aqui, foram reconhecidas como apostólicas, o mais tardar em fins do segundo século, como também o foram a Ia. Ep. de Pedro e a Ia. de João. Os demais livros do Novo Testamento foram chamados Antilegômena, ou também, pelo fato de fazerem parte do Cânon somente depois da segunda revisão, Deutero-Cânonicos, esses livros foram introduzidos no Cânon pouco a pouco, de forma que no princípio do quarto século já eram eles reconhecidos pela maior parte das igrejas, e por todas no fim desse século. Provas especiais a respeito de cada livro serão dadas mais tarde. Mas é preciso dizer que as dúvidas existentes diziam respeito, não à canonicidade dos escritos de Tiago, Pedro, João e Judas, mas sim no fato de terem sido ou não realmente escritos por eles os livros que traziam seus nomes. Ε essas dúvidas não podem de forma alguma causar-nos surpresa. O assunto era de grande interesse.

Muitas composições espúrias correram com os nomes dos apóstolos. O próprio ensino apostólico podia ser citado como prevenção contra a falsidade. A prova interna da autenticidade das Epístolas é especial: a Epístola aos Hebreus, por exemplo, não traz o nome do autor, e o seu estilo é diferente do das epístolas de Paulo; o estilo da 2a. de Pedro é também diferente do da primeira Epístola.

Nas Epístolas de Tiago e de Judas os autores se apresentam, não como apóstolos, mas como servos de Cristo, e na 2a. e 3a. de João o autor faz ver que é um presbítero ou ancião, e não um apóstolo. Judas também se refere a histórias que se encontram nos escritos apócrifos. Além disso, todas essas epístolas foram dirigidas aos cristãos em geral ou a pessoas particulares, mas não a determinadas igrejas. Pessoa alguma pois estava interessada em conservá-las, e as provas externas a seu favor são necessariamente insuficientes. Todas essas causas de dúvidas produziram o seu efeito, como sabemos. Por fim era universal a convicção; e as próprias dúvidas, que retardaram a aceitação duma pequena porção das Escrituras em certas partes da igreja primitiva, servem agora para confirmar a nossa fé nos livros restantes. Revised. Joseph Angus., História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.    

 

 

   2.   Canonicidade do Novo Testamento.

  Os critérios de avaliação do Novo Testamento são iguais aos que determinam o cânon do Antigo, isto é, a inspiração, o reconhecimento e a preservação dos livros como Palavra de Deus. Nesse sentido, a Bíblia oferece indiscutíveis provas de inspiração do Novo Testamento (l Ts 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Quanto ao reconhecimento dos livros como fidedignos, desde o início os escritos falsos foram refutados pela Igreja (2 Ts 2.15; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1). Em relação à conservação das Escrituras, os primeiros cristãos adotaram a prática de leitura dos livros autorizados em suas reuniões e cultos (1 Ts 5.27; Cl 4.16; Ap 1.3). Mediante tais fatos, atesta-se que desde o começo a Igreja Primitiva reconheceu e preservou os livros canô­nicos, alicerçada sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas (Ef 2.20).    

 

COMENTÁRIO    

 

O princípio básico adotado para a canonicidade do Novo Testamento é similar ao do Antigo Testamento, ou seja, a questão da autoridade atestada pela inspiração divina. Milton Fischer sublinha que o reconhecimento de que os apóstolos e seus companheiros eram autênticos porta-vozes de Deus é o que determina a canonicidade de seus escritos. Assim sendo, os critérios de avaliação do Novo Testamento são iguais aos que determinam o cânon do Antigo, isto é, a inspiração, o reconhecimento e a preservação dos livros como Palavra de Deus. Nesse sentido, a Bíblia oferece indiscutíveis provas de inspiração do Novo Testamento. Os apóstolos sempre reivindicaram que as palavras que escreviam não eram suas, mas as recebiam diretamente da parte de Deus (1 Ts 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21).

Wayne Grudem observa que, uma vez que estabelecemos que um escrito do Novo Testamento pertence à categoria especial de “Escritura” (2 Tm 3.16), implica dizer que ele possui igualmente a característica que Paulo atribui a “toda a escritura”, isto é, “inspirada por Deus” e assim todas as suas palavras são verdadeiras palavras de Deus. Quanto ao reconhecimento dos livros como fidedignos, desde o início os escritos falsos foram refutados pela Igreja. Paulo exorta a Igreja a permanecer firme na fé e nos ensinos inspirados, entre eles os preceitos de Moisés e dos profetas, bem como as instruções das epístolas (2 Ts 2.15). Pedro alertou para que a Igreja não desse ouvidos às heresias de perdição que seriam propaladas por falsos profetas e falsos mestres (2 Pe 2.1). João advertiu os irmãos a não derem crédito a todo espírito, mas colocar a prova toda e qualquer revelação (1 Jo 4.1).

O Comentário Bíblico Beacon assinala que os crentes deveriam desconsiderar as opiniões de teoristas e fanáticos, e aderir-se a “palavra”. Em relação à conservação das Escrituras, os primeiros cristãos adotaram a prática de leitura dos livros autorizados em suas reuniões e cultos. Essa tradição de leitura pública das Escrituras era um costume antigo entre os judeus. Moisés e Josué eram adeptos dessa conduta (Êx 24.7; Js 8.34); Josias, Esdras e os levitas fizeram o mesmo (2 Rs 23.2; Ne 8.8). Essa cultura foi incorporada na liturgia cristã. Essa ação de leitura pública dos livros do Novo Testamento auxiliou no processo de canonicidade dos escritos divinamente inspirados (1 Ts 5.27; Cl 4.16; Ap 1.3).

Mediante tais fatos, atesta-se que, desde o começo, a Igreja Primitiva reconheceu e preservou os livros canônicos, alicerçada sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas (Ef 2.20). Norman Geisler afirma que os primeiros cristãos, apesar de terem sido bombardeados por muitos escritos falsos, pelo final do século I, já tinham concluído o cânon do Novo Testamento. Os debates prosseguiram em virtude de várias desinformações e falha de comunicação, mas desde o século V a Igreja cristã tem reconhecido esses 27 livros como o cânon do Novo Testamento. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

Com a reunião dos evangelhos e o corpus paulino, e servindo Atos como elo de ligação entre os dois, temos o início do cânon do Novo Testamento como hoje o conhecemos. A Igreja Primitiva, que herdou a Bíblia hebraica (ou a versão grega da Septuaginta) como Escrituras Sagradas, não tardou em colocar os novos escritos evangélicos e apostólicos ao lado da Lei e dos Profetas e usá-los para a propagação e defesa do Evangelho e no culto cristão. Desse modo, Justino Mártir, em meado do século II, descreve como os cristãos, em suas reuniões dominicais, liam “as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas” (Apologia 1.67).

Foi natural, então, que quando o Cristianismo se espalhou entre os povos que falavam outros idiomas que não o grego, o Novo Testamento fosse traduzido do grego para aquelas línguas, em benefício dos novos convertidos. Por volta de 200 d.C., já havia versões latinas e siríacas do Novo Testamento e, no século que se seguiu, existia uma versão cóptica. Philip Wesley Comfort. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 22-23.    

 

As observações do capitulo 2 sobre canonicidade aplicam-se também ao Novo Testamento. São acessíveis, simples e decisivos os fatos que provam pertencerem os diversos livros ao catálogo autorizado dos escritos sagrados. Tendo em vista somente o caráter literário reconhece-se que os livros do Novo Testamento são de origem apostólica, do mesmo modo que se prova que são de Xenofonte, de Cícero e de Plutarco as obras que têm os seus nomes. Além disso, o grande interesse religioso e a importância dos livros obstariam a que estes fossem recebidos sem um forte fundamento da sua autenticidade, sendo também certo que adversários vigilantes estariam sempre prontos a declarar qualquer insuficiência das provas apresentadas.

A apostolicidade dos livros era a grande questão e está sendo estabelecida nada mais impediria o reconhecimento deles. A consciência cristã. – Isso não era tudo. Esses escritos interessavam à consciência cristã. O Espírito Santo, dado à Igreja, despertou santos instintos, auxiliou o discernimento entre o puro e o espúrio, e assim foi possível chegar a uma gradual, harmônica e por fim unânime conclusão. Havia na igreja o que um teólogo designou com felicidade pela expressão “inspiração da seleção”. Revised. Joseph Angus., História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.    

 

A Influência na Formação do Canon (esboço)

O Velho Testamento, que forneceu o impulso criador de um Novo Testamento.

A Vida e as Palavras de Jesus Cristo e, em consequência, a necessidade de criar uma autoridade além da autoridade do V.T.

A Nova Religião Cristã, que criou a necessidade de mais Escrituras além das Escrituras judaicas, para formar a base da nova revelação.

Os Apóstolos, primeiros grandes líderes da Nova Religião revelada, os quais, com seus livros e epístolas, forneceram a base das novas Escrituras.

e, Os Pais Apostólicos, que criaram os cânones primitivos e uma nova autoridade na igreja cristã primitiva.

Os Concílios da igreja primitiva e medieval.

  Resumo da Historia do Canon

Durante o tempo dos apóstolos, algumas das epístolas de Paulo e um ou mais evangelhos já eram aceitos como Escritura.

b, Já no começo do século II D.C., de modo geral, ainda não universal, treze epístolas de Paulo eram recebidas como Escrituras, como também os quatro evangelhos, as epistolas de I Joio e I Pedro, e também o livro de Apocalipse-totalizando vinte livros ou mais. lrineu aceitava vinte e dois livros (185). Alguns livros não aceitos hoje em dia foram aceitos por certos elementos dos primeiros séculos, especialmente a epistola de Barnabé, as epístolas de Clemente e o Pastor de Hermas.

Durante o século III D.C. eram aceitos quase universalmente todos os vinte e sete livros do N.T., com a exceção da epístola de Tiago. Contudo, alguns aceitavam essa epístola também. Origenes foi o primeiro dos pais da igreja a aceitar a epistola de Tiago (254 D.C.), mas também aceitava a epístola de Barnabé e o Pastor de Hermas, pelo que o seu N.T. constava de vinte e nove livros.

d, No século IV D.C.chegou-se à fixação quase universal do cânon do N. T., tal como existe hoje em dia.

Os concilio, tanto os antigos como os da Idade Média, em geral aprovaram o canon de vinte e sete livros, tal como os conhecemos na atualidade.

Indivíduos da antiguidade, da Idade Média e dos tempos modernos retiveram e retém diversas opiniões especialmente com relação aos livras discutidos: o, II Pedro. II e III Joio, Hebreus, Judas e Apocalipse – ao todo, sete livros.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 636.    

 

 

   3.   Particularidades do Novo testamento.

 

  Todos os livros do Novo Testamento foram escritos em grego koiné, um dialeto com um e presente por toda a cultura de fala grega, e que muito auxiliou na propagação do Evan­gelho nos primórdios do Cristianismo (At 19.10). Algum as expressões, mesmo redigidas no vernáculo grego, possuem significado em aramaico, dentre elas, citamos: Talita cumi – “Menina, levan­ta-te ” (Mc 5.41); Aba Pai – “ Lit.: Pai, pai; ‘Meu Pai’ ” (Mc 14.36); Eloí, Eloí, lamá sabactâni? – “ Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” (Mc 15.34). O conjunto dos livros canônicos foi escrito antes do término do século I. O último livro é o Apocalipse de João datado por volta do ano 96 d.C. e desde o encerramento do cânon, os cristãos reconhecem apenas os 27 livros como inspirados. Por fim, em torno de 1.555 d.C., O Novo Testamento também foi dividido em versículos.    

 

COMENTÁRIO    

 

Como particularidade, destaca-se que sete livros do Novo Testamento foram classificados como “antilegomena”. Essa designação significa que, em algum momento e por alguma razão, a autenticidade desses livros foi questionada por alguns dos Pais da Igreja e, por causa disso, por volta do século IV, esses livros ainda estavam desprovidos do reconhecimento universal. De acordo com o historiador Eusébio de Cesareia, tais livros são os seguintes: Não se deve esconder, porém, que alguns põem de lado a Epístola aos Hebreus, dizendo ser contestada, alegando não ser uma das epístolas de Paulo […] Entre os livros questionados, ainda que sejam bem conhecidos e aprovados por muitos, são reputados aquele chamado Epístola de Tiago e de Judas. Também a Segunda Epístola de Pedro e os chamados a Segunda e a Terceira de João […] além disso, como já afirmei, caso pareça correto, o Apocalipse de João, que alguns como já se disse, rejeitam, mas outros colocam entre os genuínos. Norman Geisler pondera que isso não significa que não haviam tido aceitação inicial por parte das comunidades cristãs primitivas.

O próprio Eusébio assegura que não eram espúrios, mas que, embora reconhecidos por muitos, estavam sendo contestados por outros. Geisler anota que “o problema básico a respeito da aceitação da maioria desses livros não era sua inspiração, ou falta de inspiração, mas a falta de comunicação entre o Oriente e o Ocidente a respeito de sua autoridade divina”. Desse modo, assim que tais dúvidas foram dirimidas, a partir do século V, esses livros deixaram de ser questionados. Uma especificidade do Novo Testamento repousa no fato de que todos os seus livros foram escritos em grego koiné, um dialeto comum e presente por toda a cultura de fala grega e que muito auxiliou na propagação do Evangelho nos primórdios do cristianismo (At 19.10). Algumas expressões, mesmo redigidas no vernáculo grego, possuem significado em aramaico. Dentre elas, citamos: Talitá cumi — “Menina, levanta-te” (Mc 5.41); Aba Pai — “Lit.: Pai, pai; ‘Meu Pai’” (Mc 14.36); Eloí, Eloí, lemá sabactâni? — “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc 15.34).

O conjunto dos livros canônicos do Novo Testamento foi escrito antes do término do século I. O último livro é o Apocalipse de João, datado por volta do ano 96 d.C.; e ratificamos que, desde o encerramento do cânon, os cristãos reconhecem apenas os  livros como inspirados. Como já visto, em 1.227 d.C., o texto foi separado em capítulos. Em torno de 1.555 d.C., o Novo Testamento também foi dividido em versículos. A divisão em capítulos e versículos facilitou a leitura e a memorização, além de possibilitar o estudo sistemático da inspirada Palavra de Deus. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

 

A Língua do Novo Testamento A. O Grego Helenístico O século dezesseis foi testemunha de uma discussão extraordi- nária. Havendo Erasmo afirmado, segundo Lourenço Valia, que o grego do Novo Testamento fora corrompido por hebraísmos, em palavras e em idiomatismos, fez-lhe grande e veemente oposição H. Stephens, que no seu Prefácio ao Novo Testamento (1546 A.D.) procurou provar que o grego dos escritores inspirados era puro e idiomático. Resultou destas afirmações uma grande controvérsia, e segundo as suas opiniões uns se chamavam puristas ou helenistas, e outros hebraístas. Por muitos motivos se julgou importante o assunto. Argumentavam uns que os escritores inspirados deviam empregar um estilo puro e “perfeito”. Os outros replicavam, dizendo que um certo sabor hebraico na linguagem era uma prova de autenticidade. Mas os fatos eram bastante concludentes e hoje a controvérsia está praticamente esquecida.

A “perfeição” dos escritores inspirados não está tanto na pureza clássica como na compreensibilidade e adaptação ao seu próprio fim. O grego das Escrituras foi escrito por helenistas, isto é, por judeus que falavam grego, mas o seu modo de pensar era formado segundo o original hebraico, e a sua mente estava afeita à linguagem da versão dos Setenta das Escrituras judaicas. Daqui deriva uma regra bem instrutiva de interpretação. O Antigo Testamento grego é na verdade uma fonte especial de interpretação para o Novo Testamento, e por isso devemos dali colher, tanto quanto possível, a significação dos seus termos. A própria língua grega é uma mistura de dialetos. Os helenos ou gregos formavam primitivamente diversas tribos, duas das quais, os dóricos e os jônios, vieram a ser as principais. O dialeto dórico foi o primeiro pela sua antiguidade e influência; é áspero e de som extenso.

Entre os seus principais escritores citam-se Píndaro, Safo, Teócrito e Bion. O dialeto jônico foi o segundo quanto ao tempo, e era notável pela sua doçura e suavidade; foi primeiramente falado na Ática, e depois na Ásia Menor, quando os jônios emigraram para essa província. Entre os seus escritores são dignos de menção Heródoto e Anacreonte. O dialeto ático se formou depois que os jônios deixaram a Ática, e ocupa em qualidade um lugar intermediário entre o jônico e o dórico. Os principais autores gregos escreveram nesse dialeto: Tucídides, Platão, Xenofonte, Demóstenes, Esquilo, Sófocles, Eurípides e Aristófànes. Depois que a liberdade da Grécia foi aniquilada por Filipe da Macedônia, foram-se confundindo aqueles dialetos, e formou-se o helênico ou o “dialeto comum”, cuja base era o ático.

As conquistas de Alexandre Magno e a fusão resultante de diferentes povos produziram ainda mais modificações no dialeto. Os idiomas macedônico e alexandrino tornaram- se comuns na Grécia, e especialmente no Egito e no Oriente. Em Alexandria residiam muitos judeus. Aí é que foi feita a versão dos Setenta, e, sendo judeus os escritores, o grego alexandrino que eles falavam foi modificado até o ponto de compreender pensamentos e idiotismos hebraicos. Ε é esta a linguagem do Novo Testamento. Ε helenística ou mais propriamente greco-hebraica; do dialeto comum (ή κοινή) com outros de mistura, tudo modificado ainda pelos judeus de Alexandria e da Palestina. Eis a razão de ali se encontrarem palavras e frases vindas de fontes estranhas, isto é, do aramaico, do latim, do persa e do egípcio: há também palavras de uma certa particularidade na sua ortografia e forma, em suas flexões e gênero, e palavras comuns nos antigos dialetos, mas não em uso no helênico; finalmente palavras e frases de sentido propriamente judaico ou cristão. Podem verse expressões aramaicas em Mc 14.36 (abba), Aí 1.19 (campo de sangue), Mc 3.17 (filhos do trovão), Mt 5.22 (vaidoso, louco). Palavras latinas em Mt5.26,10.29,17.25,18.28,26.53,27.27, 65; Mc 15.39, Lc 19.20, Jo 2.15, At 19.12; e jrases em Mt 12.14, Mc 15.15, Lc 12.58, Ai 17.9. Expressões pérsicas em MtZl; 5.41;27.32; Mc 15.21; Lc 23.43; Al 8.27 (paraíso, jardim de belas árvores). Expressões egípcias em Mt27.50, Lc 16.19.

Esses jatos nos ensinam que, necessitando nós sabermos grego para ler o Novo Testamento, precisamos também estudar para compreender, O Grego do Novo Testamento e a Versão dos Setenta. Tão essencial é esse estudo que o simples leitor da Bíblia inglesa, da Versão revista, pode talvez compreender melhor o Novo Testamento que o erudito que para a investigação sobre uma passagem só dispõe de conhecimentos clássicos. Revised. Joseph Angus., História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.  

 

OS LIVROS CANÔNICOS DO NOVO TESTAMENTO Há três razões que mostram a necessidade de se definir o cânon do Novo Testamento. 23/24 1) Um herege, Marcião (cerca de 140 A.D.), desenvolveu seu próprio cânon e começou a divulgá-lo. A igreja precisava contrabalançar essa influência decidindo qual era o verdadeiro cânon das Escrituras do Novo Testamento. 2) Muitas igrejas orientais estavam empregando nos cultos livros que eram claramente espúrios. Isso requeria uma decisão concernente ao cânon. 3) O edito de Diocleciano (303 A.D.) determinou a destruição dos livros sagrados dos cristãos. Quem desejava morrer por um simples livro religioso? Eles precisavam saber quais eram os verdadeiros livros. Atanásio de Alexandria (367 A.D.) nos apresenta a mais antiga lista de livros do Novo Testamento que é exatamente igual à nossa atual.

A lista faz parte do texto de uma carta comemorativa escrita às igrejas. Logo após atanásio, dois escritores, Jerônimo e Agostinho, definiram o cânon de 27 livros. 15/112 Policarpo (115 A.D.), Clemente e outros referem-se aos livros do Antigo e do Novo Testamento com a expressão “como está escrito nas Escrituras”. Justino Mártir (100-165 A.D.), referindo-se à Eucaristia, escreve em primeira Apologia 1.67: “E no Domingo todos aqueles que vivem nas cidades ou no campo se reúnem num só local, e, durante o tempo que for possível, leem-se as memórias dos apóstolos ou escritos dos profetas. Então, quando o leitor termina a leitura, o presidente faz uma admoestação e um convite a que todos imitem essas boas coisas”. Irineu (180 A.D).F.F. Bruce escreveu acerca do significado de Irineu: “A importância de Irineu está no seu vínculo com a era apostólica e nos seus relacionamentos ecumênicos. Educado na Ásia menor, aos pés de Policarpo, o discípulo de João, Irineu tornou-se bispo de Lion, Gália, em 180 A.D.

Seus escritos confirmam o reconhecimento canônico dos quatro evangelhos, Atos, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, 1 Pedro e 1 João e Apocalipse. Inácio (50-115 A.D.): “Não quero dar-lhes mandamentos tal como fizeram Pedro e Paulo; eles foram apóstolos…” (Aos Tralianos 3.3). Os concílios da igreja. É uma situação bastante parecida com a do Antigo Testamento (veja capítulo 3, 6C, o concílio de Jâmnia). F.F. Bruce afirma que “quando finalmente um concílio da igreja – o sínodo de Hipona (393 A.D.) – elaborou uma lista dos vinte e sete livros do Novo Testamento, não conferiu-lhes qualquer autoridade que já não possuíssem, mas simplesmente registrou a canonicidade previamente estabelecida. Desde então não tem havido qualquer restrição séria aos 27 livros aceitos do Novo Testamento, quer por católico – romanos quer por protestantes. A Credibilidade da Bíblia. Edição Adoração. pag. 10-11.

 

  SINOPSE III

Os livros inspirados que integram o cânon do Novo Testamento são classificados como “ Evangelhos, Histórico, Epístolas e Revelação”.    

 

AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

“Implicações para o Professor Cristão Os professores comprometidos precisam não só do conteúdo da Bíblia, como também dos métodos criativos dos professores. A Bíblia fornece exemplos de ensino individual, em grupo pequeno ou em grupo grande. Ela apresenta várias formas de palestras, sermões, aná­lises e metodologias de perguntas e respostas. O ensino da Bíblia ocorre muitas vezes durante as refeições, em viagens de carro, ônibus, avião, em ambientes institucionais e em festas. Os que ensinam têm de estar preparados com a Palavra de Deus na ponta da língua em todas as circunstâncias. O ensino eficaz requer o domínio de um campo temático, aprimora das habilidades de apresentação, preocupação relacionada e o profundo desejo de ver os resultados do ensino dentro e fora de sala de aula. O caminho para dominar as lições de Deus é permanecer alegremente em Jesus, assim como João permaneceu; é almejar e m editar na Bíblia dia e noite, assim como Davi fez (Sl 67; 73; 119; 145); é receber humildemente a correção de Deus, assim como Moisés Recebeu (Dt 32- 33) e seguiu Jesus suficientemente de perto para ser coberto por seu sangue, assim como Simão de Cirene seguiu (Lc 23.26)” (LINHART, Terry. Ensinando as Próximas Gerações: o Guia Definitivo do Professor de Jovens, l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.53).    

 

CONCLUSÃO

O conjunto dos 66 livros formam um único livro: a Bíblia Sagrada. Esses livros constituem o cânon bíblico do Antigo e do Novo Testamento. Os cri­térios para avaliação da canonicidade são a inspiração, o reconhecimento e a preservação dos livros como Palavra de Deus. A comprovação desses critérios revela que as Escrituras foram aceitas e preservadas como livros autorizados por Deus.  

 

REVISANDO O CONTEÚDO  

   1. Como o termo “ Cânon” é empregado em teologia?

Na teologia o vocábulo “ cânon” é em pregado como “ norma” de avalia­ção para identificar os livros sagrados.  

   2. Qual é o sentido do termo “ testamento”?

Tem o sentido de “ aliança”, “ pacto” ou “ concerto” de Deus com a hu­manidade.  

   3. Classifique os livros do Antigo Testamento?

O Antigo Testamento está classificado em Pentateuco (Lei), Histórico, Poéticos e Proféticos.  

   4. Classifique os livros do Novo Testamento?

O Novo Testamento está classificado em Evangelhos, Histórico, Epístolas (paulinas e gerais) e Revelação.  

   5. Em que língua o Novo Testamento foi escrito?

Em grego koiné.  

ELABORADO: Pb Alessandro Silva.

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